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Função e Técnicas de Auditoria Pós-Desalfandegamento| 31 de Março de

2021 Departamento de Tarifas e Comércio


Sumário
04 Introdução

05 Definição

06 Objectivo

07 Funções

08 Técnicas de APD

15 Principais fraudes

16 Legislação

Título do Documento 2
Sumário
17 Conclusão

18 Referências bibliográficas

Título do Documento 3
Auditoria Pós-Desalfandegamento - Introdução
Para implementação da APD, é necessário que as Administrações atendam a alguns requisitos prévios, tais como:

1. Análise e gestão de risco: Metodologia internacionalmente reconhecida, recomendada pela OMA e de caracter
fundamental para de decisão na verificação de despachos aduaneiros desalfandegados. Ela é utilizada para mitigar
riscos e encorajar o cumprimento voluntário da legislação aduaneira e outras conexas.
a) A selecção de mercadorias, quando baseada em riscos, substitui a inspecção integral das mercadorias, por controles
selectivos baseados em indicadores de risco, permitindo o desalfandegamento celere das mercadorias e optimização
dos recursos humanos na inspecção de mercadorias de alto risco.

2. Compromisso com a mudança e dialogo público-privado: O compromisso de mudança deve ser estendido a todos
intervenientes no processo de fiscalização de fronteiras e a comunidade empresarial.
a) O diálogo entre os sectores público-privado, deverão considerar a mudança no relacionamento, de posssível
enfrentamento para um processo de cooperação mútua.

3. Compromisso com a integridade: A Declaração do Conselho de Cooperação Aduaneira em matéria de integridade


aduaneira, de 1993, foi o principal instrumento para OMA criar a partir de 2003, diversos instrumentos para
promover o combate à corrupção e implementar conceitos nas instituições públicas, tais como: Guia de
Desenvolvimento da Integridade; Compêndio das melhores práticas de integridade e o Código modelo de ética e
conduta.

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Auditoria Pós-Desalfandegamento - Definição

A Auditoria Pós-Desalfandegamento é uma


medida aduaneira de controlo, que visa:

• Garantir a exactidão e a conformidade das


declarações aduaneiras, através da:

• Análise de livros, registos contabilísticos,


sistemas informáticos, dados comerciais e
outros respeitantes às actividades do
comércio internacional.

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Auditoria Pós-Desalfandegamento - Objectivo

Dentre os objectivos da APD, o principal não é


aferir as conformidades, mas sim, detectar
situações irregulares, com base numa seleção
por meio da análise de risco.

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Auditoria Pós-Desalfandegamento - Função

• É examinar e atestar a integridade e a veracidade das informações


contidas das declarações aduaneiras;

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Auditoria Pós-Desalfandegamento – Técnicas de APD

1. Entrevista;

2. Controlos Cruzados;

3. Circularização; e

4. Assistência mútua.
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Auditoria Pós-Desalfandegamento - Entrevista

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Auditoria Pós-Desalfandegamento – Fases da entrevista
ETAPAS PRINCIPAIS CARACTERISTICAS
Preparação • Os membros da equipa de auditoria deverão acordar sobre: o objectivo da entrevista; a informação a ser obtida; os documentos a serem solicitados; e as atribuições de
cada membro da equipa no decorrer da entrevista.
• Informar o entrevistado com antecedência sobre o propósito da auditoria e sobre o tipo de informação que será solicitada.
• Preparar um plano de trabalho, discriminando a finalidade e a duração da entrevista, bem como a minuta das principais perguntas a serem respondidas pelo entrevistado.

Início • Estabelecer uma relação de cooperação e confiança com o entrevistado.


• Esclarecer os objectivos da entrevista.

Desenvolvi- • As perguntas e as linhas de questionamento devem ser elaboradas de forma a extrair o máximo de informação no tempo disponível, devendo ser ajustadas ao longo da
entrevista em função das respostas e das reações não verbais do entrevistado.
mento • A entrevista deve ser conduzida como uma conversa e não como um interrogatório.
• A equipa deve evitar o monopólio da palavra, ouvindo o entrevistado com atenção e evitando interrompê-lo.
• A equipa deve mostrar interesse pela opinião do entrevistado, sem demonstrar, entretanto, qualquer rejeição ou apoio às suas manifestações.
• Deve-se evitar perguntas complexas, demonstrações de excesso de conhecimento ou atitudes de superioridade.
• Os auditores devem permanecer atentos a compreensão que o entrevistado teve de cada pergunta feita, inquirindo-o, quando necessário, sobre qualquer dúvida que
tenha surgido.
• As declarações e opiniões do entrevistado devem ser conferidas.
• O entrevistado deve ser previamente informado que as respostas serão anotadas para consulta a posterior.

Conclusão • Os membros da equipa de auditoria devem recapitular as informações recebidas durante a entrevista, verificando se todas as perguntas foram respondidas e resumindo
para o entrevistado os pontos principais abordados no encontro.
• A entrevista não deve ser encerrada de forma abrupta, mas sim positivamente, de tal modo que o entrevistado perceba que as informações dadas foram de grande valia
para a auditoria.
• O momento da conclusão da entrevista é bastante propício para se obter do entrevistado a indicação de outras pessoas com quem a equipa possa conversar.

Registro • É importante que nesta etapa as seguintes questões possam ser respondidas:
• Os objectivos da entrevista foram alcançados?
• É necessário a coleta de outras informações sobre o assunto estudado?
• É necessário a investigação de outros assuntos?

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Auditoria Pós-Desalfandegamento – Controlos cruzados

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Auditoria Pós-Desalfandegamento – Controlos cruzados

 Averiguar a existência de DOCUMENTAÇÃO constante


do DU, diferente da que se encontra nas instalações do
Importador;
 Comparação de facturas, documentos inerentes ao
comércio internacional dos mesmos fornecedores com
outros Importadores ou importações/ exportações
efectuadas em momento muito próximo;

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Auditoria Pós-Desalfandegamento - Circularização

• É a confirmação externa de informação relevante para percepção do


calculo dos direitos e demais imposições, num dos agentes
económicos envolvidos na transacção comércial, que não seja o
auditado.
Por exemplo: Transportadores, Agências de Navegação, Seguradoras,
bancos comerciais, etc.;

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Auditoria Pós-Desalfandegamento – Assistência mútua
•São acordos de cooperação entre Administrações Aduaneiras, na troca de informações e no
combate as demais ilicitudes na cadeia do comércio internacional, tais como:
• Acordos internacionais em matéria aduaneira
1.Acordo de Cooperação com o Governo da Namíbia, sobre Assistência Administrativa Mútua em Matéria Aduaneira, assinado em 12 de Abril de 2017;
2.Acordo com o Governo da República Democrática de São Tomé e Príncipe, sobre Assistência Administrativa Mútua em Matéria Aduaneira, assinado
em 09 de Maio de 2003;
3.Acordo com o Governo da República da África do Sul, sobre Assistência Administrativa Mútua em Matéria Aduaneira, assinado em 24 de Novembro
2017;
4.Acordo de Cooperação com o Governo da República Zâmbia, sobre Assistência Administrativa Mútua em Matéria Aduaneira, assinado em 12 de Maio
2018;
5.Acordo de Cooperação com o Governo da República Democrática do Congo sobre Assistência Administrativa Mútua em Matéria Aduaneira, assinado
em 28 de Novembro 2014;
6.Acordo de Cooperação com o Reino dos Países Baixos sobre Assistência Administrativa Mútua em Matéria Aduaneira, assinado na data de 10 de Abril
2017;
7.Convenção de Cooperação de Técnica entre as Administrações Aduaneiras dos Países de Língua Oficial Portuguesa, assinado em 26 de Setembro
1986;
8.Convenção sobre Assistência Mútua Administrativa entre Estados Aduaneiros de Língua Oficial Portuguesa, - Prevenção, Investigação e Repreensão
das Infracções Aduaneiras, assinado em 26 de Setembro 1986;
9.Convenção sobre Assistência Mútua Administrativa entre Estados Aduaneiros de Língua Oficial Portuguesa, - Luta contra o Tráfico Ilícito de
Estupefacientes e de Substâncias Psicotrtópicas, assinado em 26 de Setembro 1986;
10.
Memorandum de Entendimento entre o Serviço Nacional das Alfândegas de Angola, a Direcção Geral das Alfândegas e dos Impostos Especiais sobre
o Consumo de Portugal, a Secretaria da Receita Federal do Brasil, a Direcção Geral das Alfândega de Cabo Verde, a Direcção Geral das Alfândegas da
Guiné-Bissau, a Direcção Geral das Alfândegas de Moçambique, a Direcção das Alfândegas de São Tomé e Príncipe e a Direcção Nacional de Receitas
e Alfândegas, assinado em 12 de Dezembro de 2011;

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Auditoria Pós-Desalfandegamento - Principais fraudes

• Ocultação, alteração de factos ou valores que devam constar nos registos


contabilisticos;
• Má classificação pautal:
• Uso indevido de beneficios fiscais;
• Falta de documentação relevante para tramitação de despacho;
• Não regularização dos regimes suspensivos;
• Não observação dos ajustamentos previstos no artigo 117.º do C.A;
• Etc.

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Auditoria Pós-Desalfandegamento - Conclusão

• A Administração Aduaneira e outras entidades intervenientes no controlo


fronteiriço, devem adoptar medidas eficientes e eficazes nos processos de
desembaraço aduaneiro, com a aplicação de normas e regulamentos
transparentes e coerentes, mantendo e, se possível ampliando o comércio,
e reduzindo as ameaças para garantir a segurança das cadeias logísticas
internacionais.

• A gestão de riscos e as auditorias posteriores ao desembaraço aduaneiro


são meios já comprovados internacionalmente para o equilíbrio da
necessidade de proteção de fronteira, cumprimento da legislação aduaneira
e rápido desembaraço dos despacho de importação ou exportação…

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Auditoria Pós-Desalfandegamento - Legislação

• Artigos 23.ᵒ, 40.ᵒ, 63.ᵒ, 130.ᵒ a 135.ᵒ. do Decreto-Lei n.º 05/06 de 04


de Outubro (Código Aduaneiro);

• Artigos 23.º e 24.º das IPP’s do Decreto Legislativo Presidencial n.º


10/19 de 29 de Novembro;

• Decreto Legislativo Presidencial n.º 3/18 de 09 de Maio;

• Outras Legislações Aplicáveis.

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Auditoria Pós-Desalfandegamento – Referência bibliográfica
• Código Aduaneiro – Decreto Lei n.º 05/06 de 04 de Outubro;

• Pauta Aduaneira - Decreto - Lei n.º 10/19 de 29 de Novembro;

• https://www.agt.minfin.gov.ao/PortalAGT/#!/institucional/acordos;

• https://www.cplp.org/Admin/Public/DWSDownload.aspx?File=%2FFiles%2FFiler%2Fcplp%2FAcordos%2F
maisAcordos%2FConvAssMutAdmTrafIlicito.pdf
;

• http://www.wcoomd.org/media/wco/public/pt/pdf/topics/integrity/instruments-and-tools/pt_model-cod
e-of-ethics-and-conduct_revisto.pdf?la=en
;

• http://www.wcoomd.org/media/wco/public/pt/pdf/topics/integrity/instruments-and-tools/pt_integrity-d
evelopment-guide_revisto.pdf?la=en
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