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Violência, Crime e Mídia

O mundo da TV e a humanidade
EMPATIA
“Psicologicamente, define-se a
empatia como uma identificação
emocional da pessoa com
indivíduos ou coisas percebidas.
(...) O radical da palavra empatia é
‘Pathos’, termo grego com que se
designa a qualidade que excita a
emoção.” O significado da palavra
empatia pode ser : “(...) ‘dentro da
emoção’, ‘junto com a emoção’.”
Enciclopédia Didática de Informação e Pesquisa Educacional – EDIPE (Pág.
1284)
Hannah Arendt – ‘Da Violência’
Uma vez que a violência – distinta do
poder, força ou vigor – necessita sempre de
instrumentos (...), a revolução da
tecnologia, uma revolução nos processos de
fabricação, manifestou-se de forma especial
no conflito armado. A própria substância da
violência é regida pela categoria
meio/objetivo cuja mais importante
característica, se aplicada às atividades
humanas, foi sempre a de que os fins
correm o perigo de serem dominados pelos
meios, que justificam e que são necessários
para alcançá-los.
(pág. 4)
A mídia na concepção de Adorno
“Por um lado é possível referir-se à televisão enquanto ela
se coloca diretamente a serviço da formação cultural, ou seja,
enquanto por seu intermédio se objetivam fins pedagógicos:
na televisão educativa, nas escolas de formação televisivas e
em atividades formativas semelhantes. Por outro lado,
porém, existe urna espécie de função formativa ou
deformativa operada pela televisão como tal em relação à
consciência das pessoas, conforme somos levados a supor a
partir da enorme quantidade de espectadores e da enorme
quantidade de tempo gasto vendo e ouvindo televisão.”
Adorno – Televisão e Formação (pág. 01)
A mídia e sua apreciação
“A Pesquisa sobre Atitudes, Normas Culturais e Valores em Relação à
Violência examinou o consumo da mídia eletrônica em dez capitais brasileiras.
Realizado no ano de 1999 pela psicóloga Nancy Cardia, a pedido do
Ministério da Justiça e da Secretaria de Estado dos Direitos Humanos, o
estudo comprovou o uso intensivo da televisão em todas as cidades e faixas
etárias pesquisadas. Cerca de dois terços dos entrevistados ficavam em média
três horas diante da TV. O restante, entre quatro e seis horas. Uma fatia de
72% dos entrevistados declarou não gostar de programas e filmes com cenas
violentas. Entretanto, 43% dos jovens afirmaram apreciar muito isso. Outro
dado importante é o de que 42% dos entrevistados consideram o noticiário o
programa com mais cenas violentas. Na faixa etária de 16 a 24 anos, os filmes
são considerados o segundo programa mais violento. Curiosamente, os
entrevistados de todas as faixas etárias admitem que há mais violência na
televisão do que no bairro em que vivem.”
Violência na mídia - Kathie Njaine (pág. 72)
Existe relação ‘mídia e violência’?
“Alex Teixeira- Há uma tendência geral entre os estudiosos do tema em afirmar
que a violência nos meios de comunicação não tem o poder de estimular a
violência na sociedade. Um dos argumentos mais antigos para isso é o de que a
televisão é uma senhora de 50 anos enquanto a violência é um fenômeno milenar.
No entanto, diversos estudos realizados com crianças e adolescentes,
principalmente na área da psicologia, têm demonstrado que a exposição a imagens
de violência dentro de determinados contextos narrativos pode provocar alguns
efeitos sim. Não se trata de uma cena de violência tomada isoladamente, mas do
tratamento que é dado a ela. Em outras palavras, quando, em um filme ou novela,
o agressor não recebe nenhuma sanção pelo ato violento cometido isso pode
colaborar para a construção de uma noção de permissiva relativa a
comportamentos agressivos. Da mesma forma, quando a violência parece não
causar dano àquele que a sofre, cena comum em alguns desenhos animados, pode-
se estar contribuindo para a insensibilidade e, portanto, a naturalização de
comportamentos violentos.”
IHU On Line – Ano 3, numero 82(pág. 09)
A criminalidade vem da violência?

Violência
Violência

Criminalidade

Criminalidade
O crime é causa da pobreza?
“O sociólogo mineiro [Edmundo Campos Coelho
( 1939-2001) ] chamava a atenção para o fato de que os
períodos de crise econômica, quando aumentavam as
taxas de desemprego, não são os de maior aumento da
taxa de crimes violentos. Para o autor, a associação a ser
estudada era entre crime e impunidade penal. O que
quer dizer isso? Quer dizer que não punir o criminoso
gera mais crime do que situações de carência ou
desempregos. Quer dizer que a sociedade sinaliza para
os indivíduos que o crime vale a pena, compensa.”
Tempos modernos, Tempos de sociologia (pág. 223)
POBREZA

CRIME IMPUNIDADE

INSENSIBILIDADE
(falta de empatia)

MÍDIA
A violência vende
Alex Teixeira- Há, pode-se dizer, um atrativo nas
mensagens sobre a violência que é de caráter geral,
(...) e basta olhar rapidamente para as pautas de
jornais e programas de TV ou de rádio para
confirmar aquela máxima de que “violência, assim
como sexo, vende”. Mas quando a violência está
relacionada com questões como a impunidade, que
varia de acordo com os contextos sociais, o público
brasileiro pode apresentar um interesse especial,
pois não se pode perder de vista o histórico recurso
à violência para a resolução dos conflitos de toda a
ordem na sociedade brasileira, na maioria das
vezes, por parte dos próprios poderes públicos.
IHU On Line – Ano 3, numero 82(pág. 09)

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