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Prof.

ª Elisiani Vitória Tiepolo


* Compreender a alfabetização como
um processo de aquisição da língua
escrita.
* Discutir as concepções de
alfabetização presentes na escola e
suas implicações na formação do
leitor.
* Reconhecer as contribuições da
lingüística para o processo de
alfabetização.
O Construtivismo
O Cognitivismo e o Interacionismo
Piaget – os universos lingüísticos
são reflexos das estruturas
cognitivas universais; o
conhecimento lingüístico de uma
criança em um determinado
momento reflete as estruturas
cognitivas que foram
desenvolvidas antes e que
determinam esse conhecimento. Seu
interesse não é pela linguagem per
se, mas a linguagem como porta para
a cognição. O discurso egocêntrico
não tem nenhuma função social.
Vygotsky - o desenvolvimento
da fala segue as mesmas leis
de outras operações mentais.
A fala tem função social, e daí
a importância do interlocutor,
do adulto.
 Fala e pensamento têm raízes
genéticas diferentes. Por
volta dos dois anos, fala e
pensamento se unem e
iniciam o comportamento
verbal. A fala passa a servir
ao intelecto, verbalizando o
pensamento.
 Para a criança a palavra é
parte integrante do objeto.

 A fala egocêntrica, meio para


planejar a solução de um
problema, tende a ser
interiorizada.
 ALFABETIZAÇÃO

 LINGÜÍSITCA
 8% da população não sabe
ler nem escrever;
 30% da população é de
analfabetos funcionais, ou
seja, pessoas que conhecem
letras, decodificam, mas não
entendem o que lêem e não
escrevem;
 37% da população consegue
ler apenas uma notícia
simples, curta e escrever
textos igualmente simples.
(Instituto Paulo Montenegro e
Ação Educativa, 2004)
Apenas 25% dos
brasileiros com mais de
15 anos dominavam
plenamente a leitura e a
escrita em 2004.
Alfabetizar pressupõe
conhecimento reflexivo da
escrita, para além da fala; exige,
como já aponta etimologicamente
a palavra alfabetizar – a
aglutinação de alfa e beta, as
duas primeiras letras gregas –
para o domínio do sistema de
escrita.
Era uma vez dois trafelnos,
Mirimi e Gissitar. Os dois
trafelnos eporavam longe das
perlogas.
Num masto, porém, um dos
trafelnos, Mirimi, felnou que
ramalia rizar e aror uma
perloga. Gissitar regou muito.
Ele rurbia que Mirimi não
rizaria mais da perloga.
Gissitar felnou, felnou, regou,
regou, mas nada. Mirimi estava
leruado: ramalia rizar e aror uma
perloga. No masto do fabeti, Mirimi
rizou muito lonto. No meio do
fabeti, proceu Gissitar e os dois
trafelnos rizaram ateli. Gissitar não
ramalia clenar Mirimi.
Responda:
1- Quem eram os dois
trafelnos?
2- Onde eporavam?
3- Como mirimi estava?
4- O que aconteceu no masto
do fabeti?
DECODIFICAR

 Ler o código

 Ler o literal
Ler
Atribuir sentidos

contexto de produção

“Você pode abrir a porta?”


pergunta ou pedido?
“A ordem será mantida, custe o
que custar.”
promessa ou ameaça?
Ler: pseudoleitura
 Conhecimentos prévios
 Hipóteses sobre o texto a
ser lido
 Conhecimento do gênero
textual
 Caminhada do leitor
Leia rápido
De aorcdo com uma pqsieusa de uma
uinvsrsiddade ignlsea, não iporta em
qaul odrem as lrteas de uma plravaa
etsão, a úncia csoia iprotmatne é que a
pirimeira e a útmlia lrteas etejasm no
lgaur crteo. O rseto pdoe seu uma ttaol
bçguana que vcoê pdoe anida ler sem
pobrlmea. Itso poqrue nós não lmeos
cdaa lrtea isladoa, mas a plravaa
cmooo um tdoo.
Escrever
 Escrita espontânea
 Escrita com ajuda
 Tentativas de escrita
Sistema Alfabético
- relações regulares: relação
letra/som nas quais há uma
correspondência biunívoca:
p,b,f,v,d,t, lh,nh, etc. Por exemplos,
a letra B terá sempre o mesmo som
em diferentes posições (BATATA,
CABANA, SAMAMBAIA); a letra T
sempre terá o mesmo som (TERRA,
ATENTADO, SEMENTE); e assim por
diante;
 relações contextualmente
regulares, quando uma unidade
sonora tem mais de uma
representação gráfica. Por
exemplo, para indicar que o
som é nasal podemos usar ã,
an, am (irmã , tanto, pomba).
Ou ainda, uma unidade
gráfica (letra) representa
mais de uma unidade sonora,
como o que acontece com a
letra R, que dependendo da
posição pode ser fraco ou
forte: rato e aranha;
 relações arbitrárias, nas quais
duas letras representam o
mesmo som no mesmo lugar -
casar, azar. Aí, somente com
muita leitura saberemos que
letra usar.
Alfabetizar-se:
 compreender que falar (que é
uma representação de 1ª ordem)
é diferente de escrever, visto
que escrever é operar com
um sistema simbólico de 2ª
ordem;
compreender as diferentes
relações possíveis dentro do
sistema desde o princípio da
alfabetização; tentar ler e
tentar escrever testando
hipóteses dentro desse
sistema.
 Não há, então, como reduzir o
trabalho para a compreensão do
sistema alfabético a um conjunto
de letras – primeiro vogais,
depois algumas consoantes para
serem combinadas em sílabas
simples -, pois não é assim que
funciona o sistema.
Também não se trata de
imaginar que os educandos e
educandas irão compreender
o seu funcionamento
espontaneamente.
Paulo Freire. Ação Cultural para a
Liberdade, p 49
“Aprender a ler e a escrever se faz assim
uma oportunidade para que mulheres
e homens percebam o que realmente
significa dizer a palavra: um
comportamento humano que envolve
ação e reflexão. Dizer a palavra em
sentido verdadeiro, é o direito de
expressar-se e expressar o mundo, de
criar e recriar, de decidir, de optar."
O macaco e o vovô
Vovô é o macaco de boneca.
A boneca menina:
_ Vovô, menina a boneca.
O macaco vovô a boneca.
A manina dá boneca a vovô.
A escola
a secola é bonita e lipa e não pede
trazechiclete e não pe de traze ovo
naora do lache tem mutascoza no
lache e não pode repiti e ten
mutajeteque repétenolache e
trazemateriau na secola e senão
aprofesora da chigo.
Alfabetizar é trabalhar com:
 FUNÇÃO SOCIAL DA ESCRITA
- compreender o que é ler e
escrever
 SISTEMATIZAÇÃO PARA O
DOMÍNIO DA LEITURA E DA
ESCRITA - reconhecimento da
escrita como forma de
registro
 DOMÍNIO DOS SISTEMA
GRÁFICO - representação
escrita alfabética (na China
cada símbolo correspomde a uma
palavra; no Japão, a uma sílaba) -
reconhecimento do alfabeto.
Síntese

 Prática pedagógica -
sutentada por um referencial
teórico.
 Referencial teórico - visão de
mundo.
 Mais do que ensinar um
conteúdo, o professor ensina
ao aluno uma forma de
compreender o próprio
conhecimento:
como um sujeito passivo que
assimila mecanicamente um
objeto pronto e acabado ou
como um sujeito criativo, que ao
conhecer se modifica e modifica
o objeto que conheceu?
 As atividades escolhidas para
ensinar a ler e a escrever
revelam a concepção de
educação do professor.
Referências
 Mary Kato
 Emília Ferreiro
 Paulo Freire
 Cagliari
 Geraldi
 Faraco
 Smolka

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