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Cruzeiro do Sul

Marysol Oliveira Monteiro – 21940819


Luciana R. R. Ferreira - 27206785

GÊNERO CLOSTIDRIUM
SSP E SUAS SUB ESPÉCIES
Clostridium é um gênero de bactérias firmicutes, Gram-positivas.
Microbiota exógena

Característica gerais de Clostidium spp

Espécie Doença Transmissão Ação da toxina

Tétano Esporos penetram Bloqueia liberação de


ferimento transmissores inibitórios

Bloqueia liberação de
Botulismo Ingestão da exotoxina
Acetil-colina
Continuação

Microbiota residente Característica gerais de Clostidium spp...

Espécie Doença Transmissão Ação da toxina


Clostridium
Perfringes
Esporos penetram
Gangrena Lecitinase
ferimento

Intoxicação Super antígeno


Ingestão de exotoxina
alimentar

Colite Desequilíbrio da micro- Citotoxina danifica


pseudomembranosa biota por antibióticos mucosa do cólon
Grupos de espécies de Clostridium

Grupo I: C. perfringens Grupo


Grupo II:
II: C.
C. tetani
tetani Grupo III: C. botulinum

Grupo IV: C. difficile Grupo V: C. ramosum


Microbiota Exógena

Clostridium botulinum
Histórico

 Imperador bizantino Leão VI


 912 A.C: consumo de linguiça
com sangue
 Botulos = salsicha
 Surto em 1793
 Brasil – 1999/2004
Características botulinum

• Anaeróbico
• Esporos que podem ter elevada resistência térmica
• necessita proliferar no alimento
• Reservatório: solo
• Grupos proteolíticos e sacarolíticos
Tipos de botulismo

 Botulismo Alimentar: Toxina pré-formada. Dor abdominal,


Paralisia flácida e respiratória.

 Botulismo Ferimento: Forma rara. Feridas em contato com


toxinas.

 Botulismo Infantil: Coloniza trato gastrintestinal de recém


nascidos. Ingestão de toxina com alimentos (mel de abelha).

 Botulismo Bovino: Paralisia muscular e morte. Ingestão de


carcaças com toxinas.
Botulismo ferimento
Botulismo infantil

Botulismo alimentar
Sequelas do Botulismo Tratamento

a) Tratamento de suporte: as medidas gerais de suporte e


monitorização cardiorrespiratória são as condutas mais
importantes no tratamento do botulismo;

b) Tratamento específico: visa eliminar a toxina circulante e a


sua fonte de produção, o C. botulinum, pelo uso do soro
antibotulínico (SAB) e de antibióticos.
CASO CLÍNICO

E. L. M. O., 39 anos, masculino, leucodérmico, natural e procedente de Belo Horizonte (MG), iniciou quadro de
vômitos, diarréia e turvação visual.

Dois dias depois, foi admitido no Hospital João XXIII com aparecimento abrupto de ptose bipalpebral, disartria,
xerostomia, disfagia, desconforto respiratório, miastenia e dor cervical que irradiava para o tórax. Ao exame,
apresentava pupilas midriáticas, fotorreativas, nível de consciência, tônus e força muscular preservados, sem
outras alterações.

Na véspera do início dos sintomas, havia feito viagem, durante a qual havia ingerido palmito, salsicha e mussarela,
servidos pela empresa transportadora. Os sintomas iniciaram-se, aproximadamente, 12 horas após a ingestão
desses alimentos.

O paciente negava uso de drogas, etilismo, tabagismo, contato com inseticidas ou comorbidades. Relatava que
seu companheiro de viagem não apresentara nenhum sintoma. Negava doenças familiares.
A avaliação laboratorial inicial revelou: Hm: 5.060.000/mm3; Hb: 15,4 g/dL; Ht: 45,6%; VCM: 90,1 fL. Global de
leucócitos: 5.900; (segmentados: 66%; bastonetes: 4%; linfócitos: 26 %, monócitos: 4 % e eosinófilos: zero);
plaquetas: 171.000. Uréia: 19 mg/dL; creatinina: 1,0 mg/dL; Na: 145 meq/L; K: 3,9 meq/L; Cl: 111 meq/L; Ca:
8,5 meq/L; Mg: 2,1 meq/L; PCR: 12.

Foi realizada tomografia computadorizada (TC) de crânio e punção liquórica (líquido límpido, glicose 73mg/dL,
proteína 30mg/dL, hemácias 31/mm, leucócitos 02/mm: polimorfonucleares zero e linfócitos 100%/ausência de
germes coráveis pelo Gram/ culturas para bactérias e fungos negativas), que estavam dentro dos parâmetros
da normalidade.

Aventada a hipótese de intoxicação alimentar, o paciente foi encaminhado ao serviço de toxicologia. Ele
queixava de piora progressiva dos sintomas. Mediante a impossibilidade de se afastar um quadro de miastenia
gravis foi realizada prova terapêutica com 1mg de neostigmine, sem melhora dos sintomas. Simultaneamente,
foi feito contato com a vigilância epidemiológica, para notificação de provável caso de botulismo e solicitação do
soro antibotulínico.
Durante o exame neurológico, o paciente apresentou vômitos, apneia e parada cardiorrespiratória. As manobras
de ressuscitação foram imediatamente iniciadas com reversão rápida do quadro. O paciente foi intubado e
colocado em ventilação mecânica (VM). Logo após, foi transferido para a UTI, onde recebeu a antitoxina
botulínica polivalente. O paciente permaneceu em VM por três semanas e, durante esse período, evoluiu com
melhora progressiva das alterações neuromusculares. Apresentou como complicação pneumonia nosocomial
com boa resposta à antibioticoterapia. Recebeu alta hospitalar após dois meses da sua admissão, sem déficits.

O resultado final dos exames só foi divulgado no 15 dia de internação: toxina botulínica tipo A e toxina termolábil
haviam sido encontradas em amostras do soro e fezes, respectivamente. Os testes foram realizados por
bioensaio em camundongos, técnica preconizada pelo CDC de Atlanta (EUA) e pelo Ministério da Saúde do
Brasil para diagnóstico de botulismo.
DIAGNOSTICO LABORATORIAL

Nos casos de botulismo alimentar, o diagnóstico laboratorial é baseado na análise de amostras clínicas e de amostras
bromatológicas. Os exames visam evidenciar a presença de toxina botulínica em material procedente dos casos e em
alimentos suspeitos. A cultura do Clostridium botulinum pode ser considerada auxiliar do diagnóstico, em condições
especiais, como exemplo no caso de suspeita de botulismo intestinal e por ferimentos.

Os exames laboratoriais podem ser realizados por várias técnicas, sendo que a mais comum é a detecção da toxina
botulínica por meio de bioensaio em camundongos, que é feito em três etapas: presuntiva, confirmatória e específica. Em
casos de botulismo por ferimentos e botulismo intestinal realiza-se também o isolamento de Clostridium botulinum por
meio de cultura das amostras
Figura 1. Etapa presuntiva do bioensaio em camundongos para soro

Objetivo: confirmar presença de substância tóxica


Tempo para resultado: até quatro dias
Inoculação direta do soro do paciente
Figura 2. Etapa presuntiva do bioensaio em camundongos para amostras clínicas (exceto soro) e bromatológicas

Objetivo: confirmar presença de substância tóxica e termolábil


Tempo para resultado: até quatro dias

Amostra bromatológica (alimentos) e/ou Amostra clínica (exceto soro)

Extração de toxina em gel fosfato


[1:1 – 1 parte de amostra (g) + 1 parte de gel fosfato (ml)]

Deixar uma noite em geladeira

Centrifugar (4ºC a 2500 a 3000 rpm por no máximo 20 min.)

Coletar sobrenadante (dividir em porções)


Figura 3. Etapa confirmatória do bioensaio em camundongos

Objetivo: confirmar presença de toxina botulínica.


Realizar essa etapa somente se a etapa presuntiva for positiva

Óbito do camundongo na etapa presuntiva

Soro ou sobrenadante + antitoxina polivalente

Incubar a 35-37ºC por 30 min.

Inocular em camundongo
Figura 4. Etapa específica do bioensaio em camundongos

Objetivo: determinar o tipo de toxina botulínica


Figura 5. Cultura (botulismo por ferimento e botulismo intestinal)

Objetivo: Isolamento de Clostridium botulinum e identificação bioquímica da bactéria (provas de lipase e lecitinase)

Ferimento, fezes ou conteúdo intestinal

Semear em meio líquido Cooked Meat Medium

Tratamento térmico a 70-80ºC / 10 min.

Para inativar formas vegetativas e outras bactérias

Incubar a 35ºC por 5 dias

Centrifugação referigerada (4ºC a 2500-3000 rpm, por no mínimo 20 min.)

CONTINUAÇÃO
CONTINUAÇÃO

Coletar sobrenadante (dividir em porções)


BIBLIOGRAFIA:

MINISTÉRIO DA SAÚDE, Manual integrado de vigilância epidemiológica do botulismo -


Série A: Normas e Manuais técnicos - Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2006.

FILHO, Adelbal Andrade e FRAGA, Juliana Cristina Filho - BOTULISMO: Relato de Caso -
REVISTA MÉDICA MINAS GERAIS – Belo Horizonte, 2005.
Fim.

Obrigada!

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