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SUSANA FELGUEIRAS

Biologia 12.º ano


1

Hormonas - substâncias químicas de natureza muito variada, produzidas por glândulas


endócrinas (glândulas que segregam os produtos diretamente para a corrente
sanguínea), localizadas em várias regiões do organismo.

Hormonas podem atuar no


próprio local onde são lançadas
ou serem transportadas pelo
sangue para regiões mais
afastadas onde atuam em células
específicas – as células-alvo,
regulando processos celulares.
Quando uma molécula de
hormona se fixa a um recetor
específico de uma célula-alvo,
desencadeia nessa célula a
resposta adequada à mensagem
química por ela transportada.
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O hipotálamo é um órgão nervoso e


endócrino ligado à hipófise. É responsável
pela produção de hormonas que
estimulam a hipófise. Pelo facto do
hipotálamo e a hipófise se encontrarem
intimamente relacionados, formam um
complexo designado – complexo
hipotálamo-hipófise.

A hipófise é uma glândula endócrina


situada na base do encéfalo. É
constituída pelo: - lobo anterior de
natureza glandular, responsável pela
segregação de hormonas; - lobo
posterior, de natureza nervosa,
responsável pela produção e receção
de estímulos nervosos.
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Controlo Hormonal no Homem


 As hormonas masculinas – os androgénios, estimulam o
desenvolvimento dos caracteres sexuais primários e secundários.
 O androgénio principal é a testosterona, que é produzida pelas
células de Leydig (células intersticiais).
 Esta hormona estimula:
1. o desenvolvimento dos órgãos sexuais masculinos;
2. a descida, durante o desenvolvimento embrionário, dos
testículos para o escroto;
3. o aparecimento dos caracteres sexuais secundários;
4. a espermatogénese;
5. o crescimento e incremento da atividade da próstata, vesículas
seminais e pénis.
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Um mecanismo de retroação é aquele em que uma modificação,


introduzida no sistema, desencadeia um processo que acaba por atuar
nessa mesma modificação.

Resposta
Estímulo
Modificação Centro
do meio Recetor coordenador Efetor

O processo de retroação pode ser positivo ou negativo.


• É negativo quando a ação tende a superar o desvio em
relação ao valor normal.
• É positivo quando a ação tende a aumentar o desvio
relativamente ao valor normal.
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 As células-alvo da testosterona são


Hipotálamo  as células dos tubos seminíferos, as
células onde se vão expressar os
GnRH
 caracteres sexuais secundários e as
células do testículo.
Hipófise Inibe FSH
anterior   As células testiculares são, por sua
vez, controladas pela hipófise
FSH LH anterior, através das hormonas
Testículos hipofisárias FSH e LH.

Túbulos seminíferos
 A FSH tem como células-alvo as
Células de Sertoli Células de Leydig células dos tubos seminíferos, onde
estimula o seu crescimento e as
primeiras fases da
espermatogénese.
Estimulação das
células da linha Secreção de  A LH tem como células-alvo as
células de Leydig, nas quais estimula
germinativa e das
células de Sertoli
testosterona a produção de testosterona.

 Estimula  A hipófise é, por seu turno,


controlada pelo hipotálamo através
 Inibe Inibina
das hormonas de libertação GnRH
(produzida que, passando por via sanguínea
pelas células para a hipófise anterior, estimula a
de Sertoli)
produção de FSH e LH.
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Controlo Hormonal na Mulher

Ciclo sexual – conjunto de fenómenos cíclicos que acompanham a formação dos


gâmetas, desde a puberdade até à menopausa. Transformações cíclicas ao longo
do ciclo sexual:

 menstruação (regras ou «período»), que corresponde


à evolução da mucosa uterina (endométrio);
 tensão nos seios;
 secreção vaginal;
 aumento da temperatura corporal (alguns décimos
de graus após a ovulação);
 evolução dos folículos ováricos e do corpo amarelo;
 a ovulação;
 variação das concentrações das hormonas ováricas e
hipofisárias.
Cada ciclo sexual da mulher tem uma duração
média de 28 dias e compreende o ciclo ovárico e o
ciclo uterino.
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Ciclo Ovárico – é caracterizado pela evolução de um folículo, a qual ocorre em duas fases
separadas pela ovulação: a fase folicular e a fase luteínica ou do corpo amarelo.
Fase Luteínica – é caracterizada pela formação e
Fase Folicular – é caracterizada pela maturação de
evolução do corpo amarelo. Se não ocorrer
um folículo; termina com a ovulação.
fecundação o corpo amarelo regride.
Ciclo Uterino – O endométrio está sujeito a alterações periódicas induzidas pelas variações
das concentrações das hormonas ováricas. Estas alterações ocorrem em períodos de 28 dias
e incluem três fases.
Fase Menstrual – Quando Fase Proliferativa – Fase Secretora – O endométrio atinge a espessura
não ocorre fecundação, o Ocorre entre o 5.º e o máxima e as glândulas tubulosas tornam-se
corpo amarelo atrofia e 14.º dia. Nesta fase, sinuosas e adquirem capacidade secretora,
as concentrações das ocorre a proliferação produzindo muco cervical e glicogénio
hormonas ováricas e reparação da (polissacarídeo de glicose). Se ocorrer fecundação o
diminuem, deixando de mucosa uterina endométrio apresenta as condições favoráveis
estimular o endométrio. (endométrio) e para a implantação do embrião. Se, pelo contrário,
A rutura dos vasos desenvolvimento de não ocorrer fecundação, ocorre uma nova fase
sanguíneos provoca glândulas tubulosas. menstrual. A fase secretora é simultânea com a
hemorragias e o sangue fase luteínica.
juntamente com os restos
da mucosa, constituem a
menstruação, que dura
cerca de 5 dias.

1.º dia 5.º dia 14.º dia 28.º dia


Ovulação
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Ciclo ovárico
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Ciclo uterino
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 Hipotálamo

GnRH

Hipófise
anterior

FSH LH
Ovário
Folículos Corpo amarelo
em desenvolvimento em desenvolvimento

Secreção de estrogénios Secreção de estrogénios e


pelas células foliculares progesterona pelas células
(teca interna) do corpo lúteo

Estrogénios Progesterona +
Útero Estrogénios
Desenvolvimento da
Aumento e manutenção capacidade secretora
da espessura do
endométrio
pelas glândulas do  Estimula
endométrio
 Inibe
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Fase menstrual  GnRH  FSH e LH


Hipotálamo Hipófise Ovário
(DIA 1) Retroação
 Estrogénio negativa
 Progesterona Crescimento
dos folículos  Estrogénio
(DIA 28)

Fase proliferativa
Regressão do corpo
Hipotálamo
lúteo
 GnRH
Ovário
Retroação
Hipófise
 FSH e LH positiva
 LH
Hipófise
Retroação Ovário
 GnRH negativa Desenvolvimento
do corpo lúteo Ovulação (DIA 14)
Hipotálamo
 Estrogénio
 Progesterona

Fase secretora
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No final de cada ciclo, a


diminuição da concentração
das hormonas ováricas
estimula o hipotálamo.
Através da GnRH, o
hipotálamo estimula a
hipófise anterior que, por
sua vez, aumenta a
concentração de FSH.
Esta hormona estimula, no
ovário, o desenvolvimento a
fase folicular. As células
foliculares (teca) passam a
sintetizar estrogénios que
vão estimular, no útero, o
início da fase proliferativa.
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A elevada concentração de estrogénios (14.º


dia) influencia o hipotálamo e, indiretamente,
a hipófise anterior. A elevada concentração de
estrogénios provoca:
1. inibição da produção de uma GnRH pelo
hipotálamo que deixa de estimular a hipófise
anterior. Esta cessa a produção de FSH,
deixando de estimular o ovário e,
consequentemente, provocando uma
diminuição na produção de estrogénios;
2. estimulação da produção de outra GnRH pelo
hipotálamo provocando, ao nível da hipófise
anterior, um aumento brusco na secreção de
LH.
O aumento brusco da concentração de LH
provoca:
1. a conclusão da primeira divisão meiótica do
oócito;
2. a rutura do folículo de Graaf e,
consequentemente, a ovulação;
3. a estimulação do processo de luteínização (fase
luteínica), o que conduz a um aumento da
concentração da progesterona e de estrogénios.
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O aumento da concentração da
progesterona vai provocar, ao nível do
endométrio, a transformação das
glândulas tubulosas em sinuosas que,
por sua vez, adquirem capacidade
secretora, produzindo um fluído
constituído por muco e glicogénio,
essencial para uma possível fixação do
embrião no útero (fase secretora).
Se não ocorrer fecundação o corpo
amarelo atrofia e as concentrações de
progesterona e estrogénios diminuem,
deixando de estimular o endométrio.
Esta ausência de estímulo hormonal
causa a rutura dos vasos sanguíneos o
que, por seu turno, provoca
hemorragias. O sangue juntamente com
os restos da mucosa, constituem a
menstruação, que dura cerca de 5 dias.
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Fecundação, Desenvolvimento embrionário e Gestação

Fecundação
A fecundação consiste
na união do gâmeta
masculino
(espermatozoide) com o
gâmeta feminino
(oócito II).
Desta união, que ocorre
nas trompas de Falópio,
resulta a formação do
ovo ou zigoto.
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REAÇÃO ACROSSÓMICA
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Desenvolvimento embrionário e Gestação


Período embrionário 9 semanas
• Formação, desenvolvimento e
Embrião diferenciação do embrião;
• Nidação;
Desenvolvimento • Formação dos anexos embrionários.
embrionário

Feto
Período fetal 31 semanas

• Aumento da complexidade e maturação


dos órgãos do feto;
• Crescimento rápido e variação das
proporções do corpo.
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Dias
Fecundação 1.º

Mórula
4.º

Blastocisto (trofoblasto e
5.º
botão embrionário)

Nidação 7.º
14.º
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FASES DO DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO

Organogénese /diferenciação celular


Segmentação/ Gastrulação/
crescimento morfogénese Neurulação Restantes etapas

Ovo Gástrula Neurulação Transformações da:


didérmica - Forma;
- Estrutura;
Mórula
Diferenciação do - Composição
Gástrula sistema nervoso química.
Blástula/ Tridérmica
Blastocisto

Ectoderme
Mesoderme
Endoderme
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Ocorrem três processos fundamentais no 1.º trimestre do


desenvolvimento embrionário. Esses processos são:
 Crescimento ou segmentação – Ocorrem durante todo o
desenvolvimento animal através de mitoses sucessivas,
que asseguram a distribuição igualitária do material
genético.
 Morfogénese ou gastrulação – Movimentos de territórios
celulares muito complexos que conduzem à formação dos
folhetos germinais primitivos (ectoderme, mesoderme e
endoderme). Nas sucessivas divisões mitóticas, algumas
células têm ciclos de divisão mais rápidos do que outras.
 Diferenciação celular ou organogénese – Formação de
tecidos especializados a partir dos folhetos germinais
primitivos e estabelecimento de inter-relações entre os
tecidos que levam à formação de órgãos.
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• Sistema nervoso
Ectoderme • Órgãos dos sentidos
• Epiderme

• Esqueleto
Diferenciação • Músculos
celular Mesoderme • Sistema circulatório
• Sistema excretor
• Sistema reprodutor

• Sistema respiratório
Endoderme • Fígado
• Pâncreas
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Controlo hormonal após a gravidez


 Células do blastocisto produzem uma
hormona – a gonadotropina coriónica
humana (hCG), responsável pela
manutenção e estimulação do corpo
amarelo.
 Desta forma, o corpo amarelo continua a
produzir progesterona e estrogénios. Estas
hormonas: (1) garantem a manutenção da
espessura do endométrio e (2) inibem a
produção de FSH e LH (através de um
mecanismo de retroação negativa) por
parte da hipófise e, consequentemente, a
oogénese. Assim, os ciclos ovárico e
uterino são interrompidos durante a
gravidez, não se verificando por isso nem a
ovulação, nem a menstruação.
 Após as primeiras 7/9 semanas de
gestação, a placenta substitui o corpo
amarelo (que entra em regressão)
permitindo a manutenção da concentração
elevada de progesterona e de estrogénios,
essenciais para conservação da espessura
do endométrio.
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Parto
 Oxitocina – Hormona produzida pelo hipófise
anterior, depois de estimulada pelo
hipotálamo. Funciona como agente de
contração muscular, estimulando o miométrio
durante o trabalho de parto e células contráteis
das glândulas mamárias, que permitem a
libertação de leite durante a amamentação.
 Prostaglandinas (produzidas pela placenta) –
Também ativa o músculo uterino. Na sua
ausência, o colo do útero não se dilata de
maneira adequada, impedindo a progressão
normal do trabalho de parto.
 Relaxina – É segregada inicialmente pelo corpo
Iúteo. Todavia, na gravidez, a maior parte da
relaxina provém, provavelmente, do músculo
uterino e da placenta. Amolece o tecido
conjuntivo entre os ossos da cintura pélvica, de
modo que a abertura pélvica se alargue,
 Progesterona – Inibe as contrações uterinas, permitindo ao bebé atravessá-la mais
pelo que a sua produção tem que cessar uns facilmente na altura do parto. A relaxina
dias antes do parto, permitindo a atuação de também amolece o colo uterino, podendo
todas as outras hormonas associadas ao contribuir para o desencadeamento do
desencadear do trabalho de parto. trabalho de parto no final do período de
gestação, facilitando a atuação da oxitocina.
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Parto

O parto é induzido por prostaglandinas e oxitocina, num


mecanismo de retroação positiva.
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Aleitamento

Hipotálamo
- +

+
Produção de Hipófise Hipófise
Impulso nervoso
Placenta estrogénios e
progesterona
Oxitocina Prolactina
Sucção pelo bebé
Crescimento e durante o
desenvolvimento das Glândulas Glândulas amamento
glândulas e ductos mamárias mamárias
mamários

Ejeção do Produção do
leite leite

O aleitamento é controlado pelas hormonas prolactina


(produzida pela hipófise anterior) e oxitocina.

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