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Entrevista Inicial

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Continuacao

 Inicialmente, os psicólogos principiantes encaram a primeira


entrevista meramente como obtenção de informações sobre o
problema que leva o cliente à terapia. Completada sua primeira
entrevista, entretanto, os principiantes geralmente se sentem
confusos e desorientados diante das habilidades sutis e complexas
exigidas
 A condução de uma entrevista inicial eficaz envolve o domínio de
duas habilidades:
 Primeiro, estabelecer uma atmosfera agradável e de aceitação a
fim de que o cliente se comunique livremente;
 Segundo, obter as informações necessárias sobre os problemas do
cliente de tal forma que se possa fazer uma avaliação adequada da
situação e desenvolver um plano apropriado de tratamento

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Cont.

• Não é possível oferecer uma orientação escrita que englobe todas as


diferentes situações que encontrará na entrevista. Esta é a principal razão que
faz com que a supervisão constitua um aspecto tão decisivo do processo de
aprendizagem terapêutica. Todo cliente apresentar-lhe-á diferentes desafios e
cada nova situação de entrevista deverá ser encarada com flexibilidade.

• Apesar de cada entrevista solicitar um curso de acção ligeiramente diferente,


apresenta-se algumas sugestões gerais sobre a entrevista inicial,
comprovadamente úteis para os principiantes.

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A primeira entrevista: o que esperar .
• A primeira entrevista é geralmente uma situação amedrontadora, tanto para o
cliente quanto para o terapeuta principiante. É um momento de avaliação mútua no
qual ambos estarão extremamente preocupados em relação àquilo que o outro
pensa.
• Os clientes geralmente não se sentem à vontade quando se trata de pedir ajuda a
um profissional, mostrando-se tão ansiosos com relação a este facto quanto a
respeito dos próprios problemas. Iniciam a primeira entrevista com uma grande
variedade de medos e expectativas, muitos dos quais são bastante exagerados. Está
geralmente inseguro sobre o que se espera dele e pode ter receio de revelar a um
estranho informações altamente pessoais e provavelmente considerados danosas.

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Cont.
• Para contrabalançar alguns desses medos muito
envolventes, um cliente poderá desenvolver expectativas
muito pouco realistas a respeito dos benefícios da terapia e
dos poderes do terapeuta. Alguns clientes acreditam que o
terapeuta possui um poder mágico para eliminar seus
problemas, antecipando qua a terapia exigirá apenas
algumas sessões curtas.

• Além de responder as percepções do cliente, todo


terapeuta experimenta suas próprias ansiedades em
relação a entrevista inicial.

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Cont.
• O seu receio de ser visto como incompetente; fracasso no sentido de
controlar a entrevista; não saber o que dizer; ou se defrontar com um
cliente pouco cooperativo, calado, ou, pior ainda, um cliente hostil,
poderão interferir seriamente na tarefa.
• Somada as preocupações do cliente, a ansiedade na sala de
entrevista inicial poderá perturbar a troca de informações de maneira
considerável. É necessário que tenha um bom controle de suas
próprias ansiedades, afim de ser capaz de aliviar os medos dos
clientes e ao mesmo tempo conduzir uma sessão produtiva de
colheita de informações.

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Algumas sugestoes para ficar a vontade.

• A planificação da disposição de cadeiras e familiaridade com


o plano físico da sala antes da secção poderão ajudá-lo a se
sentir mais a vontade quando se encontra pela primeira vez
com o seu cliente. Assegurar a competência pessoal quanto
aos mecanismos sociais da entrevista também poderá
fortalecer seus sentimentos de controle e confiança. Por
exemplo identificar-se e apresentar-se sem pedir desculpas,
conduzir o cliente com firmeza a sala de entrevista e indicar o
assento que ele deve tomar, geralmente proporciona ao
entrevistador um sentimento maior de confiança e satisfação
no desempenho do papel profissional.

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• Embora não se recomende que sejam tomadas notas como
rotina durante a entrevista, isto pode ser útil para aliviar a
ansiedade sobre o que fazer inicialmente. Algumas pessoas são
capazes de tomar notas de forma bastante independente sem que
isto interfira na fluência do diálogo; outras, entretanto, a
consideração mais um elemento de distracção do que de ajuda.

• Para que as anotações sejam úteis você deverá ter condições de


ouvir as verbalizações de forma suficientemente cuidadosa para
ser capaz de formular comentários importantes e, ao mesmo
tempo, anotar sucintamente factos pertinentes.

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Cont.
• Não necessita-se responder a cada pergunta formulada pelo cliente.
O silêncio não é necessariamente um mal. Poderá oferecer ao cliente
uma oportunidade para reflectir ou encorajá-lo a se estender mais
sobre determinado tópico.
• A expressão de estranheza quando algo lhe parece confuso é,
geralmente, bastante inadequada. Até mesmo abandonar a sala para
consultar o supervisor poderá ser necessário, em situações de
emergência, quando tiver dúvidas sobre o encaminhamento a ser
dado a uma entrevista, poderá esperar que o cliente prossiga, repetir
você mesmo ou solicitar elaboração posterior. Todo terapeuta ja teve
lapsos momentâneos de memória e esqueceu a razão pela qual um
cliente buscou ajuda.

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Cont.
• Apenas a experiência crescente lhe dará uma sólida
sensação de confiança e competência como psicólogo(a);
entretanto, algumas destas sugestões poderão ser úteis aos
principiantes para que se sintam mais a vontade. A
discussão com supervisores ou colegas sobre o que esperar
de um determinado cliente poderá com frequência ser de
muita utilidade, a menos que se deixe envolver a tal ponto
pelas suas próprias expectativas que não tenha condições de
se defrontar com uma realidade diferente que o cliente
talvez lhe apresente.
Fonte:Campos, R. Psicopatologia e diagnostico psicodinamico. Lisboa, Climepsi Editores, 2012

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