Você está na página 1de 17

Bacillus cereus

Ana Julia Gasparin Mattes


O microrganismo
B. cereus é uma bactéria habitualmente encontrada
no solo, produtora de toxina e esporulada, sendo
frequentemente associada a intoxicações
alimentares

Foi descoberta em 1887 e associada a intoxicações


alimentares na Europa desde 1906, mas as
constatações só foram confirmadas por
pesquisadores em meados de 1950, sendo
reconhecido como agente causador de intoxicação
alimentar após as publicações de Hauge em 1950 e
1955
Principais características

01 02
Gram positiva Forma esporos
Garante a sobrevivência a
Apresenta endotoxinas
condições desfavoráveis

03 04
Mesófila
Anaeróbica facultativa
Preferência por
Porém, toxina pouco temperaturas moderadas
produzida em anaerobiose
● Pode apresentar cápsula
● É resistente a
betalactâmicos
● Apresenta flagelo
● Pode causar infecções
oportunistas
● Hemolíticas
● Fermentadoras de glicose
● Catalase positiva
● Móveis
Toxinas
Bacillus cereus são produtores de diversas
toxinas, das quais, duas são
frequentemente associadas a DTAs, a
toxina diarreica e toxina emética
01

Síndrome diarreica
105 e 106 UFC/g
Toxina diarreica

➔ Produzida pelo crescimento das células


➔ Destruída mais facilmente, com
temperaturas de 56ºC por 5 min
➔ As toxinas se mantém estáveis em pH de
4 a 11
➔ O desenvolvimento dos sintomas ocorre
de 8 a 16 horas, com duração de 6 a 12h
➔ Semelhança com a intoxicação alimentar
por C. perfringens
➔ Sorovares tipo 1,6,8,9,10 e 12.
Sintomas

Tenesmo Náusea
Sensação de Raramente seguida por
esvaziamento incompleto vômito

Diarréia Dores Abdominais


01

Síndrome emética
108 e 109 UFC/g
Toxina emética

Mais grave e aguda Incubação de 1 a 6h Sorotipos


1,3,4,5,8,12,19

Termorresistente Ampla faixa de pH


Vômitos e náuseas
Suportam temperaturas Estáveis em pH de 2 a 11
até 125ºC por 90
minutos
Crescimento de B.cereus em alimentos

Esporos sobrevivem Cepas podem crescer


Crescimento em pH
em alimentos em temperaturas de
de 5 a 9
desidratados 5 a 55ºC
Temp. ótima = 30 a
Aw = 0,92 a 0,95 pH ótimo = 6 a 7
40ºC
>10000 UFC/g
Alimentos não seguros para consumo
Alimentos associados às síndromes

Diarreica Emética
➔ Alimentos como carne, ➔ Associadas ao arroz,
leite, vegetais e produtos alimentos desidratados,
do mar massas e queijo
➔ Toxina pré-formada ou ➔ Ingestão de alimentos com
com a bactéria que pode a toxina pré-formada
posteriormente liberar
toxina no intestino
Métodos de prevenção
1. Aquecer os alimentos a 3.promover o
temperaturas suficientes arrefecimento rápido dos
para que sejam destruídas alimentos que vão ser
as formas vegetativas armazenados a
temperaturas de
refrigeração, para que não
ocorra germinação de
esporos

2.Manter os alimentos a
temperaturas superiores a
65ºC depois de preparados
e até que sejam servidos
4.evitar as contaminações
cruzadas entre alimentos
crus e cozidos
B. cereus é responsável pela ocorrência de endoftalmia, geralmente após lesão ocular
traumática. Os esporos introduzidos no humor vítreo germinam e se multiplicam. Dor intensa
acompanha uma rápida redução da acuidade visual, exacerbada pela formação de abscesso no
anel da córnea, edema periorbital e proptose. Os sintomas sistêmicos são: febre, leucocitose e
mal-estar geral. Entre as várias consequências clínicas, incluem-­se perda total da percepção de
luz e necessidade de enucleação ou evisceração. Há relato de doença semelhante ao antraz
(hemorragia intensa nos pulmões, intestinos e outros órgãos, e edema e lesões características
nos pulmões) causada por cepa de B. cereus que contém fatores de virulência transmitidos por
plasmídios semelhantes aos de B. anthracis. As cepas foram isoladas de um chimpanzé e de um
gorila, mortos entre 2001 e 2004, no Taï National Park, na Costa do Marfim, e na Dja Reserve,
na República de Camarões. As análises das sequências revelaram B. cereus que continha os
plasmídios pXO1 e pXO2. O microrganismo isolado produziu uma cápsula cuja composição era
mais de carboidrato que de ácido poli­γ­D­glutâmico
Obrigada!

Você também pode gostar