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DISCIPLINA: Controladoria e

Orçamento Público

Profª Gecilda Esteves Silva


Tema 02: Princípios da
Administração Pública
PRINCÍPIOS  ORIENTADORES DA
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

2. Princípios Norteadores da Administração Pública


2.1 Princípio da Legalidade
• Para se opor a um poder autoritário, o Princípio da
Legalidade nasceu junto com o Estado de Direito,
onde entende-se que a lei é a vontade geral da
população e não exclusivo da vontade de um.
• Sua abrangência não é só ao setor público, mas ao
setor privado e particular também, porém deve
ser interpretado de formas diferentes para ambos.
PRINCÍPIOS  ORIENTADORES DA
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

2. Princípios Norteadores da Administração


Pública
2.1 Princípio da Legalidade
Quadro 1 - Legalidade particular e pública

Fonte: SÁ; BORGES. 2017, p.105.


PRINCÍPIOS  ORIENTADORES DA
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

2. Princípios Norteadores da Administração Pública


2.1 Princípio da Legalidade
• O princípio da legalidade pode ter dois sentidos:
– Estrito: atuar de acordo com a lei feita pelo
Parlamento;
– Amplo: atuar não só de acordo com a lei, mas também
de acordo com o princípio da moralidade e interesse
público. Esse sentido ganha o nome de legitimidade
também, por ser mais abrangente.
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2. Princípios Norteadores da Administração Pública


2.2Princípio da Impessoalidade
• Impessoalidade quer dizer não pessoal, não particular,
plural, indistinção, geral, amplo. Esse princípio diz que
qualquer ato terá como finalidade o interesse público e
nunca um particular. Utilizar de cargo ou função pública
para se favorecer ou favorecer terceiros fere esse princípio.
• Esse princípio busca a moralidade do serviço público. Dessa
forma, servidores públicos não podem ter atitudes egoístas
ou utilizar do bem público em seu favor pessoal.
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ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

2. Princípios Norteadores da Administração Pública


2.3 Princípio da Moralidade
• No Princípio da Moralidade, não estamos tratando de
moral comum, mas sim da jurídica, pois dentro da
disciplina da Administração, existe um conjunto de
regras. O ser humano dotado de pensamento deve
distinguir o bem do mal, legal e ilegal, honesto e
desonesto, justo e injusto, por isso, os atos públicos não
deverão obedecer apenas à lei jurídica e sim à ética da
instituição. A finalidade sempre deve ser o bem comum.
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ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

2. Princípios Norteadores da Administração Pública


2.3 Princípio da Moralidade
Quadro 2 - Moralidade x legalidade

Fonte: SÁ; BORGES, 2017, p.112


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ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

2. Princípios Norteadores da Administração Pública


2.4 Princípio da Publicidade
• Nenhum ato administrativo pode ser sigiloso, exceto
se previsto em lei. O Princípio da Publicidade traz o
dever da administração pública de dar total
transparência a seus atos, como também fornecer
informações que são solicitadas por particulares,
tanto atos públicos quanto de interesse pessoal ou
personalíssimo, que estejam em banco de dados
públicos.
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2. Princípios Norteadores da Administração Pública


2.4 Princípio da Publicidade
Quadro 3 - Modelos de publicidade

Fonte: SÁ; BORGES, 2017, p.120.


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2. Princípios Norteadores da Administração Pública


2.5 Princípio da Eficiência
• Conhecido também como princípio na qualidade de
serviços públicos, o Princípio da Eficiência preza pela
produtividade, buscando uma equação entre forma e fim
da organização.
• Regulamentar empresas, privatizar ou criar empresas
estatais com fins de desenvolvimento econômico são
exemplos da aplicação desse princípio. O estado distribuir
as funções para outras empresas que possuem prestações
de serviços mais eficientes pela competição de mercado.
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2. Princípios Norteadores da Administração Pública


2.6 Eficácia x Efetividade x Eficiência
• Ser eficaz é alcançar a meta prevista.
• Efetividade releva os resultados sociais
planejados.
• Eficiência se atém à relação custo-benefício, ou
seja, menos volume em recursos públicos para
alcançar resultados previstos. São essas as
diferenças para uma Ação Administrativa.
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3 Princípios Constitucionais Explícitos e Implícitos


Brasileiros
3.1 Princípios constitucionais explícitos
• Os princípios que foram expressamente descritos na
Constituição Federal de 1988.
• O LIMPE (Legalidade, Impessoalidade, Moralidade,
Publicidade e Eficiência), são os cinco principais
princípios que regem atos públicos, normas, legislação,
a conduta social, e tudo mais, são os princípios
explícitos, ou expressos da constituição federal.
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3. Princípios Constitucionais Explícitos e Implícitos Brasileiros


3.2 Princípios constitucionais implícitos
• Além dos princípios explícitos já abordados, outros também
fazem parte da conduta administrativa pública. Por não ser
expressos na Lei Magna, mas apenas poderem ser extraídos de
seus artigos, são considerados implícitos.
• Não são poucos os princípios existentes, mas em algum artigo
pode conter apenas o princípio que servirá só para ato ou artigo
em questão, como “princípio do concurso público” extraído do
art. 37, Inc. II. que só serve para o ato de concursos, não serve
para “servidores” depois de contratado, não serve políticos,
compras, e muitos outros
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3. Princípios Constitucionais Explícitos e Implícitos


Brasileiros
3.2 Princípios constitucionais implícitos
3.2.1 Supremacia do interesse público
• Esse princípio traz em seu conceito que o interesse
coletivo da maioria se sobressai ao interesse privado. Ele
está presente desde a elaboração da lei ate a execução
dela. Esse princípio intrínseco dentro da lei possibilita
atos unilaterais por terceiros constituindo assim uma
obrigação a esses terceiros e esses atos são imperativos.
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3. Princípios Constitucionais Explícitos e Implícitos Brasileiros


3.2 Princípios constitucionais implícitos
3.2.2. Indisponibilidade do interesse público
• Esse princípio traz proteção a bens públicos, patrimônios públicos,
onde a Administração ou seus agentes não são donos deles, mas
apenas gestores, obrigando-os a conservar para o interesse coletivo
que os usufrui, logo são donos desses bens, a sociedade. Tratamos do
assunto aqui sobre direito indisponível, não cabe de forma arbitraria a
Administração pública decidir algo de forma unilateral, exceto se a lei
permitir. Há casos extremos, que a supremacia do interesse público
impera sobre a indisponibilidade, como uma crise histórica no estado,
e a única forma de solução é alienar bens públicos, se a lei permitir.
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3. Princípios Constitucionais Explícitos e Implícitos Brasileiros


3.2 Princípios constitucionais implícitos
3.2.3. Finalidade pública
• Esse traz muita confusão com o da Impessoalidade. Porém,
doutrinador vem trazendo que esse está mais ligado ao
abuso de poder. Conforme Bandeira de Mello, o princípio da
finalidade impõe ao administrador que sua atuação vise
sempre ao objetivo da norma, cingindo-se a ela, para
concluir que a finalidade, em verdade, não é uma
decorrência da legalidade, mas é inerente a esta,
integrando-as. (MELLO apud BORGES; SÁ, 2018, p.129).
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3. Princípios Constitucionais Explícitos e Implícitos Brasileiros


3.2 Princípios constitucionais implícitos
3.2.4. Controle judicial dos atos administrativos
• Apesar de no Brasil ser adotado a tutela jurisdicional, ou seja,
a justiça defende os interesses de quem foi lesado, o poder
judiciário não pode interferir na decisão administrativa sob
pena de interferir no sistema da separação dos poderes, mas
isso não tira o direito da justiça interferir, como ver um abuso
autoritário ou arbitrário. Aqui, deve haver limites nesse
controle jurídico. É necessário evitar a invasão do poder
judiciário na liberdade administrativa.
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1. Princípios Constitucionais Explícitos e Implícitos Brasileiros


1.2 Princípios constitucionais implícitos
1.2.6. Especialidade
• Esse princípio é o que embasa as necessidades de
descentralização administrativa, pois é na especialidade da
prestação de serviço que se encontra a eficiência. Advogados
não eficientes em cálculos matemáticos ou contábeis, nem é
de sua especialidade, assim não serão recomendados para
apurar as contas publicas. É exatamente ao “pé da letra” seu
significado, pessoas especialistas, empresas especialistas em
determinada área de serviço.
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2. Princípios Constitucionais Explícitos e Implícitos Brasileiros


2.2 Princípios constitucionais implícitos
2.2.7. Segurança jurídica
• Diz a respeito dos atos administrativos que devem ser, uma vez conclusos, não
podem retroagir, não pode haver cancelamento discricionário, não pode haver
exigência discricionária, não pode interpretar uma norma e dado momento, e
depois a nova interpretação retroagir para atender um ato jurídico perfeito, já
findo, já legalizado. Sempre, nova lei, interpretação, proibição, liberação, etc., é
sempre “daqui pra frente”, nunca serão retroativas, exceto, se a própria lei
expressamente ditá-la dessa forma, e mesmo assim, se retroagir, nunca deverá
afetar terceiros de boa-fé, um ato jurídico perfeito, ou deve ser benéfica a
população ou até empresas. Institutos como prescrição e decadência dão
exatamente o significado a este princípio, pois dão segurança jurídica a atos
constituídos, conflitos e instabilidades são protegidos pelo sistema jurídico. Não
existe segurança jurídica para atos eivados de má-fé.
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2. Princípios Constitucionais Explícitos e Implícitos


Brasileiros
2.2 Princípios constitucionais implícitos
2.2.8. Igualdade
• Decorre do princípio da legalidade e impessoalidade, onde
todos devem receber tratamentos iguais, ou seja, não é ao
“pé da letra”, mas os que estão em mesmas condições e
situações comparáveis devem ser tratados iguais,
consequentemente, tratamento diferente para situações
diferentes, como ocorre em filas preferenciais para idosos,
portadores de necessidade especial, gestantes, etc.
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2. Princípios Constitucionais Explícitos e Implícitos


Brasileiros
2.2 Princípios constitucionais implícitos
2.2.9. Presunção de legitimidade ou veracidade
• Aqui tratamos da certeza dos fatos, da veracidade dele,
do atendimento ao princípio da legalidade, onde todo
ato público deve ser legal, ou seja, conter em normas
jurídicas. Esse princípio diz que por todos os atos
administrativos serem legítimos, a prova para
demonstrar fato contrário, recai a quem os acusar.
PRINCÍPIOS  ORIENTADORES DA
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

2. Princípios Constitucionais Explícitos e Implícitos Brasileiros


2.2 Princípios constitucionais implícitos
2.2.10. Motivação
• Essa não é de significado feliz, alegre, bem disposto, motivação aqui é
razão, finalidade, obrigação de fazer, atitude. Assim os atos
administrativos sempre serão motivados por lei, conduzidos por lei,
haverá um motivo para fazer algo. Quando se é solicitado um
documento público, a administração tem a motivação da publicidade
de passar esse documento, foi motivada pelo cidadão, e deve agir.
Conhecer as decisões administrativas dos gestores públicos também
é conhecer o motivo dos atos deles. Certos atos são dispensados de
motivação, como exonerar servidor em cargo de confiança.
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2. Princípios Constitucionais Explícitos e Implícitos Brasileiros


2.2 Princípios constitucionais implícitos
2.2.11. Razoabilidade
• Outro princípio implícito. Os atos administrativos, aprovados ou não
por esse princípio, podem estar ligados a uma conduta temporal, ou
seja, prazos razoáveis de decisões, prazo para julgar e sentenciar um
processo judicial, prazos de convocação, entre outros. Porém atos
discricionários da administração pública também devem ser razoáveis,
ou seja, é razoável exigir nas eleições o título de eleitor mais um
documento com foto. Muito usado esse princípio para controlar os
atos administrativos, principalmente os discricionários, pois a
Administração pode extrapolar os limites razoáveis de conduta e
decisão.
PRINCÍPIOS  ORIENTADORES DA
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2. Princípios Constitucionais Explícitos e Implícitos


Brasileiros
2.2 Princípios constitucionais implícitos
2.2.12. Proporcionalidade
• Aqui é um princípio muito utilizado pela máquina
pública, pois adequa meios utilizados para os fins
pretendidos. Ato desproporcional pode ser anulado
pelo Poder Judiciário, mas dentro dos limites da sua
não interferência aos atos dos outros poderes.
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2. Princípios Constitucionais Explícitos e Implícitos Brasileiros


2.2 Princípios constitucionais implícitos
2.2.13. Continuidade
• A Administração pública, direta ou indireta, é e deve ser ininterrupta,
ou seja, continua, nunca pode parar. Assim, em greves de determinadas
categorias, um percentual mínimo é exigido na ativa prestando serviço.
O serviço, inclusive de atos ilegais quando ocorre como em serviços
essenciais à população, não podem parar, mas cabe a administração
“correr” para promover nova licitação e substituir o vício (erros,
ilegalidade) do contrato anterior. Isso também não quer dizer diário,
mas deve ser regular, ou seja, sempre em determinada época um ato
administrativo ocorre, ela sempre devera ocorrer de forma contínua
nessa mesma época, mas ocorre de forma intermitente.
PRINCÍPIOS  ORIENTADORES DA
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Resumo
• Vimos esta aula que a Administração Pública
atende não somente a leis expressas, como
também a princípios
• Conhecemos o LIMPE – Legalidade,
Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e
Eficiência, além dos aspectos relacionados aos
princípios constitucionais implícitos

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