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Aula 3 A Finalidade Da Política para Os Gregos
Aula 3 A Finalidade Da Política para Os Gregos
Para os gregos, a
finalidade da vida
política era a justiça
na comunidade.
O PENSAMENTO POLÍTICO DE
PLATÃO
(428-347 a.C.)
O Rei-Filósofo
• “Os males não cessarão para os humanos
antes que a raça dos puros e autênticos
filósofos chegue ao poder, ou antes que os
chefes das cidades, por uma divina graça, se
não ponham a filosofar verdadeiramente.”
(Platão)
Platão
• O pensamento político de Platão (428-347
a.C.) está sobretudo nas obras A República e
Leis.
• Com recurso a alegorias, Platão escreve em
diálogos, tendo sempre o seu mestre Sócrates
como principal interlocutor.
• Seu verdadeiro nome era Arístocles, e foi
apelidado de Platão por ter ombros largos.
Platão
• Era ateniense de família aristocrática e sempre foi
fascinado pela política, apesar de ter sofrido pesados
reveses.
• Na Sicília, tentou em vão convencer Dionisio, o Velho,
a respeito de suas teorias políticas.
• Inicialmente bem recebido, após sérias desavenças
Platão acabou sendo vendido como escravo e só por
sorte foi reconhecido e libertado por um rico armador.
• Nem por isso desistiu, retornando outras duas vezes à
Sicília, mais cauteloso, porém sem sucesso.
• A amargura dessas tentativas frustradas transparece
nas Leis, sua última obra.
Atenas e a Democracia
• O século V a.C. foi a "época das luzes" da Grécia, mas, ao
final dele, a derrota de Atenas na guerra contra Esparta, a
condenação e morte de Sócrates, as convulsões sociais que
agitaram a cidade acentuam em Platão o descrédito na
democracia.
• É bem verdade que não se trata apenas disso, pois Platão é
de origem aristocrática, e seu posicionamento teórico de
valorização da reflexão filosófica o leva a conceber uma
"sofocracia" (etimologicamente, "poder da sabedoria").
• Segundo ele, os homens comuns são vítimas do
conhecimento imperfeito, da "opinião", e portanto devem
ser dirigidos por homens que se distinguem pelo saber.
Alegoria da Caverna
• No livro VII de A República, Platão ilustra o seu
pensamento com a Alegoria da Caverna
• A narrativa alegórica pode dar margem a uma
interpretação epistemológica, pela qual se explica
a teoria das ideias platônica.
• Segundo ela, o filósofo, representado por aquele
que se liberta das correntes ao contemplar a
verdadeira realidade, passa da opinião à ciência e
deve retornar ao meio dos homens para orientá-
los.
A Alegoria da Caverna
Luzes para as sombras
• Deriva daí a segunda interpretação do mito
da caverna, que resulta da dimensão política
surgida da pergunta:
• Como influenciar os homens que não veem?
• Cabe ao sábio ensinar e dirigir!
• Trata-se da necessidade da ação política, da
transformação do homens e da sociedade,
desde que essa ação seja dirigida pelo modelo
ideal contemplado.
Cidade Ideal
• É nesse sentido que Platão imagina uma
cidade utópica, a Callipolis (Cidade Bela).
• Etimologicamente, utopia significa "em
nenhum lugar" (em grego, u-topos).
• Platão imagina uma cidade que não
existe, mas que deve ser o modelo da
cidade ideal.
Educação Estatal
• Partindo do princípio de que as pessoas são
diferentes e por isso devem ocupar funções
diversas na sociedade.
• Platão imagina que o Estado, e não a família,
deveria se incumbir da educação das crianças.
• Para isso, propõe estabelecer-se uma forma de
comunismo em que é eliminada a propriedade e
a família, a fim de evitar a cobiça e os interesses
decorrentes dos laços afetivos, além da
degenerescência das ligações inadequadas.
Seres Perfeitos
• O Estado orientaria as formas de
eugenia para evitar casamentos
entre desiguais, oferecendo
melhores condições de reprodução
e, ao mesmo tempo, criando creches
para a educação coletiva das
crianças.
Alguns nasceram para
trabalhar...apenas.....
• A educação promovida pelo Estado deveria,
segundo Platão, ser igual para todos até os 20
anos, quando dar-se-ia a primeira separação
identificando as pessoas que, por possuírem
"alma de bronze", têm a sensibilidade
grosseira e por isto devem se dedicar à
agricultura, ao artesanato e ao comércio.
Estes cuidariam da subsistência da cidade.
Outros nasceram para
guerrear.....apenas
• Os outros continuariam os estudos por mais
dez anos, até o segundo corte.
• Aqueles que tivessem a "alma de prata" e a
virtude da coragem essencial aos guerreiros
constituiriam a guarda do Estado, os soldados
que cuidariam da defesa da cidade.
E outros nasceram para filosofar...e
para governar....
• Os mais notáveis, que sobrariam desses
cortes, por terem a "alma de ouro",
seriam instruídos na arte de pensar a
dois, ou seja, na arte de dialogar.
• Estudariam filosofia, que eleva a alma
até o conhecimento mais puro e é a
fonte de toda verdade.
Justiça para a polis
• Aos cinquenta anos, aqueles que passassem com
sucesso pela série de provas estariam aptos a ser
admitidos no corpo supremo dos magistrados.
• Caberia a eles o governo da cidade, o exercício do
poder, pois apenas eles teriam a ciência da política.
• Sua função seria manter a cidade coesa. Por serem os
mais sábios, também seriam os mais justos, uma vez
que justo é aquele que conhece a justiça.
• A justiça constitui a principal virtude, a própria
condição das outras virtudes.
A arte de governar
• Se para Platão a política é "a arte de governar os
homens com o seu consentimento" e o político é
precisamente aquele que conhece essa difícil arte, só
poderá ser chefe quem conhece a ciência política.
• Por isso a democracia é inadequada, pois desconhece
que a igualdade deve se dar apenas na repartição dos
bens, mas nunca no igual direito ao poder.
• Para que o Estado seja bem governado, é preciso que
"os filósofos se tornem reis, ou que os reis se tornem
filósofos".
Sofocracia
• Platão propõe um modelo aristocrático de
poder.
• No entanto, não se trata de uma aristocracia
da riqueza, mas da inteligência, em que o
poder é confiado aos melhores, ou seja, é uma
sofocracia.
A virtude é suprema...a qualquer
preço
• O rigor do Estado concebido por Platão
ultrapassa de muito a proposta de educação.
• Se a virtude suprema é a obediência á lei, o
legislador tem de conseguir o seu cumprimento
pela persuasão em primeiro lugar, aguardando a
atuação consentida dos cidadãos livres e
racionais.
• Caso não o consiga, deve usar a força: a prisão, o
exílio ou a morte.
• Da mesma forma, a censura é justificável quando
visa manter a integridade do Estado.
Degenaração
• Com a utopia, Platão critica a política do seu
tempo e recusa as formas de poder
degeneradas.
• A aristocracia, por exemplo, pode se
corromper em timocracia, quando o culto da
virtude é substituído pela forma guerreira; ou
em oligarquia, quando prevalece o gosto pelas
riquezas, e o censo é a medida de capacidade
para o exercício do poder.
O povo não sabe votar....
• No livro VIII de A República, Platão explica
como essas formas degeneradas podem fazer
surgir a democracia.
• A democracia não corresponde aos ideais
platônicos porque, por definição, o povo é
incapaz de possuir a ciência política.
Tirania
• Quando o poder pertence ao povo, é fácil prevalecer a
demagogia, característica do político que manipula e
engana o povo (etimologicamente, "o que conduz o povo").
• Platão critica a noção de igualdade na democracia, pois
para ele a verdadeira igualdade é de ordem geométrica,
porque se baseia no valor pessoal que é sempre desigual
(já que uns são melhores do que outros), não considerando
todos igualmente cidadãos.
• Por fim, a democracia levaria fatalmente à tirania, a pior
forma de governo, exercido pela força por um só homem e
sem ter como objetivo o bem comum.
• O tirano é a antítese do magistrado-filósofo.
ORGANIZAÇÃO DO GOVERNO NA POLÍTICA DE PLATÃO
Classes
Partes da Alma Função da Função QUEM
Cidade
JBRF 59