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Questões sobre a

subjetivação: processos
criativos do ser e processos
criativos em arte.
ARTE E INTERCULTURALIDADE – AULA 1

Profª Aletheia Alves da Silva


Universidade Estadual de Maringá
Sujeito

Subjetividade

Modos de
Subjetivação
O SUJEITO

EU PLENO
X
OUTRO INCOMPLETO
O SUJEITO

O SUJEITO MODERNO É PRIVILEGIADO, CIENTE


DE SI, CONDIÇÃO CENTRAL DE EXISTÊNCIA.

MAS E O OUTRO?
É HUMANIDADE RELATIVA

A sociedade moderna gera um problema ético na relação


com o outro. Vivemos uma sociedade massificada de
INDIVÍDUOS. (Franklin Leopoldo e Silva)
O SUJEITO

HOJE, O OUTRO ME CONSTITUI

MAS E O OUTRO?
É CORPO, NATUREZA, SOCIEDADE

Para Deleuze a diferença tem importância fundamental. A


realidade da diferença e o caráter construído e simbólico da
repetição. (Franklin Leopoldo e Silva)
O SUJEITO

O TEMPO CONSTITUI O SER NA MEDIDA EM


QUE ESTE ACOMPANHA A MUDANÇA
QUALITATIVA DOS INSTANTES.

COMPÔE UM CARÁTER DIFERENCIADO, POR


PROXIMIDADE E NÃO IDENTITÁRIO.
“E, olhando bem, isso é tão-só uma outra maneira
de dizer: o sujeito se constitui no dado”. (Gilles
Deleuze)
Rompe-se a noção de uma unidade evidente
atribuída ao sujeito, ou seja, com a noção de um ser
prévio que permanece.
O sujeito não está dado, mas se constitui nos dados
da experiência, no contato com os acontecimentos.
Nos diferentes encontros vividos com o outro,
exercitamos nossa potência para diferenciarmos de
nós mesmos e daqueles que nos cercam.
Uma forma (provisória) para o “lado
de dentro”.

Quais são essas forças que compõem


o homem?

“(. . .) força de imaginar, de recordar, de conceber,


de
querer”. (Gilles Deleuze)
O SUJEITO

O SUJEITO, ENTÃO, SÓ PODE SER


ANALISADO A PARTIR DE UMA
PROCESSUALIDADE, DE UM VIR A SER QUE
NÃO SE ESTABILIZA DE MANEIRA
DEFINITIVA.
MODOS DE SUBJETIVAÇÃO

A partir da transitoriedade do sujeito, como


são compostas as maneiras de existir ao
longo do tempo?

Compreende uma investigação histórica.


MODOS DE SUBJETIVAÇÃO

A ESCOLHA ESTÉTICA E POLÍTICA, POR MEIO DA


QUAL SE ACOLHE UM DETERMINADO TIPO DE
EXISTÊNCIA.

Os modos de subjetivação podem tomar as mais


diferentes configurações, sendo que estas
cooperam para produzir formas de vida e formas
de organização social distintas e, cabe insistir,
mutantes.
MODOS DE SUBJETIVAÇÃO

O final do século XX é marcado pela luta


que coloca em evidência os modos de
subjetivação e as possibilidades de
resistência que eles atualizam.
“(. . .) contra as formas de dominação (étnica, social e religiosa);
contra as formas de exploração que separam os indivíduos daquilo
que eles produzem; ou contra aquilo que liga o indivíduo a si
mesmo e o submete, deste modo, aos outros (lutas contra a sujeição,
SUBJETIVIDADE

Não implica uma posse, mas uma produção


incessante que acontece a partir dos
encontros que vivemos com o outro.

“(. . .) subjetividade não é passível de totalização ou


de
centralização no indivíduo”(Felix Guattari)
SUBJETIVIDADE

Diversas são as tentativas que buscam fixar a


força subjetiva produtiva. Ao tomar uma posição
dominante e organizada, desqualifica as ações que
colocam a vida em movimento.
“Tudo o que é do domínio da surpresa e da angústia,
mas
também do desejo, da vontade de amar e de criar
deve se encaixar de algum jeito nos registros de
SUBJETIVIDADE
É uma matéria-prima viva e mutante a partir da qual é
possível experimentar e inventar maneiras diferentes de
perceber o mundo e de nele agir.

As dinâmicas subjetivas que congregam a relação com o


outro reivindicam um novo entendimento sobre os
processos criativos artísticos, especialmente no que
tange a MATERIALIDADE.
Materialidade em processo
PROBLEMA

A necessidade de um novo entendimento


sobre a materialidade na Arte.

Hipermodernidade.

De uma visão processual desvinculada da


dicotomia MATERIAL vs. IMATERIAL
FUNDAMENTOS

Teoria Corpomídia

A questão epistemológica do corpo


PERGUNTA

O que singulariza os estudos do corpo como a


matriz da comunicação e da cognição, como
uma especialização que trabalha basicamente
com o movimento metafórico?
LEMBRANDO QUE...

O pensamento metafórico se organiza


a partir de sucessivas e incessantes
representações do real e desloca a
ação cotidiana para os domínios do
simbólico.

O novo não está no que é dito, mas no acontecimento da sua


volta.
(Foucault)
A LINGUAGEM NASCE
DESTA SEGREGAÇÃO.

signos naturais vs. signos simbólicos


Os novos materialismos tratam da matéria
emergente, das coisas que vêm sendo
produzidas e que ainda não possuem uma
definição precisa.

O que é a matéria?
Matéria era tudo aquilo que tinha massa e que
ocupava lugar no espaço.
Esta visão mecanicista foi uma herança deixada por
René Descartes e persiste no imaginário do senso
comum até os dias de hoje.
Na lógica cartesiana dualista podemos dizer que todo
corpo que não apresenta tais características pode ser
considerado imaterial.
O que seria o caso da mente, classificada por ele como
algo separado do mundo físico.
Falar de matéria significa falar do que
está presente em todos os segmentos
da vida na terra. Afinal, somos
formados e rodeados por matéria, e é
através dela que concretizamos nossa
experiência de ser e estar no mundo.
Da revolução industrial, século XIX, o
comportamento utilitário e tecnicista para com a
matéria cultivou uma sociedade altamente
materialista, ao mesmo tempo em que continuamos
a produzir uma enorme quantidade de “coisas” sem
massa e que não ocupam lugar no espaço, como o
pensamento, a consciência, o desejo, a linguagem, o
conhecimento.
A definição de si.
No plano da superfície de um universo
observável, fica bastante clara a
distinção daquilo que é da ordem do
objeto e do que é da ordem do sujeito,
cada um muito bem delimitado, entre
aquilo que é material e aquilo que é
tido como imaterial.
Observamos a vida sendo controlada por
mecanismos de poder que operam em diversos
níveis, do micro ao macro, estabelecendo
normas a serem cumpridas pelos indivíduos
desde o seu nascimento até a morte, o que traz
consequências diretas ao processo de
constituição do corpo e de seus processos de
subjetivação.
Devemos entender como ‘coisa’ aquilo que fazemos do mundo
e não aquilo que nele encontramos, num entrecruzamento entre
mente e matéria. (Elizabeth Grosz)

MATERIALIDADE - a matéria que se encontra


configurada em algo, sendo que esta configuração é
o que possibilita a invenção do novo.
BIBLIOGRAFIA

DELEUZE, G. (1988). Foucault (C. S. Martins, trad.). São Paulo: Brasiliense.


DELEUZE, G. & Guattari, F. (1997). Mil platôs: capitalismo e esquizofrenia (S. Rolnik, trad, v. 4). São Paulo:
Editora 34.
FOUCAULT, M. (2004). A Hermenêutica do sujeito – Curso do Collège de France, 1981 – 1982 (S. T.
Muchail, trad.). São Paulo: Martins Fontes.
GUATTARI, F. & ROLNIK, S. (1996). Micropolítica: cartografias do desejo. Petrópolis: Vozes.
LOPES, Vanessa. A Materialidade na Arte: uma leitura orientada para o processo. Revista Vazantes. 2017.
KATZ, Helena; GREINER, Christine (Org.). Arte & Cognição: corpomídia, comunicação e política. São Paulo:
Annablume, 2015.
GREINER, Christine. O Corpo: Pistas para Estudos Indisciplinares. São Paulo: Annablume, 2005.
NORA, Sigrid (Org.). O Meio é a Mensagem: Porque o Corpo é Objeto da Comunicação. In: Húmus, n. 1.
Caxias do Sul: Lorigraf, 2004.

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