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RECUPERAÇÃO

JUDICIAL
E
EXTRAJUDICIA
L

Prof.ª. Márcia Marcondes Diniz de Freitas


Recuperar é READQUIRIR a
capacidade de solver, e,
EFETIVAMENTE SOLVER.

EXTRAJUDICIAL – o devedor chama


RECUPERAÇÃ os credores e fazem um acordo. O
O DE Judiciário apenas homologa e
mantem o controle da legalidade.
EMPRESAS JUDICIAL – o devedor requer ao juiz
a recuperação. Os credores serão
chamados pelo juiz para se
manifestarem sobre a proposta de
recuperação.
RECUPERAÇÃO DE EMPRESAS

INTRODUZIDA PELA ATUAL LEI DE FALENCIAS – LEI 11.101/ 2005


Antes, no Dec. 7661/45 – instituto da concordada – mesma finalidade da
recuperação de empresas mas, com diferenças fundamentais no procedimento.
A concordata acontecia sem a necessidade da anuência previa dos credores, lesando-os
muitas vezes. Hoje a recuperação requisita obrigatoriamente a previa anuência dos credores.
Na concordata a alternativa de reerguer a empresa era apenas dilação (até 24 meses) e
remissão (perdão em até 50% dos créditos quirografários) imposto aos credores, pelo
preenchimento dos requisitos legais pelo empresário. Hoje o empresário só terá acesso a
recuperação pela anuência dos credores. Ainda instituiu adicionalmente outras alternativas
(fusão de empresas, venda do estabelecimento) que melhor lhe convier. A remissão cabe até
100%, mas, fica ao crivo da aprovação dos credores. Assim, a elaboração do plano precisa
ser de bom senso econômico financeiro.
RECUPERAÇÃO DE EMPRESAS

Existiam dois momentos para pleitear a concordata:


Concordata preventiva – antes da decretação da falência
Concordata suspensiva – após a decretação da falência
Hoje o empresário falido NÃO pode pleitear o benefício da recuperação.

A concordata não era possível pleitear o benefício de forma extrajudicial,


mas, SOMENTE JUDICIAL. Se convocasse os credores extrajudicialmente
– concordata branca – poderia ter a falência decretada.
Hoje, pode a RECUPERAÇÃO JUDICIAL E EXTRAJUDICIAL
RECUPERAÇÃO DE EMPRESAS
CONFORME LRF
Art. 2o Esta Lei não se aplica a:
I – empresa pública e sociedade de economia mista;
II – instituição financeira pública ou privada, cooperativa de crédito,
consórcio, entidade de previdência complementar, sociedade operadora
de plano de assistência à saúde, sociedade seguradora, sociedade de
capitalização e outras entidades legalmente equiparadas às anteriores.

NÃO HÁ EXCEÇÃO OU RELATIVIDADE – não cabe recuperação


Art. 1º Esta Lei disciplina a recuperação judicial, a recuperação
extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade

LEGITIMIDADE empresária, doravante referidos simplesmente como devedor.

ATIVA  EMPRESÁRIO INDIVIDUAL


 SOCIEDADE EMPRESÁRIA
 SLU

Discussão na sociedade e no PJ para que o pedido de RJ


possa ser realizado com base nas atividades econômicas
PRODUTOR RURAL
LEGITIMIDADE ATIVA
PRODUTOR RURAL - STJ –
4 TURMA – NÃO UNANIME – RESP
1.800.032
O relator apontou que as condições temporais
necessárias para que o empresário rural solicite a
recuperação judicial foram sintetizadas no
Enunciado 97 da III Jornada de Direito Comercial,
promovida pelo Conselho da Justiça Federal.
LEGITIMIDADE De acordo com o enunciado, o produtor rural –
ATIVA pessoa natural ou jurídica –, no momento do
pedido de recuperação, não precisa estar inscrito
há mais de dois anos como empresário; basta
demonstrar o exercício da atividade por esse
período e comprovar a inscrição anterior ao
pedido.
CABE A TODAS AS DIVIDAS E NÃO SOMENTE
AQUELAS QUE FORAM CONTRAÍDAS APÓS O
REGISTRO NA JC
Art. 48
§ 2º No caso de exercício de atividade rural por pessoa jurídica, admite-
se a comprovação do prazo estabelecido no caput deste artigo por
meio da Escrituração Contábil Fiscal (ECF), ou por meio de
obrigação legal de registros contábeis que venha a substituir a ECF,
entregue tempestivamente.    
(Redação dada pela Lei nº 14.112, de 2020)    (Vigência)
§ 3º Para a comprovação do prazo estabelecido no caput deste artigo, o
cálculo do período de exercício de atividade rural por pessoa física é feito
com base no Livro Caixa Digital do Produtor Rural (LCDPR), ou por meio

LEGITIMIDADE
de obrigação legal de registros contábeis que venha a substituir o
LCDPR, e pela Declaração do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física
(DIRPF) e balanço patrimonial, todos entregues tempestivamente.

ATIVA (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020)    (Vigência)


§ 4º Para efeito do disposto no § 3º deste artigo, no que diz respeito ao
período em que não for exigível a entrega do LCDPR, admitir-se-á a
entrega do livro-caixa utilizado para a elaboração da DIRPF.  
(Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020)    (Vigência)
§ 5º Para os fins de atendimento ao disposto nos §§ 2º e 3º deste artigo,
as informações contábeis relativas a receitas, a bens, a despesas, a
custos e a dívidas deverão estar organizadas de acordo com a legislação
e com o padrão contábil da legislação correlata vigente, bem como
guardar obediência ao regime de competência e de elaboração de
balanço patrimonial por contador habilitado.   
(Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020)     (Vigência)
LEGITIMIDADE ATIVA

PRODUTOR RURAL - STJ – 4 TURMA – NÃO UNANIME – RESP 1.800.032

Precisa comprovar a atividade em si há mais de 2 anos e


Art. 48, parágrafo único - § 2º No caso de exercício de atividade rural por pessoa jurídica, admite-se a
comprovação do prazo estabelecido no caput deste artigo por meio da Escrituração Contábil Fiscal (ECF), ou por meio de
obrigação legal de registros contábeis que venha a substituir a ECF, entregue tempestivamente.   

(no caso de atividade rural exercida por pessoa jurídica), do Livro de Caixa
Digital do Produtor Rural (LCDPR), ou de obrigação legal de registros
contábeis que venha a substituí-la, da Declaração de Imposto de Renda e do
balanço patrimonial (no caso de atividade rural exercida por pessoa física) (art.
48, §§ 2º e 3º).
FAZER INSCRIÇÃO NA JC

COMPROVAR INFORMAÇÕES
CONTÁBEIS ORGANIZADAS DE
ACORDO COM A LEGISLAÇÃO
LEGITIMIDADE VIGENTE
ATIVA
PODE INSERIR DÍVIDAS
ANTERIORES A INSCRIÇÃO NA
JC, COM ALGUMAS EXCEÇÕES
(ex: créditos renegociados da lei 4829/65 e
créditos dos últimos 3 anos para aquisição de
terras)
LEGITIMIDADE ATIVA

Plano especial do produtor rural não poderá envolver crédito superior a R$ 4,8 milhões (art. 70-A).
(no caso de atividade rural exercida por pessoa jurídica), do Livro de Caixa Digital do Produtor Rural
(LCDPR), ou de obrigação legal de registros contábeis que venha a substituí-la, da Declaração de
Imposto de Renda e do balanço patrimonial (no caso de atividade rural exercida por pessoa física) (art.
48, §§ 2º e 3º).
Somente estarão sujeitos à recuperação judicial os créditos que decorram exclusivamente da atividade
rural, ainda que não vencidos (art. 49, § 6º).
Não se sujeitarão aos efeitos da recuperação judicial os recursos controlados e abrangidos nos termos
dos arts. 14 e 21 da Lei nº 4.829/65 (art. 49, § 7º). No entanto, caso não tenham sido renegociados antes
do pedido de recuperação judicial, na forma de ato do Poder Executivo, tais créditos se sujeitarão aos
efeitos do plano (art. 49, § 8º).
Não estarão sujeitos à recuperação judicial os créditos relativos às dívidas constituídas nos três últimos
anos anteriores ao pedido de recuperação judicial que tenham sido contraídas para aquisição de
propriedades rurais, bem como as respectivas garantias (art. 49, § 9º).
SOCIEDADES COOPERATIVAS
DE SAÚDE

LEGITIMIDADE ATIVA
Art. 6º § 13.  Não se sujeitam aos efeitos da
recuperação judicial os contratos e obrigações
decorrentes dos atos cooperativos praticados
pelas sociedades cooperativas com seus
cooperados, na forma do
LEGITIMIDADE art. 79 da Lei nº 5.764, de 16 de dezembro de 1
971
ATIVA , consequentemente, não se aplicando a
vedação contida no inciso II do art. 2º quando a
sociedade operadora de plano de assistência
à saúde for cooperativa médica.   
(Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020)    
(Vigência)
EXCLUÍDAS
SOCIEDADES DE CRÉDITO
SOCIEDADES DE PLANOS DE SAÚDE EM
GERAL
ASSOCIAÇÕES

EXERCE UMA ATIVIDADE ECONÔMICA


SEM DÚVIDA
LEGITIMIDADE
ATIVA MAS, NÃO É UMA ATIVIDADE
ECONÔMICA CONFORME O ART. 966,
CC

ATUALMENTE
EXCLUÍDAS DO ÂMBITO DA LEI 11.101
FUNDAMENTOU QUE A TEORIA DA
EMPRESA ESTÁ ATRASADO COMO A
PRÓPRIA LEGISLAÇÃO
EMPRESARIAL
Processo: 0093754-90.2020.8.19.0001
https://www.migalhas.com.br/quentes/327075/pedido-de-recuperacao-judicial-do-grupo-candido-mendes-e-deferido
RJ – Casa de Saúde Portugal – não foi
precedente – juiz autorizou, TJ reformou,
Resp ao STJ com efeito suspensivo – ao
julgar aplicou a Teoria do Fato
Consumado por estar adiantado (não
entrou no mérito).
RS – Ulbra – se transformou em
LEGITIMIDADE sociedade empresária.
ATIVA Cooperativa – Unimed – soc. Simples +
procedimento próprio
Unimed Petrópolis desistiu por efeito
suspensivo
SP não deferida
Unimed Norte Nordeste
Empresas de um grupo econômico de fato ou de direito,
podem em conjunto pedir RJ?

LITISCONSÓRCIO
– Resp 1.665.042 – precedente do STJ ATIVO
CONSOLIDAÇÃO
O STJ entende que cabe
PROCESSUAL
Mas, os requisitos para a RJ deve ser comprovado
individualmente (isoladamente) por cada empresa do
grupo econômico, do polo ativo.

Ex: CHAIM, OAS, Odebrecht


Art. 69-G. Os devedores que atendam aos requisitos previstos nesta Lei e que integrem grupo sob
controle societário comum poderão requerer recuperação judicial sob consolidação processual.     
(Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020)    (Vigência)
§ 1º Cada devedor apresentará individualmente a documentação exigida no art. 51 desta Lei.   
(Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020)    (Vigência)

§ 2º O juízo do local do principal estabelecimento entre os dos devedores é competente para deferir a
recuperação judicial sob consolidação processual, em observância ao disposto no art. 3º desta Lei.  
(Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020)    (Vigência)
LITISCONSÓRCIO § 3º Exceto quando disciplinado de forma diversa, as demais disposições desta Lei aplicam-se aos
casos de que trata esta Seção.       (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020)   (Vigência)

ATIVO Art. 69-H. Na hipótese de a documentação de cada devedor ser considerada adequada, apenas um

CONSOLIDAÇÃO
administrador judicial será nomeado, observado o disposto na Seção III do Capítulo II desta Lei.   
(Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020)    (Vigência)
Art. 69-I. A consolidação processual, prevista no art. 69-G desta Lei, acarreta a coordenação de atos
PROCESSUAL processuais, garantida a independência dos devedores, dos seus ativos e dos seus passivos.  
(Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020)    (Vigência)
§ 1º Os devedores proporão meios de recuperação independentes e específicos para a composição
de seus passivos, admitida a sua apresentação em plano único.    
(Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020)
§ 2º Os credores de cada devedor deliberarão em assembleias-gerais de credores
independentes.       (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020)     (Vigência)

§ 3º Os quóruns de instalação e de deliberação das assembleias-gerais de que trata o § 2º deste


artigo serão verificados, exclusivamente, em referência aos credores de cada devedor, e serão
elaboradas atas para cada um dos devedores.      (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020)     (Vigência)
§ 4º A consolidação processual não impede que alguns devedores obtenham a concessão da
recuperação judicial e outros tenham a falência decretada.    (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020)   
(Vigência)
§ 5º Na hipótese prevista no § 4º deste artigo, o processo será desmembrado em tantos processos
quantos forem necessários.      (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020)    (Vigência)
CADA UMA APRESENTA SEU
PLANO DE RECUPERAÇÃO

LITISCONSÓRCIO
ATIVO
CADA UMA TEM SUA
CONSOLIDAÇÃO
PROCESSUAL
ASSEMBLEIA GERAL DE
CREDORES

Vários devedores pedem


recuperação judicial, em um
processo único, com ganhos de
eficiência e tempo
UMA EMPRESA PODE IR A
FALÊNCIA SEM
COMPROMETER AS DEMAIS
LITISCONSÓRCIO
ATIVO
CONSOLIDAÇÃO
OCORRE O
PROCESSUAL DESMEMBRAMENTO E CORRE
UM DE FALÊNCIA E UM DE RJ

Vantagem: paga um adv, um adm


jud, um espaço para assembleia
NÃO ESTAVA PREVISTO NA LEI ANTES DA
LEI 14.112
TODAS AS EMPRESAS UNIFICAM A
RECUPERAÇÃO EM UM SÓ PROCESSO.
Observa-se quando as empresas tem caixa
único, tem mesmos funcionários.
Ou seja, várias situações que demonstram a
unidade empresarial.

CONSOLIDAÇÃO SUBSTANCIAL
NÃO HÁ UNIFORMIDADE

Há precedentes em tribunais estaduais, mas o STJ ainda não firmou


nada.
Os tribunais tem entendido que cabe aos credores decidir sobre o
tema.
Basicamente:

Cabe aos credores se cabe ou não a consolidação substancial;

Juiz decidir de ofício.

CONSOLIDAÇÃO SUBSTANCIAL
CONSOLIDAÇÃO SUBSTANCIAL
Estipulando o juízo competente, os requisitos, a documentação necessária e a forma de votação em
caso de consolidação processual (art. 69-G).
A decisão sobre a consolidação substancial poderá, de forma excepcional, ser do magistrado e os
requisitos para sua aceitação serão a constatação da interconexão e da confusão entre ativos ou
passivos dos devedores pertencentes ao mesmo grupo econômico, de modo que não seja possível
identificar sua titularidade sem excessivo dispêndio de tempo ou recursos, por meio da constatação
de no mínimo duas das seguintes hipóteses (i) existência de garantias cruzadas; (ii) relação de
controle ou de dependência; (iii) identidade do quadro societário; e (iv) atuação conjunta no
mercado (art. 69-J).
Em caso de consolidação substancial, haverá extinção imediata de garantias fidejussórias e de
créditos detidos por um devedor contra o outro (art. 69-K).
Regra prevendo que a garantia real não será prejudicada em consolidação substancial, exceto com
aprovação do titular (art. 69-K).
CONSOLIDAÇÃO SUBSTANCIAL

Existência de garantias cruzadas – entre as próprias recuperandas são


extintas por que não há motivo de uma ser credora de outra.
As garantias dos credores permanecem.

TUDÃO!!! O plano de recuperação, a assembleia é única, credores em um


quadro de credores somente, etc

Se tiver uma falência de uma das empresa, gera a falência de todo o


grupo.
PROBLEMAS:

CONSOLIDAÇÃO
SUBSTANCIAL
A EMPRESA QUE DÁ CRÉDITO A
EMPRESA RECUPERANDA NÃO QUER
COMPARTILHAR O ATIVO COM OUTROS
CREDORES DE OUTRAS EMPRESAS DO
GRUPO – PODE INTERPOR RECURSO

EM GERAL SE ENTENDE QUE O ATIVO DA


DEVEDORA É SUFICIENTE PARA AQUELE
CRÉDITO TOMADO, E, DE REPENTE VEM
OUTRAS EMPRESAS A DIVIDIR OS
ATIVOS PARA COBRIR TODOS OS
CREDORES
RECUPERAÇÃO DE EMPRESAS
CONFORME LRF
Art. 49,§ 3o Tratando-se de credor titular da posição de proprietário fiduciário de bens móveis ou imóveis, de
arrendador mercantil, de proprietário ou promitente vendedor de imóvel cujos respectivos contratos contenham
cláusula de irrevogabilidade ou irretratabilidade, inclusive em incorporações imobiliárias, ou de proprietário em
contrato de venda com reserva de domínio, seu crédito NÃO SE SUBMETERÁ AOS EFEITOS DA
RECUPERAÇÃO JUDICIAL e prevalecerão os direitos de propriedade sobre a coisa e as condições contratuais,
observada a legislação respectiva, não se permitindo, contudo, durante o prazo de suspensão a que se refere o
§ 4o do art. 6o desta Lei, a venda ou a retirada do estabelecimento do devedor dos bens de capital essenciais a
sua atividade empresarial.
Incluir: adiantamento de contrato de câmbio.

A recuperação da empresa NÃO QUEBRA GARANTIAS PREESTABELECIDAS,


por que é um meio auxiliar para a saúde financeira da empresa. Inclusive
poderão ser RENOVADAS OU SUBSTITUIDAS as garantias de penhor.
RECUPERAÇÃO DE EMPRESAS
CONFORME LRF
RITOS OU TIPOS DE RECUPERAÇÃO:
 JUDICIAL ESPECIAL aplicada as micro e empresas de pequeno
porte
 EXTRAORDINÁRIA aplicada aos herdeiros do de cujus
 JUDICIAL ORDINÁRIA em que todo o procedimento é via judicial
 EXTRAJUDICIAL aplicada ao acordo (consensual) entre credores
e devedor, sem a intervenção judicial no primeiro momento.
RECUPERAÇÃO ESPECIAL (ME
e EPP) – art. 70, LRE
REQUISITOS: ser microempresa ou empresa de pequeno porte
(LC 123/06)
Demais requisitos do art. 48, LRF (recuperação judicial)
CREDITOS SUJEITOS: Somente os créditos quirografários
(Art. 71, I, LRF)
Os credores não prescritos em lei não se habilitam (art. 70, §
2º, LRF)
RESTRIÇÕES: o devedor não pode aumentar despesas ou
RECUPERAÇÃO ESPECIAL (ME
e EPP) – art. 70, LRE
MEIO DE RECUPERAÇÃO – parcelas em até 36 vezes, com carência
de 180 dias e 12% a.a.
Documentos para PI – art. 51, LRF (= judicial)
RECUPERAÇÃO ESPECIAL (ME
e EPP) – art. 70, LRE
DESPACHO DE DEFERIMENTO:
 O juiz defere a recuperação sem convocar a AGC
 Nomeação administrador judicial
 Ordena a suspensão das ações ou execuções, exceto quantias
ilíquidas, trabalhistas, fiscal, fiduciários e adiantamento de contratos de
câmbio
 Exige apresentação das demonstrações contábeis mensais
 Intimação do MP e Fazendas Estadual e Federal
 Manda expedir edital
RECUPERAÇÃO ESPECIAL (ME
e EPP) – art. 70, LRE
EDITAL:
 Relação nominal dos credores
 Resumo do pedido e da decisão
 Prazo para habilitação de crédito

Se houver objeção ao plano de recuperação por mais de 50% dos


credores quirografários – decreta a falência (art. 72, parágrafo único,
LRF)
RECUPERAÇÃO EXTRAORDINÁRIA
– art. 48, § único, art. 58, § 1º e art. 167, LRE)
Requerida por cônjuge sobrevivente, herdeiros do devedor,
inventariante, sócio remanescente.
Recuperação judicial concedida pelo juiz em plano que não obteve
aprovação em assembleia geral de credores (art. 58, § 1º, LRE).
Requisitos da RECUPERAÇÃO JUDICIAL
(art. 48) e EXTRAJUDICIAL (art. 161)
Art. 48. Poderá requerer recuperação judicial o devedor que, no
momento do pedido, exerça regularmente (INSCRITO NA JUNTA COML
DO SEU ESTADO) suas atividades há mais de 2 (dois) anos e que
atenda aos seguintes requisitos, CUMULATIVAMENTE:
I – não ser falido e, se o foi, estejam declaradas extintas, por sentença
transitada em julgado, as responsabilidades daí decorrentes;

Uma vez falido no exercício de outra atividade, não tem acesso a nova
atividade empresarial. Então, para ter direito NOVAMENTE, tem que
ESTAR REABILITADO (extinção de todas as obrigações). Voltou a
exercer uma atividade empresarial e pode pedir recuperação judicial.
Requisitos da RECUPERAÇÃO JUDICIAL
(art. 48) e EXTRAJUDICIAL (art. 161)
II – não ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido concessão de
recuperação judicial;
III – não ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido concessão de
recuperação judicial com base no plano especial de que trata a Seção V
deste Capítulo; (Cabe ao microempresa e empresa de pequeno porte)
IV – não ter sido condenado ou não ter, como administrador ou sócio
controlador, pessoa condenada por qualquer dos crimes previstos nesta
Lei.
Mesmo reabilitado da falência, se cometeu crime falimentar, NÃO poderá
ter o benefício. Sujeito: administrador ou sócio controlador.
Requisitos da RECUPERAÇÃO JUDICIAL
(art. 48) e EXTRAJUDICIAL (art. 161)
CONDIÇÕES:
1. Exercer atividade há mais de 2 anos
2. Não ser falido, ou se for, estarem extintas as obrigações;
3. Não ter obtido recuperação há menos de 5 anos;
4. Não ter obtido recuperação especial há menos de 8 anos;
5. Não ter sido condenado por crime falimentar.

Essas condições ou requisitos cabem para a recuperação judicial e


extrajudicial, conforme art. 48 e 161, LRE.
NA PI DEVERÁ DEMONSTRAR TODOS OS REQUISITOS
PI e REQUERER ao juiz
a concessão da
recuperação da sua
atividade. Para tanto,
irá INSTRUIR com
documentos (art. 51):
Art. 51. A petição inicial de recuperação judicial será instruída com:
I – a exposição das causas concretas da situação patrimonial do devedor e das razões da crise econômico-financeira;
II – as demonstrações contábeis relativas aos 3 (três) últimos exercícios sociais e as levantadas especialmente para instruir o pedido, confeccionadas com estrita observância da legislação
societária aplicável e compostas obrigatoriamente de:
a) balanço patrimonial;
b) demonstração de resultados acumulados;
c) demonstração do resultado desde o último exercício social;
d) relatório gerencial de fluxo de caixa e de sua projeção;
e) descrição das sociedades de grupo societário, de fato ou de direito;       (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020)    (Vigência)
III - a relação nominal completa dos credores, sujeitos ou não à recuperação judicial, inclusive aqueles por obrigação de fazer ou de dar, com a indicação do endereço físico e
eletrônico de cada um, a natureza, conforme estabelecido nos arts. 83 e 84 desta Lei ( PARA FINS DE FALÊNCIA MESMO SENDO EM RJ), e o valor atualizado do crédito, com a
discriminação de sua origem, e o regime dos vencimentos;     (Redação dada pela Lei nº 14.112, de 2020)   (Vigência)
IV – a relação integral dos empregados, em que constem as respectivas funções, salários, indenizações e outras parcelas a que têm direito, com o correspondente mês de competência, e a
discriminação dos valores pendentes de pagamento;
V – certidão de regularidade do devedor no Registro Público de Empresas, o ato constitutivo atualizado e as atas de nomeação dos atuais administradores;
VI – a relação dos bens particulares dos sócios controladores e dos administradores do devedor;
VII – os extratos atualizados das contas bancárias do devedor e de suas eventuais aplicações financeiras de qualquer modalidade, inclusive em fundos de investimento ou em bolsas de
valores, emitidos pelas respectivas instituições financeiras;
VIII – certidões dos cartórios de protestos situados na comarca do domicílio ou sede do devedor e naquelas onde possui filial;
IX - a relação, subscrita pelo devedor, de todas as ações judiciais e procedimentos arbitrais em que este figure como parte, inclusive as de natureza trabalhista, com a estimativa
dos respectivos valores demandados;     (Redação dada pela Lei nº 14.112, de 2020)   (Vigência)
X - o relatório detalhado do passivo fiscal; e     (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020)    (Vigência)
XI - a relação de bens e direitos integrantes do ativo não circulante, incluídos aqueles não sujeitos à recuperação judicial, acompanhada dos negócios jurídicos celebrados com os
credores de que trata o § 3º do art. 49 desta Lei.      (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020)    (Vigência)
§ 1º Os documentos de escrituração contábil e demais relatórios auxiliares, na forma e no suporte previstos em lei, permanecerão à disposição do juízo, do administrador judicial e, mediante
autorização judicial, de qualquer interessado.
§ 2º Com relação à exigência prevista no inciso II do caput deste artigo, as microempresas e empresas de pequeno porte poderão apresentar livros e escrituração contábil simplificados nos
termos da legislação específica.
§ 3º O juiz poderá determinar o depósito em cartório dos documentos a que se referem os §§ 1º e 2º deste artigo ou de cópia destes.
§ 4º Na hipótese de o ajuizamento da recuperação judicial ocorrer antes da data final de entrega do balanço correspondente ao exercício anterior, o devedor apresentará balanço prévio e
juntará o balanço definitivo no prazo da lei societária aplicável.      (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020)   (Vigência)
§ 5º O valor da causa corresponderá ao montante total dos créditos sujeitos à recuperação judicial.        (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020)   (Vigência)
§ 6º Em relação ao período de que trata o § 3º do art. 48 desta Lei:     (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020)    (Vigência)
I - a exposição referida no inciso I do caput deste artigo deverá comprovar a crise de insolvência, caracterizada pela insuficiência de recursos financeiros ou patrimoniais com liquidez suficiente
para saldar suas dívidas;       (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020)    (Vigência)
II - os requisitos do inciso II do caput deste artigo serão substituídos pelos documentos mencionados no § 3º do art. 48 desta Lei relativos aos últimos 2 (dois) anos.    
(Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020) (Vigência)
Alienação Fiduciária
Art. 49, § 3o

Leasing
Submetidos Art.
59 Art. 49, § 3o

Sujeitos Não Compra e venda com reserva de


49, caput Submetidos domínio
Créditos Art. 49, § 2o Art. 49, § 3o
Art. 51, III
Critério Promessa C&V
Temporal
Art. 49, § 3o
Não
Sujeitos ACC
Art. 49, § 4o
Natureza
Tributário
Art. 6º, § 7º-B e 68 da LRF Art. 187
e 155-A, §§ 3o e 4o CTN

Art. 199, § 1º e 2º
40
PI e REQUERER ao juiz a concessão da
recuperação da sua atividade. Para tanto, irá
INSTRUIR com documentos (art. 51):
1. Exposição das causas e razoes da crise
2. Demonstrações contábeis dos últimos 3 exercícios;
3. Balanço patrimonial especial (resultados e fluxos de caixa)
4. Relação completa dos credores
5. Relação integral dos empregados
6. Certidão de regularidade Junta comercial
7. Relação dos bens particulares dos sócios e administradores;
8. Extrato atualizado das contas bancárias
9. Certidão dos cartórios de protesto
10.Relação de todas as ações judiciais
PERICIA ou
CONSTATAÇÃO
PRÉVIA
DOS
DOCUMENTOS
(art. 51):
DANIEL CARNIO COSTA instituiu em SP

Recomendação 57/2019 do CNJ

A constatação prévia esta prevista na LRF, facultando ao juiz sua realização quando reputar
necessário (art. 51-A) – NÃO É REQUISITO PARA O DEFERIMENTO, É PODER DISCRICIONÁRIO

PERICIA
– art. 156 e 481, CPC poder de inspeção pessoal do juiz

ou SEM OITIVA DAS PARTES


SEM CIÊNCIA DA DEVEDORA

CONSTATAÇÃO SEM QUE HAJA APRESENTAÇÃO DE QUESITOS

PRÉVIA O perito nomeado pelo juiz terá cinco dias, no máximo, para apresentar laudo de constatação das
reais condições de funcionamento do devedor e da regularidade da documentação apresentada com
a petição inicial (art. 51-A, § 2º).
DOS Remuneração fixada após o laudo, e, absorvida pelos honorários do adm judicial quando o mesmo

DOCUMENTOS
Será vedado o indeferimento do processamento da recuperação judicial baseado na análise de
viabilidade econômica do devedor (art. 51-A, § 5º).

(art. 51):
Caso a constatação prévia detecte indícios contundentes de utilização fraudulenta da recuperação
judicial, O JUIZ PODERÁ INDEFERIR A PETIÇÃO INICIAL, sem prejuízo de oficiar ao Ministério
Público para tomada das providências criminais eventualmente cabíveis (art. 51-A, § 6º).

Caso a constatação prévia demonstre que o principal estabelecimento do devedor não se situa na
área de competência do juízo, o juiz deverá determinar a remessa dos autos, com urgência, ao juízo
competente (art. 51-A, § 7º).
PERICIA PRÉVIA DOS DOCUMENTOS (art. 51):

Verificar se os documentos tem legitimidade


Analise dos balanços para verificar se é minimamente
viável, se não é fraude, se tem na comarca o seu
principal estabelecimento, etc...

PODE DEMORAR A CELERIDADE PROCESSUAL


COMPANHIA DE CAPITAL
ABERTO – ter conselho fiscal
EFEITOS
DO Stay period
DEFERIMENTO
DO
PROCESSAMENTO Vedação de distribuir
dividendos
Dispensa de CND de débitos
tributários (antes para contratação poder publico era solicitado)
HABILITAÇÃO DOS CREDORES

ART. 51, III – a relação nominal completa dos credores, sujeitos ou não à
recuperação judicial, inclusive aqueles por obrigação de fazer ou de dar, com a
indicação do endereço físico e eletrônico de cada um, a natureza, conforme
estabelecido nos arts. 83 e 84 desta Lei ( PARA FINS DE FALÊNCIA FUTURA,
MESMO SENDO EM RJ), e o valor atualizado do crédito, com a discriminação de
sua origem, e o regime dos vencimentos;    
(Redação dada pela Lei nº 14.112, de 2020)   (Vigência)
Enunciado 103 de Jornada de Direito Comercial
1.015 do CPC/2015. ENUNCIADO 103 – Em se tratando de processo eletrônico, os
editais previstos na Lei n. 11.101/2005 podem ser publicados em versão resumida,
somente apontando onde se encontra a relação de credores nos autos, bem como
indicando o sítio eletrônico que contenha a íntegra do edital.
HABILITAÇÃO DOS CREDORES

Art. 51, III – devedor apresenta relação nominal de credores


Art. 52, § 1, II – juiz ordena publicação do edital com relação nominal de credores
Art. 7, § 1 - os credores terão 15 dias para habilitar e divergir diretamente ao AJ
Art. 7, § § 2 – AJ tem 45 dias para nova publicação da relação dos credores
Art. 8º - 10 dias para impugnação pelos credores ao Juízo
Art. 10 § 5 - habilitações de crédito retardatárias - apresentadas antes da homologação do
quadro-geral de credores, serão recebidas como impugnação – JUÍZO ANALISA E INSERE QC
STJ entende que não é possível impugnação de créditos retardatários.
Art. 10 § 5 - não esta constando no quadro - AÇÃO DE RETIFICAÇÃO DO QUADRO
Art. 19 – alterar exclusão, outra classificação ou a retificação de qualquer crédito, nos casos de
descoberta de falsidade, dolo, simulação, fraude, erro essencial ou, ainda, documentos ignorados
na época do julgamento do crédito ou da inclusão no quadro-geral de credores .
Requisitos da RECUPERAÇÃO JUDICIAL
(art. 48)
PI (art. 51) + requisitos (art. 48) + documentos = o juiz deferirá o
PROCESSAMENTO DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL

DEFERIMENTO DO PROCESSAMENTO DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL –


decisão inicial – recorrível por agravo de instrumento, não há previsão legal
expressa (STJ – 3 e 4 turma).

DEFERIMENTO DA CONCESSÃO DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL – decisão


posterior, depois do PRJ, AGO e aprovou o plano, o juiz homologa o plano e
concede a RJ - recorrível por agravo de instrumento, previsto na LRF.
EFEITOS DO DEFERIMENTO DO
PROCESSAMENTO DA RJ
EFEITOS DO DEFERIMENTO DO PROCESSAMENTO DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL – decisão inicial – recorrível por
agravo de instrumento, não há previsão legal expressa (STJ – 3 e 4 turma).

Art. 66. Após a distribuição do pedido de recuperação judicial, o DEVEDOR NÃO PODERÁ ALIENAR OU ONERAR BENS OU DIREITOS DE SEU ATIVO NÃO
CIRCULANTE, inclusive para os fins previstos no art. 67 desta Lei, salvo mediante autorização do juiz, depois de ouvido o Comitê de Credores, se houver,
com exceção daqueles previamente autorizados no plano de recuperação judicial.     (Redação dada pela Lei nº 14.112, de 2020)  (Vigência)
§ 1º Autorizada a alienação de que trata o caput deste artigo pelo juiz, observar-se-á o seguinte:       (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020)    (Vigência)
I - nos 5 (cinco) dias subsequentes à data da publicação da decisão, credores que corresponderem a mais de 15% (quinze por cento) do valor total de créditos
sujeitos à recuperação judicial, comprovada a prestação da caução equivalente ao valor total da alienação, poderão manifestar ao administrador judicial,
fundamentadamente, o interesse na realização da assembleia-geral de credores para deliberar sobre a realização da venda;      
(Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020)    (Vigência)
II - nas 48 (quarenta e oito) horas posteriores ao final do prazo previsto no inciso I deste parágrafo, o administrador judicial apresentará ao juiz relatório das
manifestações recebidas e, somente na hipótese de cumpridos os requisitos estabelecidos, requererá a convocação de assembleia-geral de credores, que será
realizada da forma mais célere, eficiente e menos onerosa, preferencialmente por intermédio dos instrumentos referidos no § 4º do art. 39 desta Lei.      
(Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020)    (Vigência)
§ 2º As despesas com a convocação e a realização da assembleia-geral correrão por conta dos credores referidos no inciso I do § 1º deste artigo,
proporcionalmente ao valor total de seus créditos.    (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020)    (Vigência)
§ 3º  Desde que a alienação seja realizada com observância do disposto no § 1º do art. 141 e no art. 142 desta Lei, o objeto da alienação estará livre de qualquer
ônus e não haverá sucessão do adquirente nas obrigações do devedor, incluídas, mas não exclusivamente, as de natureza ambiental, regulatória, administrativa,
penal, anticorrupção, tributária e trabalhista.     (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020)   (Vigência)
§ 4º O disposto no caput deste artigo não afasta a incidência do inciso VI do caput e do § 2º do art. 73 desta Lei.      (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020)   
(Vigência)
EFEITOS DO DEFERIMENTO DO
PROCESSAMENTO DA RJ
EXCEÇÃO:
AUTORIZAÇÃO JUDICIAL DA ALIENAÇÃO Pode ser impugnada por credores com mais de 15% do
total dos créditos submetidos – manifestam para ADM JUD uma pretensão de assembleia de
credores para discutir a venda e precisam caucionar o valor total da venda

ADM JUD informa ao juiz, por relatório.


Despesas da assembleia é dos credores, proporcionalmente.

Art. 141, § 1 – evita fraude – não pode vender para parentes.... etc

GARANTIA AO COMPRADOR - Art. 66-A. A alienação de bens ou a garantia outorgada pelo


devedor a adquirente ou a financiador de boa-fé, desde que realizada mediante autorização judicial
expressa ou prevista em plano de recuperação judicial ou extrajudicial aprovado, não poderá ser
anulada ou tornada ineficaz após a consumação do negócio jurídico com o recebimento dos
recursos correspondentes pelo devedor.     (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020)    (Vigência)
Requisitos da RECUPERAÇÃO JUDICIAL
(art. 48)
PI (art. 51) + requisitos (art. 48) + documentos = o juiz deferirá o
PROCESSAMENTO DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL

Se não aprova a desistência pelos credores, ou recupera ou convola em


falência.
Art. 52, § 4º O devedor não poderá desistir do pedido de recuperação
judicial após o deferimento de seu processamento, salvo se obtiver
aprovação da desistência na assembleia-geral de credores.
Requisitos da RECUPERAÇÃO JUDICIAL
(art. 48)
PI (art. 51) + requisitos (art. 48) + documentos = o juiz deferirá o
PROCESSAMENTO DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL

ART. 52, V, LRF – a intimação do MP é para atos específicos elencados


na lei, inclusive o STJ entende dessa forma.

Art. 300, CPC – antecipação de tutela de urgência se comprovar os


requisitos do CPC. Não é automático como nos EUA (automatic period)
Requisitos da RECUPERAÇÃO JUDICIAL
(art. 48)
PI (art. 51) + requisitos (art. 48) + documentos = o juiz deferirá o
PROCESSAMENTO DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL

A apresentação do PLANO DE RECUPERAÇÃO não é na PI.


Será apresentado somente a partir DA PUBLICAÇÃO DO DESPACHO
do deferimento do processamento de recuperação judicial - 60 DIAS,
improrrogáveis.

O empresário peticionou a recuperação judicial – não tem volta


Requisitos da RECUPERAÇÃO JUDICIAL
(art. 48)

Se não houver a apresentação do Plano de Recuperação - o juiz irá


CONVOLAR A RECUPERAÇÃO JUDICIAL EM FALENCIA.

OU

Apresentação de plano alternativo dos credores – requisitos do art. 53 +


laudo de ativos + laudo de viabilidade + para aprovação do plano
expresso apoio dos demais credores (+25% dos créditos totais sujeitos a
RJ ou +35% dos credores presentes na Assembleia)
Art. 6º
§ 4º Na RECUPERAÇÃO JUDICIAL, as suspensões e a proibição de que tratam os incisos I, II e III do caput
deste artigo perdurarão pelo prazo de 180 (cento e oitenta) dias, contado do deferimento do processamento
da recuperação, PRORROGÁVEL POR IGUAL PERÍODO, uma única vez, em caráter excepcional, desde que
o devedor não haja concorrido com a superação do lapso temporal
§ 4º-A. O decurso do prazo previsto no § 4º deste artigo sem a deliberação a respeito do plano de recuperação
judicial proposto pelo devedor faculta aos credores a propositura de plano alternativo, na forma dos §§ 4º, 5º, 6º
e 7º do art. 56 desta Lei, observado o seguinte:   
I - as suspensões e a proibição de que tratam os incisos I, II e III do caput deste artigo não serão aplicáveis caso
os credores não apresentem plano alternativo no prazo de 30 (trinta) dias, contado do final do prazo referido no
§ 4º deste artigo ou no § 4º do art. 56 desta Lei;     
II - as suspensões e a proibição de que tratam os incisos I, II e III do caput deste artigo perdurarão por 180 (cento
e oitenta) dias contados do final do prazo referido no § 4º deste artigo, ou da realização da assembleia-geral de
credores referida no § 4º do art. 56 desta Lei, caso os credores apresentem plano alternativo no prazo referido
no inciso I deste parágrafo ou no prazo referido no § 4º do art. 56 desta Lei.  
Requisitos da RECUPERAÇÃO JUDICIAL
(art. 48)

APROVAÇÃO DO PLANO ALTERNATIVO PELOS CREDORES

Eles tem que abrir mão das garantias totalmente (aval, fiança dos sócios
e outros)

Não podem fazer ressalva das garantias no voto

Se o plano alternativo for rejeitado – convola em falência


PLANO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL

Art. 53. O plano de recuperação será apresentado pelo devedor em juízo


no prazo improrrogável de 60 (sessenta) dias (CORRIDOS) da
publicação da decisão que deferir o processamento da recuperação
judicial, sob pena de convolação em falência, e deverá conter:

Art. 219, CPC – contagem em dias úteis e § único diz que se refere a
prazos processuais.
STJ - RESP 1.699.258 – 4 turma - em dias corridos
RESP 1.698.283 – 3 turma - em dias úteis, mas, com ressalva do
prejuízo a RJ.
Ambas entenderam que o STAY PERIOD é dias corridos.
Art. 50. Constituem
meios de recuperação judicial, observada
a legislação pertinente a cada caso, dentre outros:

I – concessão de prazos e condições especiais para pagamento das obrigações


vencidas ou vincendas; (DILAÇÃO – não estipula valores e nem prazo – equilíbrio para
não prejudicar os credores)
II – cisão, incorporação, fusão ou transformação de sociedade, constituição de
subsidiária integral, ou cessão de cotas ou ações, respeitados os direitos dos sócios, nos
termos da legislação vigente;
III – alteração do controle societário;
IV – substituição total ou parcial dos administradores do devedor ou modificação de seus
órgãos administrativos; (Vale a preservação da empresa e não dos interesses dos sócios ou
administradores, logo, poderá um comitê gestou ou administrador gestor – podem requerer os
sócios minoritários ou os credores)
V – concessão aos credores de direito de eleição em separado de administradores e de poder
de veto em relação às matérias que o plano especificar;
Art. 50. Constituem
meios de recuperação judicial, observada
a legislação pertinente a cada caso, dentre outros:

VI – aumento de capital social;


VII – trespasse ou arrendamento de estabelecimento, inclusive à sociedade constituída pelos próprios empregados;
VIII – redução salarial, compensação de horários e redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva;
IX – dação em pagamento ou novação de dívidas do passivo, com ou sem constituição de garantia própria ou de terceiro;
X – constituição de sociedade de credores;
XI – venda parcial dos bens;
XII – equalização de encargos financeiros relativos a débitos de qualquer natureza, tendo como termo inicial a data da distribuição do
pedido de recuperação judicial, aplicando-se inclusive aos contratos de crédito rural, sem prejuízo do disposto em legislação específica;
XIII – usufruto da empresa;
XIV – administração compartilhada;
XV – emissão de valores mobiliários;
XVI – constituição de sociedade de propósito específico para adjudicar, em pagamento dos créditos, os ativos do devedor.
XVII - conversão de dívida em capital social (credores tornar-se sócios e sem responsabilidade dividas anteriores, sem sucessão);    
XVIII - venda INTEGRAL da devedora, desde que garantidas aos credores não submetidos (EXTRACONCURSAIS) ou não aderentes
condições, no mínimo, equivalentes àquelas que teriam na falência, hipótese em que será, para todos os fins, considerada unidade
produtiva isolada.  PRINCIPIO NORTE AMERICANO DE BEST INTEREST OF CREDITORS – não pode ter um tratamento pior do que
fosse o caso de falência.
TRATAMENTO DIFERENCIADO PARA
CREDORES PARCEIROS

Art. 67. Os créditos decorrentes de obrigações contraídas pelo devedor durante a recuperação
judicial, inclusive aqueles relativos a despesas com fornecedores de bens ou serviços e contratos
de mútuo, serão considerados extraconcursais, em caso de decretação de falência, respeitada, no
que couber, a ordem estabelecida no art. 83 desta Lei.

Parágrafo único. O plano de recuperação judicial poderá prever TRATAMENTO


DIFERENCIADO aos créditos sujeitos à recuperação judicial pertencentes a fornecedores de
bens ou serviços que continuarem a provê-los normalmente após o pedido de recuperação
judicial, desde que tais bens ou serviços sejam necessários para a manutenção das
atividades e que o tratamento diferenciado seja adequado e razoável no que concerne à
relação comercial futura.        (Redação dada pela Lei nº 14.112, de 2020)    (Vigência)
PLANO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL

O plano deve conter – art. 53:


 Discriminação dos meios de recuperação;
 Demonstração da viabilidade econômica;
 Laudo econômico-financeiros e de avaliação.

Por edital – art. 53, § único:

 Comunica o recebimento do plano


 Concede o prazo de 30 dias para a manifestação dos credores
PLANO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL

Apresentado o Plano de Recuperação Judicial – abre-se o prazo de 30 dias


para que os credores impugnem.
 Se não houver objeção dos credores – juiz concede a recuperação judicial
 Se houver objeção do(s) credores – o juiz convoca uma assembleia de
credores (art. 35), que votarão o plano apresentado, ou modificado pelo
próprio empresário ou pelos credores.
Se FOR APROVADO – nomeia o comitê de credores, terá a concessão da
recuperação.
Se NÃO FOR APROVADO – apresenta plano alternativo
Se NÃO APRESENTA PLANO ALTERNATIVO - o juiz irá CONVOLAR A
RECUPERAÇÃO JUDICIAL EM FALENCIA.
VOTAÇÃO DO PLANO DE RECUPERAÇÃO
JUDICIAL
Qual o quórum necessário para aprovação do plano? (art. 48)

Uma assembleia de credores está dividida em classes, de acordo com a


natureza do crédito:
1. Trabalhistas e decorrentes de acidente de trabalho
2. Garantia real
3. Demais credores (privilegio geral e especial, quirografários e
subordinados).

O crédito tributário não se submete aos efeitos da recuperação judicial.


Vai correr a ação de execução normalmente.
VOTAÇÃO DO PLANO DE RECUPERAÇÃO
JUDICIAL
Qual o quórum necessário para aprovação do plano?

Em cada classe deverá ter a maioria dos votos.

1. Trabalhistas e decorrentes de acidente de trabalho – voto computado


por cabeça - não por valor do crédito.
2. Garantia real – voto computado em função do crédito
3. Demais credores (privilegio geral e especial, quirografários e
subordinados) – voto computado em função do crédito
VOTAÇÃO DO PLANO DE RECUPERAÇÃO
JUDICIAL
EXCEÇÃO:
Aprovação do plano de recuperação judicial ainda que não tenha obtido a maioria nas três classes.
Art. 58 § 1o O juiz poderá conceder a recuperação judicial com base em plano que não obteve aprovação
na forma do art. 45 (NÃO APROVOU PELA MAIORIA DE VOTOS EM ASSEMBLEIA) desta Lei, desde
que, na mesma assembléia, tenha obtido, de forma cumulativa:
I – o voto favorável de credores que representem mais da metade do valor de todos os créditos presentes à
assembléia, independentemente de classes; (APROVAÇÃO EM + 50% DO VALOR)
II – a aprovação de 2 (duas) das classes de credores nos termos do art. 45 desta Lei ou, caso haja somente
2 (duas) classes com credores votantes, a aprovação de pelo menos 1 (uma) delas;
III – na classe que o houver rejeitado, o voto favorável de mais de 1/3 (um terço) dos credores, computados
na forma dos §§ 1o e 2o do art. 45 desta Lei. (Na classe onde o plano não foi aprovado, tem que ter tido 1/3
dos votos favoráveis)
§ 2o A recuperação judicial somente poderá ser concedida com base no § 1 o deste artigo se o plano não
implicar tratamento diferenciado entre os credores da classe que o houver rejeitado.
VOTAÇÃO DO PLANO DE RECUPERAÇÃO
JUDICIAL

Poderá ser virtual e também ser substituída, com idênticos efeitos, por
termo de adesão firmado por credores que satisfaçam o quórum de
aprovação específico (art. 45 com +50% do total de cada classe por que
não estão presente na assembleia) ou outro mecanismo reputado
suficientemente seguro pelo juiz (art. 39, §  4º).

Além das atribuições previstas na LRF, poderá deliberar sobre a


aprovação de alienação de bens ou direitos do ativo não circulante do
devedor, não prevista no plano de recuperação judicial (art. 35, alínea g).
VOTAÇÃO DO PLANO DE RECUPERAÇÃO
JUDICIAL

 Previsão legal de que o voto seja exercido pelo credor no interesse e de


acordo com o seu juízo de conveniência e declarado nulo por
abusividade somente quando manifestamente exercido para obter
vantagem ilícita para si ou para outrem (art. 39, § 6º).
DESPACHO DE DEFERIMENTO DA
RECUPERAÇÃO JUDICIAL
 Nomeação do administrador judicial
 Ordena a suspensão das ações e execuções,
exceto as de quantias ilíquidas, trabalhistas, fiscal,
fiduciária e adiantamento de contrato de câmbio.
 Exige apresentação das demonstrações contábeis
mensalmente
 Intimação do MP e Fazenda estadual e federal
 Manda expedir edital
DESPACHO DE DEFERIMENTO DA
RECUPERAÇÃO JUDICIAL

EDITAL
 Relação nominal dos credores
 Resumo do pedido e da decisão
 Prazo para habilitações de crédito
RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL

Novo no ordenamento jurídico por que a concordata extrajudicial não


era permitida.
Diferenças entre a judicial e a extrajudicial:
Os créditos trabalhistas e tributários NÃO fazem parte da recuperação
extrajudicial.
Não há risco de convolação da recuperação em falência – a não
aprovação do plano extrajudicial não implica na falência do empresário.
O quórum de aprovação é de 3/5 dos credores – homologação judicial
obrigatória. Se o quórum for de 100% - facultativo a homologação jud.
RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL

Art. 161, § 3º, LRF - O devedor não poderá


requerer a homologação de plano extrajudicial, se
estiver pendente pedido de recuperação judicial ou
se houver obtido recuperação judicial ou
homologação de outro plano de recuperação
extrajudicial há menos de 2 (dois) anos.
RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL

CONDIÇÕES: as mesmas da judicial


PI instruída com: justificativa do pedido e plano com os termos e
condições assinado pelos credores.
Documentos (art. 163, § 6º):
 Exposição da situação patrimonial
 Demonstração contábeis do ultimo exercício e a especial
 Mandato com poderes de novar e transigir
 Relação nominal e completa dos credores
RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL

CREDITOS SUJEITOS:
 TODOS os créditos abrangidos, desde que assinados por
3/5 de cada espécie de crédito
 EXCEÇÃO: créditos tributários, trabalhistas e de acidente
de trabalho, credores fiduciários, adiantamento de
contrato de câmbio.
OBS: as condições não podem ser impostas aos credores
excluídos
RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL

Não poderá:
 prever pagamento antecipado
 Sujeitar outros credores
 Não suspende ações ou execuções
 Não impossibilita o pedido de falência
 Os credores que aderem não podem desistir, salvo
unanimidade
RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL

HOMOLOGAÇÃO:
A sentença é título executivo judicial (art. 161, LRF)
DESPACHO – art. 164, LRF
EDITAL de convocação dos credores:
 Carta para todos os credores enviada pelo devedor
 30 dias para impugnação
RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL

Matéria permitida para a impugnação:


 Não preenchimento do percentual mínimo do art.
163;
 Prática dos atos previstos no art. 94, III (atos de
falência);
 Prática de ato fraudulento (art. 130, LRF)
 Descumprimento das exigências da LRF
RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL

O devedor poderá contestar em 5 dias a impugnação


Sentença – cabe apelação sem efeito suspensivo.
Se PLANO NÃO HOMOLOGADO – o devedor poderá
apresentar outro plano mas, pode haver efeitos
anteriores à sentença.
Ou, os credores retornar a posição anterior.
RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL

Art. 165. O plano de recuperação extrajudicial produz


efeitos após sua homologação judicial.

§ 1o É lícito, contudo, que o plano estabeleça a produção


de efeitos anteriores à homologação, desde que
exclusivamente em relação à modificação do valor ou da
forma de pagamento dos credores signatários.

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