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Cantigas de amigo

“- Ai flores, ai flores do verde pino”

Análise
Análise do poema “- Ai flores, ai flores do verde pino”

Exercício 1
pág. 30
Análise do poema “- Ai flores, ai flores do verde pino”
(soluções)
Exercício 1 - pág. 30
O sentimento
expresso pela donzela A donzela pergunta à
é de: Natureza sobre:
a) angústia b) notícias do seu amigo

O locutor e o
interlocutor são O refrão tem como
respetivamente: função:
c) uma donzela e) reforçar o estado de
e inquietação da donzela
d) a Natureza
(“flores do verde
pino”)
A donzela pensa que
A Natureza responde
o amigo:
à donzela acerca do
f) mentiu e não
amigo, afirmando
cumpriu o que havia
que:
prometido
Exercício 1 g) está vivo e bem de
saúde
pág. 30 A relação entre a
A Natureza acrescenta donzela e a Natureza
ainda que: é de:
h) estará com ela i) confidencialidade
antes de o prazo
terminar
Análise formal do poema – estrofes, métrica, rima
oito coblas ou estrofes

– Ai flores, ai flores do verde pino, – Vós me preguntades polo voss’amigo


se sabedes novas do meu amigo? e eu bem vos digo que é san’e vivo.
Ai Deus, e u é? Ai Deus, e u é?

Ai flores, ai flores do verde ramo, – Vós me preguntades polo voss’amado


se sabedes novas do meu amado? e eu bem vos digo que é viv’e sano.
Ai Deus, e u é? Ai Deus, e u é?

Se sabedes novas do meu amigo, – E eu bem vos digo que é san’e vivo
aquel que mentiu do que pôs conmigo? e será vosco ant’o prazo saído.
Ai Deus, e u é? Ai Deus, e u é?

Se sabedes novas do meu amado, – E eu bem vos digo que é viv’e sano
aquel que mentiu do que mi há jurado? e será vosc[o] ant’o prazo passado.
Ai Deus, e u é? Ai Deus, e u é?
Codex Manesse, c. 1305

D. Dinis, in Graça Videira Lopes (coord.), Cantigas Medievais


Galego-Portuguesas – Corpus integral profano, Vol. 1, Lisboa, BNP, 2016, pp. 220-221
Análise formal do poema – estrofes, métrica, rima
oito coblas ou estrofes

dístico – Ai flores, ai flores do verde pino, – Vós me preguntades polo voss’amigo


se sabedes novas do meu amigo? e eu bem vos digo que é san’e vivo.
e Ai Deus, e u é? Ai Deus, e u é?
refrão
Ai flores, ai flores do verde ramo, – Vós me preguntades polo voss’amado
se sabedes novas do meu amado? e eu bem vos digo que é viv’e sano.
Ai Deus, e u é? Ai Deus, e u é?

Se sabedes novas do meu amigo, – E eu bem vos digo que é san’e vivo
aquel que mentiu do que pôs conmigo? e será vosco ant’o prazo saído.
Ai Deus, e u é? Ai Deus, e u é?

Se sabedes novas do meu amado, – E eu bem vos digo que é viv’e sano
aquel que mentiu do que mi há jurado? e será vosc[o] ant’o prazo passado.
Ai Deus, e u é? Ai Deus, e u é?
Codex Manesse, c. 1305

D. Dinis, in Graça Videira Lopes (coord.), Cantigas Medievais


Galego-Portuguesas – Corpus integral profano, Vol. 1, Lisboa, BNP, 2016, pp. 220-221
Análise formal do poema – estrofes, métrica, rima
decassílabos hendecassílabos
nos dísticos nos dísticos das
– Ai/ flo/res,/ ai /flo/res/ do/ ver/de/ pi/no, – Vós/ me/ pre/gun/ta/des/ po/lo/ vo/ss’a/mi/go
das quatro se sabedes novas do meu amigo? e eu bem vos digo que é san’e vivo.
quatro últimas
primeiras Ai Deus, e u é? Ai Deus, e u é? coblas
coblas
Ai flores, ai flores do verde ramo, – Vós me preguntades polo voss’amado
se sabedes novas do meu amado? e eu bem vos digo que é viv’e sano.
Ai Deus, e u é? Ai Deus, e u é?

Se sabedes novas do meu amigo, – E eu bem vos digo que é san’e vivo
aquel que mentiu do que pôs conmigo? e será vosco ant’o prazo saído.
Ai Deus, e u é? Ai Deus, e u é?

Se sabedes novas do meu amado, – E eu bem vos digo que é viv’e sano
pentassílabo aquel que mentiu do que mi há jurado? e será vosc[o] ant’o prazo passado.
Ai/ Deus/, e/ u/ é?/ Ai Deus, e u é?
no refrão
D. Dinis, in Graça Videira Lopes (coord.), Cantigas Medievais
Galego-Portuguesas – Corpus integral profano, Vol. 1, Lisboa, BNP, 2016, pp. 220-221
Análise formal do poema – estrofes, m étrica, rima
Esquema rimático Esquema rimático

– Ai flores, ai flores do verde pino, a rima – Vós me preguntades polo voss’amigo a


se sabedes novas do meu amigo? a emparelhada e eu bem vos digo que é san’e vivo. a
Ai Deus, e u é? R Ai Deus, e u é? R
Ai flores, ai flores do verde ramo, b – Vós me preguntades polo voss’amado b
se sabedes novas do meu amado? b e eu bem vos digo que é viv’e sano. b
Ai Deus, e u é? R Ai Deus, e u é? R

Se sabedes novas do meu amigo, a – E eu bem vos digo que é san’e vivo a
aquel que mentiu do que pôs conmigo? a e será vosco ant’o prazo saído. a
Ai Deus, e u é? R Ai Deus, e u é? R
Se sabedes novas do meu amado, b – E eu bem vos digo que é viv’e sano b
aquel que mentiu do que mi há jurado? b e será vosc[o] ant’o prazo passado. b
Ai Deus, e u é? R Ai Deus, e u é? R
D. Dinis, in Graça Videira Lopes (coord.), Cantigas Medievais
Galego-Portuguesas – Corpus integral profano, Vol. 1, Lisboa, BNP, 2016, pp. 220-221
Análise formal do poema – paralelismo e refrão
no par de dísticos, os versos de cada estrofe repetem-se, o último verso de cada estrofe é o primeiro verso da
alterando-se apenas as palavras finais, em posição de rima estrofe correspondente no par seguinte

verso A – Ai flores, ai flores do verde pino, verso D – Vós me preguntades polo voss’amigo
verso B se sabedes novas do meu amigo? verso B
verso E e eu bem vos digo que é san’e vivo. verso E

3.º par
1.º par

refrão Ai Deus, e u é? refrão Ai Deus, e u é?

verso A’
Ai flores, ai flores do verde ramo, – Vós me preguntades polo voss’amado
verso B’ se sabedes novas do meu amado? verso B’ e eu bem vos digo que é viv’e sano. verso E’

refrão Ai Deus, e u é? Ai Deus, e u é?

verso B Se sabedes novas do meu amigo, verso B verso E – E eu bem vos digo que é san’e vivo verso E

verso C aquel que mentiu do que pôs conmigo? verso F e será vosco ant’o prazo saído.
2.º par

Ai Deus, e u é? Ai Deus, e u é?

4.º par
refrão refrão

verso B’
Se sabedes novas do meu amado, verso B’ verso E’ – E eu bem vos digo que é viv’e sano verso E’

verso C’ aquel que mentiu do que mi há jurado? verso F’ e será vosc[o] ant’o prazo passado.
refrão Ai Deus, e u é? refrão Ai Deus, e u é?

D. Dinis, in Graça Videira Lopes (coord.), Cantigas Medievais


Galego-Portuguesas – Corpus integral profano, Vol. 1, Lisboa, BNP, 2016, pp. 220-221

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