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Saúde vocal para o ator

 Uma voz forte e saudável é vital


para o sucesso de um ator
 Manter a saúde da voz significa evitar
ou minimizar o impacto de qualquer
ação ou agente que a prejudique e que
possa resultar em “rouquidão” ou
algum outro tipo de desconforto como
fadiga vocal, dor e tensão excessiva ao
falar
 Cultivar hábitos saudáveis na vida
diária tais como uma alimentação
balanceada, horas de sono suficientes,
exercícios físicos, manejo adequado de
stress mantém a saúde geral
 Voz saudável em um corpo saudável
 “Regras” de Higiene Vocal são muito
difundidas na mídia e conhecidas
 Cuidado com crenças e mitos!
 Nem sempre o que “funciona” para um
funciona para outro
 Considerar somente os conhecimentos
fundamentados na fisiologia da voz, ou
que tenham um embasamento científico
 Lembrar que um treino adequado à
demanda vocal do ator e especifico
para aquele espetáculo, mantém e
desenvolve o poder da voz
Causas destas disfonias
 Mau uso
 Abuso
 Uso intensivo
 Inimigos biológicos da voz
 processos biológicos normais e/ou
alterados levando à disfonia
Mau uso
 Técnica vocal inadequada
 respiração: tipo, modo, cpfa, reserva
 fonação:pitch e modulação, ataques
vocais bruscos
 articulação: travada, imprecisa
 ressonância: nasalizada,’garganta’
Uso intensivo
 Muitas horas de ensaio, apresentações
 Agenda super lotada
 Exercer simultaneamente muitas
atividades que dependem do uso da
voz
Abuso
 Hábitos vocais inadequados: gritar,
pigarrear, tossir, rir muito forte, falar
forte, falar demais ao telefone, falar
demais, competir com outros ruídos e
vozes do ambiente
Inimigos biológicos da voz
 Acontecimentos biológicos podem
comprometer a voz do ator

 Um bom treinamento vocal pode


minimizar os efeitos negativos de
alguns destes fatores biológicos
 A sobrevivência da voz profissional
exige que as influências biológicas na
voz sejam conhecidas e trabalhadas
Inimigos biológicos
 idade  hidratação
 alergias e infeções  medicamentos
 fadiga  drogas
 medo  refluxo
 Influências
hormonais
idade
 A voz se desenvolve ao longo dos anos
de acordo com influências hormonais
 Para ambos os sexos, a altura da voz
se modifica, da infância, puberdade,
idade adulta até a senilidade
 Infância: voz aguda, +/- 400 Hz
 na adolescência, com a muda vocal,
agrava 1/8 para pessoas de sexo
masculino e 3, 4 notas para pessoas de
sexo feminino
 Na idade adulta entre 20 e 50 anos,
mantém-se relativamente estável
 +/- 50 anos, na “envelhecência”, a voz
começa a sofrer alterações
 Homens, após 75 anos, vai agudizando
progressivamente
 Mulheres: na menopausa a voz agrava
 outros parâmetros vocais também
mudam: intensidade fraca, tremor,
lentidão articulatória, respirações mais
curtas
 o colapso dos sistemas cardiovascular,
neuro- muscular, psiconeurológico e
metabólico afetam a comunicação
como um todo
 a maior ameaça à voz é a diminuição
geral da eficiência respiratória
 o trato vocal perde elasticidade e há um
decréscimo na capacidade respiratória
geral com diminuição da quantidade de
ar que pode ser inspirado. Pausas
respiratórias mais freqüentes
 O treino de voz visando fortificar a
musculatura da laringe, melhorar
aspectos de ressonância e articulação,
e condicionar o aparelho respiratório,
minimiza o impacto destas alterações
na voz falada e na comunicação como
um todo
 Muitos atores e cantores chegam a
terceira idade com a voz bem forte e
saudável, e que lembra pouco a voz que
caracteriza o “velho”
 Paulo Autran, Bibi Ferreira
 Paulo José: Mal de Parkinson
 Paulo Goulart: articulação deficiente.
Dentadura mau adaptada?
Influências hormonais
 Afetam mais o desempenho vocal de
mulheres que de homens
 Na puberdade a voz cai uma oitava nos
homens e meia oitava nas mulheres
com o crescimento da laringe pela ação
de hormônios
 Os homens adultos, sem alterações de
glândulas pituitária e tireóide, não tem
alterações vocais por desequilíbrios
hormonais
 As mulheres sofrem mais com as
alterações hormonais decorrentes da
gravidez e do período pré menstrual
 Nesta ocasião, apresentam alterações
nos tecidos da laringe, que se tornam
inchados. A voz mais grave, rouca e a
fadiga vocal é maior
 Casas de ópera da Europa dispensam
as cantoras, já definido no contrato, nos
“dias de graça”
 Menopausa, nova mudança da voz
Fadiga
 uso intensivo da voz em ensaios
extensos, falando por períodos
prolongados ou em forte intensidade
 vida social muito intensa e/ou agenda
excessivamente ocupada pode agravar
este quadro de fadiga geral e vocal
 jet leg: preparar-se com antecedência
 Quando cansados, o primeiro trabalho
que se economiza é o articulatório e em
seguida, a movimentação vertical da
laringe: voz de sono
 Como resultado de vocalizações
intensas, as membranas da laringe
podem ficar edemaciadas e inflamadas
e a voz fica rouca e fraca
 Importante as horas e a qualidade do
sono
Medo
 Alerta o corpo para uma resposta
rápida: aumenta o ritmo respiratório e
cardíaco, altera a salivação e a
transpiração
 Ansiedade de atuação desencadeia
estas respostas: medo de errar e
esquecer o texto
 Se estas alterações forem severas,
podem ter efeitos limitantes no
desempenho vocal: elevação da
laringe, constrição geral do trato vocal e
diminuição da respiração, secura.
 o preparador vocal/fono ensina manejar
o stress com respirações profundas,
técnicas de relaxamento
 O ator pode nunca vivenciar sua melhor
voz, a menos que ele consiga controlar
o medo irreal tentando reconhecer as
situações reais e as imaginárias
Hidratação
 Melhor atuação vocal em ambientes
mais úmido, 40 e 50%, e seco
 ambiente com ar condicionado: níveis
baixos de umidade
 climas desérticos, locais com altas
altitudes 10 % de umidade relativa do ar
 A umidade insuficiente do ar pode levar
o tecido membranoso do trato vocal a
tornar-se ressecado, avermelhado e
edematoso
 estes sintomas podem prejudicar o
desempenho vocal pois as ppvv
necessitam estar lubrificadas para
poder vibrar
 Usar umidificador de ambiente ou
inalador antes das apresentações
 Beber mais líquido para aumentar a
hidratação geral do corpo e das vias
aéreas
 alguns medicamentos ressecam a
garganta e as mucosa da laringe
 somados à ação do fumo e de
ambientes secos, este sintoma piora
 a umidade excessiva do ambiente pode
ter efeito contrário e as vias aéreas
podem ficar obstruídas pelo aumento
de muco
Medicamentos
 Algumas drogas produzem sintomas
que prejudicam a voz
 aspirina em excesso pode causar
hemorragias em vasos das ppvv
 anti-histamínicos e descongestionantes
para alergias e infecções, aspereza do
tecido das ppvv pelo ressecamento
 Drogas diuréticas para hipertensão e
perda de peso ressecam as vias aéreas
 droga bloqueadoras podem causar
espasmos brônquicos e laríngeos com
perda súbita da voz
 Hormônios podem influênciar no pitch e
na qualidade da voz
 Consultar seu médico ou farmacêutico
sobre os possíveis efeitos de
determinadas drogas na voz
Drogas “recreativas”
 Cigarro, charuto, cachimbo e maconha
ressecam e irritam as vias aéreas
causando edema moderado, hiperemia
e inflamação generalizada nas ppvv
 evitar ambientes com fumaça densa
 A cocaína atrofia os tecidos do nariz
causando alterações de ressonância
com o tempo
 álcool em excesso pode alterar o pitch
e a qualidade da voz
 alcool e cigarro associados: câncer
laríngeo
Alergias e infeçcões
 As mudanças que ocorrem na voz,
nestas ocasiões, apesar de mínimas,
afetam muito o desempenho do ator
 produzem um inchaço em todo a
mucosa do trato vocal e brônquios,
diminuindo a eficiência respiratória
 evitar ou diminuir sua atuação na
presença destes quadros
 o repouso e o repouso vocal podem
evitar o aparecimento de lesões em
ppvv
 aumentar a ingestão de líqüidos
 evitar a automedicação com anti-
histamínicos e descongestionantes
nasais para alivio imediato da
congestão porque ressecam muito a
mucosa do trato vocal
 quadros infecciosos e alérgicos fortes
devem ser avaliados pelo médico
Refluxo
 Ocorre quando o conteúdo ácido do
estômago sobe até a laringe causando
queimação, má respiração e dificuldade
para engolir
 também: tosse irritativa e não produtiva,
pigarro, dor de garganta, pneumonia
 rouquidão em conseqüência destes
abusos
 Elevar a cabeceira da cama, controlar o
peso, evitar cigarro, chocolate, café,
alimentos apimentados e
condimentados e refrigerantes
 evitar comer em excesso antes de
dormir e antes de cantar
 Finalizando
 Importante que o ator, ao iniciar
qualquer tipo de treino de canto/fala,
consulte um médico ORL ou um
Fonoaudiólogo para saber se existe
necessidade de intervenção/
reeducação para evitar/corrigir
problemas de voz
Orl: avaliação
 exames naso, tele, estroboscopia
 definir se existe alguma lesão de ppvv
 e, se houver, definir a conduta:
fonoterapia, cirúrgica, medicamentosa
ORL: lesões vocais
 Mais encontradas no ator :
 edemas e hiperemias
 nódulos vocais bilaterais
 pólipos

 sulcos e cistos: alterações congênitas e


podem piorar com uso da voz
Fonoaudiologia: avaliação
 como está produzindo a voz?
 inclui o funcionamento da respiração,
fonação, ressonância e articulação
 tudo que diz respeito à dinâmica vocal:
pitch, loudness, articulação...
Visão da Fonoaudiologia
 De acordo com estes resultados
classifica-se as disfonias como
Funcionais e Orgânicas - Funcionais,
que são as mais encontradas no ator

 Disfonias Orgânicas: impossibilitam a


atuação (neurológicas centrais e
periféricas, carcinomas)
Sintomas /queixas mais comuns
 Rouquidão, perda de agudos, voz fraca
e soprosa, mudança da qualidade da
voz no decorrer do espetáculo
 Pigarro, tosse, sensação de “bolo na
garganta”, fadiga
 Sintomas inicialmente transitórios.
Melhoram com o descanso e depois
tornam-se crônicos com o tempo
 ATENÇÃO
 se o problema de voz durar mais que
duas semanas, procurar um
especialista pois tanto os simples
nódulos vocais bilaterais quanto o
câncer laríngeo têm na rouquidão
persistente, seu principal sintoma

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