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Resumão embrio – 1ª semana

PRIMEIRA SEMANA

Fecundação -> ovócito + espermatozóide -> zigoto -> vai migrando pela tuba fazendo

clivagem -> quando tem 32 células chamado mórula -> blastocisto (trofoblasto - que

invadirá o endométrio (sinciciotrofoblasto -> é quem produz o HCG) - + embrioblasto)

-> começa a se ligar ao endométrio no final da primeira semana. 

OBS: -> é nesse processo de clivagem que pode haver um erro de disjunção

cromossômica que permita que o indivíduo tenha duas linhagens diferentes de células

com quantidade de cromossomos diferentes, por exemplo, 45 e 47, como em alguns

casos de T21
Resumão embrio – 2ª semana
SEGUNDA SEMANA
Conteúdos:
- Disco Bilaminar: Epiblasto e Hipoblasto -> divisões do embrioblasto
- Sinciciotrofoblasto e Citotrofoblasto -> divisões do trofoblasto. 
- Cavidade amniótica, revestida amnioblastos que produzem e armazenam
o líquido amniótico.
- Membrana exocelômica, saco vitelino primitivo e secundário
- Mesoderma extraembrionário esplâncnico e somático
- Circulação uteroplacentária
- Placa precordal/membrana orofaríngea
Resumão embrio – 3ª semana
TERCEIRA SEMANA 
Gastrulação: Formação das 3 camadas germinativas
A gastrulação inicia com o surgimento da "Linha Primitiva" na superfície do Epiblasto:
- Células do Epiblasto proliferam e migram em direção ao plano mediano, formando a linha
primitiva -> cresce caudal-cefálica até o nó primitivo. 
- As células invaginam pela linha primitiva.
- Algumas substituem o Hipoblasto, que agora será chamado de Endoderma.
- Outras se concentram entre o antigo Hipoblasto e o Epiblasto, formando o mesoderma.
- O que restou do epiblasto se converterá em Ectoderma

Formação da Notocorda: Estrutura em forma de bastão que define o eixo do embrião. Base
do esqueleto axial e formação de vértebras. 
A formação da notocorda inicia com o surgimento do processo notocordal no mesoderma,
logo abaixo do nó primitivo. Esse processo cresce em direção à placa precordal. À medida que
cresce, surge também o canal notocordal que o acompanha.

As células da porção que está em contato com o endoderma sofrem apoptose, restando
apenas a chamada placa notocordal que, em seguida, irá se dobrar para dar origem à
notocorda -> originada do mesoderma . 
1ª e 2ª neurulação
• Primeira neurulação: Processo de formação do tubo neural. 
• Espessamento do ectoderma acima da notocorda -> forma a PLACA
NEURAL.
• Invaginação da placa neural ao longo do eixo central, formando sulco
neural, ao lado da depressão formam-se as pregas neurais. 
• Fusão das pregas neurais formando o tubo neural. 
• Um grupo de células fica acima do tubo -> chamadas células da crista
neural -> diversas estruturas cefálicas (gânglios, células da glia, etc). 

Segunda neurulação: Formação do tubo neural caudal
• Canalização: 4 a 7 semanas
• Diferenciação progressiva até o nascimento.
• Dará origem há:
• Cone medular
• Cauda equina
• Trato genitourinário
Relevância

• Individualmente raras, mas coletivamente comuns.


• Tempo e natureza das perturbações no neurodesenvolvimento
gerarão lesões diversas, resultando também em diversos sinais
clínicos.
• Já que as mal formações são desordens estruturais, neuroimagem é
fundamental.
• Intervenções mais precoces, com melhores DX pré-natais, abrindo
leque para novas propostas terapêuticas.
• Novas causas genéticas identificadas.
Marcos do Desenvolvimento do Sistema
Nervoso Central
Marcos do Desenvolvimento do Sistema
Nervoso Central
Mal Formações do SNC

• Transtornos da Neurulação
• Transtornos do desenvolvimento prosencefálico
• Problemas na clivagem
• Problemas no desenvolvimento da linha média
• Transtornos da Proliferação Neuronal
• Proliferação Diminuída
• Proliferação Desordenada
• Diferenciação ou Maturação Anormal
• Transtornos da Migração
• Transtornos Pós-Migracionais
Transtornos da Neurulação

•Craniorachisis Totalis

•Anencefalia

•Disrafismos espinhais
Mielomeningocele
Mielomeningocele

• Desordem mais comum da neurulação, cujos fetos mantêm-se


viáveis.
• Incidência 0.2 a 0.4 por 1000 nascidos vivos.
• Déficits relacionados ao nível da lesão, à presença ou não de
hidrocefalia e associação com outras mal formações , por exemplo de
tronco.
• Hidrocefalia é visto em 90%. Normalmente se desenvolve mais
tardiamente na gestação ou no pós-natal.
• Pode ser assintomática ao nascimento. (Atentar para até 6 semanas
após o nascimento).
• Necessário neuroimagem.
• Chiari Tipo 2.
Mielomeningocele

• PREVENÇÃO:
- US Public Health Service and Centers for Disease Control and Prevention
(CDC) orienta suplementação de 0.4 mg de ácido fólico diariamente para
toda mulher em idade fértil para reduzir mal formação do tubo neural.
- 4 mg/dia naquelas que já tiveram um filho afetado.
- Etiologia multifatorial.
Disrafismo espinhal oculto
O termo defeito fechado de tubo neural e espinha bífida oculta são usados
como sinônimos de desordens da segunda neurulação.
Distinguem-se das de primeira pelo seu locus mais caudal e por serem
recobertas. 

-> Além dos sinais dérmicos, atentar para atraso no controle miccional na
infância, atraso na deambulação, assimetria de MMII, pés cavos ou
equinovarus e dor lombar. 
No adolescente o mais comum é distúrbio de marcha

.Sinais sugestivos: presença de pilificação no local, massa subcutânea,


anormalidades dermatológicas (hemangioma, aplasia cutis, mácula
pigmentada…)
Mal Formações do SNC

• Transtornos da Neurulação
• Transtornos do desenvolvimento prosencefálico
• Problemas na clivagem
• Problemas no desenvolvimento da linha média
• Transtornos da Proliferação Neuronal
• Proliferação Diminuída
• Proliferação Desordenada
• Diferenciação ou Maturação Anormal
• Transtornos da Migração
• Transtornos Pós-Migracionais
Holoprosencefalia
Problemas na Clivagem

HOLOPROSENCEFALIA
• Ausência de separação hemisférica. Ventrículo único e grande.
• Formas:
• alobar (outras estruturas da linha média comprometidas: bulbo olfatórios,
nervos ópticos, hipopituitarismo).
• Semi-lobar
• Lobar.
• Associação com displasias corticais.
• Epilepsia é comum.
• Etiologia heterogênea. DMG 1% de risco (principal causa ambiental).
Anormalidades cromossômicas em 25 a 50% dos casos ->
principalmente trissomia do 13 e 18). Mutações single-gene em até
25% (SHH, SIX3, ZIC2).
Holoprosencefalia

SINTELENCEFALIA
- Variante inter-hemisférica média.
- Fusão dos hemisférios cerebrais no aspecto posterior do
lobo frontal e/ou da transição frontoparietal, associado à
disgenesia segmentar do corpo caloso.
- Entre 2 a 15% dos casos.
- Discretos dismorfismos faciais.
- Microcefalia, DI e espasticidade.
Problemas no desenvolvimento da linha média

AGENESIA DO CORPO CALOSO


• Completa ou Parcial (porção posterior é a mais afetada).
• Isolada ou em associação com outras mal formações.
• Grande variedade clínica de sinais e sintomas.

• Prognóstico difícil de definir.


Problemas no desenvolvimento da linha média

DISPLSIA SEPTO-ÓPTICA
• Hipoplasia dos nervos ópticos, anomalias hormonais da hipófise e
alterações da linha média

• Clinicamente, deficiências visuais (nistagmo, baixa fixação do olhar) e


hipopituitarismo.

• Causas heterogêneas
Problemas no desenvolvimento da linha média
Mal Formações do SNC

• Transtornos da Neurulação
• Transtornos do desenvolvimento prosencefálico
• Problemas na clivagem
• Problemas no desenvolvimento da linha média
• Transtornos da Proliferação Neuronal
• Proliferação Diminuída
• Proliferação Desordenada
• Diferenciação ou Maturação Anormais
• Transtornos da Migração
• Transtornos Pós-Migracionais
Proliferação Diminuída

MICROCEFALIA
• Circunferência cefálica menor do que dois desvios padrão da
normalidade (<p3).
• Processo heterogêneo que pode ser resultante tanto de dano estrutural
(SHI, infecção intrauterina), ou por alteração da proliferação neuronal
geneticamente determinada (a maioria são formas recessivas).
• Mutações associadas a microcefalia primária alteram a proliferação de
células neuroprogenitoras através de danos à regulação do ciclo celular,
função centrossomal, formação de fuso mitótico, ou à reparação do
DNA.
• Pode ser complicada com alterações de giro. Sendo o espectro extremo o
de microlisencefalia, que acaba sendo uma entidade distinta,
frequentemente acompanhada de alterações de corpo caloso,
cerebelares, com epilepsia e DI severo.
Proliferação Desordenada
HEMIMEGALENCEFALIA
• Aumento de apenas um hemisfério
cerebral e está associada com crescimento
desproporcional causado por distúrbios
tanto de diferenciação, com de proliferação
e organização.
• As alterações transcendem apenas o
aumento de tamanho, mas também
cursam como formação anômala dos giros,
ventriculomegalia e hipersinal em T2 na
substância branca.
• Na histopatologia vemos: laminação
cortical desorganizada, neurônios grandes
e dismórficos e heterotopia subcortical.
• Virtualmente todos os pacientes cursam
com epilepsia, alguns necessitando de
hemisferectomia.
Diferenciação ou Maturação Anormais

COMPLEXO DA ESCLEROSE TUBEROSA


• Facomatose familial, autossômica dominante, com variável
penetrância hereditária, devido a provável lesão nos cromossomos
9 e 16 (genes TSC 1 e TSC 2, respectivamente), levando a alteração
da codificação das proteínas tuberina e hamartina.
• Diagnóstico baseado em lesões em pele, rins, coração e SNC.
• Prevalência de aproximadamente 1 para 10.000. Multiplicidade de
fenótipos.
• Quadros normalmente abrem com crises convulsivas (90%), sendo
a maioria das primeiras crises do tipo espasmos infantis.
• A evolução do curso clínico ocasiona atraso do desenvolvimento
neuropsicomotor e retardo mental na adolescência e vida adulta.
Diferenciação ou Maturação Anormais

DISPLASIA CORTICAL FOCAL


• Displasias neuronais em córtex que lembram os túberes do CET.
• Visualizadas como lesões de hipersinal em T2, com formato funicular
cuja base aponta para superfície cortical e ponta para substância
branca.
• Macroscopicamente apresentam giros mais largos que o normal e
borramento na transição entre substâncias branca e cinzenta.
• Fortemente associada a epilepsia de difícil controle.
• Na histologia: anormalidades na laminação cortical, neurônios
dismórficos e com polaridade anormal.
Diferenciação ou Maturação Anormais
DISPLASIA CORTICAL FOCAL
ILAE classifica em 3 grupos:
• Tipo 1: Células menos dismórficas.
Distúrbio na migração radial ou
tangencial.
• Tipo 2: Neurônios citomegálicos
(Em balão). Laminação cortical
rompida. Bem visualizada em RNM.
• Tipo 3: Quando há associação com
outras lesões cerebrais:
- IIIa -> esclerose hipocampal
- IIIb -> tumores
- IIIc -> mal formações vasculares
- IIId -> lesões adquiridas
precocemente, como gliose.
Mal Formações do SNC

• Transtornos da Neurulação
• Transtornos do desenvolvimento prosencefálico
• Problemas na clivagem
• Problemas no desenvolvimento da linha média
• Transtornos da Proliferação Neuronal
• Proliferação Diminuída
• Proliferação Desordenada
• Diferenciação ou Maturação Anormais
• Transtornos da Migração
• Transtornos Pós-Migracionais
Transtorno de Migração

HETEROTOPIA
• Coleção de neurônios ectópicos localizados fora do córtex.
• O que diferencia de displasia cortical é que estes possuem morfologia
normal. Logo, aparece isointensa a substância cinzenta normal.
• Heterotopia periventricular nodular é caracterizada por aglomeração
de neurônios ectópicos formando nódulos. O córtex suprajacente
tem aspecto normal.
• Normalmente arredondados e dispersos entre as fibras mielínicas.
• Indivíduos com inteligência normal.
• Pode evoluir com epilepsia na adolescência.
• Muitas vezes resulta de mutação na filamina A (FLNA), um gene do
cromossomo X.
Transtorno de Migração

LISENCEFALIA
• Refere-se a escassez de giros e sulcos. Aspecto de encefálo liso.
• Agiria ou paquigiria.
• Já foram descobertos vários genes.
• Cursa com epilepsia (espasmos infantis são comuns), déficits motores
e cognitivos (inversamente proporcionais à quantidade de giros)
importantes.
• Tronco e cerebelo muitas vezes normais.
Transtorno de Migração

LISENCEFALIA
Tipo 1
- Associada à mutação principalmente no gene LIS 1 -> Formação de
microtúbulos -> prejuízo no transporte molecular intracelular.
- 50% dos pacientes com lisencefalia.
- Córtex grosso e liso. Fissuras peri-silvianas rasas.
- Pode ter predomínio posterior - mutações de novo no gene LIS1
(transporte molecular intracelular) e anterior (TUBA1A – formação de
tubulina que formam os microtúbulos).
Transtorno de Migração

LISENCEFALIA
Tipo 2
• Córtex moderadamente alargado, superfícies irregulares (pia e na
interface subcortical) lembrando pedras de calçamento
(paralelepípedos).
• Substância branca diminuída em volume, associada à displasia
cerebelar.
• Diferentemente da Tipo 1, onde a migração neuronal é interrompida
precocemente aqui há uma deficiência nos stop signals causando
uma migração além do limite pial-glial formando uma ectopia
neuroglial no espaço subaracnóide.
• 2/3 dos pacientes apresentam evidências de uma alfa-
distroglicanopatia.
Mal Formações do SNC

• Transtornos da Neurulação
• Transtornos do desenvolvimento prosencefálico
• Problemas na clivagem
• Problemas no desenvolvimento da linha média
• Transtornos da Proliferação Neuronal
• Proliferação Diminuída
• Proliferação Desordenada
• Diferenciação ou Maturação Anormais
• Transtornos da Migração
• Transtornos Pós-Migracionais
Transtornos-Pós Migracionais

POLIMICROGIRIA
• Acontece entre os últimos estágios de migração e as fases primárias de organização
cortical.
• Normalmente fruto de causas externas (não-genéticas) como a infecção por
citomegalovírus.
• As etiologias genéticas normalmente se apresentam com lesões localizadas e
simétricas, tais como polimicrogiria perisilviana.
• Acompanham DI e epilepsia.
• Sintomas específicos podem ocorrer dependendo da área acometida.
• Na polimicrogiria perisilviana, por exemplo, teremos uma síndrome clínica que se
manifesta com déficit intelectual moderado, epilepsia e paralisia pseudobulbar. Pode
estar associada com neurofibromatose tipo 4 e Síndrome de Kabuki.
• Já na polimicrogiria frontoparietal bilateral, que normalmente se associa com
ventriculomegalia e Hipoplasia de ponte e do vermis cerebelar, se manifesta com
déficits motores importantes, desvio conjugado do olhar, epilepsia e sintomas
cerebelares.
ACONSELHAMENTO GENÉTICO E
CONCLUSÃO
• Com os avanços no US obstétrico, cada vez mais se diagnosticam
precocemente malformações no período fetal, especialmente nos
segundos e terceiros trimestres.
• Melhora do diagnóstico pré natal também pelos avanços genéticos:
genotipagem de células das vilosidades coriônicas e amniocentese
são padrão ouro. Podem ser considerados CGH array, embora os
diagnósticos patognomônicos ainda sejam baixos (em torno de 15%).
• Testes não invasivos para detecção de aneuploidias já vem sendo
usados.
• Acolhimento familiar.
• Abordagem da neurologia infantil pode se dar já no período pré natal
com aconselhamento, ajuda a entender o prognóstico e preparar os
cuidados após o nascimento.

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