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PASSOS DO PROCESSO

PSICODIAGNÓSTICO
Caracterização do Processo de
Psicodiagnóstico
Configura uma situação com papéis bem definidos e
com um contrato no qual a pessoa (o paciente) pede
que a ajudem, e outra (o psicólogo) aceita o pedido e se
compromete a satisfazê-lo na medida de suas
possibilidades;
É uma situação bipessoal (psicólogo-paciente ou
psicólogo-grupo familiar), de duração limitada, cujo
objetivo é conseguir uma descrição e compreensão, o
mais profunda e completa possível, da personalidade
total do paciente ou do grupo familiar;
Enfatiza também a investigação de algum aspecto em
particular – sintomatologia e as características da
indicação (se houver);

Abrange aspectos passados, presentes (diagnóstico) e


futuros (prognóstico); utilizando para alcançar tais
objetivos certas técnicas (entrevista semidirigida,
técnicas projetivas, entrevista devolutiva);
A investigação psicológica deve conseguir uma descrição e
compreensão da personalidade do paciente;

Alcançado um panorama preciso e completo do caso,


incluindo os aspectos psicopatológicos e os adaptativos, o
psicólogo deverá formular recomendações terapêuticas
adequadas (terapia breve ou prolongada, individual, de
casal, de grupo familiar; com que frequência; se é
recomendável um terapeuta homem ou mulher; qual a
abordagem mais adequada, se necessita de tratamento
medicamentoso paralelo, etc.);
Formulação de hipóteses
Processo científico: parte de perguntas específicas,
cujas respostas prováveis se estruturam na forma de
hipóteses que são confirmadas ou não através dos
passas do psicodiagnóstico.
Ponto de partida: encaminhamento;

Quando se encaminha um paciente se faz sob a


pressuposição de que ele apresenta uma problemática
cuja explicação é de cunho psicológico;

Porém, para isso o psicólogo necessita de mais dados


sobre o caso;
As alternativas de explicação são hipóteses, que serão
testadas através do psicodiagnóstico;

Para formular hipóteses, o psicólogo necessita de


dados , de modo responder as questões iniciais com
precisão;

Às vezes, essas questões estão explícitas no próprio


encaminhamento, mas muitas vezes, não; em razão de
sigilo profissional;
Encaminhamento: contato telefônico, por escrito –
ética e sigilo;

Busca de informações com outros profissionais – em


termos de sintomatologia, explicações multidisciplinar;

As questões formuladas darão embasamento adequado


ao exame, contribuindo para a elaboração do laudo, já
que este serve de fundamentação para as decisões que
devem ser tomadas;
Há fatores psicológicos associados a condições
médicas?
Questões levantadas por médicos devem ser
traduzidas em termos psicológicos;

Obtendo alguns dados, o psicólogo já é capaz de


formular perguntas diferentes – sintomatologia
associada, problemas psicossociais, conflitos, ganhos
secundários ;

Deste modo, os objetivos do psicodiagnóstico depende


das perguntas iniciais;
Classificação nosológica – agrupamento referente a
patologias;

Entendimento dinâmico – compreensão sobre a


perspectiva técnica das investigações;

Tudo isso visa: explicação do caso, compreensão que


facilite ao psicólogo o manejo da problemática;
A partir dos dados do psicodiagnóstico é possível
atender aos objetivos de prognóstico e prevenção;
As entrevistas iniciais com o paciente levantarão
perguntas complementares, que podem definir novos
objetivos para o exame – tomando rumo diferente ao
que foi proposto pelo encaminhamento;

Diagnóstico diferencial – remeter um olhar para cada


caso – sondagem para a obtenção de subsídios que
reforcem a fundamentação da hipótese ou para a busca
de dados comprobatórios;
Momento de levantar questões básicas e estabelecer os
objetivos – final da primeira ou segunda entrevista;

Há condições para o estabelecimento de um plano de


avaliação com base na hipóteses e, consequentemente
realizar um contrato de trabalho;
Contrato de trabalho
Devido ao fato do psicodiagnóstico ser um processo
com tempo limitado;

Questões iniciais – definição das hipóteses – objetivos


do processo: o psicólogo tem condições de saber o tipo
de exame adequado para se chegar a conclusões,
devendo fazer uma previsão do tempo necessário para
realizá-lo.
Duração de um psicodignóstico: completar as tarefas
subsequentes até a comunicação dos resultados e
recomendações pertinentes;

Formalizar com paciente ou responsável: termos em


que o processo vai se desenvolver, definição de papéis,
obrigações, direitos, responsabilidades mútuas;
Contrato de trabalho: limitação do processo por
questões financeiras, temporal e emocional,
comprometimento de ambas as partes de cumprir
obrigações formais, número de sessões, horário
determinado, quem terá acesso aos dados do exame,
verificar se existe aceitação do interessado a respeito,
flexibilidade, revisto sempre que o desenvolvimento do
processo tiver de sofrer modificações (novas hipóteses
ou defesas do paciente);
Plano de avaliação
Identificar recursos que permitam estabelecer uma
relação entre as perguntas iniciais e suas possíveis
respostas;

O encaminhamento: sugere um objetivo para o


desenvolvimento do exame psicológico;
Porém, somente após o contato com os fatos é que o
clínico poderá definir com mais precisão as perguntas
iniciais e os objetivos do psicodiagnóstico,
complementar e confrontar dados do
encaminhamento com informações subjetivas e
objetivas sobre o caso, deste modo terá condições de
estabelecer seu plano de avaliação;
Questões iniciais: hipóteses a respeito do processo de
psicodiagnóstico;

Plano de avaliação: traduzir estas perguntas em


termos de técnicas e testes (programar a administração
de uma série de instrumentos adequados ao sujeito
específico e especialmente selecionados – são
subsídios para se chegar às respostas referentes as
perguntas iniciais;
Diagnóstico diferencial: contextual – pode haver
informações prévias ou não;
Plano de avaliação: identificar variáveis (aspectos,
questões) ambientais que possam se relacionar
(retroalimentação, perda da homeostase);

Plano de avaliação: levar em consideração, em certas


ocasiões – resultados de exames médicos e outros
materiais que não estiveram presentes no momento da
anamnese: fotografias, vídeos, diários, desenhos,
pinturas, cadernos escolares – constituem amostras de
comportamentos fora das condições de testagem;
Esses materiais ajudam o psicólogo a confrontar
informações dos instrumentos utilizados (testes,
técnicas) ou da interação clínica com dados da vida
cotidiana;
As hipóteses devem ser norteadas e limitadas
conforme o objetivo do psicodiagnóstico;

Plano de avaliação também deve permitir obter


repostas confiáveis para as questões colocadas e,
ao mesmo tempo, atender aos objetivos
propostos; Contrato de trabalho;
Delimitação dos instrumentos:
1. Condizentes ao objetivo do exame;
2. Considerar características demográficas do sujeito
(idade, sexo, nível sociocultural...),
comprometimentos permanentes ou temporários de
ordem sensorial, motora, cognitiva..., fatores situacio
nais (hospitalização prolongada, uso de determinados
medicamentos – reflexos nos correlatos
comportamentais, efeito nas respostas aos
instrumentos utilizados no processo;
Tais informações são essenciais para delimitar a opção
entre técnicas diversas;

Delineado o plano de avaliação tem-se uma idéia do


número aproximando e do tempo necessário para a
testagem;
Para a avaliação, pode-se utilizar instrumentos
alternativos para testar a mesma hipótese –
intervalidação dos resultados, suficiente para
responder às questões propostas;
Após selecionar as técnicas e testes adequados, deve-
se distribuí-los, conforme as recomendações inerentes
à natureza e ao tipo de cada um, considerando, ainda,
o tempo de administração e as características
específicas do paciente – organização de uma
bateria de testes.
Bateria de testes
Conjunto de testes ou técnicas , que podem variar
entre 2 e 5 ou mais intrumentos;

Fazem parte do processo de psicodiagnóstico para


fornecer subsídios que permitam confirmar ou afirmar
as hipóteses iniciais, atendendo ao objetivo da
avaliação;
A bateria de testes é utilizada por 2 razões principais:
1. Nenhum teste, isoladamente pode proporcionar uma
avaliação abrangente da pessoa como um todo;

2. Porque o emprego de uma série de testes envolve a


tentativa de uma validação intertestes dos dados
obtidos, a parir de cada instrumento em particular,
diminuindo assim, a margem de erro e fornecendo
melhor fundamento para se chegar a inferências
clínicas;
Técnicas projetivas:
Aconselhável verificar a significação clínica de
indicadores de um determinado teste através de
indícios sugestivos em outra técnica;
Técnicas Psicométricas:
Buscar intervalidação dos resultados (pois conclusões
podem servir de base para ações decisórias na vida do
sujeito);

Porém, dentro do que é essencial para se obter dados


fidedignos – fugir aos exageros;

Não prolongar, desnecessariamente o processo


diagnóstico;
Tipos de baterias de testes:
1. Baterias padronizadas
 Para avaliações específicas;

 Organização da bateria efetuada com base em pesquisas


realizadas com determinados tipos de pacientes e
recomendadas para exames específicos, ex. avaliação
neuropsicológica;

 Indicada em função de sua eficiência preditiva – para


obtenção de amostra suficientemente adequada de funções
importantes para a natureza complexa da avaliação proposta;
Apresenta objetivos explícitos, devendo ser
administrada em sua íntegra;

É organizada para avaliação de casos específicos;


2.Baterias não-padronizadas - são organizadas a partir
de um plano de avaliação:
No plano de avaliação devem ser determinados a
especificidade e o número de testes programados,
sequencialmente, conforme sua natureza, tipo,
propriedades psicométricas, tempo de administração,
grau de dificuldade, qualidade ansiogênica e
características do paciente individual;
É organizada de acordo com critérios mais flexíveis do
que a bateria padronizada – ex. o número de testes
pode ser modificado para mais ou para menos;

Geralmente: o número de testes é modificado para


mais, quando, houver a necessidade de uma
intervalidação de resultados ou corroborar dados em
função de uma determinada hipótese ;
Pode ser modificado para menos quando o objetivo da
avaliação já foi atingido, mesmo antes de que a
totalidade de instrumentos tenham sido administrada;

Se surgem indícios que levam as questões não


pertinentes ao objetivo do exame, não se justifica a
inclusão de uma técnica adicional na bateria;
Em razão da variedade de questões propostas
inicialmente e adequadas aos objetivos do
psicodiagnóstico, frequentemente a bateria de testes
inclui testes psicométricos e técnicas projetivas;

A sequência destes e sua distribuiçã0 na bateria de


testes, deve ser cuidadosamente consideradas, levando
em conta o tempo necessário para a administração, o
grau de dificuldade das mesmas, sua qualidade
ansiogênica e as características específicas do paciente;
Ressalva: pode se pressupor a presença de um certo
grau de ansiedade no paciente que inicia um processo
de testagem, sugere-se, deste modo, que as técnicas
gráficas sejam utilizadas neste momento;

Concorrem para baixar o nível de ansiedade, sendo


também, ricas em conteúdos projetivos;

Técnicas gráficas podem ser recomendadas como


instrumento introdutório;
As técnicas gráficas, não se tratam somente de recurso
para baixa a ansiedade inicial, mas para que o paciente
encontre recursos para lidar com uma situação
ansiogênica em qualquer momento da testagem;
Relevância das técnicas gráficas: em certos
momentos o paciente demonstra cansaço, seja pela
dificuldade da tarefa proposta, seja por seu baixo nível
de tolerância à fatigabilidade – alternativa: introdução
de uma tarefa simples, breve e fácil;
Técnicas gráficas: as que envolvem desenho
apresentam caráter lúdico;

Com crianças não se recomenda o acúmulo dessas


técnicas no início do processo de avaliação, pois se
corre o risco de que na próxima sessão ela deseje
continuar no mesmo tipo de atividade;
Técnicas gráficas com adultos:
Pressupõe-se que cheguem para o processo de
avaliação com disposições variadas – dificuldade
mostrada por muitos, pelo fato de que participar de
um processo de psicodiagnóstico o coloca num status
de paciente;

Alguns consideram humilhante, enquanto outros


comparecem sem qualquer pressuposição do que seja
um psicodiagnóstico – comparecem simplesmente
porque foram encaminhados;
Por isso, a necessidade do psicólogo passar para o
paciente que o psicodiagnóstico consiste em um
processo sério, com bases científicas;

Explicar para o paciente a importância das técnicas e


instrumentos utilizados, principalmente as projetivas,
que tanto levantam polêmica;
Deste modo, corre-se o risco do psicólogo ter seu
trabalho desvalorizado, simplesmente por uma
distribuição inadequada das técnicas;

Dificuldade das pessoas de enfrentar seus aspectos


“doentios”, por isso, ainda existem atitudes
preconceituosas em relação ao psicodiagnóstico –
podem revelar os “pontos fracos” do paciente como
também, “possibilidades para o futuro”;
Como profissionais não podemos reforçar tais
atitudes;

Por isso, deve-se deixar bem claro os objetivos do


psicodiagnóstico;

A distribuição sequencial das técnicas de maneira


adequada podem explicitar uma mensagem para tais
objetivos;
Na maioria dos casos, existe certo grau de ansiedade
inicial, o que justifica a introdução de uma técnica
gráfica;

Bender com adultos como técnica introdutória –


verificar sua capacidade de memorização;

Desenho da figura humana ou HTP;


Alternar entre técnicas psicométricas e projetivas;

Material pouco estruturado: diminui a consciência do


paciente do que seria uma reposta “certa” ou “errada”
(patológica ou não);

Mas, muitas vezes, a tomada de consciência da própria


problemática nem sempre é ansiogênica para o sujeito;
Tempo de administração de cada instrumento e a
possibilidade ou não de o mesmo ser interrompido
para ser concluído num outro dia;

As técnicas projetivas, de um modo geral não devem


ser interrompidas – pode ser reservada uma sessão
para a aplicação das categorias – TAT, HTP, CAT,
Fábulas de Duss;

Inquérito – deve ser feito logo após a administração do


instrumento;
Administração de testes e técnicas:
interações e manejo clínico
Salientar que o foco da testagem deve ser o sujeito
e não os testes;

O psicólogo deve estar seguro quanto à


adequabilidade do instrumento para o caso em estudo;

Estar familiarizado com as instruções e o sistema de


escore (resultados), saber manejar o material
pertinente e ter em mente os objetivos que se propõe
para a administração de cada instrumento;
Mesmo que o psicólogo tenha estabelecido seu plano
de avaliação com cuidado, previamente à sua
administração, é importante revisar certas
particularidades referentes aos instrumentos e às
características do paciente:

Verificar as condições ambientais, como clima da sala


de avaliação, providenciar acomodações adequadas,
no caso de paciente canhoto, iluminação, cuidado com
os estímulos existentes na sala, ruídos;
O psicólogo deve estar suficientemente familiarizado
com o instrumento, jamais utilizando uma técnica em
que não esteja treinado o suficiente para estar seguro
do seu manejo;

Deve ter intimidade com o material, com a maneira de


conduzir o inquérito, com as normas de atribuição de
escores (se for o caso), com a forma adequada de
registro das respostas e com perguntas e dificuldades
que podem surgir durante a administração;
Antes da entrada do paciente, o psicólogo deve
organizar todo o material que pretende utilizar, de
maneira que fique acessível e o manejo seja facilitado;

É importante ter em mente os objetivos para a inclusão


de cada técnica da beteria;

O psicólogo está utilizando seus instrumentos para


testar hipóteses, por isso deve tê-las bem presentes, de
forma a estar atento a qualquer indício sugestivo e
conseguir introduzir as perguntas adequadas, mo mo
momento oportuno,s e for o caso;
Após a consideração de todas estas questões , o
psicólogo não deve iniciar a administração de testes e
técnicas sem o estabelecimento de um bom rapport –
um clima descontraído, de confiança e entendimento é
necessário, não só para assegurar o desempenho o
desempenho do paciente diante do teste, como para
eliciar um material projetivo genuíno, de modo a obter
amostrar variadas de comportamento que permitam
chegar a um diagnóstico mais preciso;
A situação deve ser manejada de modo não só a
diminuir a ansiedade natural do paciente, como
também levá-lo a uma atitude de cooperação;

Fatores que podem influenciar – paciente em


internação hospitalar;

O uso contínuo de certos medicamentos pode


contribuir para que este sinta-se menos motivado ou
acessível para o tipo de exame que está sendo
proposto;
Processo diagnóstico multidisciplinar: entrevista
inicial e rapport para administração de instrumentos
podem ser sobrepostas; muitas vezes já há o registro
de informações em prontuários hospitalares;

Psicodiagnóstico com objetivos forenses: o


psicólogo deve manejar a situação com propriedade,
resssegurando a fidedignidade diante algumas
suspeições;
Para o estabelecimento de um clima adequado à
testagem, o psicólogo deve ser capaz de esclarecer as
dúvidas do paciente, não só durante o rapport, como
também antes da introdução do instrumento;

Como ocorre no procedimento relacionado às


entrevistas anteriores, as questões relativas a aplicação
dos instrumentos devem ser tratadas respeitando o
sigilo e confidencialidade;
O psicólogo dever agir com honestidade, nunca
prometer o que não poderá cumprir;

Deve haver autorização do sujeito (exceto em casos de


responsabilidade legal), quanto à identidade das
pessoas às informações obtidas;

Seguir as instruções de aplicação dos instrumentos a


risca, de modo que a situação de teste seja
padronizada;
A administração de teste deve ser realizada em
ambientes com boa iluminação e em que haja condições
de privacidade, condições climáticas adequadas para
deixar o paciente confortável e silêncio;

Acomodações confortáveis, especialmente no caso de


crianças e técnicas que exijam maior precisão nos
movimentos;

Convém, desta forma, que o psicólogo tome as


providências cabíveis para, evitar, ao máximo, as
interferências;
A situação padronizada na aplicação de um teste
garante, maior fidedignidade de seus resultados.
Portanto, as instruções devem ser seguidas
cuidadosamente;

Dadas as instruções, geralmente não é prevista uma


ajuda extra, exceto por estímulos neutros;

Porém, é preciso cautela, afim de estes estímulos


neutros não se transformem em sugestões sobre a
maneira de agir;
Isso pode ser percebido, em situações, as quais o
psicólogo pode reforçar a produção de determinadas
categorias de respostas;

Na situação de testagem pode ocorrer também a


contratransferência, através da qual respostas
inconscientes podem ser suscitadas pelo psicólogo,
referentes a aspectos do comportamento do paciente;
Assim, se o psicólogo percebe em si certas reações
afetivas – intolerância, ansiedade, raiva... frente a
comportamentos do examinando, deve procurar que
estes não interfiram no contexto da testagem;

Diferenciar a contratranferência de certas respostas


indevidas de profissionais inexperientes, por
dificuldades no manejo dos instrumentos;
Todos as reações do examinando – verbais ou não
verbais devem ser observadas, visto que estas sevem de
indícios comportamentais explícitos ou implícitos que
devem ser cuidadosamente observados e registrados
durante a administração de testes e técnicas;

Devem ser registradas as hesitações, reações de raiva,


fadiga ou ansiedade, bem como quaisquer outras que,
de uma forma ou de outra constituem respostas à
situação de teste;
Recomenda-se o uso de perguntas adicionais ao inquérito,
sempre que necessitar de dados adicionais ou as normas
permitirem;

Importante utilizar-se de estímulos neutros, como: “Que


mais?”, “E daí?”, “Pode explicar melhor?”, afim de se obter o
máximo de material espontâneo;

O paciente não deve ser interrompido com perguntas, que


às vezes, cortam o fluxo de seu pensamento, induzem
determinadas respostas, bloqueiam a produtividade e a
fantasia e despertam a ansiedade, prejudicando os
resultados;
Importante se atentar em relação às reações do sujeito
– forma personalizada e única ao aqui e agora da
interação;
Levantamento, análise, interpretação e
integração dos dados
Neste momento do processo, o psicólogo já possui um
acervo de observações que constitui uma amostra do
comportamento do paciente durante as várias sessões
que transcorreu o processo diagnóstico – desde o
contato inicial até a última técnica utilizada;

O psicólogo, neste momento deve ser capaz de


descrever o paciente;
Uma revisão das observações feitas é indicada para
melhor entendimento da maneira como o paciente
respondeu à situação do psicodiagnóstico – pode
contribuir para a elaboração da parte introdutória do
laudo;

Convém fazer um exame da história clínica, cujas


informações poderão contribuir para atribuir
significação a alguns dados e interpretar conteúdos do
material da testagem;
É necessário recapitular, então, as hipóteses
levantadas inicialmente e no decorrer do processo,
tendo em mente os objetivos do exame;

As hipóteses levantadas servirão de critérios para a


análise e seleção dos dados úteis, enquanto os
objetivos fornecerão um enquadramento para a sua
integração – as perguntas indicarão que respostas
devem ser buscadas, confirmando ou não as hipóteses;
Dependendo dos objetivos do exame e das hipóteses
levantadas, provavelmente, a essa altura, algumas
repostas podem ter sido encontradas;

Necessidade de organizar os dados oriundos das


diferentes técnicas, buscando um entendimento de
coincidências e discordâncias, hierarquizando indícios
e identificando os dados mais significativos, que,
contrastados com as informações sobre o paciente, são
integrados para confirmar (ou não) as hipótese
iniciais;
A seleção das informações que fundamentam as
conclusões finais deve atender aos objetivos propostos
para o psicodiagnóstico e pressupõe um determinado
nível de inferência clínica;
Níveis de inferência clínica:
Para relembrar: o psicodiagnóstico é um processo
científico, que se utiliza de técnicas e testes
psicológicos (input) e, através de uma série de passos,
termina com a comunicação de resultados (output)
após a integração e seleção dos dados;

Após a admissão de uma quantidade de dados, estes


devem ser trabalhados, conforme os objetivos
predeterminados, e integrados em função de níveis de
inferência que se pretende atingir;
Inferência: processo que vincula o input ao output;

Inferência em nível simples: quando se baseia


apenas num levantamento quantitativo – ex.
classificação diagnóstica;
A classificação dos resultados (output) refere-se à
formalização oral e/ou escrita de conclusões a que o
psicólogo chegou, estabelecidas e função de um
determinado nível de inferência;

A comunicação, porém, não abrange todos os dados e,


quase sempre não compreende todas as conclusões;

Há uma seleção de informações, pertinentes aos motivos


do encaminhamento – se estrutura conforme a natureza
do serviço ao qual será encaminhado o laudo ou de
acordo com o tipo de profissional que o solicitou;
DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO
Nem sempre o psicólogo precisa chegar,
obrigatoriamente, ao nível mais elevado de inferência
para obter uma hipótese diagnóstica ou o diagnóstico
mais provável;

Porém, muitas vezes, o psicólogo necessita identificar


déficits ou funções preservadas, afim de coletar dados
mais substanciais como base para um prognóstico;
Para se chegar à inferência clínica, chamada de
diagnóstico, o psicólogo deve examinar os dados que
se dispõe - informações sobre o quadro sintomático,
dados da história clínica, observações do
comportamento do paciente durante o processo
psicodiagnóstico e os resultados da testagem - em
função de determinados critérios (diagnósticos);
Muitos testes utilizados no psicodiagnóstico também
podem fornecer indícios muito úteis para o prognóstico;

Há uma série de passos e questões levantadas, que


permitem a eliminação de determinadas alternativas e a
seleção de outras, chegando afinal, à hipótese mais
provável;

Conforme o caso e as razões do encaminhamento, o


psicólogo deve realizar uma avaliação mais
compreensiva, baseada em informações adicionais;
O nível mais elevado de inferência fornece um
embasamento psicodinâmico, cujo objetivo é facilitar o
entendimento do profissional sobre a estrutura da
personalidade e conflitos psicológicos do paciente,
afim de desenvolver um plano de avaliação efetivo;
Para chegar à avaliação compreensiva, o psicólogo
deve ter um entendimento da natureza clínica, não só
na entrevista, mas durante a realização da série de
tarefas, implícitas numa bateria de testes, que
constituem um campo fértil para observar vários tipos
de comportamento;
Assim, tanto as observações sobre o comportamento
do sujeito e suas respostas aos testes como as reações
contratransferenciais do examinador fornecem
indícios que podem permitir que se chegue a elaborar
“uma formulação diagnóstica psicodinâmica, que é
uma explicação da patologia do paciente, em termos
de seus conflitos inconscientes e mecanismos de
defesa e das origens de seu comportamento atual;
COMUNICAÇÃO DOS RESULTADOS
Deve ser previsto no0 contrato de trabalho com o
sujeito e/ou responsável;

Deve se realizar como último passo seguido pelas


recomendações e pelo encerramento;

Devendo ser realizado através de comunicação oral e


escrita.
Os pareceres se restringem à análise de problemas
específicos colocados por determinado profissional
que já dispõe de informações sobre o sujeito;

Quase sempre os laudos constituem o resultado de um


processo psicodiagnóstico com vários objetivos;

Um parecer pressupõe um único objetivo;


Em consequência, os laudos costumam ser mais
extensos, abrangentes e minuciosos, ao passo que os
pareceres são mais focalizados, resumidos e breves;

Dependendo do dos objetivos, podem ser necessários


vários tipos de comunicação, como, p. ex., entrevista
devolutiva com os pais e com o sujeito, laudo
encaminhado ao pediatra, laudo ou parecer
encaminhado à escola, a qual solicitou inicialmente o
exame;
O conteúdo da comunicação é definido tanto pelas
questões específicas, formuladas no início do processo,
como pela identidade do receptor;

Existem questões cuja resposta é do interesse de um


receptor, mas não de outro;

Entendimento dinâmico: exploração do por que e


para que existe o sintoma;
As mesmas questões podem ser respondidas através de
comunicações diferentes, porém o conteúdo de cada
uma pode ser diverso em especificidade, profundidade
e extensão;

O sigilo profissional compromete o psicólogo a não


fornecer certas informações, ou a prestá-las somente a
quem de direito e sempre contemplando o benefício
do paciente;
O informe sobre a mesma crianças, p. ex., para a
escola, pode dispensar a classificação nosológica –
atende critérios de uniformização, possibilitando
a codificação, cujo conhecimento poderia levar a uma
discriminação do sujeito;

Para a escola, interessa saber que existe um problema,


como este se manifesta, qual a melhor maneira de lidar
com ele e que está havendo um atendimento
diferenciado para o mesmo;
No caso da escola contar com uma psicóloga , esta
poderá receber um laudo mais extenso e em
profundidade, do qual saberá selecionar as
informações que sabe que deve prestar à professora;

A terminologia e a linguagem, de modo geral, devem


ser adequadas às do receptor – preservar a
comunicação necessária,de acordo com o nível
sociocultural e intelectual, condições emocionais do
receptor;
Para que a comunicação dos resultados seja
cientificamente adequada, é necessário que a seleção,
organização e integração dos dados se realize, tendo
como ponto de referência as perguntas iniciais e os
objetivos do exame;

Tais dados, que emergem da testagem numa terminologia


científica, precisam, então ser decodificados, conforme
a identidade e a qualidade do receptor, sendo
comunicados de forma oral e/ou escrita;
A ciência ajuda o psicólogo a operacionalizar o seu
trabalho através dos passos de um processo de
psicodiagnóstico;

Mas para isso, se torna relevante sua formação,


preparação técnica, familiaridade com recursos e
manejo das técnicas para um bom exame psicológico;
Conforme o Código de Ética: “o psicólogo está
obrigado a fornecer ao examinando as informações que
foram encaminhadas ao solicitante e orientá-lo em
função dos resultados obtidos”;

É preciso distinguir a pessoa que solicita o exame


daquela que contrata o serviço, que nem sempre são
coincidentes – o receptor nem sempre é a pessoa que
contrata o serviço (deve haver consentimento
informado do contratante a respeito);
Estrutura do laudo:
1. Dados de identificação;
2. Motivos explícitos e implícitos da consulta – queixa;
3. Técnicas utilizadas;
4. Impressões sobre o sujeito;
5. Dados sobre o estado mental;
6. História clínica;
7. Resultados da testagem;
8. Entendimento dinâmico e/ou classificação nosológica
(se for o caso);
9. Prognóstico;
10. Possíveis encaminhamentos ou recomendações.

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