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DISFONIAS NEUROLÓGICAS

Profa. Rosiane Yamasaki


Novembro de 2022

AULA 2 – Disfonia hipercinética, hipocinética e Mista


TREINAR A PERCEPÇÃO AUDITIVA

DISFONIAS NEUROLÓGICAS
§ Podem ocorrer de forma isolada

§ Fazer parte de um conjunto complexo de sinais disártricos


§ VERIFICAR

− Alterações fonatórias

− Alterações de ressonância

− Alterações articulatórias

− Alterações de velocidade

− Padrões nas tarefas de diadococinesia

Aronson 1990; Duffy 2020


ANÁLISE PERCEPTIVO-AUDITIVA DA VOZ

ü Permite a identificação e a descrição de alterações


§ Fonação, ressonância, articulação, velocidade, prosódia

TAREFAS FONATÓRIAS
VOGAL SUSTENTADA: Avalia estabilidade fonatória, controle do fechamento glótico - maior adução ou menor adução

FALA ENCADEADA: Avalia a função integrada de todos os aspectos da fala

FRASES COM MOTIVAÇÃO FONÉTICA: Protocolo CAPE-V

EMISSÃO SUSSURRADA: Auxilia na diferenciação entre tremor vocal essencial e tremor distônico

DIADOCOCINESIA FONOARTICULATÓRIA: Avalia velocidade, precisão articulatória e regularidade dos movimentos articulatórios
Lábios - /pa/, ponta de língua - /ta/, dorso de língua /ka/

Ludlow et al 2018; Kent, Kent 2000; De Biase et al 2006; Moraes, De Biase 2016; Duffy 2020
TREINAR A PERCEPÇÃO AUDITIVA

DISFONIAS NEUROLÓGICAS
§ Podem ocorrer de forma isolada
§ Fazer parte de um conjunto complexo de sinais disártricos

§ VERIFICAR

− Alterações fonatórias FLÁCIDA ESPÁSTICA TVE

− Alterações de ressonância
MISTA – FLÁCIDA E ESPÁSTICA

− Alterações articulatórias

− Alterações de velocidade ESPÁSTICA HIPOCINÉTICA

− Padrões nas tarefas de diadococinesia ATAXIA

Aronson 1990; Duffy 2020


DISFONIAS NEUROLÓGICAS
DISFONIA LOCALIZAÇÃO FISIOPATOLOGIA
FLÁCIDA NEURÔNIO MOTOR INFERIOR - NMI FRAQUEZA

ESPÁSTICA NEURÔNIO MOTOR SUPERIOR - NMS ESPASTICIDADE

ATÁXICA CIRCUITO DE CONTROLE DO CEREBELO INCOORDENAÇÃO

HIPOCINÉTICA CIRCUITO DE CONTROLE DOS GÂNGLIOS DA BASE RIGIDEZ, MOVIMENTOS LENTIFICADOS E


EXTENSÃO REDUZIDA

HIPERCINÉTICA CIRCUITO DE CONTROLE DOS GÂNGLIOS DA BASE MOVIMENTOS INVOLUNTÁRIOS

MISTA MISTA MISTA

Características vocais distintas porque


regiões diferentes do SN são comprometidas
Características
perceptivo-auditivas ó Fisiopatologia

Fraqueza, espasticidade,
Voz, ressonância, articulação incoordenação, rigidez,
movimentos involuntários
DISFONIA ESPÁSTICA

§ Fisiopatologia: Espasticidade
§ Características clínicas: tônus muscular excessivo + fraqueza

Análise perceptivo-auditiva da voz


- Desvio vocal predominante:
- Modulação de frequência:
- Modulação de intensidade:
- Velocidade de fala:
- Articulação:
DISFONIA ESPÁSTICA

§ Fisiopatologia: Espasticidade
§ Características clínicas: tônus muscular excessivo + fraqueza

Análise perceptivo-auditiva da voz


- Desvio vocal predominante: tensão
- Modulação de frequência: reduzida
- Modulação de intensidade: reduzida
- Velocidade de fala: lenta
- Articulação: imprecisa
DISFONIA ESPÁSTICA
§ Alteração do neurônio motor superior bilateralmente
§ Em qualquer ponto do trato corticobulbar
§ Comprometimento das vias de ativação direta e indireta do SNC

VIAS DE ATIVAÇÃO DIRETA VIAS DE ATIVAÇÃO INDIRETA


(TRATO PIRAMIDAL) (TRATO EXTRAPIRAMIDAL)
• Conduzem estímulos do cortex cerebral diretamente
aos núcleos dos nervos cranianos (TC) e espinhais • Ocorrem sinapses entre o córtex, o TC e a medulla
(medula)
− Gânglios da base, cerebelo, formação reticular,
• Incluem: Trato corticobulbar => nervos cranianos núcleos vestibulares e núcleo Vermelho
Trato corticoespinal => nervos espinais • Regulação dos reflexos e da mantenção da postura,
do tônus e das atividades associadas que fornecem
• VIAS FACILITATÓRIAS um suporte para movimentos finos
− Impulsos tendem a levar ao movimento, aos • Importante papel inibitório no controle motor
movimentos finos

Behlau 2005; Duffy 2020


DISFONIA ESPÁSTICA
§ ETIOLOGIA
− Doença degenerativa: esclerose lateral amiotrófica – ELA
− Doença vascular: AVC, malformação vascular
− Congênita: paralisia cerebral
− Traumatismo craniano, causa inflamatória, tóxica e metabólica

§ Efeito combinado de fraqueza e espasticidade


− Lentidão dos movimentos e redução da extensão e da força

§ Hiperadução das pregas vocais e vestibulares


− Falta de inibição do mecanismo de excitação dos impulsos nervosos

Ortiz 2010; Duffy 2020


DISFONIA ESPÁSTICA

§ Riso e choro descontextualizados


− Comprometimento do trato corticobulbar bilateral
§ Grimaças faciais excessivas
§ Insuficiência do véu palatino
§ Língua – fraqueza
§ Apresentar disfagia
§ Queixa: fala lenta ou produzida com muito esforço
− Sensação estar falando contra a resistência

Ortiz 2010; Duffy 2020


DISFONIA ESPÁSTICA
CARACTERÍSTICAS DE VOZ E DE FALA
§ Voz tensa
§ Pitch grave LEITURA E FALA ESPONTÂNEA
§ Loudness fraca
§ Modulação de frequência reduzida
§ Modulação de intensidade reduzida TAREFA DE DIADOCOCINESIA

§ Velocidade de fala lenta


§ Imprecisão articulatória
§ Hipernasalidade
§ DDC: lenta e regular Duffy 2020
DISFONIA ESPÁSTICA

EXEMPLO

CONVERSA DATA NUM E VOGAIS TERAPIA DE VOZ TERAPIA DE VOZ


ATAQUE VOCAL SOPROSO EMISSÃO SOPROSA
DISFONIA ATÁXICA
§ Fisiopatologia: Incoordenação
§ Lesões no circuito de controle cerebellar

Análise perceptivo-auditiva da voz


- Desvio vocal:
- Articulação:
- Diadococinesia (DDC):
- Velocidade de fala:
DISFONIA ATÁXICA
§ Fisiopatologia: Incoordenação
§ Lesões no circuito de controle cerebellar

Análise perceptivo-auditiva da voz


- Desvio vocal: rugosidade
- Articulação: imprecisa
- Diadococinesia (DDC): irregular
- Velocidade de fala: lentificada
DISFONIA ATÁXICA
§ Funções do cerebelo
− Equilíbrio, postura e marcha
− Coordena músculos e regula movimentos finos
§ Lesões no cerebelo
− Perda da coordenação motora
− Perda da habilidade de medir a extensão do movimento (dismetria)
§ Alteração mais evidente na articulação e prosódia
§ Queixa: fala arrastada na fala espontânea, “fala intoxicada”
DISFONIA ATÁXICA

§ ETIOLOGIA
− Doença degenerativa
− Vascular – aneurisma
− Traumática
− Neoplásica
− Inflamatória
− Indeterminada

Duffy 2020
DISFONIA ATÁXICA

CARACTERÍSTICAS VOCAIS E DE FALA Prova de diadococinesia DDC: regular

§ Vogal sustentada: instabilidade


§ Aumento irregular do pitch e da loudness
§ Qualidade vocal pode ser normal, rugosa
§ Ressonância geralmente normal
Prova de diadococinesia DDC: irregular
§ Articulação imprecisa, quebras articulatórias irregulares
§ Distorção das vogais
§ Velocidade lenta EXEMPLO 1 EXEMPLO 2

§ DDC: irregular, principalmente “ta” e “ka”

EXEMPLO 3

VOGAL E DDC HISTÓRIA CLÍNICA


DISFONIA HIPERCINÉTICA
§ Fisiopatologia: MOVIMENTOS INVOLUNTÁRIOS
§ Alteração do circuito de controle dos gânglios da base

DISFONIA ESPASMÓDICA TREMOR VOCAL ESSENCIAL


DISFONIA HIPERCINÉTICA
DISFONIA ESPASMÓDICA

§ Fisiopatologia: MOVIMENTOS INVOLUNTÁRIOS


§ Caracterizada por espasmos da musculatura laríngea

Análise perceptivo-auditiva da voz


- Desvio vocal: tensão
- Articulação: precisa
- Frases do CAPE-V
- Campo dinâmico vocal (CDV)
- Agudo
- Grave
DISFONIA HIPERCINÉTICA
DISFONIA ESPASMÓDICA

§ Fisiopatologia: MOVIMENTOS INVOLUNTÁRIOS


§ Caracterizada por espasmos da musculatura laríngea
§ Reflete o movimento distônico da musculatura laríngea
DISFONIA ESPASMÓDICA DE ADUÇÃO
§ Tremor vocal presente em 30% dos casos
§ Etiologia: lesões nos gânglios da base
§ Tipos de disfonia espasmódica
− Adução (90% dos casos), abdução e mista
§ DISFONIA TAREFA DEPENDENTE
− Qualidade vocal varia de acordo com a tarefa

Site: disfoniaespasmodica.com.br
DISFONIA HIPERCINÉTICA
DISFONIA ESPASMÓDICA

DISFONIA ESPASMÓDICA DE ADUÇÃO DISFONIA ESPASMÓDICA DE ABDUÇÃO DISFONIA ESPASMÓDICA MISTA

§ Voz tensa-estrangulada, quebras § Voz entrecortada com § Compartilha sintomas da


de sonoridade intermitentes e escapes de ar intermitentes. A disfonia espasmódica de
esforço fonatório excessivo voz tipicamente soprosa, de adução e de abdução
§ Hiperadução das pregas vocais difícil controle § Resulta em voz soprosa e ao
§ Músculo envolvido: § Prolongamento dos fonemas mesmo tempo tensa
principalmente o músculo surdos que antecedem vogais § Pode haver predomínio de uma
tireoaritenodeio (TA) § Ocorre a hiperabdução das das duas formas de disfonia
§ Pacientes frequentemente pregas vocais espasmódica
relatam esforço para falar e § Músculo envolvido:
muito cansaço vocal cricoaritenoideo posterior
(CAP)
§ Pacientes com DEAb relatam
cansaço vocal
DISFONIA HIPERCINÉTICA
DISFONIA ESPASMÓDICA

Site: disfoniaespasmodica.com.br
Orientações

§ Visitem o site: disfoniaespasmodica.com.br


§ Treinem a percepção auditiva

Bibliografia recomendada
§ Behlau M, Madazio G, Azevedo R, Brasil O Vilanova LC. Disfonias neurológicas. In: Behlau M. Voz - O livro
do especialista. Rio de Janeiro: Revinter, 2005. p. 111 a 158.
Muito Obrigada!!!

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