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Partindo das diretrizes estabelecidas pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), para os quais a linguagem é “uma
forma de ação interindividual orientada para uma finalidade específica; um processo de interlocução que se realiza nas
práticas sociais existentes numa sociedade, nos distintos momentos de sua história” (BRASIL, 1998, p. 20), temos o
objetivo de trabalhar os gêneros textuais mais utilizados nesse momento da história, que trata especificamente da internet e
envolve diversas plataformas digitais, que tem a hipertextualidade e gêneros textuais como pontos relevantes para a
produção textual e a inserção de práticas artístico-literárias, de estudo e pesquisa, jornalístico-midiático, de atuação na vida
pública e campo da vida pessoal, cidadãs, investigativas, dentre outras.
Deste modo, as habilidades contidas na BNCC (EF69LP4 e EF69LP51) darão norte ao projeto; já que desenvolveremos
habilidades no campo artístico-literário. Usaremos textos literários para a criação de textos não-literários, mais
especificamente na criação e produção textual de fanfic e envolvendo participação de práticas de compartilhamento de
leitura por meio do blog da turma; promovendo uma maior interação entre os alunos e suas produções. Quando propomos a
ideia das respostas em cada uma das atividades, exercitamos o conteúdo e fixamos conceitos. Ao final de todos os módulos
existe uma atividade que leva a reflexão ou a produção textual. Tudo muito intuitivo e de fácil acesso, sempre relacionando
com gêneros textuais escolhidos e seu contexto de uso.
CAMPO ARTÍSTICO- LITERÁRIO
(EF69LP51) Engajar-se ativamente nos processos de planejamento, textualização, revisão/ edição e reescrita, tendo em
vista as restrições temáticas, composicionais e estilísticas dos textos pretendidos e as configurações da situação de
produção – o leitor pretendido, o suporte, o contexto de circulação do texto, as finalidades etc. – e considerando a
imaginação, a estesia e a verossimilhança próprias ao texto literário.
Justificativa
As aulas mediadas pelas novas tecnologias ainda geram muitos questionamentos e inseguranças; pois apesar de vivermos
numa era digital muitos professores evitam usar as novas tecnologias ou por não conseguirem recursos tecnológicos
suficientes na escola ou por centrarem o processo de Ensino-Aprendizagem somente no educador, projetando assim, para
os alunos, uma antiga prática docente da “Redação Escolar”, na qual os alunos escreviam textos que seriam lidos apenas
pelo professor com o objetivo de avaliar o uso correto da gramática e da ortografia. De modo que pouco tempo era
dedicado pelo aluno para a reflexão sobre sua própria escrita. Esperamos que as propostas contidas neste projeto
incentivem os alunos a escreverem criticamente, refletindo na sua escrita, revisando a grafia, a exposição adequada de
ideias e posicionamentos, coesão, coerência e etc. a partir de um público-alvo que deixa de ser exclusivamente o professor,
trazendo uma nova reflexão na modalidade de ensino, conforme:
Pela sua própria natureza, nas comunidades virtuais de aprendizagem todos os membros
estão potencialmente habilitados para ajudar e apoiar os outros membros. Portanto, nas
comunidades virtuais de aprendizagem a ação educacional intencional é definida como
um dos componentes fundamentais de seu projeto e gestão (Coll, Bustos e Engel, 2010,
p. 276).
Pretendemos construir o conhecimento juntamente com o aluno usando um gênero que
faz parte do seu uso cotidiano e que extrapola o nível de sala de aula com o objetivo de
que o aluno perceba como os textos são usados em contextos reais de uso. A ideia de
execução e produção textual envolvendo o Blog reforça ainda mais essa ideia,
proporcionando a interação e mediação das produções textuais dos alunos, revisões e
correções entre eles mesmos.
Sendo assim, o blog é parte essencial do projeto, pois permite uma maior interação/mediação
entre os alunos (extra EAD), já que, além da plataforma de aula a interação via blog transcende
as aulas e a relação aluno-professor, trazendo benefícios que o modo tradicional dificilmente
proporcionaria.
POR QUE PENSAR EM LETRAMENTO DIGITAL?
A necessidade de um indivíduo ser letrado digitalmente surgiu a partir
da percepção do caráter plural dos gêneros que circulam na internet devido a sua
capacidade de gerar informações múltiplas de texto, imagem e sons, etc. Por isso é
necessário dar sentido a essas novas formas de comunicação e delimitando seu uso e
caráter linguístico.
Moreira (2014) cita Bawden (2008) em seu artigo e classifica quatro competências como essenciais para o
letramento digital:
a) Pesquisas na internet;
b) Hipertexto;
c) Navegação e montagem;
d) Conhecimento e avaliação de conteúdo.
A quem se destina?
Você já se deu conta da infinidade de situações comunicacionais às quais somos expostos ao longo de nossa vida? Nem
precisa tanto, pois durante um único dia podemos estar envolvidos em diferentes contextos e ambientes que exigem de nós
um comportamento linguístico específico. A linguagem é um dos mais eficientes meios de comunicação, pois ela nos
permite interagir com pessoas, assim como alterar nosso discurso de acordo com as necessidades do momento.
Dessa constante necessidade que o ser humano tem de interagir e comunicar-se com o outro, surgiram os gêneros textuais.
Os gêneros textuais não podem ser numerados, visto que variam muito e adaptam-se às necessidades dos falantes. Mesmo
que não possamos contá-los, é possível observar que eles possuem peculiaridades que nos permitem identificá-los e
reconhecê-los entre tantos outros gêneros. Entre as características dos gêneros textuais estão a apresentação de tipos
estáveis de enunciados, além de estruturas e conteúdos temáticos que facilitam sua definição.
Modalidades de Textos
Partindo do conceito de texto como sendo um conjunto de palavras que formam um sentido relacionado a um contexto,
podemos dividir os textos em dois grandes grupos: os textos literários e os textos não literários.
Por que fazemos essa distinção? Para estudar os tipos de textos existentes em nossa sociedade, é importante
compreender como podemos usá-los a fim de tornar nossa comunicação mais clara e aproveitarmos melhor a variedade
de textos que temos a nosso dispor.
Para isso, foi feita a distribuição dos textos por esses dois grupos. Isso equivale a dizer que a maioria dos textos que
existem podem ser colocados em um desses grupos.
Os textos literários são aqueles que possuem função estética, destinam-se ao entretenimento, ao belo, à arte, à ficção. Já
os não literários são os textos com função utilitária, pois servem para informar, convencer, explicar, ordenar.
Observe os exemplos a seguir.
Textos literários e textos não literários
(Texto 1) Descuidar do lixo é sujeira
Diariamente, duas horas antes da chegada do caminhão da prefeitura, a gerência de uma das filiais do McDonald’s
deposita na calçada dezenas de sacos plásticos recheados de papelão, isopor, restos de sanduíches. Isso acaba
propiciando um lamentável banquete de mendigos. Dezenas deles vão ali revirar o material e acabam deixando os restos
espalhados pelo calçadão. (Veja São Paulo, 23-29/12/92)
O primeiro texto – "Descuidar do lixo é sujeira" – se propõe a dar uma informação sobre o lixo despejado nas calçadas,
bem como o que acontece com ele antes de o caminhão do lixo passar para recolhê-lo. É um texto informativo e,
portanto, não literário.
O texto não literário apresenta linguagem objetiva, clara, concisa, e pretende informar o leitor de determinado assunto. Para
isso, quanto mais simples for o vocabulário e mais objetiva for a informação, mais fácil se dará a compreensão do conteúdo:
foco do texto não literário.
São exemplos de textos não literários: as notícias, os artigos jornalísticos, os textos didáticos, os verbetes de dicionários e
enciclopédias, as propagandas publicitárias, os textos científicos, as receitas culinárias, os manuais, etc.
Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.
(Manuel Bandeira. Em Seleta em prosa e verso. Rio de Janeiro: J. Olympio/MEC, 1971, p.145)
O segundo texto – “O bicho” – é um poema. Sabemos disso principalmente por sua forma.
O poema é construído em versos e estrofes e apresenta uma linguagem carregada de
significados, ao que chamamos de plurissignificação. Cada palavra pode apresentar um
sentido diferente daquele que lhe é comum.
Podemos citar como exemplos de textos literários o conto, o poema, o romance, peças de
teatro, novelas e crônicas.
Conceito
Os gêneros textuais podem ser definidos como unidades formadoras de sentido, com determinados
propósitos ou intencionalidades discursivas. Nesse sentido, a vontade do emissor (locutor) poderá ser
revelada por meio do discurso: informar, convencer, contar uma história, persuadir, posicionar-se,
opinar etc.
NÃO CONFUNDAM!!!
Diferença entre gênero e tipo textual.
Enquanto os gêneros são formas flexíveis de textos, os tipos, por sua vez, caracterizam-se pela
rigidez, pela estruturação pautada em sequências linguísticas, pelo uso de vocabulário específico,
por relações lógico-semânticas com propriedades mais fixas, sendo os grandes conjuntos nos quais
estão contidos os gêneros textuais.
Os estudos linguísticos, em sua maioria, reconhecem pelo menos os seguintes tipos ou tipologias
textuais: narração, argumentação, descrição, injunção e exposição. Quando conseguimos
reconhecer os tipos textuais, temos mais condições de interpretá-los com eficácia, uma vez que
os efeitos de sentido produzidos pelos textos estão também relacionados à forma como
estruturam-se.
Exemplos de Gêneros Textuais
Gêneros textuais comuns ao dia a dia:
romances;
contos;
fábulas;
novelas;
crônicas;
diários;
blogs;
relatos de viagens;
folhetos turísticos;
cardápios de restaurantes;
classificados;
jornais;
enciclopédias;
resumos escolares;
verbetes de dicionário;
...
O professor pode selecionar previamente alguns textos entre os exemplos citados para que
os alunos se familiarizem e percebam as diferenças.
Como consumimos gêneros textuais?
Atualmente, vivemos a grande revolução dos serviços de streaming, que ajudam a difundir ainda mais os gêneros textuais
aqui apresentados, claro que de uma forma completamente diferente e inclusiva.
Costumamos referenciar os gêneros textuais instintivamente por textos, obviamente, é a forma primordial, entretanto, a
flexibilidade dos gêneros e a tecnologia são grandes aliadas e acabamos por consumir muito dos gêneros por formas
alternativas que vão além do texto escrito lido, chegando ao contato com textos escritos encenados e adaptados para séries,
filmes, peças, animes e outros.
Ao final desta aula, você saberá responder:
Atividade 01
O Blog é um gênero textual digital veiculado na internet que serve como meio de comunicação virtual,
tal qual o e-mail.
Entretanto, o e-mail se aproxima mais da carta pessoal e do bilhete, enquanto os blogs dos diários
pessoais.
Os blogs são páginas na internet (web) em que os blogueiros (autores do blog), divulgam informação
sejam pessoais ou sobre outros temas. Sendo assim, eles são importantes ferramentas de interação da
modernidade.
O termo blog é uma abreviação da palavra inglesa “weblog” que surge da união dos vocábulos “web”
(teia) e “log” (diário de bordo).
Neles, além de texto, as pessoas podem inserir imagens, músicas, vídeos e, portanto, o blog utiliza a
linguagem verbal e não-verbal.
Principais Características do Blog
Linguagem
1 No tocante à linguagem, ela se diferencia dependendo do objetivo ao qual se
pretende. Ou seja, pode apresentar uma linguagem mais informal ou coloquial
e, noutros casos, uma linguagem mais cuidada ou formal.
4
Mídia Interação
Acesse a plataforma EaD e na atividade 2 clique em “blog da turma”; observe o site criado e
relacione com o que aprendemos neste módulo. Encontre a aba comentários e deixe um comentário
sobre sua primeira impressão do blog. Atividade 02C
POR HOJE É SÓ!
Continuem os estudos ...
Não deixem de acessar o blog da turma, pois a avaliação final será realizada com conteúdo no blog.
Módulo III
Criando um blog
Em seguida, vamos selecionar o template do blog, nessa etapa o blog ganha algumas cores e
Vai depender exclusivamente da sua criatividade. As demais ferramentas são adicionadas
automaticamente pela plataforma.
E pronto! seu blog abrirá uma janela que permite o gerenciamento de tudo que deseja postar ou
editar em sua página, basta mover o que deseja e após tudo feito clicar em “Publicar”.
Atividade 03
(Professor, estimule o aluno a criar conteúdo para seu blog, baseado no perfil que ele
escolheu para abordar e no direcionamento do público alvo. Os alunos deverão enviar os links de seus blogs
Para o blog da turma. Peça aos alunos que acessem os blogs e deixem comentários com observações, sugestões,
elogios, etc.
Caso alguns alunos tenham interesses em comum, sugerimos que formem duplas para facilitar o trabalho de medição
e correção.)
Apresentação dos blogs para turma.
Cada aluno deverá apresentar seu blog com as atualizações feitas após os comentários
iniciais deixados pelos colegas, conforme orientado na atividade anterior. Os alunos deverão
explicar qual assunto será abordado em seu blog e o motivo da escolha. Também deverão
explicar quais alterações fizeram em seu blog depois dos comentários dos colegas e se não
o fizeram deverão justificar.
(Professor, observe se seu aluno utilizou e disponibilizou todas a ferramentas disponíveis para
o gênero blog)
Módulo IV Fanfic
*é uma revista destinada a divertir os fãs sobre a cultura popular que ela cobre
Para criar a sua fanfic, basta que você escolha uma saga ou livro do qual é fã e se inspire em seus
personagens para criar um enredo. A maioria das fanfics conta histórias de amor entre dois personagens
(que geralmente são inimigos na saga original) e constrói um enredo de fortes emoções, inimizades,
conflitos, aventuras, entre outras características típicas de livros de fantasia. Uma vez que, geralmente,
as fanfics são lidas por outros fãs que já têm conhecimento da história original, não é necessário se
preocupar em das grandes explicações dentro do seu texto. Você pode, também, usar e abusar de sua
criatividade ao inserir novos personagens ou fazer aquelas alterações que você sempre quis no enredo
original da série ou saga.
Características textuais de uma Fanfic
Linguagem
1 Apesar de ser um texto veiculado na internet, a linguagem tem caráter formal,
se assemelhando à obra original.
Gênero textual
4
Personagens
Assista o vídeo publicado no blog da turma e depois compartilhe no blog, na aba comentários
as respostas para estas reflexões.
Agora é sua vez de produzir! Acesse o blog da turma, na aba “atividade 04” e leia o conto de Lygia
Fagundes Telles, “Venha ver o Pôr-do-sol”. Após atenta leitura, produza um texto fanfic baseado
neste conto. Publique sua fanfic no seu blog pessoal e depois compartilhe o link no blog da turma,
mais precisamente nos comentários.
Professor, importante separar um tempo para ler juntamente com o aluno o conto e fazer uma breve análise.
Os alunos que formaram duplas para criarem um blog deverão produzir separadamente suas fanfics, mas poderão usar o
mesmo blog para a publicação.
Ao final desta aula, você saberá responder:
Atividade 04 (continuação)
Após todos publicarem suas fanfics, os alunos devem deixar comentários sobre a produção de outros
alunos dentro do blog pessoal onde encontram-se as produções iniciais de cada aluno. Os próprios
alunos poderão atuar na correção e revisão do texto, podem opinar sobre o que gostaram no texto e
dar sugestões para melhorar.
Após revisão dos textos iniciais publicados, os alunos deverão publicar suas versões finais,
compartilhando o link final no blog da turma, em uma data estipulada pelo professor.
Os comentários nas fanfics publicada no blog, as revisões e reescritas dos textos devem
compor a avaliação dos alunos, uma vez que nos sites de fanfics essas ferramentas estão
disponíveis aos leitores.
Referências:
BUNDE, Mateus. Blog como gênero textual. Todo Estudo. Disponível em: https://www.todoestudo.com.br/portugues/blog-como-genero
-textual. Acesso em: 21 de October de 2020.
CUNHA, Ana Lygia O aluno mediador / Ana Lygia Almeida Cunha. –Belém: AEDI/UFPA, 2015.
MARCUSCHI, L.A. Produção textual, análise de gêneros e compreensão. São Paulo: Parábola Editorial, 2008. 298p.
Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs). Língua Portuguesa. Ensino Fundamental. Terceiro e quarto ciclos. Brasília: MEC/SEF,
1998.
SOARES, Magda. Novas praticas de leitura e escrita: Letramento na cibercultura. Disponível em:
https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0101-73302002008100008&script=sci_arttext acesso em 21 de outro de 2020.
SILVA, Solimar. Oficina de escrita criativa: escrevendo em sala e publicando na web. Petrópolis, RJ: Vozes, 2014.