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OS MÉTODOS DE ENSINO DE LÍNGUA 2

Sócrates intensificou este estudo com o método conhecido como dedução e indução.

– Dedução é o processo de raciocínio pelo qual, baseados em uma ou mais premissas,


chegamos a uma conclusão (a ideia parte do geral para o específico).

– Indução é uma operação mental que consiste em estabelecer uma relação verdadeira entre
dois ou mais fenômenos para chegar a uma conclusão (a ideia parte do específico para o geral).

Cada raciocínio favorece o aprendizado da língua através da descoberta, principalmente se as


actividades propostas aos alunos fizerem com que eles encontrem as respostas sozinhos.

O método indutivo foi mais utilizado durante os últimos anos da Renascença (1700-1799) e
mais recentemente no século XX (1900-1999), enquanto o método dedutivo teve seu maior
desenvolvimento durante a Idade Média (480–1450) e o século XVIII (1700-1799).

Podemos definir um Método como uma forma planejada de fazer algo ou, mais
especificamente, uma maneira planejada de ensinar ou aprender uma língua. Metodologia é
um conjunto de métodos usados para estudar ou ensinar algo. Dentro de um Método podemos
ter os seguintes elementos: abordagem, planejamento e procedimento.

– Abordagem – Reflexão de um modelo ou teoria. Uma abordagem se refere às teorias que


envolvem a aprendizagem de uma língua que servem como recurso para a prática do ensino de
línguas.

– Planejamento – um plano que especifica como será uma aula (os objetivos que se quer
atingir, os tipos de actividades que serão aplicadas, o papel do professor e dos alunos, o papel
dos materiais utilizados, e muito mais.
– Procedimento – abrange as técnicas e as práticas utilizadas para o momento do ensino e da
aprendizagem.

Esta área do ensino de línguas estrangeiras teve muitas variantes ao longo dos anos.

Métodos e abordagens mais utilizados a partir do século XV

1. Método tradução de gramática (a partir de 1450)

extensão da abordagem utilizada para ensinar línguas clássicas (grego e latim). Seus princípios
básicos são: o pouco uso da língua alvo; o foco na análise gramatical da língua; o professor
utiliza a língua materna para as instruções e não é necessário que seja um falante da língua
alvo; as actividades típicas são a tradução de frases da língua alvo para a língua materna.

2. Método direto (a partir de 1890)

Reação ao Método tradução de gramática e suas falhas para produzir estudantes que
pudessem utilizar a língua estrangeira que estavam estudando. Os princípios básicos deste
método são: a não utilização da língua materna na sala de aula; a cultura e a gramática são
aprendidas de forma indutiva; as lições começam com a conversação sobre o assunto,
utilizando-se de mímicas e figuras para o entendimento do assunto; o professor deve ser nativo
na língua ou proficiente.

3. Abordagem de leitura (a partir de 1930)

Reação ao Método direto por ser impraticável dentro da sala de aula e por haver poucos
professores que usassem bem o suficiente a língua estrangeira. Seus princípios são: a leitura é a
única habilidade enfatizada na aula; a tradução pode ser utilizada; apenas a gramática utilizada
para compreender a leitura é ensinada; o vocabulário é controlado no início e depois
expandido; o professor não precisa ter boa proficiência oral na língua alvo.

4. Método áudio-lingual (EUA – 1940)

Reação à Abordagem de leitura e sua falta de ênfase à habilidade áudio-oral. Possui


características do Método direto, acrescentando pontos da psicologia comportamental e de
estruturas linguísticas.

As aulas começam com diálogos; são usadas mímicas e memorizações para induzir suposições
sobre o assunto; as regras e as estruturas gramaticais são apresentadas indutivamente; as
habilidades aparecem sempre na ordem: (primeiro ouvir para depois falar, primeiro ler para
depois escrever); é feito um grande esforço para prevenir os erros dos alunos; a aquisição da
língua é vista como uma formação de hábito; os professores devem ter pleno conhecimento da
estrutura da língua.

5. Método situacional (Inglaterra – 1940)

Também uma reação contra a Abordagem de leitura e possui características do Método direto,
acrescentando pontos de linguística geral e da pedagogia. O alvo é sempre escutar e falar, todo
o material é apresentado primeiro na forma oral, para depois passar à forma escrita; as
estruturas gramaticais são apresentadas da forma mais simples à complexa; os assuntos são
introduzidos e praticados situacionalmente (no banco, no supermercado, no restaurante, etc).

6. O Método áudio-lingual:
Desenvolvido nos Estados Unidos, é parecido com o Método situacional, desenvolvido na
Inglaterra na mesma época, diferenciando apenas nos princípios teóricos que embasam cada
um deles. O primeiro foi baseado nas estruturas linguísticas e na psicologia comportamental e o
segundo na linguística em geral e na pedagogia do ensino de línguas.

7. Abordagem cognitiva (1960)

Reação às características do Método áudio-lingual. A aquisição da língua é vista como aquisição


de regras, não como formação de hábito; os alunos são responsáveis por seu aprendizado; a
perfeição na pronúncia é vista como irreal; a linguagem escrita (ler/ escrever) é tão importante
quando a oral (escutar/ falar); os professores devem ter boa proficiência geral na língua.

8. Abordagem da compreensão (1960)

Ideia desenvolvida por pesquisadores da língua após pesquisas de que o processo de aquisição
da segunda língua ou da língua estrangeira é parecido com o processo de aquisição da primeira
língua.

A compreensão oral (escutar) é muito importante e vista como a habilidade principal; os alunos
devem ouvir um discurso significativo e responder significativamente de forma não verbal; os
alunos não devem falar até que se sintam prontos; a correção dos erros é vista como
desnecessária e improdutiva.

9. Abordagem comunicativa (1970)

Cresceu com o trabalho de pesquisadores que perceberam a linguagem como um sistema de


comunicação. O objetivo principal é trabalhar a habilidade de comunicação do aluno na língua
estudada; o conteúdo inclui noções de semântica e função social, não apenas estruturas
linguísticas; os alunos trabalham em grupos e geralmente apresentam dramatizações e jogos; o
material e as actividades refletem situações de comunicação real; as habilidades são integradas
desde o início; o professor deve saber usar a língua fluentemente.

10. Abordagem humanista (1980)

Reação à falta de afectividade do Método áudio-lingual e da Abordagem cognitiva. O respeito


ao indivíduo é enfatizado; a comunicação significativa para o aluno é enfatizada; as aulas
envolvem trabalho em grupo; a atmosfera da aula é mais importante do que materiais ou
métodos; o professor é visto como facilitador e deve ser proficiente na língua alvo e na língua
nativa do aluno, para criar maior proximidade.

11. Abordagem lexical (1997)

Desenvolve muito dos princípios fundamentais propostos pela Abordagem comunicativa. A


diferença mais importante é o maior entendimento de que a língua consiste em léxicos
gramaticais. A evidência da linguagem do computador e da análise do discurso influenciam o
planejamento do conteúdo do curso; é reconhecida a supremacia da oralidade à escrita; os
erros são reconhecidos como processo da aprendizagem; a tarefa e o processo são mais
importantes do que o exercício e o produto da língua.

12. Método psicolinguístico (1998)

Neste método o professor precisa tentar construir um relacionamento pessoal com o aluno.
Este envolvimento depende muito da personalidade do aluno; o professor deve estar sempre
alerta às oportunidades de comunicação e conseguir explorá-las; os interesses e ideias do aluno
são usados como materiais de ensino; os pensamentos do aluno são discutidos; a correção do
erro não é enfatizada; ênfase na habilidade comunicativa.

Método direto (a partir de 1890)


Características do método Direto

A gramática é ensinanda de forma indutiva; ensino de habilidades comunicativas orais através


de perguntas e respostas e foco na pronúncia.

Objetivos

Foco na expressão e compreensão oral, ausência de explicações explícitas de gramática, ênfase


em aspectos culturais.

Papel do Aluno

O aluno é direcionado pelo professor mas participa das intenções com intervenções estimulado
a pensar na língua alvo.

Papel do professor

O professor direciona, controla, mas também dá oportunidades de parceria com alunos


estimula o aluno a fazer auto-correção, estimula o aluno a falar.

Actividades e materiais

Faz instrução de vocabulário através de figuras/ objetos e associação de ideias, as situações


contextualizam os exercícios.

Referências Bibliográficas

Blong.portaleducação.co.br ( métodos e abordagens de linguas-blong do portal educação)

TEXTOBASE_MEN_L2

MEN em LIBRAS como L2 – Audrei Gesser 3

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