Você está na página 1de 94

Deficiência visual

DRA. MARISA SACALOSKI


Deficiência visual do ponto de vista da
Lei
 Art. 1º § 1º Considera-se pessoa com deficiência visual aquela que apresenta
baixa visão ou cegueira.
 § 2º Considera-se baixa visão ou visão subnormal, quando o valor da acuidade
visual corrigida no melhor olho é menor do que 0,3 e maior ou igual a 0,05 ou
seu campo visual é menor do que 20º no melhor olho, com a melhor correção
óptica [...] e considera-se cegueira quando estes valores encontram-se abaixo de
0,05 ou o campo visual menor do que 10º. [...]
Portaria n. 3.128/2008
Educacional
 A perda total ou parcial, congênita ou adquirida, da visão que varia de acordo com o nível ou acuidade
visual, constituindo dois grupos:
 Cegueira: Perda total ou resíduo de visão que leva a pessoa a necessitar do sistema Braille como meio
de leitura e escrita.
 Baixa visão: comprometimento do funcionamento visual de ambos os olhos, mesmo após tratamento
ou correção. As pessoas com baixa visão possuem resíduos visuais em grau que lhes permite ler textos
impressos ampliados ou com uso de recursos ópticos.
Baixa visão
 diminuição da acuidade visual.
 redução importante do campo visual.
 alterações corticais e ou de sensibilidade aos contrastes, que interferem ou que
limitam o desempenho visual.
 dificuldades de adaptação à luminosidade e percepção de cores e alterações de
sensibilidade aos contrastes.
 dificuldade para enxergar de perto ou de longe.
 campo visual reduzido.
 alteração na percepção de cores.

Lourenço et al. (2021)


Dificuldades do aluno
 dificuldades para ver de longe, precisam aproximar-se bastante para ver de forma nítida
pessoas e objetos, mesmo que utilizem recursos ópticos.
 dificuldades para encontrar objetos, descrever figuras, definir detalhes, formas complexas,
identificar cores e letras, ler, escrever, fazer cálculos e desenhar.
 campo visual bastante restrito, o que pode prejudicar sua orientação e locomoção no
espaço.

Lourenço et al. (2021)


Como enxerga quem tem visão
subnormal?
Perda da visão central
Perda da visão periférica
Alterações do campo visual

 não enxergam para baixo, e consequentemente terão dificuldades na locomoção,


como por exemplo em subir e descer escadas e desviarem-se de obstáculos.
 alguns apresentam alteração no campo visual central, o que dificulta o processo de
identificação de figuras, pois enxergam apenas uma pequena parte de um objeto
ou quadro. Nesses casos a leitura se torna difícil e lenta.
 quando ocorrem essas alterações na área periférica do campo visual, pode haver
prejuízo da visão espacial, da percepção de obstáculos e portanto, a locomoção
independente pode ficar comprometida.

Lourenço et al. (2021)


Catarata Congênita
Percepção de cores

 a distinção de cores, como por exemplo o azul, o marrom e o verde e o vermelho;


 a distinção de cores vibrantes e com bastante luminosidade, como o laranja o
verde e o amarelo fluorescentes.
 dificuldades na visualização de objetos, formas e letras. Porém, com o auxilio de
cores contrastante pode facilitar a identificação, como no uso de preto e branco,
amarelo e preto, amarelo e azul escuro, por exemplo.

Lourenço et al. (2021)


Retinopatias
Albinismo
Descolamento de retina
Problemas com a luminosidade

 Sensibilidade exagerada à luz e isso pode  Há estudantes com baixa visão, que
causar desconforto visual, ofuscamento, necessitam de muita iluminação, muita
irritabilidade, lacrimejamento, dor de luz dirigida aos objetos para que possam
cabeça e nos olhos. enxergar melhor.

Lourenço et al. (2021)


Na fonoaudiologia, se você tiver um paciente cego,
sabe como proceder?
Quais são as adaptações necessárias?
Auxílios eletrônicos
 Associação de sistema ópticos e eletrônicos
(vídeo ampliação e tecnologia de informática):
 Ajuste de tamanho
 Ajuste de brilho, cor, iluminação
 Leitura de conteúdos com sintetizador de voz
Auxílios ópticos

 Aumentam a imagem
 Deslocam a imagem na retina
 Filtram o espectro de luz
 Condensam a imagem
Auxílios não ópticos
 Modificações em materiais e no ambiente para:
 Ampliação

 Ajuste de posicionamento e postura


 Melhoria das condições de leitura e escrita
 Controle de iluminação
Recursos não ópticos
 iluminação natural do ambiente
 contraste nas cores, por exemplo, branco e preto, preto e amarelo;
 visores, bonés, oclusores laterais;
 folhas com pautas escuras e com maior espaço entre as linhas;
 livros com texto ampliado;
 canetas com ponta porosa preta ou azul-escura;
 lápis 4B e 6B com grafite mais forte;
 colas em relevos coloridas ou outro tipo de material para marcar objetos ou
palavras;
 prancheta inclinada para leitura;

Lourenço et al. (2021)


Recursos não ópticos

 guia de leitura que corresponde a um dispositivo para isolar a palavra ou sentença;


 lupa eletrônica que corresponde a um recurso usado para ampliação de textos e
imagens;
 acetato amarelo que auxilia na diminuição da incidência de claridade sobre o papel;
 gravadores;
 softwares com ampliação de tela
 programas com síntese de voz;
 circuito fechado de televisão que são aparelhos acoplados a um monitor de TV
monocromático ou colorido que amplia até 60 vezes as imagens e textos e as
transfere para o monitor.

Lourenço et al. (2021)


O que se faz na sala de recursos ou no
AEE para pessoas com DV?
AVALIAÇÃO FUNCIONAL DA VISÃO

► Observar a interação com a mãe ou responsável – presta atenção no rosto,


mantêm contato visual;
► Explora o ambiente visualmente;
► Professor – presta atenção no rosto, mantêm contato visual (recurso: batom,
faixa na cabeça);
► Objetos (sonoros ou não) – busca visual, seguimento, fixação, manipulação,
aproximação; obs: contraste e tamanho
►“Posição de cabeça”.
►O recurso é considerado condição fundamental para o
desenvolvimento das ações pedagógicas dirigidas aos
alunos.

► A sala de recursos não se utiliza, em sua prática, de


aulas de reforço dos conteúdos trabalhados no ensino
regular, e sim oferece os recursos necessários para que
os mesmos possam adquiri-los em suas escolas.
►Os conteúdos escolares definidos nos planos de aula
precisam ser executados de acordo com a necessidade de
cada aluno, associados à condição visual de cada um.

► Muitas são as atividades no cotidiano escolar, desta


forma é necessário planejamento capaz de promover a
permanência dos alunos com cegueira e baixa visão no
ensino regular, com sucesso em sua aprendizagem.
Você sabe quem é Dorina Nowill?
Adaptações para o aluno cego implicam
em :
 Transcrever textos do braile para a tinta, possibilitando ao professor
do ensino regular acompanhamento à produção gráfica do aluno;

 Adaptar mapas (relevo);

 Adaptar gráficos (relevo);

 Adaptar tabelas (relevo);


É importante que o aluno cego participe de
tudo
► Adaptar placas indicativas, quadros de avisos, recados,
murais e outros portadores de texto da escola;

► Confeccionar ou adaptar jogos táteis com variação de


texturas;

► Confeccionar letras móveis em braille em diferentes


dimensões e materiais (celas braille).
Recursos
importantes
 Braille  Leitura e escrita
 com reglete https://www.youtube.com/watch?v=5ObIYGZvUOc
 máquina https://www.youtube.com/watch?v=-cqjbNCo_X0
 impressora braile https://www.youtube.com/watch?v=tj_HCtg1lxQ
 Soroban  operações matemáticas
https://www.youtube.com/watch?v=njuOQOa8C-I
https://www.youtube.com/watch?v=tNi3Y6Okix8
 Audiodescrição Veja o desenho. Feche os olhos e imagine...
https://www.youtube.com/watch?v=mtLeuAOwRiY
 Audiolivros
https://www.espacoeducar.net/2009/07/65-historias-infantis-para-ouvir-e.html
Atividades para alunos com baixa visão
•Digitar ou adaptar
–Textos, livros didáticos, livros paradidáticos, apostilas
•Digitar avaliações e atividades do cotidiano da escola para impressão de
caracteres ampliados, com variações de tipos de letras, tamanhos e fundos,
favorecendo o contraste visual
•Confeccionar mapas ampliados e com contraste
•Confeccionar gráficos ampliados e com contraste
•Confeccionar tabelas com contraste
Pensar nas adaptações...

Lourenço et al. (2021)


Acessibilidade é essencial!

 Oferecer ambientes adaptados, com sinalização em braile, escadas com


contrastes de cor nos degraus, corredores desobstruídos e piso tátil, são medidas
importantes para a inclusão alunos com deficiência visual.
 O entorno da escola também deve ser acessível, com a instalação de sinais
sonoros nos semáforos e nas áreas de saída de veículos próximas da escola.
Se você for dar uma palestra para pais e
professores e na plateia houver uma pessoa
cega, que adaptações você precisará fazer?
Audiodescrição: Como se faz?

 Características principais:
 Ex: olá, meu nome é Marisa, sou uma mulher branca de 54 anos,
loira de olhos azuis, com cabelo curto. Uso óculos de armação
quadrada preta e uma camiseta florida de manga curta. Ao fundo há
uma parede de pedras em tons de marrom.
 Faça a sua para seu colega.
Falar sobre os slides, imagens importantes.
Orientação e mobilidade
Você saber conduzir uma pessoa cega?
Aproximação
Troca de lado
Passagem estreita
Curvas
Subir escadas
Descer escadas
Ultrapassando portas
Sentar : aproximação pela frente da
cadeira
Aproximação pelo encosto
Fileira de cadeiras
Algumas orientações importantes para o
professor...
 O aluno cego precisa ter o seu material em braile.
 Deve frequentar a sala de recursos ou multifuncional para a aquisição do código
braile, dos exercícios com o sorobã e também para tirar dúvidas.
 Deve realizar suas pesquisas e estudos com orientação.
Continuando ...

 Não deixe o aluno apenas como ouvinte na sala de aula.


 Exija que ele tenha o seu material impresso.
 Adaptações são necessárias e busque providenciá-las, especialmente aqueles que
são elementos básicos do conteúdo que está sendo trabalhado em sala de aula.
Não subestime o seu aluno com cegueira

 Nunca deixe de dirigir-se ao aluno cego, não tenha medo de


perguntar como fazer para que ele possa participar da aula.
 Veja que o uso de materiais miniaturas podem ser ótimos
recursos.
 Materiais com texturas diferenciadas também.
 Além disso o material deve adaptado deve ser bonito,
durável e individual. “Não é porque o aluno é cego que
serve qualquer material”.
Algumas outras orientações pedagógicas

 Não deixe de oferecer materiais para o seu aluno, há serviços específicos de


adaptação de material visto que a visão permite apreender uma série de elementos.
Sua ausência precisa ter a compensação de outros sentidos como audição, olfato e
em especial o tato.
 Assim explore sempre cheiros, sons e diferentes texturas.
Todo material pedagógico para o aluno deve
ter qualidade
 Criar material pedagógico para o aluno com deficiência visual, precisa ter
qualidade, ser individual e resistente.
 Respeite a necessidade do seu aluno seja para ampliação, no caso de alunos
com baixa visão, seja a transcrição em braile para aqueles com cegueira.
Não deixe o seu aluno de lado...

 Lute pelo direito do seu aluno receber com antecedência o material que irá
trabalhar em sala.
 Explique para toda a sala e depois faça a explicação com o material adaptado para
o seu aluno.
 Permita que os colegas também possam ver, tocar o material. Desmistifique o que
seja o alfabeto em braile.
O alfabeto braile também pode ser de uso de
todos
 A pessoa cega usará o tato para leitura.
 A pessoa vidente usará os olhos para ler.
 Em ambas as situações o resultado é uma interação de cegos e videntes com o
alfabeto braile enriquecedora e pedagógica, basta criar exercícios para todos com
o material em braile.
Nem todas as redes estão equipadas

 É verdade nem todas as redes de ensino tem todos os materiais e recursos


humanos para atender as necessidades de todos os alunos. Porém não podemos
deixar de lutar pelos direitos de todos, alegando que enquanto não temos todas as
adequações feitas e recursos disponíveis, os alunos não podem estar nas redes.
 Precisamos pressionar os governos e conscientizar a população dos seus direitos.
 Cada aluno é um aluno e suas necessidades são individuais. Assim não é possível
prever tudo, devemos lutar para eliminar a distância entre diferença e
desigualdade.
Assista os vídeos sobre os materiais, leia o
material complementar.

Você também pode gostar