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Os Pluralistas

Há mais de um princípio
Pluralistas

• Diferentemente do monismo dos


pensadores das escolas jônica e eleática,
os pluralistas concluíram que existia mais
de um princípio.
• Os principais representantes do pluralismo
são:
• Empédocles de Agrigento
• Anaxágoras de Clazômenas
• Leucipo e Demócrito
Empédocles de Agrigento
(c. 490-432 a.C.)
• Empédocles tenta conciliar os sentidos com
a razão.
• Não devemos sacrificar os sentidos em nome
da razão, pois os dados que os sentidos nos
oferecem são igualmente válidos.
• Diferentemente de Parmênides, não estava
em busca de uma verdade divina, isto é,
uma verdade absoluta que compreendesse
tudo a partir do ponto de vista da eternidade,
Agrigento mas, ao contrário, estava preocupado em
adquirir uma verdade proporcional à medida
humana (“... apenas o que pode alcançar a
compreensão de um mortal”).
Empédocles
• “Examina de todos os modos possíveis de que maneira cada
coisa se torna evidente. Não atribua mais crença a tua vista
do que a teu ouvido, a teu ouvido que ressoa mais do que
às claras indicações de tua língua. Não recuses a teus
outros membros a tua confiança, na medida em que eles
apresentam ainda um meio de conhecer; mas toma
conhecimento de cada coisa da maneira que a torna
clara.”
Empédocles

• Assim como Parmênides, negava a existência do não ser. Porém, para


poder salvar os fenômenos e explicar o movimento, recorreu à
existência de quatro raízes originais.
• Para Empédocles, o nascimento não era a passagem do não ser para o
ser nem a morte a passagem do ser para o não ser, mas o resultado
da união e da desunião dos quatro elementos originais.
Empédocles

• “Não há nascimento para nenhuma das


coisas mortais; não há fim pela morte
funesta; há somente mistura e
dissociação dos componentes da
mistura. Nascimento é apenas um nome
dado a esse fato pelos homens.”
Empédocles
• Princípio da isonomia:
• Isonomia = do grego iso (igual) + nomos (lei); significa
“repartição por igual”, “igualdade de direitos”.
• Para os filósofos da Escola Jônica, o elemento
primordial sofria alterações qualitativas ao passar pelo
processo de transformação em outros elementos.
• Ao contrário, para Empédocles cada uma das quatro
raízes é igualmente eterna, perfeita e imutável.
• Elas se unem e se separam, mas permanecem iguais a
si mesmas durante todo esse processo, isto é, elas não
passam por nenhuma mudança substancial durante sua
união ou separação.
• Existem dois princípios antagônicos: o Amor (Philia) e o Ódio (Neikos).
• O amor age como força de atração entre os dessemelhantes.
• O ódio age como força de repulsão.
Empédocles •

O amor e o ódio são tão antigos quanto as próprios raízes.
O princípio da isonomia também garante a compensação cíclica das ações
do Amor e do Ódio, isto é, garante o equilíbrio e a igualdade entre os
dessemelhantes (as raízes e as forças).
Empédocles - Cosmogonia
• As quatro fases:
• Amor e Ódio se revezam ciclicamente. Por isso
existem quatro fases cósmicas:
• 1 Predomínio do Amor.
• 2 O Ódio começa a atuar.
• 3 Predomínio do Ódio.
• 4 A retomada do Amor.
Empédocles -
Cosmogonia
• 1 Predomínio do Amor. As quatro
raízes estão em máxima comunhão.
O cosmo (que ainda não é o cosmo
que conhecemos) é homogêneo e
contínuo, como o Ser de
Parmênides. Empédocles o chama
de “Esfero”.
Empédocles -
Cosmogonia

• 2 O Ódio começa a atuar. As raízes já


começam a se distanciar. O cosmo se
apresenta como o confronto de forças
antagônicas e equivalentes.
Empédocles -
Cosmogonia

• 3 Predomínio do Ódio. Estabelece quatro


regiões perfeitamente distintas: a da
água, da terra, do fogo e do ar. Dissolução
do cosmo original.
Empédocles -
Cosmogonia

4 A retomada do Amor. O
cosmo se apresenta como
uma harmonia ou unidade na
tensão entre os opostos
(como em Heráclito).
Empédocles

• O cosmo, tal como o conhecemos, é


fruto da ação da Discórdia ou Ódio.
• Lembra Anaximandro, para quem o
cosmo é resultado da uma injustiça, a
separação do ápeiron.
• Ambos são influenciados pela doutrina
órfica de uma culpa originária e da
existência como expiação da alma.
Empédocles - Teoria
do Conhecimento

• Para Empédocles, os objetos


liberam eflúvios (emanações,
vapores muito sutis) que atingem os
órgãos dos sentidos.
• As partes semelhantes dos nossos
órgãos reconhecem as partes
semelhantes dos eflúvios liberados
pelos objetos.
• A parte que em nós é constituída
pelo fogo reconhece o fogo; a parte
constituída pela água reconhece a
água etc.
• Acreditava que o pensamento era
transportado pelo sangue e que a
sede do pensamento era o coração.
Empédocles
• Curiosidades:
• Alguns relatos dizem que, no final da vida, teria acreditado
que era um deus e, ouvindo um chamado dos céus, lançou-
se dentro da cratera do vulcão Etna.
• Como médico, curava tanto por meio da medicina como
por meio da magia. Teria devolvido a vida a uma mulher
que já estava morta há 30 dias.
• Assim como Parmênides, escreveu em versos, o que o
difere de outros filósofos que, para marcar uma
independência com relação aos poemas míticos,
escolheram escrever em prosa (Anaximandro, p.ex.).

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