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O MOVIMENTO SOFISTA

Protágoras de Abdera SOFÍSTICA, POLÍTICA E HISTÓRIA


OS MOVIMENTOS SOFISTAS E A VIRADA
ANTROPOLÓGICA
O RELATIVISMO DE PROTÁGORAS
O NIILISMO DE GÓRGIAS
Górgias de Leontini

Pródico de Ceos
Virada
Séculos V e IV Professores Papel político
Relativismo humanista na
CARACTERÍSTICA a.C itinerantes relevante
filosofia grega
S GERAIS
As reformas de Sólon, Clístenes e Péricles

O CENÁRIO
HISTÓRICO E
Sólon Clístenes Péricles
democráticas
POLÍTICO Instituições
• 638-558 a.C
•A retirada da
• 565- • 492-429 • Eclésia
obrigatoriedade
pagamento da sexta parte
do
492 a.C a.C • Boulé
da colheita dos • Aumentou a • Liga délica • Areópago
camponeses aos donos
participação na • Soberania •
da terra;
Boulé de 400
Helieia
•A proibição da
escravatura por para 500. ateniense
endividamento; • Consolidou
•A divisão das classes
a
sociais com base em sua escolha por
fortuna, suplantando o demos.
sistema anterior que era
pela divisão de famílias.
A primeira geração dos mestres

Os Eristicos
AS CORRENTES Instituições
SOFISTAS democráticas
Os Sofistas políticos

Os "naturalista"
Protágoras de Abdera 490 - 420 a.C.
"O homem é a medida de todas as coisas, das coisas que são,
enquanto são, das coisas que não são, enquanto não são."

A PRIMEIRA
GERAÇÃO DOS Instituições
democráticas
MESTRES

Relativismo Relativismo A centralidade


Utilitarismo
epistêmico moral do ser humano
ENEM 2015

.”O que implica o sistema da pólis é uma extraordinária proeminência da palavra sobre todos os outros instrumentos do
poder. A palavra constitui o debate contraditório, a discussão, a argumentação e a polêmica. Torna-se a regra do jogo
intelectual, assim como do jogo político.” VERNANT, J. P. As origens do pensamento grego. Rio de Janeiro: Bertrand,
1992 (adaptado)

Na configuração política da democracia grega, em especial a ateniense, a ágora tinha por função

a) agregar os cidadãos em torno de reis que governavam em prol da cidade.

b) permitir aos homens livres o acesso às decisões do Estado expostas por seus magistrados.

c) constituir o lugar onde o corpo de cidadãos se reunia para deliberar sobre as questões da comunidade.

d) reunir os exercícios para decidir em assembleias fechadas os rumos a serem tomados em caso de guerra.

e) congregar a comunidade para eleger representantes com direito a pronunciar-se em assembleias.


ENEM 2015

Trasímaco estava impaciente porque Sócrates e os seus amigos presumiam que a justiça era algo real e importante.
Trasímaco negava isso. Em seu entender, as pessoas acreditavam no certo e no errado apenas por terem sido ensinadas
a obedecer às regras da sua sociedade. No entanto, essas regras não passavam de invenções humanas.
RACHELS. J. Problemas da filosofia. Lisboa: Gradiva, 2009.
O sofista Trasímaco, personagem imortalizado no diálogo A República, de Platão, sustentava que a correlação entre
justiça e ética é resultado de
a) determinações biológicas impregnadas na natureza humana.
b) verdades objetivas com fundamento anterior aos interesses sociais.
c) mandamentos divinos inquestionáveis legados das tradições antigas.
d) convenções sociais resultantes de interesses humanos contingentes.
e) sentimentos experimentados diante de determinadas atitudes humanas.
Trasímaco, sofista, acreditava que a justiça era basicamente o exercício da vontade do mais forte. Sócrates participava
de uma corrente contrária a esse relativismo filosófico.
Górgias de Leontino 485 - 380 a.C.
"[Górgias] diz que nenhuma coisa é: se é, é incognoscível: se tanto équanto [é]
cognoscível, não é, no entanto, [comunicável] a outros. E conclui que não é,
A PRIMEIRA reunindo (15) as coisas ditas por uns e outros, isto é, todos os que, dizendo coisas
GERAÇÃO DOS contrárias acerca do-que-é, denunciam-se – como parece – uns aos outros."

MESTRES
Instituições
democráticas

3ª tese:
2ª tese:
1ª tese: Mesmo que fosse
Se o ser existisse,
O niilismo Não existe o ser, ou pensável, o ser
não poderia ser
seja, nada existe. permaneceria
cognoscível".
inexprimível
A busca pela Verdade e pelo justo
.

“Só sei que nada sei”


SÓCRATES 469-
399 A.C

Instituições
democráticas

O método socrático O autoconhecimento


A maiêutica A condenação
O método socrático e a maiêutica
SÓCRATES
469-399 A.C

O diálogo A A
A Ironia
dialética Maiêutica
ENEM 2017
Uma conversação de tal natureza transforma o ouvinte; o contato de Sócrates paralisa e embaraça; leva a
refletir sobre si mesmo, a imprimir à atenção uma direção incomum: os temperamentais, como Alcibíades,
sabem que encontrarão junto dele todo o bem de que são capazes, mas fogem porque receiam essa
influência poderosa, que os leva a se censurarem. É sobretudo a esses jovens, muitos quase crianças, que
ele tenta imprimir sua orientação.
BRÉHIER, E. História da filosofia. São Paulo: Mestre Jou, 1977.

O texto evidencia características do modo de vida socrático, que se baseava na

a) contemplação da tradição mítica.


b) sustentação do método dialético.
c) relativização do saber verdadeiro.
d) valorização da argumentação retórica.
e) investigação dos fundamentos da natureza.
O Auto conhecimento e a filosofia como medicina da alma
SÓCRATES
469-399 A.C

A retórica como
vazia de sentido O diálogo filosófico “Conhece-te a ti
O autoconhecimento
e a virtude mesmo”
(Ufu 2010) Em um importante trecho da sua obra Metafísica, Aristóteles se refere a Sócrates nos seguintes termos:
Sócrates ocupava-se de questões éticas e não da natureza em sua totalidade, mas buscava o universal no âmbito daquelas questões, tendo
sido o primeiro a fixar a atenção nas definições.
Aristóteles. Metafísica, A6, 987b 1-3. Tradução de Marcelo Perine. São Paulo: Loyola, 2002.
Com base na filosofia de Sócrates e no trecho supracitado, assinale a alternativa correta.
a) O método utilizado por Sócrates consistia em um exercício dialético, cujo objetivo era livrar o seu interlocutor do erro e do preconceito
− com o prévio reconhecimento da própria ignorância −, e levá-lo a formular conceitos de validade universal (definições).
b) Sócrates era, na verdade, um filósofo da natureza. Para ele, a investigação filosófica é a busca pela “Arché”, pelo princípio supremo do
Cosmos. Por isso, o método socrático era idêntico aos utilizados pelos filósofos que o antecederam (Pré-socráticos).
c) O método socrático era empregado simplesmente para ridicularizar os homens, colocando-os diante da própria ignorância. Para
Sócrates, conceitos universais são inatingíveis para o homem; por isso, para ele, as definições são sempre relativas e subjetivas, algo que
ele confirmou com a máxima “o Homem é a medida de todas as coisas”.
d) Sócrates desejava melhorar os seus concidadãos por meio da investigação filosófica. Para ele, isso implica não buscar “o que é”, mas
aperfeiçoar “o que parece ser”. Por isso, diz o filósofo, o fundamento da vida moral é, em última instância, o egoísmo, ou seja, o que é o
bem para o indivíduo num dado momento de sua existência.
PLATÃO As ideias e a realidade
“Tal como a luz está para os olhos, o Bem está para o
428-348 A.C. intelecto”

Teoria da Mundo das


reminiscênci ideias e
a A alma A cidade
mundo dos
sentidos
Texto: A alegoria da caverna – A República (514a-517c) Glauco: Evidentemente.

Sócrates: Agora imagine a nossa natureza, segundo o grau de Sócrates: E se, além disso, houvesse um eco vindo da parede diante
educação que ela recebeu ou não, de acordo com o quadro que vou deles, quando um dos que passam ao longo do pequeno muro falasse,
fazer. Imagine, pois, homens que vivem em uma morada subterrânea não acha que eles tomariam essa voz pela da sombra que desfila à
em forma de caverna. A entrada se abre para a luz em toda a largura sua frente?
da fachada. Os homens estão no interior desde a infância,
acorrentados pelas pernas e pelo pescoço, de modo que não podem Glauco: Sim, por Zeus.
mudar de lugar nem voltar a cabeça para ver algo que não esteja
diante deles. A luz lhes vem de um fogo que queima por trás deles, ao Sócrates: Assim sendo, os homens que estão nessas condições não
longe, no alto. Entre os prisioneiros e o fogo, há um caminho que poderiam considerar nada como verdadeiro, a não ser as sombras dos
sobe. Imagine que esse caminho é cortado por um pequeno muro, objetos fabricados.
semelhante ao tapume que os exibidores de marionetes dispõem entre
eles e o público, acima do qual manobram as marionetes e Glauco: Não poderia ser de outra forma.
apresentam o espetáculo.
Sócrates: Veja agora o que aconteceria se eles fossem libertados de
Glauco: Entendo suas correntes e curados de sua desrazão. Tudo não aconteceria
naturalmente como vou dizer? Se um desses homens fosse solto,
Sócrates: Então, ao longo desse pequeno muro, imagine homens que forçado subitamente a levantar-se, a virar a cabeça, a andar, a olhar
carregam todo o tipo de objetos fabricados, ultrapassando a altura do para o lado da luz, todos esses movimentos o fariam sofrer; ele ficaria
muro; estátuas de homens, figuras de animais, de pedra, madeira ou ofuscado e não poderia distinguir os objetos, dos quais via apenas as
qualquer outro material. Provavelmente, entre os carregadores que sombras anteriormente. Na sua opinião, o que ele poderia responder
desfilam ao longo do muro, alguns falam, outros se calam. se lhe dissessem que, antes, ele só via coisas sem consistência, que
agora ele está mais perto da realidade, voltado para objetos mais
Glauco: Estranha descrição e estranhos prisioneiros! reais, e que está vendo melhor? O que ele responderia se lhe
designassem cada um dos objetos que desfilam, obrigando-o com
Sócrates: Eles são semelhantes a nós. Primeiro, você pensa que, na perguntas, a dizer o que são? Não acha que ele ficaria embaraçado e
situação deles, eles tenham visto algo mais do que as sombras de si que as sombras que ele via antes lhe pareceriam mais verdadeiras do
mesmos e dos vizinhos que o fogo projeta na parede da caverna à sua que os objetos que lhe mostram agora?
frente?
Glauco: Certamente, elas lhe pareceriam mais verdadeiras.
Glauco: Como isso seria possível, se durante toda a vida eles estão
condenados a ficar com a cabeça imóvel? Sócrates: E se o forçassem a olhar para a própria luz, não achas que
os olhos lhe doeriam, que ele viraria as costas e voltaria para as
Sócrates: Não acontece o mesmo com os objetos que desfilam? coisas que pode olhar e que as consideraria verdadeiramente mais
nítidas do que as coisas que lhe mostram?
Glauco: É claro.
Glauco: Sem dúvida alguma.
Sócrates: Então, se eles pudessem conversar, não acha que,
nomeando as sombras que vêem, pensariam nomear seres reais?
PLATÃO As ideias e a realidade
“Tal como a luz está para os olhos, o Bem está para o
428-348 A.C. intelecto”
PLATÃO O transcendentalismo platônico
“Tal como a luz está para os olhos, o Bem está para o
428-348 A.C. intelecto”
Existe uma separação entre a natureza dos objetos intelectuais e os objetos
sensoriais.

O movimento, a mutabilidade, a geração e a degeneração pertencem ao âmbito dos


sentidos.

A verdade (alethéia) é imutável, portanto não pode estar no âmbito dos sentidos.

Deve haver uma base para todas as coisas que recebem características, essa base é a
coisa por si mesma, portanto, a verdade sobre um determinado ser.

Como deve existir a coisa por si mesma e ela não pode habitar os sentidos, deve
existir um âmbito de existência livre da mobilidade, da degeneração e geração, tal
âmbito é o mundo das ideias.
ENEM

Para Platão, o que havia de verdadeiro em Parmênides era que o objeto de conhecimento é um objeto de razão e não de
sensação, e era preciso estabelecer uma relação entre objeto racional e objeto sensível ou material que privilegiasse o
primeiro em detrimento do segundo. Lenta, mas irresistivelmente, a Doutrina das Ideias formava-se em sua mente.

ZINGANO, M. Platão e Aristóteles: o fascínio da filosofia. São Paulo: Odysseus, 2012 (adaptado).

O texto faz referência à relação entre razão e sensação, um aspecto essencial da Doutrina das Ideias de Platão (427 a.C.-
346 a.C.). De acordo com o texto, como Platão se situa diante dessa relação?

a) Estabelecendo um abismo intransponível entre as duas.


b) Privilegiando os sentidos e subordinando o conhecimento a eles.
c) Atendo-se à posição de Parmênides de que razão e sensação são inseparáveis.
d) Afirmando que a razão é capaz de gerar conhecimento, mas a sensação não.
e) Rejeitando a posição de Parmênides de que a sensação é superior à razão.

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