Você está na página 1de 6

TRABALHO DE FILOSOFIA

1.Explique como surgiu a política.


A política surgiu na Grécia, aproximadamente no século VI a.c. Nesse período, o
homem grego começou a passagem da consciência mítica para a atitude filosófica.
Como a política surgiu nessa fase, ela não era como é hoje, pois dizia respeito
exclusivamente à organização das pólis. Estas eram cidades-estados, que se
autogeriam e que foram pioneiras na democracia.
Os filósofos gregos compreendiam a política como o ápice da realidade humana,
como vida boa e virtuosa, a principal característica do homem livre. Acima da vida
política está apenas a vida contemplativa, vivida pelos sábios, mas para os demais,
o governo da cidade é o que há de melhor.

2.Qual é a etimologia da palavra política?


É determinado no latim politĭcus, associado ao grego politikós, cujo masculino se
expressa em politikḗ, constituindo-se como tal no final do século XIII, sendo
entendido como um adjetivo que distingue os cidadãos que compõem a
comunidade na qual convivem civicamente, a partir de polis, referindo-se à cidade
no sentido da sua organização e seus processos, com referência nas formas latinas
civĭtas, civĭtātis, configurando a palavra cidade, e servindo de base para o adjetivo
civil, declarado no latim como civīlis.

Na Grécia antiga, desenvolvem-se os fundamentos de uma democracia em


constante evolução, destacando-se a participação cidadã e o respeito pelas regras,
acusando de idiotas tanto aqueles que não manifestavam interesse pelas
necessidades e o crescimento do Estado quanto aqueles que não reconheceram a
Deus (hoje ateus), tratando-os como ignorantes que percebem o mundo de forma
individualista.

3.Resuma em 25 linhas (±) a filosofia política de Platão.


"A filosofia política é a área de estudo da filosofia preocupada com as diversas
questões políticas que emergem a partir do convívio social e da organização desse
convívio em meio a uma agrupação humana. Diferentemente da ciência política, a
filosofia política não usa um método específico para organizar os seus estudos e
pressupostos, pois a sua pretensão pende muito mais para a problematização do
que para a formação de conhecimento científico, no entanto, a filosofia política é
um instrumento para a ciência política.

Ao longo da história, vários pensadores, como Platão, Aristóteles, Maquiavel, os


contratualistas, os iluministas e filósofos contemporâneos, desenvolveram as
teorias que embasaram e movimentaram a filosofia política de acordo com as
suas épocas."
"A filosofia é um amplo movimento intelectual que atua nas bases conceituais do
pensamento, sempre estabelecendo as perguntas ditas radicais: “O que é?”,
“Como é?”, “Por quê é?”. Assim, a filosofia foi descrita pelo filósofo francês
contemporâneo Gilles Deleuze como a arte de criar conceitos. A filosofia busca o
entendimento, a movimentação e a constante criação de novos conceitos, sempre
questionando e problematizando o que advém do senso comum, da opinião, da
tradição e da religião.

Com a filosofia política não é diferente, pois os filósofos desse campo do


pensamento sempre buscaram estabelecer críticas e fomentar novas ideias que
dessem movimento ao campo intelectual que se atreve a pensar e questionar o
campo da organização política."

4. Resuma em 25 linhas (±) a filosofia política de Aristóteles

Estando profundamente relacionadas, a ética e a política em Aristóteles


mobilizam a virtude da justiça. Tida como a maior de todas as virtudes, a justiça é
a atitude projetada aos outros, mais que a si. O que protege um conjunto de
indivíduos é mais importante do que aquilo que protege um único membro da
sociedade. Por isso, dos vícios, a injustiça é o maior, pois corrói o tecido social.
Justo é distribuir o que é devido a cada um, ou seja, o que cada um merece, dado
que os indivíduos são diferentes e seria injusto dar coisas iguais a pessoas
desiguais. Esta é a justiça distributiva, que leva em consideração o mérito das
pessoas. Há, entretanto, outro tipo de justiça, a saber, a justiça comutativa, cujo
objetivo é corrigir os possíveis erros da justiça distributiva, estabelecendo a
equidade. Nesse sentido, mesmo que as pessoas sejam desiguais no mérito, cada
um deve ter o necessário para sua vida e a cidade precisa impedir a má
distribuição de riquezas e oportunidades.

Sendo a arte responsável pela administração da vida social, a política deve sempre
ter como finalidade, de acordo com Aristóteles, o bem comum. Quando o
governante promove o bem comum, seu governo, independentemente da forma
específica de que se revista, é justo e bom. Se, ao contrário, o governante busca
seu próprio bem ou de outros particulares, seu governo é mau e injusto.

Em sua obra A Política, Aristóteles define seis formas de governo, três delas justas
e três corrompidas. Comecemos pelas justas: 1) a monarquia, que consiste no
governo de um sobre os demais, visando o bem comum; 2) a aristocracia, que
consiste no governo de um reduzido número de homens (os melhores) sobre os
demais, visando o bem comum; 3) a politeia, que consiste no governo da massa,
visando o bem comum.

Quando essas formas de governo deixam de atender ao interesse geral, elas se


tornam corrompidas ou degeneradas, conforme a seguir: 1) a monarquia se
corrompe em tirania, que consiste no exercício do poder de forma arbitrária,
visando os interesses realeza; 2) a aristocracia se corrompe em oligarquia, que
consiste no governo de poucos, visando os interesses dos ricos; 3) a politeia se
corrompe em democracia, que consiste no governo da massa, visando unicamente
os interesses dos pobres.

5.O que é contratualismo?


"O contratualismo é uma teoria política e filosófica baseada na ideia de que existe
uma espécie de pacto ou contrato social que retira o ser humano de seu estado de
natureza e coloca-o em convivência com outros seres humanos em sociedade.
Foram filósofos contratualistas os ingleses Thomas Hobbes e John Locke, e o suíço
Jean-Jacques Rousseau."

Pensadores contratualistas

"Temos como os principais contratualistas modernos os filósofos Thomas Hobbes,


John Locke e Jean-Jacques Rousseau. Cada pensador apresenta sua ideia de
contrato social, apontando diferentes concepções de estado de natureza e
diferentes motivos para que a humanidade aderisse ao pacto social."

6.Explique o contratualismo de:

a)Thomas Hobbes (± 25 linhas)

O filósofo e teórico político inglês era um monarquista convicto. Em defesa à


monarquia em um período de crise política na Inglaterra, ele publicou o seu mais
conhecido livro: Leviatã, ou Matéria, forma e poder em um Estado eclesiástico e
civil. A palavra leviatã designa uma criatura marinha do imaginário antigo (descrita
inclusive em passagens do Antigo Testamento) que seria um monstro gigantesco
protetor dos peixes e animais marinhos menores. Isso tem a ver com o modo
como Hobbes concebia a sociedade e o Estado: um monstro violento e gigantesco
que existia para proteger os cidadãos.

A concepção de Estado, para Hobbes, é pautada na ideia de que deve haver uma
forte concentração de poder estatal a fim de tornar o convívio suportável. Isso
seria necessário porque o ser humano em seus estado de natureza era, segundo
Hobbes, violento e cruel, sendo o ser humano natural uma espécie de lobo do
próprio homem.

Os impulsos de violência do ser humano em seu estado natural levavam-no à


convivência difícil regida pelo medo, pela desconfiança e pelo caos. O Estado seria
a criação necessária para controlar esse modo de vida caótico por meio da força e
da concentração da violência.

Uma curiosidade sobre o livro Leviatã é que ele foi escrito e publicado em inglês,
ao contrário das obras de intelectuais da época, que eram publicadas em latim. A
intenção de Hobbes, ao publicar o seu escrito em defesa do Estado monárquico
em uma língua de maior acesso à população da Inglaterra, era conseguir um maior
alcance, para que mais pessoas pudessem ler e, consequentemente, aceitar a
monarquia que se encontrava em crise no século XVII. Para saber mais sobre esse
filósofo contratualista de origem inglesa, "

b)John Locke (± 25 linhas).


O filósofo e teórico político inglês John Locke, ao contrário de Hobbes, era contra
a monarquia. Locke foi um defensor do parlamentarismo, forma de governo
adotada na Inglaterra no fim do século XVII, e também é considerado o “pai” do
liberalismo político e um dos “ancestrais” do liberalismo econômico.

O estado de natureza, segundo Locke, era um período de plena igualdade entre


todas as pessoas. Todos eram regidos pela lei natural, que garantia a posse sobre
qualquer bem natural, inclusive sobre o mesmo bem, sem restrições. Essa lei
natural de igualdade irrestrita gerava, segundo o pensador, problemas quando as
pessoas queriam a mesma posse. A saída defendida por ele foi a instituição de um
estado civil, com leis e normas sociais que regulamentariam a posse e impediriam
os conflitos.

A sociedade civil e o pacto social seriam, portanto, necessários para regulamentar


a posse de bens, e o Estado era uma instituição que deveria obedecer a certos
limites, principalmente quando se trata da propriedade. Para Locke, o Estado não
deveria ter extrema força, como pensou Hobbes, e deveria agir em conformidade
com os limites do direito à propriedade. Para aprofundar-se nas ideias desse
filósofo, acesse: John Locke.

c)Jean-Jacques Rousseau (± 25 linhas)


O pensador suíço é uma espécie de contratualista crítico do contratualismo. Para
Rousseau, era no estado de natureza que o ser humano encontrava-se
plenamente livre de qualquer amarra institucional que o privaria de sua liberdade
natural. O ser humano era amoral em seu estado de natureza. Desconhecendo a
moral, ele desconheceria também a maldade. A maldade somente passou a ser
praticada intencionalmente quando o ser humano descobriu de vez o que era
certo e o que era errado, ou o que era o bem e o mal.

Para Rousseau, o Estado civil havia sido criado de maneira ilegítima, de modo que
a sociedade civil baseada na propriedade privada era um meio de corrupção do
ser humano. O pensador suíço defendia uma reformulação da sociedade, a fim de
que a vontade geral fosse atendida em um governo que realmente quisesse
estabelecer o bem social e não simplesmente atender aos privilégios de uma
classe dominante. A fim de conhecer mais sobre suas ideias, acesse: Rousseau e o
contrato social.

Você também pode gostar