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UFCD 9641

Cuidados Primários de Saúde em Crianças e Jovens


SUMÁRIO:
-Atividade Física
-Mobilidade Segura e Sustentável
-Alteraçõ es do Estado de Saú de – Sinais
-Prevençã o de Comportamentos Aditivos e Dependências
-Plano Nacional de Vacinaçã o
Atividade física
Atividade física
• Os benefícios da atividade física ou desportiva na saúde estão
confirmados por vários estudos epidemiológicos.
• O risco de morte prematura é mais baixa nas pessoas
fisicamente ativas.
• A prática regular de uma atividade física moderada reduz em
30% o risco de morte prematura.
Atividade física
• Qual a diferença entre atividade física e desporto?

• Uma atividade física corresponde “a qualquer movimento


produzido pelos músculos esqueléticos, responsáveis por um
aumento dos gastos energéticos (OMS).
• Por outras palavras, mexer-se é uma atividade física: andar,
subir escadas, limpar, andar de bicicleta... Por exemplo: jogar à
bola num jardim é uma atividade física.
• Respeitar as linhas de um campo de futebol e atirar uma bola
à baliza corresponde mais a um jogo de futebol (desporto).
Atividade física
• Os benefícios de uma prática regular e adaptada de uma
atividade física :

• Praticar regularmente uma atividade física ou desportiva


adaptada reduz o risco de mortalidade prematura.
• Quando associada uma alimentação equilibrada, a atividade
física melhora a qualidade de vida.
Atividade física
• A obesidade, as doenças cardiovasculares, a diabetes e os
cancros são as principais consequências da sedentariedade,
que é o quarto fator de risco de mortalidade à escala mundial.
• Por conseguinte, a prática regular de uma atividade física
contribui igualmente para a redução dos riscos de
aparecimento de certas patologias:
• Doenças cardiovasculares: as pessoas fisicamente ativas
desenvolvem duas vezes menos doenças cardiovasculares
(aquelas que afetam os vasos sanguíneos do cérebro, a que
chamamos “cerebrovasculares”);
Atividade física
• Cancros: A atividade física reduz o risco de cancro colo retal
(40 a 50%), de cancros da mama (30 a 40%) e do endométrico
(30%);
• Diabetes: O exercício físico e a alteração dos hábitos
alimentares podem prevenir o aparecimento da diabetes em
indivíduos com um elevado risco de contrair esta doença;
Atividade física
• Obesidade: Ser ativo reduz o risco de excesso de peso.
• O sedentarismo explica, em parte, o aumento dos casos de
obesidade nas sociedades modernas.
• De facto, a cada vez maior utilização de transportes
motorizados e de elevadores, bem como a evolução das
atividades sedentárias (televisão, jogos vídeo, trabalho no
computador), diminuem as quantidades de energia utilizada
pelo corpo;
Atividade física
• Osteoporose: a atividade física é determinante na prevenção
do tratamento da osteoporose.
• Na mulher, a atividade física diminui para metade o risco de
fratura do colo do fémur e aumenta a resistência óssea;
Atividade física
• Stress crónico: A atividade física causa modificações
bioquímicas no organismo.
• Após 30 m de atividade física de intensidade moderada ou
elevada, o corpo segrega uma substância, a endorfina, que
tem um efeito ansiolítico que diminui consideravelmente o
stress ou a ansiedade.
Mobilidade segura e
sustentável
Mobilidade segura e
sustentável
• O trânsito excessivo ou o reduzido número de passeios e
passadeiras são alguns dos motivos apontados por crianças
dos 6 aos 11 anos para explicar por que não se sentem
confortáveis a fazer as suas deslocações entre a casa e a escola
a pé.
Mobilidade segura e
sustentável
• Menos de um quarto (24%) dos estudantes vai a pé ou de
bicicleta para a escola .
• Os restantes alunos usam meios de transporte motorizados,
sendo que 50% do total o fazem no automóvel particular da
família ou de amigos.
Mobilidade segura e
sustentável
• O escasso uso de meios de transporte não motorizados nas
deslocações entre casa e escola tem esta explicação: as
cidades “não são pensadas para as crianças.
• As cidades são projetadas pensando no transporte
motorizado.
• Têm poucas preocupações com os acessos pedonais e são
muitas vezes demasiado dispersas, explica a arquiteta
paisagista.
Alteração do estado de saúde
- sinais
• Os sinais de alerta são sinais identificados na avaliação da
criança que auxiliam no reconhecimento de situações de
urgência e emergência pediátrica.
Alteração do estado de saúde
- sinais
• A criança, muitas vezes, não consegue manifestar ou
descrever o que está a sentir e a identificação dos sinais de
alerta torna-se fundamental.
Alteração do estado de saúde
- sinais
• Alguns sinais que devem ser valorizados são:
• Pele acinzentada, pálida ou roxa;
• Consciência alterada, confusão mental;
• Criança muito sonolenta (dorme mais que o habitual) ou irritada;
Prostração;
• Criança que não reconhece os pais;
• Extremidades frias e roxas;
• Febre alta;
• Diminuição da quantidade de urina;
Alteração do estado de saúde
- sinais
• Alguns sinais que devem ser valorizados são:
• Respiração rápida ou muito lenta para a idade;
• Presença de esforço para respirar ou cansaço;
• Frequência cardíaca aumentada ou diminuída para a idade;
• Dor de cabeça com uma ou mais das seguintes características:
intensa, de início súbito;
• Aumento na frequência e intensidade da dor; que não passa com
analgésico comum; que tem recorrência matinal; ou que desperta
a criança;
• Vómitos biliosos, em jato ou persistentes;
• Diarreias persistentes;
• Dor abdominal intensa e contínua.
Alteração do estado de saúde
- sinais
• Na presença de algum destes sinais, a criança deve ser levada
imediatamente para uma avaliação clínica.

• A infância e a adolescência são fases da vida cheias de


desafios e aprendizagens.
• As crianças e adolescentes podem ter dificuldade em lidar
com as mudanças físicas e emocionais pelas quais passam.
• É normal terem problemas de vez em quando e é normal
expressarem emoções como zanga, tristeza ou frustração.
Alteração do estado de saúde
- sinais
• Por tudo isto, ser difícil identificar quando é que as crianças e
adolescentes precisam de ajuda porque têm um problema de
Saúde Psicológica.

• No entanto, quando alguns sinais são intensos e duram várias


semanas, interferindo com a capacidade da criança ou
adolescente fazer o seu dia-a-dia e atividades habituais,
podem significar que está com problemas e precisa de ajuda.
Alteração do estado de saúde
- sinais
• Os Assistentes Operacionais têm diversas oportunidades de,
ao longo do dia, observar sinais e mudanças no
comportamento das crianças e adolescentes que podem
indicar a existência de problemas de Saúde Psicológica.
Alteração do estado de saúde
- sinais
• Esteja atento aos seguintes sinais/mudanças:
• Comportamento agitado;
• Chegar constantemente atrasado e faltar às aulas;
• Isolamento (parece passar muito tempo sozinho/tem poucos amigos)
e falta de interesse pela interação com os outros;
• Medo, preocupação ou ansiedade excessivas;
• Sentimentos de tristeza duradouros;
• Ficar facilmente irritado ou zangado sem razão aparente;
• Agressividade contra si próprio ou contra os outros (por exemplo, auto
mutilar-se, envolver-se em lutas e brigas com os colegas, usar armas);
• Cansaço, perda de energia e falta de interesse pelas atividades
habituais;
• Baixa autoestima;
• Comportamentos perigosos como ingestão abusiva de álcool ou
drogas.
Alteração do estado de saúde
- sinais
• Não ignore os sinais de alerta ou a sua sensação de que
“alguma coisa não está bem”.
• Não desvalorize o problema na esperança que ele desapareça
sozinho.
• Os problemas de Saúde Psicológica não “passam com a idade”
nem se resolvem sozinhos.
• E podem levar a problemas graves: insucesso escolar,
conflitos familiares, dificuldades de relação com os outros,
adições e agressividade.
Prevenção de comportamentos
aditivos e dependências
• A abordagem da prevenção de comportamentos aditivos e
dependências em meio escolar é da competência da Direção
Geral da Educação.

• Objetivos
• Melhorar o estado de saúde global dos jovens;
• Contribuir para a definição de políticas em matéria de
comportamentos aditivos e dependências;
• Prevenir os consumos em meio escolar, através de debates,
sessões de sensibilização e outras estratégias de trabalho
continuado com os alunos e envolvendo toda a comunidade
educativa.
Prevenção de comportamentos
aditivos e dependências
• Álcool:
• Decreto-Lei n.º 106/2015 de 16 de junho
• Veio criar um novo regime jurídico de disponibilização, venda e
consumo de bebidas alcoólicas em locais públicos e em locais
abertos ao público, com fundamento no imperativo constitucional
de proteção da saúde dos cidadãos.
• (O presente diploma procede à primeira alteração ao Decreto -Lei
n.º 50/2013, de 16 de abril.)
• Decreto-Lei n.º 50/2013, de 16 de abril
• Estabelece o regime de disponibilização, venda e consumo de
bebidas alcoólicas em locais públicos e em locais abertos ao público.
• Decreto-Lei n.º 332/2001, de 24 de Dezembro
• Altera o Código da Publicidade, aprovado pelo Decreto-Lei n.º
330/90, de 23 de Outubro, artigos 17.º e 39.º.
Prevenção de comportamentos
aditivos e dependências
• Tabaco:
• Lei n.º 109/2015 de 26 de agosto,
• Primeira alteração à Lei n.º 37/2007, de 14 de agosto, transpondo a Diretiva
2014/40/EU, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 3 de abril de 2014, relativa à
aproximação das disposições legislativas, regulamentares e administrativas dos
Estados membros no que respeita ao fabrico, apresentação e venda de produtos do
tabaco e produtos afins.
• Lei n.º 37/2007, de 14 de Agosto
• A Lei n.º 37/2007, de 14 de Agosto, (Lei do Tabaco), que entrou em vigor no dia 1 de
Janeiro de 2008, aprova normas para a proteção dos cidadãos da exposição
involuntária ao fumo do tabaco e medidas de redução da procura relacionadas com a
dependência e a cessação do seu consumo.
• A Lei estabelece a proibição de fumar em determinados lugares, incluindo os
estabelecimentos de ensino.
• Decreto n.º 25-A/2005, de 18 de Novembro
• O Governo Português aprova a Convenção Quadro da Organização Mundial de Saúde
para o Controlo do Tabaco, adotada em Genebra pela 56.ª Assembleia Mundial de
Saúde, em 21 de Maio de 2003.
• Texto traduzido na língua portuguesa: Páginas 19 a 35.
Estratégias de promoção da inclusão de crianças e
jovens com necessidades de saúde especiais
• Definem-se como, as que resultam de problemas de saúde
com impacto na funcionalidade e necessidade de
intervenção em meio escolar, como sejam, irregularidade ou
necessidade de condições especiais na frequência escolar e
impacto negativo no processo de aprendizagem ou no
desenvolvimento individual.
Estratégias de promoção da inclusão de crianças e
jovens com necessidades de saúde especiais
• As alterações das funções ou estruturas do corpo (ex: doença
crónica, deficiência, perturbações do desenvolvimento,
perturbações emocionais e do comportamento, entre outras),
que têm impacto no desempenho escolar, necessitam de
identificação e remoção de barreiras a vários níveis:
aprendizagem, atitudes, comunicação, relacionamento
interpessoal e social, autonomia, espaço físico e meio
socioeconómico.
Estratégias de promoção da inclusão de crianças e
jovens com necessidades de saúde especiais
• Na Escola, é crucial identificar a existência de fatores
ambientais “facilitadores” (entendidos como fatores que
influenciam positivamente a realização de atividades
escolares) ou “barreira” (entendidos como fatores que
impedem ou limitam a participação da criança na vida escolar)
que interferem com as aprendizagens escolares.
Estratégias de promoção da inclusão de crianças e
jovens com necessidades de saúde especiais
• A INTERVENÇÃO PRECOCE NA INFÂNCIA é dirigida às crianças
até aos 6 anos de idade com alterações ou em risco de
apresentar alterações nas estruturas ou funções do corpo,
tendo em conta o seu normal desenvolvimento.
• Consiste num conjunto de medidas de apoio integrado
centrado na criança e na família, incluindo ações de natureza
preventiva e reabilitativa, designadamente no âmbito da
educação, da saúde e da ação social.
• À Saúde compete assegurar a deteção, sinalização e
acionamento do processo e o encaminhamento de crianças e
jovens para consultas ou centros de desenvolvimento, para
efeitos de diagnóstico, orientação especializada, entre outros.
Estratégias de promoção da inclusão de crianças e
jovens com necessidades de saúde especiais
• Contribuir para uma resposta adequada às NECESSIDADES DE
SAÚDE ESPECIAIS (NSE), mais do que um desígnio da Saúde
Escolar, é um movimento em prol dos Direitos das Crianças, da
aceitação da diferença, da promoção de atitudes de respeito,
do reconhecimento do valor e do mérito pessoal.
Estratégias de promoção da inclusão de crianças e
jovens com necessidades de saúde especiais
• A identificação das condições, das necessidades e das
medidas de saúde a implementar é baseada na Classificação
Internacional da Funcionalidade, Incapacidade e Saúde, (CIF),
da Organização Mundial de Saúde (OMS).
• À Saúde cabe proporcionar intervenções promotoras do bem-
estar físico, psicológico e social, tais como, serviços de
promoção da saúde e de prevenção de doenças, cuidados
primários, cuidados em situações agudas, serviços de
reabilitação e de cuidados prolongados, entre outros.
Estratégias de promoção da inclusão de crianças e
jovens com necessidades de saúde especiais
• O processo de “referenciação ↔ avaliação ↔ intervenção
↔ monitorização dos progressos e eventual revisão das
medidas de saúde” deve ser operacionalizado através de um
plano de saúde individual (PSI).
Estratégias de promoção da inclusão de crianças e
jovens com necessidades de saúde especiais
• A REFERENCIAÇÃO, à Equipa de Saúde Escolar, de crianças e
jovens que necessitem de qualquer tipo de intervenção no
contexto escolar envolve a articulação com Equipa de Saúde
Familiar e pode ser iniciada:
• Pelos Serviços de Saúde (qualquer unidade funcional do
Agrupamento de Centros de Saúde (ACES),Unidade Local de Saúde
(ULS), Hospital), através do/a médico/a de família/assistente, do/a
enfermeiro/a de saúde infantil e juvenil/de família, de outro/a
profissional de saúde, incluindo da Saúde Mental da Infância e
Adolescência (SMIA);
• Pela Escola, pelo/a pai/mãe ou encarregado/a de educação ou por
IPSS com intervenção na área da criança ou jovem com deficiência;
• No âmbito da Intervenção Precoce, a Equipa de Saúde Escolar
referencia as crianças e jovens para a Equipa Local de Intervenção
(ELI) e vice-versa.
Estratégias de promoção da inclusão de crianças e
jovens com necessidades de saúde especiais
• A AVALIAÇÃO DA FUNCIONALIDADE deverá ser feita por uma
equipa multidisciplinar da Escola, que integre a Saúde e o/a
pai/mãe ou encarregado/a de educação.
• Esta avaliação tem por base as condições de saúde da criança
ou jovem e o seu impacto nas atividades e na participação
escolar, tendo como referência o que é esperado para o grupo
etário.
• O resultado da avaliação da funcionalidade deve
corresponder a um consenso entre a equipa.
Estratégias de promoção da inclusão de crianças e
jovens com necessidades de saúde especiais
• O PLANO DE SAÚDE INDIVIDUAL (PSI), concebido para cada
criança ou jovem com NECESSIDADES DE SAÚDE ESPECIAIS
(NSE), avalia o impacto das condições de saúde na
funcionalidade (atividades e participação) e identifica as
medidas de saúde a implementar (necessidades de saúde,
medidas terapêuticas e de reabilitação, entre outras) para
melhorar o seu desempenho escolar, tendo em conta os
fatores ambientais, facilitadores ou barreira, do contexto
escolar.».
Desenvolvimento de competências sociais e emocionais
para a tomada de decisões responsáveis em saúde
Desenvolvimento de competências sociais e emocionais
para a tomada de decisões responsáveis em saúde

• A escola deve ensinar competências sociais e emocionais.


• A OCDE recomenda que seja dada mais importância ao
desenvolvimento psíquico das crianças e dos jovens.
• Um dos objetivos da OMS para a região europeia, na próxima
década, é a melhoria do estado de saúde das populações,
especialmente das mais vulneráveis, para as quais a redução
das desigualdades é fundamental.
Desenvolvimento de competências sociais e emocionais
para a tomada de decisões responsáveis em saúde

• A resposta a este desafio requer estratégias de capacitação


dos cidadãos, desenvolvidas ao longo de todo o ciclo de vida,
que priorizem os determinantes das doenças crónicas e a
criação de comunidades resilientes e ambientes promotores
da saúde.
• As ações conducentes à implementação destas estratégias
necessitam da sinergia entre vários sectores, estruturas de
apoio e mecanismos de colaboração, para além da Saúde.
• Daí a importância da Saúde em todas as Políticas.
Desenvolvimento de competências sociais e emocionais
para a tomada de decisões responsáveis em saúde

• A Escola é, por excelência, um local privilegiado para a


melhoria da literacia, que é muito mais do que aprender a ler,
escrever e contar.
• A Escola é igualmente um local propício à promoção da
saúde e ao exercício da cidadania plena, assente nos valores
da equidade e da universalidade.
• A Saúde Escolar pode e deve ser parceira da Escola na
capacitação da comunidade educativa e na criação de escolas
resilientes que são necessariamente mais seguras, mais
sustentáveis e mais saudáveis.
Desenvolvimento de competências sociais e emocionais
para a tomada de decisões responsáveis em saúde

• A Saúde Escolar, pelo potencial que tem para responder aos


desafios que se colocam à saúde da comunidade educativa, é
cada vez mais uma alavanca para a melhoria do nível de
literacia em saúde dos jovens, facilitando a tomada de
decisões responsáveis e promovendo ganhos em saúde.
• Em Portugal, cerca de 1841000 alunos frequentam 10300
estabelecimentos de educação e ensino.
Desenvolvimento de competências sociais e emocionais
para a tomada de decisões responsáveis em saúde

• A Escola detém uma posição única que permite melhorar a


saúde e a educação de milhares de crianças e jovens.
• O PNS, na sua natureza estratégica de maximizar os ganhos
em saúde através do esforço sustentado de todos os sectores
da sociedade, reconhece a importância da promoção da
cidadania, da equidade, do acesso e da qualidade em todas as
política.
Desenvolvimento de competências sociais e emocionais
para a tomada de decisões responsáveis em saúde

• Os fatores que influenciam a saúde das crianças e dos jovens,


chamados determinantes da saúde, podem ser agrupados em
quatro categorias: genéticos e biológicos, serviços de saúde,
comportamentos individuais relacionados com a saúde e
caraterísticas sociais.
• As suas interrelações condicionam o estado de saúde
individual e coletivo.
• Portugal tem atualmente um bom nível de saneamento básico
e uma excelente cobertura vacinal da população infantil e
juvenil que, em muito, concorreram para a redução das
doenças transmissíveis mais frequentes.
Desenvolvimento de competências sociais e emocionais
para a tomada de decisões responsáveis em saúde

• As estratégias da promoção da saúde definidas na Carta de


Ottawa (1986) consideram três elementos-chave, estilos de
vida, ambiente e participação, organizadas em cinco áreas
política públicas de saúde, ambiente sustentável, reorientação
dos serviços de saúde, competências pessoais e sociais, e
participação comunitária.
• Estas estratégias continuam a ser uma referência apesar da
sua implementação ser muito diversa, pese embora as
múltiplas iniciativas da OMS para a consolidação destes
princípios.
• As Escolas Promotoras da Saúde é uma delas.
Desenvolvimento de competências sociais e emocionais
para a tomada de decisões responsáveis em saúde

• Portugal integra, desde 1994, a Rede Europeia de Escolas


Promotoras da Saúde , numa parceria interinstitucional entre
a Saúde e a Educação.
• A Saúde é o resultado da interação entre as pessoas e o seu
ambiente, contribuindo as Escolas Promotoras de Saúde (EPS)
para melhorar as condições de saúde da comunidade
educativa, o comportamento individual, a qualidade das
relações sociais, a satisfação no trabalho, o ambiente escolar e
a imagem da escola.
Desenvolvimento de competências sociais e emocionais
para a tomada de decisões responsáveis em saúde

• A Saúde é vital para a Educação. A Educação é vital para a


Saúde.
• Todas as crianças têm direito à educação, aos melhores
cuidados de saúde possíveis, a viver num ambiente saudável, a
desenvolverem-se com o máximo de autonomia e à proteção
dos seus interesses em todas as decisões que lhes digam
respeito.
Desenvolvimento de competências sociais e emocionais
para a tomada de decisões responsáveis em saúde

• A Escola desempenha um papel crucial na defesa dos direitos


das crianças e na melhoria da educação, da saúde e do bem-
estar de todas elas, contribuindo para a redução das
desigualdades em saúde.
• As intervenções educativas desempenham um papel central
no fortalecimento da literacia em saúde.
• A literacia em saúde é um recurso para os indivíduos e para as
comunidades.
Desenvolvimento de competências sociais e emocionais
para a tomada de decisões responsáveis em saúde

• Comunidades educativas mais saudáveis têm níveis de


desempenho académico mais elevados e são mais produtivas
ao longo da vida.
• A Saúde Escolar, ao investir na saúde da comunidade
educativa, pretende contribuir para ganhos em saúde.
• Por isso, numa perspetiva holística de intervenção da Saúde na
Escola, advoga que nunca como hoje foi tão importante
investir em literacia em saúde, capacitação, promoção da
saúde mental e emocional, desenvolvimento sustentável e
ambientes escolares seguros e saudáveis, promotores da
saúde e do bem-estar de todos.
Desenvolvimento de competências sociais e emocionais
para a tomada de decisões responsáveis em saúde

• Este é o núcleo central do novo paradigma de intervenção da


Saúde Escolar.
• Esta mudança do paradigma obriga à promoção de projetos
que melhorem as competências dos alunos nas relações
interpessoais e em saúde, na resolução de problemas
comportamentais e na redução dos comportamentos de
risco.
Desenvolvimento de competências sociais e emocionais
para a tomada de decisões responsáveis em saúde

• A capacitação da comunidade educativa é um fator de


proteção que, a par de outros, reforçam a ação em prol do
desenvolvimento comunitário.
• A evidência científica identifica Programas de Competências
Sociais e Emocionais (SEL) como dos mais efetivos na
aquisição e aplicação do conhecimento, atitudes e
competências necessárias para compreender e gerir emoções,
estabelecer e manter relações gratificantes e tomar decisões
responsáveis.
Desenvolvimento de competências sociais e emocionais
para a tomada de decisões responsáveis em saúde

• Por isso, na Escola, o Projeto Educativo deve consagrar os


princípios e os valores da promoção e educação para a saúde.
• O Plano de Atividades (anual e plurianual) dos Agrupamentos
de Escolas deverá definir os objetivos, a organização e as
atividades conducentes à execução do Projeto, numa política
de continuidade desde o pré -escolar ao ensino secundário.
Desenvolvimento de competências sociais e emocionais
para a tomada de decisões responsáveis em saúde

• As alterações organizativas do Serviço Nacional de Saúde


(SNS) requerem cada vez mais comunicação construtiva entre
profissionais das diversas unidades e entre serviços,
favorecendo a partilha de atividades e as relações de
afetividade.
• Por isso, é da maior importância que o Programa Nacional de
Saúde Escolar integre o Plano de Atividades dos
Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES) e das Unidades
Locais de Saúde (ULS), se desenvolva de forma continuada e
envolva outros sectores da comunidade.
• Por sua vez, uma boa comunicação com os media pode
reforçar o trabalho desenvolvido e favorecer a divulgação das
boas práticas em saúde, sendo, por isso, da maior
importância aperfeiçoá-la.
Plano Nacional de Vacinação
• A vacinação é o processo pelo qual a inoculação de um agente
no corpo (microrganismo ou uma substância) produz imunidade
(defesas) para uma determinada doença.
• Tem a sua origem histórica nos primórdios do segundo milénio
com relatos chineses (varíola).
• Contudo a sua abordagem de experimentação científica teve
início em 1798, com a eficácia da inoculação do vírus da vacina
(varíola bovina).
• Louis Pasteur levou a uma explosão de conhecimentos, pela
descrição de 2 vacinas (raiva e antraz).
• A maior parte dos países representados na Organização
Mundial de Saúde (OMS) apresenta programas nacionais de
vacinação estruturados, estimando-se uma redução mundial da
mortalidade de cerca de 2.5 milhões de crianças por ano.
Plano Nacional de Vacinação
• O Programa Nacional de Vacinação (PNV) foi criado em 1965
e é um programa nacional, gratuito e acessível a todas as
pessoas presentes em Portugal.
• O programa tem sido atualizado regularmente e, desde 2015,
inclui recomendações para o conjunto de 13 vacinas
estrategicamente distribuídas de forma a maximizar a
proteção conferida na idade mais adequada e o mais
precocemente possível.
Plano Nacional de Vacinação
• As elevadas coberturas vacinais obtidas resultam do empenho
mantido dos profissionais envolvidos e da confiança da
população no PNV.
• O atual desafio para o Programa Nacional de Vacinação
centra-se em manter ou elevar as taxas de cobertura vacinal
na infância superiores a 95%;
Plano Nacional de Vacinação
• Objetivos do Programa Nacional de Vacinação:
• Reduzir o número de casos de doença; Reduzir a circulação do
agente;
• Reduzir o risco de infeção;
• Reduzir o número de indivíduos suscetíveis;
• Vacinar um elevado número da população de forma a atingir a
imunidade de grupo.
Plano Nacional de Vacinação
• Imunidade de grupo:
• Este é o efeito indireto de proteção causada pela vacinação.
• A cobertura vacinal elevada de muitas vacinas permite um
benefício extra ao induzir imunidade de grupo, protegendo
não só os indivíduos vacinados, mas também a comunidade
que beneficia com a interrupção da circulação do agente
infecioso.
• Somente taxas de cobertura vacinal muito elevadas permitem
obter imunidade de grupo por redução da circulação do
agente e da transmissão da infeção.
Plano Nacional de Vacinação
• Contraindicações à vacinação:
• Geralmente, as contraindicações à vacinação são raras e
temporárias.
• As vacinas, caso sejam indicadas, requerem sempre prescrição
médica.
• Pessoas com deficiências imunitárias graves, e mulheres
grávidas não devem ser vacinadas com vacinas vivas (BCG,
VASPR e vacina Rotavírus).
• As vacinas vivas atenuadas representam um risco teórico para
o feto.
Plano Nacional de Vacinação
• Reações adversas:
• A administração das vacinas poderá provocar algumas
reações adversas, sendo as mais frequentes as reações ligeiras
no local da injeção. Outras reações, como febre ou
hipersensibilidade, são menos frequentes.
• A administração preventiva de paracetamol não é
recomendada, por rotina, aquando da vacinação, já que
poderá interferir com a resposta imunológica à vacina.
Contudo, este poderá ser administrado como forma de
tratamento da febre e de sintomas locais que ocorram
decorrentes da vacinação.
Plano Nacional de Vacinação
• Reações adversas:
• A administração das vacinas poderá provocar algumas
reações adversas, sendo as mais frequentes as reações ligeiras
no local da injeção.
• Outras reações, como febre ou hipersensibilidade, são menos
frequentes.
• A administração preventiva de paracetamol não é
recomendada, por rotina, aquando da vacinação, já que
poderá interferir com a resposta imunológica à vacina.
• Contudo, este poderá ser administrado como forma de
tratamento da febre e de sintomas locais que ocorram
decorrentes da vacinação.

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