Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
“ [...] Jamais um Estado poderá ser feliz, se não tiver sido delineado
por esses pintores que utilizam o modelo divino?
– Sem dúvida.
(...)
- Penso que, aperfeiçoando o seu trabalho, olharão frequentemente
para um lado e para outro, para a essência da justiça, da beleza, da
temperança e virtudes congéneres, e para a representação que
delas estão a fazer nos seres humanos, compondo e misturando as
cores, segundo as profissões, para obter uma forma humana divina,
baseando-se naquilo que Homero, quando o encontrou nos
homens, apelidou de “divino e semelhante aos deuses”.
Crátilo: o primeiro livro de semiótica
• No diálogo Crátilo, surge a discussão sobre a origem
dos nomes.
• Platão coloca face a face Crátilo e Hermógenes, o
primeiro reivindicando uma origem natural para os
nomes e o segundo reivindicando um legado
puramente artificial.
• A arbitragem de Sócrates tentará mediar esta
radicalização, mas concluirá que os nomes criam
correspondências ilusórias, sendo que a
correspondência fundamental é entre o mundo
sensível – aqui de baixo - e o mundo superior das
ideias ou inteligível (o inatingível mundo ‘de cima’).
Discurso: regras e referência
No Sofista, Platão também torna
claro, ao longo do diálogo, que o
discurso pressupõe sempre
regras (combinações), para além
de criar os seus próprios
referentes.
Ou seja: o discurso é sempre
acerca de alguma coisa concreta
e nunca sobre nada.
Extracto de O Sofista
• "O ESTRANGEIRO - (...) "tal como entre as coisas umas
se combinavam mutuamente e as outras não, entre os
signos (vocais) há uns que não se combinam, mas os
que se combinam criaram o discurso." (...)
• "O ESTRANGEIRO - Desde que existe, o discurso é
necessariamente um discurso sobre alguma coisa; é
impossível que seja um discurso sobre nada. "(...)
• “O ESTRANGEIRO - Teeteto está sentado. Não é longo,
pois não?
• TEETETO - Não, é bastante curto.
• O ESTRANGEIRO - Diz agora de que fala e a que se
refere o discurso.
• TEETETO - Evidentemente, fala de mim e refere-se a
mim.
Homologia entre pensamento e discurso
• Pensamento, ou seja, o
“monólogo interior da alma”, e
discurso, ou seja, a "corrente
que sai da alma pela boca", são,
no fundo, idênticos.
• A opinião, sendo a "realização
final do pensamento",
materializada no discurso ou
através da voz, refere-se sempre
a algo, verdadeiro ou falso.
Do Sofista (exemplo)
• "O ESTRANGEIRO - Pois bem,
pensamento e discurso são uma e a
mesma coisa, mas o discurso interior
que a alma faz em silêncio com ela
mesma recebeu o nome especial de
pensamento.
• TEETETO - Perfeitamente.
• O ESTRANGEIRO - Mas a corrente que
sai da alma pela boca sob a forma de
som recebeu o nome de discurso."
(...) “ podendo o discurso sempre ser
verdadeiro ou (mais geralmente)
falso”.