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RESIDÊNCIA MÉDICA EM
NEONATOLOGIA DO
HOSPITAL MATERNO
INFANTIL DE BRASILIA –
HMIB/SES-DF
Displasia broncopulmonar:
como podemos melhoras o
seus resultados
Bronchopulmonary dysplasia
: how can we improve its outcomes?Sung TJ. Korean J Pediatr
2019. PMID 31122011 Free PMC article.
Bronchopulmonary dysplasia (BPD) is a chronic lung disease
of preterm infants with multiple factors affected from prenatal
to postnatal periods. Artigo Integral!
•Estratégias de ventilação apropriadas são talvez mais importantes para controlar o desenvolvimento da DBP. Na fase
inicial, especialmente na primeira semana de vida, deve-se tentar a extubação e aplicar CPAP nasal ou ventilação por
pressão positiva intermitente (VNI) para minimizar lesões pulmonares agudas, mantendo um volume corrente baixo (3-
5 mL / kg), tempos inspiratórios curtos (0,2-0,4 segundos), pico baixo pressão inspiratória (14–20 cmH2O) e moderada
pressão positiva expiratória (4-6 cmH2O) .18,19
•Na fase evolutiva, ou seja, em 1 a 36 semanas de idade pós-menstrual, o objetivo dos cuidados respiratórios deve ser
otimizar trocas gasosas adequadas, reduzindo o trabalho de respiratório e curar as vias aéreas lesionadas. 18
•Evitar a intubação e maximizar ventilação não invasiva com CPAP, SIPPV e cânula nasal de alto fluxo permanecem
estratégias eficazes para diminuir a lesão pulmonar.18,19
• Para atingir esse objetivo, a ventilação com volume controlado tem mais vantagens sobre a ventilação por pressão
controlada, e um estudo recente recomendou ajustar a meta de volume corrente para 7 mL / kg para reduzir o trabalho
de respiratório.39
PREVENÇÃO E TRATAMENTO
2) Cuidado pós natal
•Quando a DBP é estabelecida, a hipercapnia permissiva é permitida para
facilitar o desmame e otimizar as trocas gasosas adequadas, reduzindo o
trabalho de respiratório e curar os pulmões feridos semelhante a fase
evolutiva.
• As características especiais desta fase são diferentes combinações de
regiões pulmonares com diferentes resistência das vias aéreas,
complacência e constantes de tempo.18
• Portanto, neste ponto, para promover a troca de gás, são necessários
volume corrente maior (10–12 mL / kg), maior tempo inspiratório (≥0,6
segundos) e resolver a obstrução de vias aéreas.18,19
PREVENÇÃO E TRATAMENTO
2) Cuidado pós natal
•Utilizar ou não usar esteróides pós-natais, bem como o tempo, duração e tipo (dexametasona ou hidrocortisona)
de esteróides que pode ser usado, ainda está para ser determinado porque os resultados a longo prazo no
desenvolvimento neurológico variam.40,41
• Revisões recentes da Cochrane concluíram que o uso precoce (<8 dias) corticosteróides sistêmicos e inalação
tardia (≥7 dias) reduziram a DBP 42,43 Enquanto o uso clínico rotineiro de dexametasona na primeira semana de
vida não é recomendada quando o paciente encontra-se fora da ventilação mecânica, baixa dose de
dexametasona (0,89 mg / kg por 10 dias) é eficaz, como foi introduzido pela primeira vez no estudo DART. 44)
•Outro estudo multicêntrico, randomizado, duplo-cego, controlado por placebo, o PREMILOC, ou seja, prevenção
precoce da DBP e mortalidade neonatal em recém-nascidos muito prematuros utilizando baixas doses de
hidrocortisona, gerou o efeito positivo de aumentar a taxa de sobrevivência de bebês prematuros extremos sem
DBP usando baixas doses profilática de hidrocortisona. 45
• No entanto, um recente estudo STOP-BPD (hidrocortisona sistêmica para prevenir displasia broncopulmonar
em prematuros) elaborado por um grupo de investigação europeu relatou que doses baixas precoces
hidrocortisona (dose cumulativa, 72,5 mg / kg) iniciada entre 7 e 14 dias após o nascimento não mostraram
resultados favoráveis da DBP com 36 semanas de idade pós-menstrual; PORTANTO, NÃO RECOMENDOU
SEU USO.41
•Quando usando um corticosteróide sistêmico, deve-se considerar seu benefício versus potenciais efeitos
adversos a curto prazo, como hiperglicemia, hipertensão, infecção hospitalar e possível perfuração intestinal.
PREVENÇÃO E TRATAMENTO
2) Cuidado pós natal
•Com a idéia de menor toxicidade, o uso de inalado em substituição do corticosteróides
sistêmicos tem sido ativamente estudado.46-49
•Um estudo de budesonida inalada precoce com um total de 863 bebês prematuros <28
semanas de idade pós-concepção administrada dentro de 24 horas após o nascimento mostrou
menor incidência de DBP, mas maior taxa de mortalidade que a grupo placebo.46
•Uma metanálise de corticosteróides inalados, incluindo beclometasona, budesonida,
fluticasona, flunisolida e dexametasona concluiu o possível efeito potencial de budesonida, em
particular, de reduzir o risco de DBP, mas não com mortalidade nem morbidades. 47
•Outro estudo da combinação de uma mistura intratraqueal de corticosteróide-surfactante por
Yeh et al.48 demonstrou uma incidência significativamente menor de DBP do que o tratado
apenas com surfactante, enquanto uma metanálise relatou uma diminuição do risco de DBP com
administração de uma mistura intratraqueal de budesonida-surfactante. 49
PREVENÇÃO E TRATAMENTO
2) Cuidado pós natal
•Suporte nutricional também é uma parte muito importante da prevenção da DBP, uma vez que
bebês prematuros com DBP têm uma demanda metabólica de 15% a 25% maior do que bebês
sem DBP; assim, uma ingestão de altas calorias 140-150 kcal / kg / dia é necessária para superar a
lesão pulmonar por radicais livres de oxigênio e promover o crescimento do pulmonar e o
crescimento linear.50
•Isso pode ser alcançado com leite materno ou fórmula calórica densa 18
• Outros medicamentos, como diuréticos, cafeína, vitamina A, antibióticos macrolídeos e
macrolídeos para colonizado por Ureaplasma no sistema respiratório, bem como nutrição são
conhecidos pode ajudar a diminuir a incidência de BPD51 (Tabela 2).
•Novos estudos farmacológicos estão em andamento sobre o uso da proteína recombinante 10
kDa de células claras, recombinante superóxido dismutase, antagonista do receptor de
leucotrieno, inositol e tocoferol.52,53
CONCLUSÃO
• Uma revisão sistemática de 31 diretrizes internacionais para cuidados perinatais
demonstraram que cerca de 70% das instituições recomendam fornecimento de
medidas de conforto com 22 semanas de idade gestacional pela última menstruação e
ressuscitação ativa a partir de 25 semanas de IG pela DUM.54
• A taxa de sobrevivência de prematuros extremos está aumentando, especialmente
entre os nascidos com 23 ou 24 semanas, enquanto as taxas de sobrevida sem
morbidade (exceto DBP) estão aumentando em bebês nascidos entre 25 e 28 semanas,
embora haja diferença na sobrevida observada em nascidos vivos periviáveis entre os
países.6,55
• Grandes melhorias acerca da DBP discutidas acima foram alcançadas ao longo de 50
anos; no entanto, são necessários definições, intervenções na Sala de Parto, protocolo
da UTIN envolvendo DBP e seguimento follow-up .56
• Além dos cuidados gerais e práticas, atenção especial é necessária para bebês com DBP
severa.
CONFLITOS DE INTERESSE
XV Jornada dos Médicos Residentes do HRAS/HMIB/SES/DF: Drs. Paulo R. Margotto, Carlos Zaconeta, Lucila Nagata, Juliana
Costa Rezende (22/2/2013)
MELHORANDO A TRANSIÇÃO NEONATAL AO NASCER PARA O
PRÉ-TERMO-EVIDÊNCIA RANDOMIZADA – Abrir o pulmão cheio de fluido e mantê-lo aberto
Haresh Kirpalani (EUA).
14o Congresso Brasileiro de Terapia Intensiva Pediátrica, Brasília, 22-25 de junho de 2016.
Realizado por Paulo R. Margotto,
• A primeira questão fisiológica é como passar de um pulmão cheio de líquido para um pulmão cheio de ar ("A sombra do vale do
nascimento" como chamou Clement Smith em 1951).
• Há duas teorias propostas para se estabelecer a capacidade residual funcional (CFR), a da bomba e sódio (mais absorção de
fluido do que secretado; processo lento) e mecânica (forças mecânicas de forçar o ar para dentro do pulmão com fluido
consegue secá-lo e para mantê-lo aberto com uma parede torácica complacente que colapsa é necessária a PEEP, havendo um
efeito aditivo quando se combina com a insuflação sustentada [IS]).
• O que é insuflação sustentada? Varia de acordo com os diferentes estudos realizados, não havendo consenso quanto ao valor
da pressão (20-30cm H2O e a duração (5 a 20 segundos), ou seja temos que aprender muito. Sabemos que o bebe ao respirar
ao nascer gera uma altíssimo pressão para abrir esta coluna de líquido (90 cm H2O) . Este é o argumento da insuflação
sustentada.
• Se está certo ou não, estamos estudando. O ensaio internacional coordenado pelo Dr. Kirpalani já está em andamento (já
recrutados 200 bebê entre 23 a 26 semanas) de um total necessário de 650) com IS (15 segundos) +CPAP nasal, comparando
com reanimação padrão, com acompanhamento até 36 semanas de idade pós-concepção (quando será avaliada a displasia
broncopulmonar), com previsão de término em 2020.
• Os autores não sabem se o que estão fazendo neste ensaio será eficaz, mas temos que aguardar. A insuflação sustentada é
uma terapia promissora e necessita de um ensaio randomizado internacional
Efeito das inflações sustentadas versus ventilação com pressão positiva intermitente na displasia broncopulmonar ou morte
entre bebês extremamente prematuros: o ensaio clínico randomizado SAIL.
Effect of Sustained
Inflations vs Intermittent Positive Pressure Ventilation on Bronchopulmonary Dysplasia or Death Among Extremely Preterm Infants: The SAIL Randomized Cli
nical Trial.
Kirpalani H, Ratcliffe SJ, Keszler M, Davis PG, Foglia EE, Te Pas A, Fernando M, Chaudhary A, Localio R, van Kaam AH, Onland W, Owen LS, Schmölzer GM,
Katheria A, Hummler H, Lista G, Abbasi S, Klotz D, Simma B, Nadkarni V, Poulain FR, Donn SM, Kim HS, Park WS, Cadet C, Kong JY, Smith A, Guillen U, Liley HG,
Hopper AO, Tamura M; SAIL Site Investigators.
JAMA. 2019 Mar 26;321(12):1165-1175. doi: 10.1001/jama.2019.1660.PMID: 30912836.
Free PMC Article.Similar articles. Artigo Livre
• Foram estudados 460 RN (236 para insuflação sustentada e 224 para ressuscitação padrão) e idade
gestacional entre 23-26 semana de idade gestacional.
• O grupo experimental recebeu 2 insuflações sustentadas de 15 segundos com uma pressão pico de 25 cm
H2O
• Nas primeiras 48 horas a morte ocorreu em 7,4% no grupo experimental versos 1,4% no grupo
padrão (ressuscitados com ventilação por pressão positiva intermitente). O estudo foi interrompido!
• Entre os bebês extremamente prematuros que necessitam de reanimação ao nascer, uma estratégia de
ventilação que envolve 2 inflações sustentadas, em comparação com a ventilação com pressão positiva
intermitente padrão, não reduziu o risco de DBP ou morte nas 36 semanas de idade pós-menstrual. Esses
achados não apoiam o uso de ventilação com inflações sustentadas entre bebês extremamente
prematuros, embora o término precoce do estudo limite as conclusões definitivas.
Displasia broncopulmonar
Paulo R. Margotto.
Capítulo do livro Assistência ao Recém-Nascido de Risco, 4a Edição, 2020, em preparação.
• No entanto, nos RN prematuros extremos (RN < 1.000g) a incidência de DBP, definida com a
necessidade de O2 às 36 semanas de gestação pós-concepção está em torno de 30% (às vezes
necessitam de O2 por meses ou anos).
• Interessante que o pulmão destes RN com a nova displasia broncopulmonar (N-DBP) não apresenta as
lesões descritas no passado e apresentam primariamente uma diminuição da septação alveolar e
diminuição do desenvolvimento vascular, ou seja, o houve uma parada no desenvolvimento pulmonar.
O achado patológico consistente nos RN pré-termos que receberam suporte ventilatório é a diminuição
da alveolarização.
• Comparando-se com as descrições antigas de DBP, os novos pré-termos com DBP não têm metaplasia
escamosa das vias aéreas, nem fibrose peribrônquica, nem severa fibrose septal alveolar e nem
mudanças vasculares hipertensivas.
• No entanto, o espessamento da musculatura das vias aéreas e o desarranjo da arquitetura fibro-elástica
persistem como anormalidades na nova DBP.
• O achado mais consistente inclui a hipoplasia alveolar, a fibrose sacular variável e mínima lesão das
vias aéreas. Este novo achado indica uma interferência no desenvolvimento anatômico normal do
pulmão que pode evitar o crescimento e desenvolvimento pulmonar subsequente.
No tratamento da displasia broncopulmonar associada à hipertensão pulmonar
De todas as terapias adjuntas no prematuro com DBP, a terapia diurética é uma das mais
abusadas, sem evidência de benefícios substanciais.
À luz das evidências disponíveis, não há espaço para o seu uso na DBP, principalmente o uso
de espirolactona como "poupadora de potássio" [ora se o néfron não responde à aldosterona,
também não vai responder ao seu inibidor]).
No entanto, os diuréticos devem ser reservados para casos de edema pulmonar (o furosemidA
diminui o edema pulmonar, diminuindo a resistência vascular pulmonar: furosemide:1m/kg/dia).
As complicações da terapêutica diurética são: hipocalemia, hiponatremia, alcalose metabólica,
hipercalciúria, nefrocalcinose, reabertura do canal arterial. O uso prolongado de
hidroclorotiazida associado com espironolactona aumenta o risco de nefrocalcinose.
Há uma grande variabilidade na prática clínica entre os Serviços quanto ao uso de diuréticos na
DBP. É claro que quando há muita variabilidade, não existe um padrão verdadeiro, e é uma
declaração sobre a falta de profundidade do nosso conhecimento nessa aplicação
USO DE ESTERÓIDE PÉ-NATAL
Recém-nascidos com mais de 10 dias em ventilação mecânica com FiO2 acima de 30% pressão média das vias
aéreas (MAP) >9cmH2O: dexametasona nas seguintes doses (Doyle et al):Dose total:0,89mg/kg
-0,15mg/kg/dia-3 dias
-0,10mg/kg/dia-3 dias
-0,05mg/kg/dia-2 dias
-0,02mg/kg/dia-2 dias
Estimativa do risco de DBP: Estimativa do risco de DBP: BPD Outcome Estimator
(Vai abrir uma calculadora)
ESTRATÉGIAS DE PEVENÇÃO
Os esforços deveriam ser direcionados em busca de novas estratégias de proteção pulmonar, como o uso de mais
esteróide pré-natal, surfactante precoce, CPAP nasal precoce, limitar o volume corrente na ventilação mecânica, aceitar
maiores PaCO2 (ventilando com PaCO2 > 52mmHg versus <48mmHg houve diminuição significativa do suporte
ventilatório na 36a semana de idade pós-concepção),limitar
Segundo Payne NR et al maior evidência para uma efetiva prevenção da DBP parece ser evitar a ventilação
mecânica e quando necessária, usar o menor volume corrente, com a menor concentração de oxigênio e menor
duração
ESTRATÉGIAS DE PEVENÇÃO
• Neubauer V et al relataram 4 vezes mais o risco de atraso na maturação estrutural do cérebro no recém-
nascido com DBP (OR=3,8; IC a 95% de 1,2 – 12 –p=0,023), constituindo a única variável que permaneceu
significativa no estudo multivariado, como um robusto preditor de atraso na maturação cerebral.
• Os RN com atraso na maturação cerebral receberam ventilação por um período significativamente
maior do que os RN com maturação normal (mais uma forte razão para trocar o tubo traqueal para CPAP
o mais rapidamente possível). Interessante que neste estudos, todos, menos um, receberam
hidrocortisona no tratamento da DBP.
Drs Laura Haydée, Joseleide Castro, Paulo R. Margotto, Tatiane Dias e Luciana Meister
EM RESUMO...
Há uma subclassificação recente da displasia broncopulmonar (DBP) grave que divide em 2 fenótipos: o Tipo 1
é relativamente menos grave e inclui lactentes que utilizam cânula nasal de alto fluxo ou CPAP com 36
semanas de de idade gestacional pós-menstrual, enquanto o tipo 2 é relativamente mais grave e inclui os que
estão em ventilação mecânica e a DBP pode ser dividida em fases: precoce, evolutiva e estabelecida com uma
abordagem terapêutica passo a passo: precoce, desde o nascimento até a 1ª semana de vida; evolutiva,
semanas 1 a 36 semanas de idade pós-menstrual e estabelecida,> 36 semanas de idade pós-menstrual. Evitar
intubação desnecessária é a melhor maneira de diminuir a incidência de DBP do ponto de vista de cuidados
respiratórios. Ao transferir um pré-termo da Sala de Parto para a UTI Neonatal, mesmo que necessita de
ventilação mecânica (VM), O FAZER EM CPAP nasal do que em ambú para reduzir o risco do desenvolvimento
da DBP. SE EM VM usar a ventilação com volume controlado por ter mais vantagens sobre a ventilação por
pressão controlada. Uma vez a DBP estabelecida, para promover a troca de gás, são necessários usar um
volume corrente maior (10–12 mL / kg), maior tempo inspiratório (≥0,6 segundos) e resolver a obstrução de
vias aéreas. O uso precoce de hidrocortisona para prevenir a DBP não tem sido indicado. O uso de surfactante
intratraqueal + budesonida inalada tem diminuído a incidência de DBP, mais do que o uso de surfactante
isoladamente. Suporte nutricional também é uma parte muito importante da prevenção da DBP, uma vez que
bebês prematuros com DBP têm uma demanda metabólica de 15% a 25% maior do que bebês sem DBP.
Quanto ao cérebro e DBP: quatro vezes mais o risco de atraso na maturação estrutural do cérebro nesses RN
(OR: 3,8 com IC a 95% de 1,2-12-P=0,023).
Margotto, PR
OBRIGADO !!!