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1.1 Tal psicologia é denominada por Canguilhem como “ciência natural” é a que remonta a
um passado mais remoto (Aristóteles- 384-322, A. C./ Galeno- 129 d.c.- 217).
Corresponde a dois sentidos mais recentes: a de matriz Aristotélica leva aos primeiro
tratados onde a palavra “psicologia” aparece no século XVI, e a um sentido mais
contemporâneo, ligado à psicopatologia e psicofisiologia ligados ao estudo do cérebro, no
século XIX.
Em um primeiro sentido, o homem pode pensar, conhecer, sentir, falar porque é uma forma
do mundo natural (sentido do século XVI da palavra psicologia, derivada da Filosofia
Aristotélica), no segundo, o homem pode pensar, conhecer, sentir, falar devido ao
funcionamento de seu sistema nervoso)
Primeiro projeto: psicologia como ciência
natural
A ideia de homem que provém da matriz Aristotélica estuda a alma, como forma viva
pertencente ao mundo físico, capaz de conhecer outras formas (causas da realidade,
forma= causa final que promove o crescimento dos seres em determinada direção).
Trata-se de uma ideia de homem que se liga às coisas através da contemplação das formas
que organizam a realidade.
Trata-se de um novo sentido para a palavra psicologia que emerge no século XVIII, na
obra do filósofo alemão Wolff. Tal sentido é o de um conhecimento direto de si mesmo.
Canguilhem remete o projeto de Wolff às meditações cartesianas que visavam um
conhecimento imediato da alma, tomada como primeiro fundamento da existência da
realidade (se eu duvido, ainda que de tudo, o ato de pensar está presente em todo processo
de duvidar, logo o Eu pensante é a primeira realidade irrefutável).
Esse projeto teria esvaziado de sentido pela crítica de diversos autores à possibilidade de
realizar a auto-observação ou introspecção. Autores como Comte afirmam que é
impossível pensar sobre si sem modificar o estado em que nos encontramos.
Porém, cabe notar que a introspecção foi um método muito praticado nos primeiros
laboratórios de psicologia alemães e alguns norte-americanos.
2.3- A psicologia como ciência do sentido
íntimo
Tal projeto tem por finalidade o conhecimento do que existe em nós que não podemos
conhecer. O objeto dessa vertente é dar conta do psiquismo em sentido abrangente,
desvinculando o mental da esfera única da consciência.
Segundo Canguilhem, A filosofia de Maine de Biran é um ponto de apoio importante para
o projeto, estabelecendo o fundamento do eu, não no eu penso, mas no eu quero- um
cogito muscular, onde o eu se aprende a partir dos esforços de se expandir no mundo.
Esse projeto culmina na inversão do projeto de psicologia como estudo da influência do
corpo sobre a mente (Galeno, o cérebro é a causa do pensamento) para uma
psicossomática, na qual Freud estabelece alguns princípios no estudo dos sintomas
histéricos como representação simbólica do sofrimento.
3- Psicologia como estudo do comportamento