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RECURSOS NA PRÁTICA CLÍNICA COM

CRIANÇAS E ADOLESCENTES

O BRINCAR COMO RECURSO DE EXPRESSÃO EMOCIONAL.

HISTÓRIAS E NARRATIVAS NO PROCESSO DE INTERVENÇÃO

DESENHO, JOGO, BRINCAR => modo de falar da criança + gestos, ruídos

O que ocorre intrapsiquicamente enquanto brincam e simbolizam?


BRINCAR E SONHAR
Semelhantes. Ambos dependem de adequada repressão para que haja simbolismo.
Sem isso não há o brincar em si.
Através do lúdico, revela-se a fantasia
Acesso ao mundo interno e revela seu modo de ser
2 momentos Tempo (ao fazer já está se expressando, no aqui-agora)
distintos e Associação livre => ideias
concomitantes
Maior contato com conteúdo primitivo, princípio do conflito
Capacidade egóica de regredir sem sucumbir à regressão em si.
Regressão
Ao fazer a associação livre, está-se isento do caráter de censura e racional do pensamento
Diferente do Mobilidade que serve de descarga não é suprimida, mas excitada.
sonho, pois o O juízo da realidade é a garantia de entrar e sair do mundo fantasioso.
brincar traz... Interação com o cenário e o constrói com sua participação ativa.
Sem medo de ficar “preso” no mundo da fantasia, ao brincar.
LINGUAGEM => dito e não dito.
Símbolo => não é a coisa em si, mas representa, realiza o desejo, sentindo como se não tivesse realizado.
Comunicação pré verbal e não verbal.
O pensamento está em estágio primitivo e as palavras não são capazes de substituir ideias.
Pensamento manifesto concretamente e materializado na ação lúdica e no corpo

BRINQUEDO => livre, mas escolhido pela


JOGO = ação livre. Sentida como fictícia e fora criança em função de sua motivação
da vida comum. Absorve o jogador momentânea
Ação despojada de qualquer interesse material
Destituído de objetivos expressos e
Realizada em tempo e espaço estritamente
definidos determinados => constituição subjetiva
Desenvolvida com ordem, com regras Sem diferença entre brincar espontâneo ou
estabelecidas estereotipado => a não ser pela maior
intensidade na rigidez nas suas defesas.
OBS: em psicoterapia, a resistência aparece na transferência, decorrente da simbolização no brincar espontâneo. No entanto, a
resistência não leva à interrupção do ato lúdico. Doente ou sadia, através do brincar se resolve conflitos sem ajuda externa.
Grande criatividade e riqueza na expressão do conteúdo dramatizado e
ESPONTÂNEO verbalizado.
Evidente evolução no curso do brincar e participação com envolvimento
afetivo
Concentração e silêncio. Repetição de cenas compulsivamente.
Criatividade limitada e relação ao espaço.
CONSTRUÇÃO Progressão na armação do matéria, interesse intelectual, sem grande envolvimento
afetivo ou entusiasmos
Ausência de movimentos que dão ideia de vida
Limitação, construção sem dar vida ou movimento aos objetos lúdicos.
Participação fraca ou ausente, com pouca conotação afetiva
ESTEREOTIPADO Escasso envolvimento e pobreza de conteúdo
Falta de dramatização
Repetição compulsiva de atitudes

AUSÊNCIA do brincar Rejeição, negação, não olhar para os brinquedos.


MELAINE KLEIN ISAACS
O simbolismo permite à criança alterar o alvo-mãe e transfere a 1º impulsos são orgânicos, sensório-motores
outros objetos seus interesses, fantasias e sentimentos de culpa Expressam realidade interna, mas limitada por realidade
objetal
Mundo interno é entrelaçado com o meio externo
MILNER Considerar o inconsciente contido nos fenômenos
psicológicos (como iceberg)

Criança não reconhece limites e o descobre via jogo; gradual e


contínua SEGAL
Admite ilusões sobre o que vê
Formação de símbolos e Função simbólica
Sente-se segura, como um setting Subjaz o pensamento concreto esquizofrênico. (violino =
pênis. Tocar o violino = masturbar-se e isso pode ser feito
Vive literalmente o faz de conta
em público. Contudo, violino em si não é o pênis)
Estão correlatos, mas não são inteiramente equacionados.
WINNICOTT
Criança tem prazer em todas as brincadeiras JOGO DOS RABISCOS => realizado como entrevista inicial
para estabelecer contato/comunicação livre
Precisa concluir seus impulsos agressivos sem os
Terapeuta faz um rabisco livre em uma folha em branco. A
mesmos voltarem-se para si criança é estimulada a fazer outro traço e assim vão se
Brinca para dominar angústias intercalando.
Personalidade infantil evolui justamente por conta do Constroem desenhos significativos e a relação se torna
brincar facilitada.
Finalidade: instrumento de diagnóstico, facilitador de
Brincar permite organização emocional e contato
comunicação interpessoal; recurso terapêutico similar ao
social sonho (acesso ao inconsciente)
Elo entre as real interna e externa
Serve de auto-revelação e comunicação com o Criança pequena=> comunicação pelo movimento e pelo
inconsciente brincar
Latência => alterna a comunicação entre fala e desenho,
associação livre e jogo.
BRINCAR
BRINCAR => além do comportamento em si, permite que outros elementos emerjam e que não estavam no
início da ação.
Ressoa coisas que já foram ditas, retroativamente, simultaneamente.
Não são pensamentos, mas geradores em potencial que permitem a conexão com o que já foi expresso.
Menor linguagem verbal e mais ação (comunicação não verbal e pré verbal)
Linguagem com menor repressão. Acesso direto ao inconsciente

OBS: quando uma criança nos convida para brincar ou pede para que vejamos brincando, tenta comunicar
conteúdos que são inacessíveis
Cria condições de segurança e suporte de vivências ansiogênicas.
ESPAÇO LÚDICO => adequado para expressão, sem restrições; permitindo revelar íntimos pensamentos e
sentimentos.
Terapeuta => ter a capacidade de compartilhar os interesses e os brinquedos.

ARQUITETURA => paredes e piso laváveis.


Móveis adequados ao tamanho da criança (mesa e cadeira pequenas)
Lousa, espelho para que se possa ver de corpo inteiro
Banheiro ou lavatório na sala => possibilidade de brincar com água, se desejar, permitindo-lhe fácil acesso.
Material de cada paciente organizado em armário com gavetas e chaves ou caixas individualizadas, com cor, letra ou algo que facilite a
identificação das mesmas.

MATERIAL => família de bonecos, casinha de bonecas mobiliada, fantoches, carrinhos (também de bombeiro, polícia, ambulância,
corrida), aviões, navios, revolveres e espadas (jogo agressivo), panelinhas, pratos, xícaras, diferentes tipos de lego, soldados,
mamadeira, argila, areia, massa de modelar, tintas, cola, pinceis, cordão, fita adesiva, tesoura sem ponta, telefone, papéis para desenhar,
lápis preto e de cor, lápis de cera, borracha, apontador, animais selvagens e domésticos, bola.
Gaveta ou material compartilhado.

Final da sessão => material guardado na gaveta ou caixa individualizada, para que compreenda concretamente que seu material é
sigiloso.
COMPETITIVOS MOVIMENTAÇÃO

Uno, Cara a cara, Ludo. Twister e imagem e ação


Permite a lidar com regras e fair play

INTELECTUAIS CRIATIVIDADE

Dama, xadrez, resta 1, palavra cruzada, detetive Sucata, desenhar, inventar histórias, fantasia,
troca de papéis

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