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CONJUNTIVITES

Thiago Luiz Lopes dos Santos | Wanda Ticiane Pires de Castro

Internato de Atenção Básica | UBS Dornelas

Novembro 2023
CASO CLÍNICO

Paciente, M.C.S., 38 anos, sexo feminino, comparece a UBS, com queixa de


vermelhidão nos olhos e prurido intenso há 03 dias. No momento, refere que está com
lacrimejamento e sensação de que tem “cisco” nos olhos. Informa que a filha teve
sintomas semelhantes há 01 semana, que fez uso de colírio e teve melhora.

HPP: G1Pn1A0, em uso de ACO. Nega comorbidades;


HF: Mãe e pai HAS e DM2;
HV: Relata fazer atividade física; Nega tabagismo, refere etilismo social.
S
SUBJETIVO
Queixas e informações fornecidas pelo paciente ou acompanhante;

O
OBJETIVO
Exame físico e achados de exames complementares;

A
AVALIAÇÃO
Conclusões sobre a situação do paciente, pensamentos relativos e a resposta do tratamento;

P
PLANOS
Exames a serem solicitados, planejamento terapêutico, informações e orientações.
S - SUBEJTIVO

Queixa Principal:
"Meus olhos estão vermelhos, coçando muito e lacrimejando."
O - OBEJTIVO
Exame Físico:
Olhos apresentando vermelhidão moderada e um leve inchaço nas
pálpebras. Com discreta secreção clara nos cantos dos olhos. Conjuntiva
com aparência irriatada, sem evidência de lesões graves ou danos à córnea;
Paciente apresentou desconforto após exposição à luz brilhante durante o
exame;
Restante do exame físico encontra-se normal.
*Fotos autorizadas.
A- AVALIÇÃO

Diagnóstico Diferencial:
Conjuntivite, podendo ser viral, bacteriana ou alérgica.
CONJUNTIVITE
CONJUNTIVITE
• Inflamação da conjuntiva;
• Conjuntiva – membrana transparente e fina que recobre o olho;
• Pesponsável por proteger o olho contra agentes irritantes, infecções e outros fatores externos.

• É a causa mais frequente de “olho vermelho” diagnosticada por médicos na atenção


primária;
• É usualmente uma condição benigna autolimitada ou facilmente tratável;
• Pode ser causada por: vírus, bactérias, alérgenos e irritantes químicos;
• Acomete qualquer faixa etária, e sem predileção por sexo.
PRINCIPAIS CAUSAS
Viral: Causada por vírus, como o adenovírus, e é altamente contagiosa.
Geralmente está associada a sintomas de resfriado, tosse e febre baixa;
Bacteriana: Causada por bactérias, como o Staphylococcus aureus ou
Streptococcus pneumoniae. Pode levar a secreção purulenta (pus) nos olhos;
Alérgica: Desencadeada por alergias a substâncias como pólen, poeira, pelos de
animais e produtos químicos. Caracteriza-se por coceira intensa, lacrimejamento e
vermelhidão;
 A mais comum delas é a conjuntivite primaveril, ou febre do feno, geralmente
causada por pólen espalhado no ar.
ANAMNESE
Diante de um indivíduo com olho vermelho, algumas perguntas são fundamentais:

• Tem alteração da acuidade visual?


• Apresenta secreção?
• Qual é o tipo de secreção?
• Vem acompanhada de prurido?
• Vem acompanhada de lacrimejamento?
• Tem dor?
• Tem fotofobia?
• Tem sensação de Corpo Estranho?
SINAIS E SINTOMAS
• Olhos vermelhos e lacrimejantes; • Visão borrada;

• Pálpebras inchadas; • Pálpebras grudadas quando a pessoa


acorda;
• Sensação de areia ou de ciscos nos olhos;
• Hemorragia subconjuntival.
• Secreção purulenta  conjuntivite
bacteriana;
• Secreção esbranquiçada  conjuntivite
viral;
• Coceira;

• Fotofobia (dor ao olhar para a luz);


CLASSIFICAÇÃO
Levar em consideração:
• O tempo de início dos sintomas;

• O agente causal;

• O tipo de resposta conjuntival;

• A lateralidade.
CLASSIFICAÇÃO - De acordo com a apresentação:

• Hiperaguda: menos de 12 horas;


• Aguda: menos de 3 semanas;
• Crônica: mais de 3 semanas;
• Recorrente;
• Neonatal: do nascimento até 28 dias de vida.
CLASSIFICAÇÃO - De acordo com o agente causal:
• Infecciosa:

• Bacteriana;
• Viral;
• Clamídia.

• Alérgica;

• Irritativa;

• Tóxica;

• Relacionada a alterações palpebrais (floppy eyelid, lagoftalmo);

• Associada a doenças sistêmicas (síndrome de Sjöegren, doença de Graves, Síndrome


de Reiter, penfigóide, psoríase.
CONJUNTIVITE BACTERIANA
• Pode ser classificada em: aguda, hiperaguda ou crônica;
• Aguda é uma doença comum e geralmente autolimitada, causada por
contato direto do olho com secreções infectadas ou com objetos
contaminados e suas superfícies;
• Agentes causadores: Staphylococcus aureus, Streptococcus pneumoniae,
Haemophylus influenza e Moraxella catarrhalis;
• A infecção pelo S. aureus é mais comum em adultos, enquanto que os
outros patógenos são mais comuns em crianças;
• É altamente contagiosa;
• Apresenta secreção amarelada ou amarelo-esverdeada.
CONJUNTIVITE VIRAL
• Tipicamente causadas pelo adenovírus;

• Manifesta com lacrimejamento unilateral, vermelhidão, desconforto e fotofobia;


• Tipicamente o olho contralateral é afetado um a dois dias depois, porém com menor
intensidade;

• Apresenta sinais, como:


• edema palpebral e linfadenopatia pré-auricular, conjuntivite folicular, secreção aquosa e
sensação de corpo estranho;

• Pode ter associado quadro de infecção de vias aéreas superiores;

• Possui um curso de 7 a 14 dias e é tratada sintomaticamente com lágrimas artificiais e


compressas frias até a resolução espontânea.
CONJUNTIVITE ALÉRGICA
• São manifestadas com um vasto espectro clínico, caracterizado por:
• Prurido, hiperemia bilateral e secreção aquosa;

• A condição mais comum desta etiologia é a rinoconjuntivite aguda;


• Alérgenos prováveis:
• Sazonal: com surgimento na primavera e verão, sendo a forma mais comum. Os
alérgenos mais frequentes são polens das árvores e da grama, porém o alérgeno
específico pode variar com a localização geográfica;
• Perene: causa sintomas ao longo do ano com exacerbação durante o outono,
ocasião em que há maior exposição a ácaros domésticos, pêlos de animais e
alérgenos de fungos. É menos comum e mais branda que a sazonal;
DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAS

• Ceratites;
• Iridociclites;
• Esclerites;
• Episclerites;
• Blefarites;
• Doença ocular seca - olho seco;
• Trauma ocular.
TRATAMENTO
É DETERMINADO PELO AGENTE CAUSADOR DA DOENÇA.
• Devendo sempre  Lavar os olhos e fazer compressas com água gelada, que deve
ser filtrada e fervida, ou com soro fisiológico;
• VIRAL: Geralmente não requer tratamento específico, mas a aplicação de
compressas frias e uso de colírios lubrificantes para aliviar os sintomas;
• BACTERIANA: Pode exigir o uso de antibióticos em forma de colírio ou pomada;
• ALÉRGICA: Antialérgicos e colírios lubrificantes para aliviar os sintomas;
• Orientar medidas de higiene afim de controlar o contágio e a evolução da doença;
PREVENÇÃO
• Evitar o compartilhamento de objetos pessoais, como toalhas e maquiagem;
• Não tocar os olhos com as mãos sujas;
• Evitar contato próximo com pessoas infectadas;
• Manter ambientes limpos e bem ventilados
• Evitar aglomerações ou frequentar piscinas de academias ou clubes;
• Lavar com freqüência o rosto e as mãos;
• Não coçar os olhos;
• Usar toalhas de papel para enxugar o rosto e as mãos, ou lavar todos os dias as toalhas
de tecido;
• Trocar as fronhas dos travesseiros diariamente, enquanto perdurar a crise;
• Não se automedique.
P- PLANOS
• Prescrito Tobramicina – colírio antibiótico;
• Dado orientações, quanto:
• Lavagem frequente das mãos, afim de evitar a propagação da infecção;
• Evitar tocar os olhos;
• Utilizar compressas frias para aliviar a coceira e o desconforto;
• Evitar o uso de lentes de contato até que os sintomas melhorem.

• E retorno a unidade caso os sintomas persistam ou piorem nos próximos


dias, afim de ser realizado uma reavaliação.
P- PLANOS

Encaminhamento:
• Caso os sintomas não melhorem significativamente, encaminhar o paciente ao
oftalmologista para uma avaliação mais detalhada e possíveis exames adicionais;

Orientações de Prevenção:
• Paciente orientado quando aos cuidados de como prevenir a propagação da
conjuntivite, incluindo evitar o compartilhamento de itens pessoais, lavar as mãos
regularmente e evitar contato próximo com outras pessoas até que os sintomas
desapareçam completamente.
Após alguns dias...

*Foto autorizada.
*Foto autorizada pela genitora.
REFERÊNCIAS
https://institucional.ufrrj.br/casst/conjutivite/

https://bvsms.saude.gov.br/conjutivite/

https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/d/doencas-oculares

https://www.saude.sp.gov.br/resources/cve-centro-de-vigilancia-epidemiologica/areas-de-vigilancia/tr
acoma/oftalmo/folder_conjuntivite.pdf

https://www.acm.org.br/revista/pdf/artigos/800.pdf

https://bvsms.saude.gov.br/bvs/dicas/231_conjuntivite.html

https://aps-repo.bvs.br/aps/quais-as-medidas-que-devem-ser-adotadas-para-evitar-a-disseminacao-d
e-casos-de-conjuntivite/
OBRIGADA!

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