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Otimização de

Metodologia
Colorimétrica para a
Determinação de Ácido
Ascórbico em Geleias de
Frutas
Luana Oliveira Araújo Bittencourt | 8821
Docente: Viviana Rocha
SUMÁRIO
Resultados
Introdução E Discussões Referência

Materiais
E Métodos Conclusões
INTRODUÇÃO
O ácido ascórbico (AA), conhecido O artigo destaca a importância de O trabalho em questão propõe modificações
como vitamina C, foi descoberto por métodos eficientes para a no método colorimétrico original de
Albert Von Szent Györgyi em 1937, determinação de AA em alimentos, Tilmans para superar as dificuldades
ganhando destaque por sua capacidade concentrando-se na metodologia associadas à coloração intensa de amostras
de curar o escorbuto. Atualmente, além colorimétrica, especificamente na como geleias de frutas. O objetivo é
titulação usando o indicador 2,6- desenvolver uma técnica adaptada para
de suas propriedades nutricionais, o AA é
diclorofenol-indofenol (DCFI). Este quantificar eficientemente o AA nesse
valorizado por suas propriedades contexto. Os resultados obtidos são
antioxidantes, contribuindo para método, desenvolvido por Tilmans
em 1927, é amplamente utilizado comparados entre si e com os dados obtidos
combater radicais livres no organismo por Cromatografia Líquida de Alta
humano. Sua presença em alimentos, devido à sua simplicidade e baixo
Eficiência (CLAE), sendo esta última uma
custo, sendo indicado pela AOAC,
especialmente em frutas e vegetais, é técnica de referência. O estudo visa
1997 (Association of Official
crucial para a dieta humana, mas sua aprimorar a determinação de vitamina C
Analytical Chemists). No entanto,
concentração pode variar devido a em geleias de frutas, contribuindo para a
enfrenta desafios ao analisar amostras otimização da metodologia colorimétrica
fatores como plantio, maturação e
com intensa coloração, como geleias utilizada nesse processo.
processamento pós-colheita. de frutas.
MATERIAIS
E MÉTODOS
MATERIAIS
Reagentes
02
Amostras de geleias
01
- Acerola com morango (A) - Ácido l-ascórbico da marca Synth
- Laranja (B) - Brometo de hexadecil-trimetil
- Rosela (C) amônio (citrimida) da Sigma
- Acerola com goiaba (D) - 2,6-diclorofenol-indofenol (DCFI) da
- Acerola com rosela (E) Fluka
- Acerola com maná (F) - Fosfato de sódio anidro
- Acerola com maracujá (G) - Acetato de sódio cristalino
- Acerola (H) - Ácido ortofosfórico da Merck
- EDTA da Reagen
- Acerola com banana (I)
- Goiaba com rosela (J)
MÉTODOS
A temperatura, incidência de luz, a presença de oxigênio e de compostos
metálicos e a atividade de água alta podem acelerar reações de oxidação, que
favorecem a degradação do AA, que é muitas vezes responsável pela perda
nutricional. Processamentos de alimentos contendo AA devem, então, ser
realizados de modo a evitar tais degradações.
Assim, logo após o recebimento, as amostras foram armazenadas sob
refrigeração em frascos de coloração âmbar. As extrações foram realizadas
individualmente e imediatamente antes das titulações, de modo a minimizar a
exposição a agentes degradantes.
MÉTODO I(Método de Tilmans)

0,5 g de amostras foram homogeneizadas em Para o cálculo da quantidade de AA presente na amostra, foi
50 mL de ácido metafosfórico 1% por 3 aplicada a Equação 1:
minutos. A solução resultante foi titulada
com DCFI (50 mg de DCFI e 20 mg de
bicarbonato de sódio em 100 mL de água
destilada). O indicador DCFI foi padronizado
com 10 mL de uma solução padrão de 10 sendo que (Equação 2),
mg.100 mL–1 de ácido l-ascórbico. O ponto
final da titulação foi definido no momento
em que a solução titulada apresentou
coloração rosa, reservando-se um período de
15 segundos para a confirmação do ponto de ● C = quantidade de ácido ascórbico (AA) em miligramas (mg) presente em 100
g de amostra;
viragem. ● p = volume em mililitros (mL) gasto de indicador DCFI, que reage com 10 mL
de uma solução padrão de AA com concentração c em mg/mL;
● V = volume em mililitros (mL) de indicador DCFI utilizado na titulação do
extrato da amostra;
● m = quantidade de amostra em gramas (g) utilizada na extração.
MÉTODO II (Estudo atual)

Utilizou-se 0,5 g de amostra homogeneizada em Para o cálculo da quantidade de AA presente na amostra, foi
50 mL de ácido metafosfórico 1%. Esta solução aplicada a Equação 3:
foi centrifugada por 5 minutos a 3000 rpm, e o
sobrenadante resultante foi usado para titular
uma solução de 2 mL de indicador DCFI e 18
mL de água destilada. O ponto final da titulação
foi definido no momento em que a solução
titulada apresentou coloração idêntica à solução ● C = quantidade de ácido ascórbico (AA) em miligramas (mg)
titulante (amostra diluída em ácido metafosfórico presente em 100 g de amostra;
e centrifugada), reservando-se um período de 15 ● p = volume em mililitros (mL) gasto da solução padrão de AA,
segundos para a confirmação do ponto de com concentração c em mg/mL, durante a padronização do
viragem. DCFI;
● V = volume em mililitros (mL) de extrato de amostra utilizado
durante a titulação;
● m = quantidade de amostra em gramas (g) utilizada na extração.
MÉTODO III
(Cromatografia Líquida de Alta Eficiência
(CLAE))

Utilizou-se o equipamento da Hewlett-Packard série 1050 com DAD a


265nm, com coluna Waters Spherisolb ODS-2 (250 × 4,6 mm). A fase
móvel apresentou 2,3 mmol/L de citrimida, 2,5 mmol/L de EDTA sódico, 80
mmol/L de fosfato de sódio anidro dibásico e 20 mmol/L de acetato de
sódio, ajustado para pH 4,5 com ácido ortofosfórico, e vazão de 0,8
mL/min.
RESULTADOS E
DISCUSSÕES
- Inicialmente, o estudo visava avaliar a quantidade de ácido
ascórbico (AA) em geleias de frutas usando a metodologia da
AOAC, 1997. Dificuldades surgiram ao aplicar a metodologia em
amostras de intensa coloração e no processo de extração,
originalmente desenvolvido para amostras líquidas.

Adaptação da Metodologia de Extração


- O uso do ultrassom mostrou-se mais adequado para a extração,
em comparação com a agitação manual, já que evita maiores
degradações, por utilizar um curto período de (3 minutos). Logo
após este processo a solução foi titulada.
Padronização do DCFI
- Percebeu-se que determinação de AA por DCFI, embora rápida, gerou
resultados imprecisos que foram evidenciados pela variação dos valores
registrados diariamente e causados pela baixa estabilidade do AA. Isso
exigiu a padronização diária do indicador.

Método I
- Desafios na visualização do ponto final da titulação, especialmente em
geleias de intensa coloração rosa, onde a mudança sutil de cor dificultava
a detecção visual;
- Foi preciso adicionar excesso de indicador DCFI para detectar
visualmente o ponto de viragem, levando a uma titulação com ponto de
viragem mascarado.
Método II
- Para facilitar a visualização do processo, a metodologia II foi
desenvolvida invertendo a titulação I: a amostra foi colocada
na bureta, e o DCFI foi adicionado em um erlenmeyer com
água.
- Uma centrifugação foi incluída após a etapa de extração em
ultrassom para remover sedimentos que poderiam causar
entupimento da bureta;
- Ponto Final: A visualização do ponto final foi facilitada pela
mudança de cor da solução titulada (DCFI + água), passando de
roxa para um tom rosa intenso e, eventualmente, para incolor
quando todo o DCFI foi reduzido pelo AA na amostra.
As análises das amostras de geleias de frutas foram realizadas em triplicatas. A média dos
resultados obtidos e o desvio padrão correspondente para cada amostra podem ser visualizados
na Tabela 1.

Pode-se inferir que o método II traz


vantagens para a maioria das análises de
amostras com intensa coloração
analisadas, quando comparado com o
método I, uma vez que se aproxima mais
do método utilizado como padrão de
comparação (método III). Mas também se
pode verificar que ambos os métodos
ainda não apresentaram resultados
equivalentes ao método III.
No método II houve a menor utilização do
reagente DCFI, ou seja, houve uma menor
geração de resíduos em relação ao método I.
Em todo o estudo, foi necessário em torno de
281 mL de solução de DCFI para o método I,
enquanto o método II usou apenas 20 mL, ou
seja, uma economia de aproximadamente 93
% de solução de DCFI.
CONCLUSÕES
- O método desenvolvido no presente estudo mostrou-se confiável e vantajoso em comparação com o
método original da AOAC, 1997, quando contrastado com o método cromatográfico;

- Houve uma considerável redução na quantidade de reagentes utilizados no novo método, diminuindo
também a quantidade correspondente de resíduos gerados;

- A eficiência da metodologia foi avaliada, revelando uma repetibilidade satisfatória para amostras e
soluções de padrões individuais;

- A quantidade de vitamina C nas geleias variou de 0 a 6,08 mg de ácido ascórbico por grama de amostra;

- Os objetivos do estudo foram alcançados, permitindo uma determinação mais facilitada com o indicador
DCFI e uma análise mais precisa de amostras de intensa coloração;

- Apesar da melhoria na análise de amostras de intensa coloração, persistem desafios ao analisar amostras
com coloração rosa intensa.
REFERÊNCIA
[1] DE OLIVEIRA, Raquel Grando; GODOY, Helena Teixeira; PRADO, Marcelo Alexandre.
Otimização de metodologia colorimétrica para a determinação de ácido ascórbico em geleias de
frutas. 6 p. Disponível em: https://www.scielo.br/j/cta/a/RnCX3hMMxLcPzwmVJ7csGVz/?
format=pdf&lang=pt. Acesso em: 21 nov. 2023.

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