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Etapa Ensino Médio Língua

Portuguesa

Literatura – Cantigas de Amor


1ª SÉRIE
Aula 9 – 2º Bimestre
Conteúdos Objetivos
● Cantigas medievais. ● Conhecer o período do
Trovadorismo.
● Cantigas de amor.
● Interpretar cantigas
medievais, reconhecendo as
características das cantigas
de amor.
Para começar

Converse com o colega ao lado sobre os


seguintes tópicos:
● Você já ouviu uma cantiga medieval?
● Já imaginou em quais situações a música
medieval era utilizada?
● Qual será a importância da cantiga para
a Língua Portuguesa?
Então, vamos à aula!
Para começar
As cantigas portuguesas foram as primeiras
manifestações literárias de Portugal,
produzidas em português arcaico, o chamado
galego-português. Esses poemas eram
cantados por trovadores em eventos
diversos. Trovadores eram/são os autores e
intérpretes das cantigas.
Ouça uma versão da “Cantiga da Ribeirinha”,
cantiga de amor, reconhecidamente o mais
antigo texto literário em Língua Portuguesa.
Foco no conteúdo
Cantiga da Ribeirinha, de Paio Soares de Taveirós.
No mundo non me sei parelha, E, mia senhor, des aquelha
mentre me for’ como me vai, me foi a mi mui mal di’ai!
ca ja moiro por vós – e ai! E vós, filha de don Paai
mia senhor branca e vermelha, Moniz, e ben vos semelha
Queredes que vos retraia d’haver eu por vós guarvaia,
quando vos eu vi em saia! pois eu, mia senhor, d’alfaia
nunca de vós ouve nen hei
Mao dia me levantei, valía d’ũa correa.
que vos enton non vi fea!
Foco no conteúdo
Cantiga da Ribeirinha, versão atualizada.
No mundo não conheço quem E, minha senhora, desde aquele
se compare a mim dia, ai!
enquanto eu viver como vivo, As coisas ficaram mal para mim,
Pois eu morro por vós – ai! E vós, filha de Dom Paio
Senhora alva e de faces Moniz, bem vos parece
rosadas, Que eu deva receber por vós
Quereis que eu vos retrate roupa luxuosa,
Quando eu vos vi sem manto! Pois, eu, minha senhora, de
presente
Infeliz o dia em que acordei, Nunca tive de vós nem terei
Que então eu vos vi linda! Qualquer coisa de mínimo valor.
Foco no conteúdo
“Cantiga da Ribeirinha”, ou “Cantiga de Guarvaia”, é
dedicada à “Ribeirinha”, que, segundo estudos
historiográficos, seria Maria Pais Ribeiro, amante de D.
Sancho I, rei de Portugal no período entre 1185 e 1211. A
data de produção ainda hoje é debatida por estudiosos:
alguns acreditam ter sido escrita em 1189 ou 1198,
outros, depois de 1200. Apresenta características das
chamadas cantigas de amor, que são aquelas nas quais o
trovador assume um eu lírico masculino e se dirige à figura
da mulher amada, idealizada e distante, um amor
impossível.
Foco no conteúdo

Foi escrita no período conhecido como Trovadorismo, que


se desenvolveu principalmente a partir do século XII. À
época, não existiam ainda os Estados nacionais – a Europa
encontrava-se dividida em feudos, grandes propriedades
controladas pelos suseranos. O movimento literário e
poético reuniu grandes nomes da Literatura Portuguesa e
Espanhola.
Idade Média é o período histórico
que vai do século V ao XV.
Foco no conteúdo
De acordo com as composições, podemos classificar as
canções trovadorescas em:
● Cantiga de amor – o cavalheiro dirige-se à mulher
amada como uma figura idealizada, distante.
● Cantiga de amigo – são cantigas de origem popular,
com marcas evidentes da literatura oral (reiterações,
paralelismo, refrão, estribilho), recursos esses
próprios dos textos para serem cantados e que
propiciam facilidade na memorização.
Foco no conteúdo

● Cantiga de escárnio – o eu lírico faz uma sátira a


alguma pessoa. Essa sátira era indireta, cheia de duplos
sentidos.

● Cantiga de maldizer – ao contrário da cantiga de


escárnio, a cantiga de maldizer traz uma sátira direta e
sem duplos sentidos.
Foco no conteúdo
O foco desta aula são as cantigas de amor, cujas
caraterísticas são:
● O eu lírico é masculino;
● O tema é o do amor cortês, uma submissão absoluta à dama;
● O assunto principal é o sofrimento do poeta por causa do amor
não correspondido;
● A mulher era chamada de “mia senhor”, para que o nome não
fosse revelado;
● A dama é superior a quaisquer títulos, riquezas e posses do eu
lírico.
Na prática
Leia a canção a seguir para responder ao que se pede:
A dona que eu am’e tenho, de Bernal de Bonaval
A dona que eu amo e tenho por Senhor
amostra-me-a Deus, se vos en prazer for,
se non dade-me-a morte.
A que tenh’eu por lume d’estes olhos meus
e porque choran sempr(e) amostrade-me-a Deus,
se non dade-me-a morte.
Na prática

Essa que Vós fizestes melhor parecer


de quantas sei, a Deus, fazede-me-a veer,
se non dade-me-a morte.
A Deus, que me-a fizestes mais amar,
mostrade-me-a algo possa con ela falar,
se non dade-me-a morte.
Na prática
1. Na primeira estrofe da cantiga, é possível perceber que o
eu lírico é masculino. Qual ou quais versos confirmam
essa hipótese?
A dona que eu amo e tenho por Senhor
amostra-me-a Deus, se vos en prazer for,
se non dade-me-a morte.
Na prática Correção
1. Na primeira estrofe da cantiga, é possível perceber que o
eu lírico é masculino. Qual ou quais versos confirmam
essa hipótese?
A dona que eu amo e tenho por Senhor
amostra-me-a Deus, se vos en prazer for,
se non dade-me-a morte.
O verso que pode comprovar essa afirmação é
o primeiro: “A dona que eu amo e tenho
por Senhor”.
Na prática
2. Nos versos “A dona que eu amo e tenho por Senhor”, “A Deus, que
me-a fizestes mais amar, mostrade-me-a algo possa con ela falar,
se non dade-me-a morte.”, é possível inferir que se trata de:
a. uma paixão correspondida, porém impossível, pois o casal só
pode se ver sem que as famílias saibam, devido a desavenças.
b. um amor sofrido e inalcançável, com o qual ele não consegue
nem falar e implora a Deus por ajuda.
c. uma felicidade intensa, pois sua amada está esperando por seu
retorno para que fiquem juntos.
d. um misto de amor e ódio, pois apesar de ter o amor
correspondido, ele sabe que não pode ter sua ama, pois ela é
comprometida.
Na prática Correção
2. Nos versos “A dona que eu amo e tenho por Senhor”, “A Deus, que
me-a fizestes mais amar, mostrade-me-a algo possa con ela falar,
se non dade-me-a morte.”, é possível inferir que se trata de:
a. uma paixão correspondida, porém impossível, pois o casal só
pode se ver sem que as famílias saibam, devido a desavenças.
b. um amor sofrido e inalcançável, com o qual ele não
consegue nem falar e implora a Deus por ajuda.
c. uma felicidade intensa, pois sua amada está esperando por seu
retorno para que fiquem juntos.
d. um misto de amor e ódio, pois apesar de ter o amor
correspondido, ele sabe que não pode ter sua ama, pois ela é
comprometida.
Aplicando

Muitas características das cantigas de amor ainda podem


ser observadas em canções da atualidade. Em duplas,
elaborem uma playlist com músicas atuais que tragam
elementos das cantigas de amigo para compartilhar com a
turma.
O que aprendemos hoje?

● Conhecemos o período do Trovadorismo


e realizamos leitura e análise de uma
cantiga de amor, reconhecendo as suas
características.
Referências
BONAVAL, Bernal. A dona que eu am’e tenho. Cantigas Medievais
Galego-portuguesas. Disponível em: https://cutt.ly/q8feZTY. Acesso
em: 27 fev. 2023.
SÃO PAULO (ESTADO). Secretaria da Educação. Currículo em Ação
– Língua Portuguesa. São Paulo, 2022.
SÃO PAULO (ESTADO). Secretaria da Educação. Currículo Paulista
do Ensino Médio. São Paulo, 2020.
SPINA, Segismundo apud AMORA, Antônio Soares (Org.). Cantiga
da Ribeirinha. In: Presença da Literatura Portuguesa. Era Medieval.
Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1991. p. 38-39
Slide 6 – Caderno Currículo em Ação, 1ª Série EM, Língua
Portuguesa, 2022.
Material
Digital

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