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Traumatologia forense:

Morte violenta
acidental, acidentes de
viação
Discentes: Amanda Kabandana
Cilisa Cassiano
Helena Machiane
Venancio Junior
Docentes: Samito Mazive
Stela Matsinhe
sumário
 Introdução
 Lesões em vitimas de atropelamento
 Fases de atropelamento
 Elementos encontrados no vestuário e corpo da vitima
 Indícios encontrados no veiculo suspeito
 Lesões em ocupantes de veículos
 Acidentes com Veículos de 2 Rodas
 Conclusão
 bibliografia
Introduçao

 Os acidentes de viação são a principal causa de morte violenta. As sequelas


que daí resultam na população jovem e economicamente ativa em países
desenvolvidos podem ser comparados com países em guerra. Apenas uma
pequena percentagem dos acidentes são originados por falhas do veículo ou
por condições adversas1,2. A grande maioria dos acidentes são causados por
imprudência, negligência, imperícia de condutores ou peões, consumo de
álcool e outras substâncias estupefacientes, o que torna a reconstrução dos
acidentes um ponto fulcral, na investigação e prevenção de novos acidentes
Lesões em vitimas de atropelamento

 O acidente rodoviário mais frequentemente causador de lesões corporais e


morte é o atropelamento.
 Este pode ser definido como o embate de um veículo em movimento com um
peão, quer até se encontre parado ou não.
Fases de atropelamento

1. Embate do veículo com o peão


2. Queda do peão
3. Arrastamento e/ou esmagamento da vitima
Fases de embate ou choque

 O peão pode ser atingido frontal ou tangencialmente. Em qualquer dos casos,


a sua posição relativa em relação ao veículo pode ser de frente, de costas ou
de lado.
 As lesões resultantes da fase de embate são de natureza contusa
(escoriações, equimoses, ferimentos contusos, fracturas, luxações).
 As fracturas dos ossos das pernas são comuns nas vítimas de atropelamento.
Contudo a fractura da tíbia só é característica da fase do embate
habitualmente do pára-choques com a perna se tiver a configuração
cuneiforme.
Fase da Queda

 A fase de queda, ou melhor, de projecção e queda deve-se ao movimento


imprimido ao corpo do peão.
 Consoante a velocidade do veículo seja maior ou menor, a projecção também
se pode dar a uma maior ou menor distância.
 Quando a perda do equilíbrio é total, o peão, ao cair embate no chão, do que
pode resultar graves contusões.
 Algumas como por exemplo: as devidas ao choque do crânio com o solo,
podem ser mortais. É possível neste tipo de traumatismos cranianos, surgirem
lesões meningoencefalicos por mecanismos de contragolpe, bem como
fracturas indirectas.
Fase de Esmagamento e/ou
Arrastamento
 Diz-se que houve esmagamento quando o rodado da viatura passa por cima
do corpo. Consoante a região atingida, podem-se encontrar:
 Fracturas costais bilaterais
 Luxação sacro-iliaca bilateral
A passagem dos pneumáticos sobre o corpo da vítima pode deixar nele gravadas
contusões moderadas.
O tubo de escape ou gases podem causar queimaduras. As lesões produzidas por
arrastamento não são específicas. Em muitos casos há arrancamento extenso da
pele e tecidos subjacentes, sem grande hemorragia.
Elementos encontrados no vestuário e
corpo da vitima
 Fragmentos provenientes do veículo (vidro, verniz, tinta)
 Impressão moderada (do radiador, dos pneus) no vestuário
 Contusões moderadas no corpo da vítima
 Altura das lesões de embate.
Indícios encontrados no veiculo suspeito

 Manchas suspeitas de sangue


 Pedaços de pele
 Esquírolas de ossos
 Cabelos
 A impressão (ou contusão) modelada da grelha dum radiador pode indicar aos
investigadores o tipo de viatura. As alturas das lesões de embate devem ser
interpretadas com cuidado. Habitualmente é de interesse medir a altura que
vai desde a fractura até ao calcanhar – que se presume ser a altura do pára-
choques do automóvel. Há casos em que as lesões de embate localizam-se em
posição mais alta. Nestes casos é necessário não confundi-las com as fracturas
bilaterais, pois que são quase sempre unilaterais.
Lesões em ocupantes de veículos

 Quando as lesões mortais resultam de acidente por colisão de veículos,


capotamento, choque com o habitáculo, podem as vitimas serem projectadas,
quer no interior do automóvel, quer para o exterior.
 É possível nalguns casos, identificar a posição dos ocupantes pelo exame das
suas lesões. O condutor tem muitas vezes a contusão modelada do volante no
tórax.
 As partes salientes do tablier, espelho retrovisor, o vidro pára-brisas,
produzem lesões nos ocupantes dos assentos dianteiros, mas só o exame do
próprio veículo permitirá confirmar a origem das lesões.
Cont.

 Os pontos de impacto possíveis a que um condutor pode estar sujeito, quando em


velocidade colida com um objecto, e não utiliza um cinto de segurança.
 A cabeça pode embater no pára-brisas ou nos seus bordos, o peito pode bater no
volante com extensas fracturas de costelas e esterno.
 Podem surgir fracturas nos joelhos ou colo do fémur provocadas pelo impacto no
tablier, particularmente no condutor, podem surgir também lesões provocadas pelos
pedais.
 O passageiro da frente, do lado do condutor, por vezes vai distraído não presta
atenção à estrada e mais facilmente é vítima de lesões óculo-palpebrais podendo
inclusivamente ser projectado pelo para-brisas. Outras vezes vai atento e trava, tal
qual o condutor, sendo vítima de lesões idênticas dos membros inferiores. Os
restantes passageiros podem apresentar perdas do couro cabeludo que embateram
no tecto do veículo.
Impacto frontal

 Quando ocorre a colisão frontal, os ocupantes são projetados com a mesma


velocidade do veículo. Sem o uso do cinto de segurança, os joelhos do
condutor irão embater contra o tablier à semelhante do passageiro, após o
embate inicial com os joelhos, o corpo projeta-se para diante, recebendo um
segundo impacto contra o volante e um terceiro impacto junto ao pára-brisas.
Fraturas dos ossos do pé e do tornozelo são comuns.
Cont..

Fratura do tornozelo direito após acidente de viação. Fratura do 1º metatarso do pé direito após traumatismo
Escoriação produzida pelo embate com os pedais com os pedais por acidente de viação. Impacto frontal
Impacto Lateral

 Este tipo de acidente geralmente acontece nos cruzamentos quando o veículo


é colhido por outro lateralmente. Ao contrário dos impactos frontais, não
existe muita absorção de energia pelo habitáculo. O impacto rapidamente é
transmitido aos ocupantes.
 Lacerações em formas de cubos são provocadas pela fragmentação do vidro
dependendo da projeção, sendo mais acentuada nos passageiros junto às
janelas. Os vidros laterais não são laminados como no para-brisas e
estilhaçam com padrão típico.
Cont..

Placa de escoriação no membro superior esquerdo em


condutor após embate lateral
capotamento

 Não existe nenhuma lesão específica. O que é possível observar,


principalmente nas vítimas que não se encontram presas pelo cinto de
segurança, são múltiplas escoriações e traumatismos produzidos pelo impacto
contra o teto ou regiões salientes do veículo à semelhança do já descrito.
Cont..

Múltiplos traumatismos por ação contundente após


capotamento.
Acidentes com Veículos de 2 Rodas

 As vítimas dos acidentes com veículos de 2 rodas são indivíduos de todas as idades,
mas com uma maior incidência no grupo dos 16-17 anos.
 Se um peão é vítima de um veículo de 2 rodas, o esquema de atropelamento é
semelhante ao provocado por um de 4 rodas. Como a face anterior destes veículos
sofrem grande nº de lesões, particularmente graves, quando há atingimento das
estruturas Crânio-Encefálicos com destruição do encéfalo e paralisias resultantes de
lesões da espinal-medula.
 Quanto à distribuição das feridas podemos observar que os membros inferiores são
atingidos na mesma proporção e há pequenas diferenças da direita para a esquerda,
tal como acontece nos membros superiores.
 Normalmente não são fatais, excepto se houver fracturas múltiplas. As feridas do
abdómen e tronco requerem mais cuidados pois podem estar lesados órgãos
internos. As de maior gravidade são as da cabeça, quase sempre fatais.
Conclusão

 Os acidentes de viação estão entre os mais frequentes e também entre os


mais fatais. São responsáveis por ações em direito do trabalho, direito penal
e direito civil. Sobrecarregam Seguradoras, Tribunais, tratamentos e
indenizações de sequelas. Os equipamentos de segurança (cintos ou air bags)
embora possam provocar lesões, diminuem significativamente os casos
mortais e minimizam reduzem a sua gravidade. É importante e obrigatório o
uso do cinto por todos os ocupantes, incluindo os ocupantes dos bancos
traseiros.
Bibliografia

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