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AUDITORIA

Profª Esp. Ana Lucia Pereira de Oliveira


2024
“Emprego é fonte de renda e trabalho é fonte de
vida. Meu trabalho é minha obra.”

Mário Sérgio Cortella


AUDITORIA CONTÁBIL

Visa à emissão de um parecer independente, que tem por limite os


propósitos da auditoria (demonstrações contábeis) e não representa
garantia de viabilidade futura ou eficácia da administração na gestão dos
negócios.

Conforme norma do CFC (Conselho Federal de Contabilidade), o parecer


da auditoria contábil é de exclusiva responsabilidade de contador
registrado naquele Conselho profissional, que deve realizar seu trabalho
assegurando o controle de qualidade.
Requisitos necessários para o controle de qualidade
de acordo com o CFC:

• O pessoal designado deve ter competência e


habilidade profissionais compatíveis com o requerido
no trabalho realizado;

• O pessoal designado deve ter o nível de


independência e demais atributos definidos nas
Normas Profissionais de Auditoria Independente para
ter uma conduta profissional inquestionável;
• O trabalho de auditoria deverá ser realizado por pessoal
que tenha um nível de treinamento e de experiência
profissional compatível com o grau de complexidade das
atividades da entidade auditada;

• O auditor deverá planejar supervisionar e revisar o


trabalho em todas as suas etapas, de modo que se
garanta aos usuários de seus serviços a certeza
razoável de que o trabalho foi realizado de acordo com
as normas de controle de qualidade requeridas nas
circunstâncias.
Demonstrações contábeis segundo a Lei nº. 6.404/1976:

• Balanço Patrimonial;
• Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLP
A)
;
• Demonstração do Resultado do Exercício (DRE);
• Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC); e
• Se companhia aberta,
Demonstração do Valor Adicionado (DVA).
O Balanço Patrimonial visa:

• Demonstrar a situação patrimonial;


• Cumprir as exigências contidas no Código Civil;
• Cumprir as exigências da legislação fiscal;
• Fornecer dados para o planejamento e auxiliar o controle;
• Prestar contas da gestão.
A Demonstração do Resultado do Exercício consiste em:
• Relatório sucinto das receitas realizadas e das despesas
incorridas pela empresa em determinado período.

A Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido


informa:
• Toda a movimentação ocorrida nas contas integrantes do
Patrimônio Líquido – do saldo inicial do exercício anterior
até o saldo final do exercício
Segundo a Lei 4.320/1964, no fim de cada
exercício financeiro, devem ser apresentados os
seguintes demonstrativos contábeis:

• Balanço Orçamentário;
• Balanço Financeiro;
• Demonstração das Variações Patrimoniais;
• Balanço Patrimonial.
AUDITORIA OPERACIONAL

Auditoria operacional, tradução de performance audit, é


o exame sistemático e independente, pautado em normas
profissionais, de programas, projetos, atividades ou ações
executadas por uma entidade, objetivando verificar se
foram observados, de forma conjunta ou isolada, os
critérios de economicidade, eficiência, eficácia e
efetividade, contribuindo para melhorar o desempenho
operacional e a accountability da entidade sob auditoria.
AUDITORIA OPERACIONAL

Seus objetivos principais são:

• Apresentar sugestões para melhorar a gestão dos


recursos;

• Identificar aspectos de ineficiência, ineficácia,


desperdícios, desvios e abusos.
AUDITORIA INTEGRADA

O termo “auditoria integrada”, de Comprehensive Audit, é


utilizado pelo Escritório do Auditor-Geral do Canadá para
descrever uma auditoria de escopo amplo:

“Com objetivo de revisar sistematicamente e emitir relatórios sobre


as relações de responsabilidade de prestar contas e sobre as
atividades de apoio, os sistemas e controles utilizados pela
administração no cumprimento dos seus deveres e obrigações”.
NORMAS BRASILEIRAS PARA O EXERCICIO DA AUDITORIA

As normas de auditoria são regras ou parâmetros que o auditor


deve respeitar em relação aos objetivos a serem alcançados, aos
procedimentos e técnicas de auditoria utilizados, aos relatórios que
devem ser elaborados e à qualidade do trabalho.

O Conselho Federal de Contabilidade (CFC) apresenta diversas


normas sobre a prática auditorial, incluídas nas Normas Brasileiras
de Contabilidade (NBCs).
O teor completo das resoluções pode ser obtido no site do CFC:
http://www.cfc.org.br/
Já a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) aprovou as seguintes
normas sobre auditoria independente:

ATOS NORMATIVOS FINALIDADE

Instrução Dispõe sobre o registro e o exercício da atividade de auditoria


Normativa nº. 308, independente no âmbito do mercado de valores mobiliários e
de 14.05.1999 define os deveres e as responsabilidades dos
administradores das entidades auditadas no relacionamento
com os auditores independentes.
Instrução Dispõe sobre a divulgação, pelas entidades auditadas, de
Normativa nº. 381, informações sobre a prestação, pelo auditor independente, de
de 14.01.2003 outros serviços que não sejam de auditoria externa.
Deliberação Dispõe sobre a prestação do Exame de Qualificação Técnica
nº. 466, para fins de registro como Auditor Independente na CVM.
de 26.12.2003
O AUDITOR INDEPENDENTE

Os auditores podem ser classificados em três categorias:

Auditor Externo
É o contador legalmente habilitado por registro no Conselho Regional de Contabilidade,
para exercer as funções de auditoria nas organizações que o contratam para esse fim.

Auditor Interno
É o profissional que exerce as funções de auditoria interna na própria empresa da qual é
empregado.

Auditor Fiscal
É o auditor do setor público, funcionário público integrante do quadro de funcionários
municipal, estadual ou federal nomeado estatutariamente, com finalidade específica de
fiscalizar os contribuintes, para garantir ao governo da respectiva esfera a arrecadação de
tributos.
Conceito

O auditor independente é o contador devidamente habilitado a


exercer atividades de auditoria nas organizações que o
contratam para esse fim.

Normatização
Para exercer suas atividades profissionais, o auditor
independente deve cumprir exigências contidas em normas
derivadas de vários órgãos nacionais e internacionais.
Os principais órgãos internacionais:

• International Accounting Standards Board (IASB)

• Federação Internacional de Contadores (IFAC)


No Brasil, os principais órgãos emissores de atos que
regulamentam a profissão do auditor independente
são:

• Conselho Federal de Contabilidade (CFC);


• Instituto dos Auditores independentes do Brasil
(IBRACON);
• Comissão de Valores Mobiliários (CVM);
• Banco Central do Brasil (BCB); e
• Superintendência de Seguros Privados (SUSEP).
Qualificação técnica

Registro no CNAI
Um dos requisitos exigidos para registro no CNAI é a aprovação em Exame de
Qualificação Técnica, realizado pelo CFC para esse fim.

Registro na CVM
O registro de auditor independente na CVM compreende duas categorias:
Auditor Independente – Pessoa Física (AIPF), e Auditor Independente – Pessoa
Jurídica (AIPJ).

Registro na SUSEP
Os critérios são: a obrigatoriedade de estar cadastrado no CNAI e ser aprovado
em exame específico.
.
Certificações internacionais do auditor independente
Há um organismo internacional The Institute of Internal Auditor que
promove cursos de especialização com o fornecimento de
credenciais de alcance internacional.

Educação profissional continuada


É a atividade programada, formal e reconhecida pelo CFC, visando
manter, atualizar e expandir os conhecimentos técnicos,
indispensáveis à qualidade e ao pleno atendimento das normas que
regem o exercício da atividade de auditoria de demonstrações
contábeis.
Plano de carreira
É composto pelas seguintes categorias:

Trainee
São aqueles aprovados em exames de seleção, desde que
atendam às seguintes exigências: estar frequentando curso superior
de ciências contábeis, administração ou economia; ter idade inferior
a 23 anos, ser solteiro (a) e dominar pelo menos um idioma
estrangeiro.

Assistentes ou auxiliares de auditoria


É composto por três estágios. Em cada um, que possui um prazo
médio de permanência de um ano, o assistente recebe treinamento.
Auditor Sênior
É o elo entre a equipe, os supervisores, o gerente e a empresa auditada.

Supervisor de Auditoria
O auditor recebe treinamento específico para se tornar gerente da organização
de auditoria.

Gerente de Auditoria
Para exercer o cargo, o auditor independente deve ter acumulado experiências
de aproximadamente dez anos de trabalho na firma de auditoria.

Sócio da firma de auditoria


O auditor independente poderá tornar-se sócio após 15 anos de trabalho.
Quando o gerente não for aceito pelos sócios, ele será desligado da
organização.
As quatro maiores empresas de auditoria

São:
• Deloitte Touche Tohmatsu,
• PricewaterhouseCoopers,
• KPMG e
• Ernst & Young.
Responsabilidades do auditor independente

É a de expressar uma opinião sobre as


demonstrações contábeis com base na auditoria,
conduzida de acordo com as normas brasileiras e
internacionais.
A opinião do auditor independente

A NBC Tas exige que o auditor exerça o julgamento


profissional e mantenha o ceticismo ( a International
Federation of Accountants (Ifac) define o ceticismo
profissional como “a postura que inclui uma mente
questionadora e alerta para condições que possam indicar
possível distorção devido a erro ou fraude e uma avaliação
crítica das evidências de auditoria.” ) profissional ao longo
de todo o planejamento e na execução da auditoria.
Objetivos gerais do auditor independente

• Obter segurança razoável de que as demonstrações contábeis


como um todo estão livres de distorção relevante,
possibilitando assim que o auditor expresse a opinião sobre se
as demonstrações contábeis foram elaboradas em
conformidade com a estrutura de relatório financeiro aplicável;
e

• Apresentar relatório sobre as demonstrações contábeis e


comunicar-se como exigido pelas NBC Tas, em conformidade
com as constatações do auditor.
Normas de Auditoria Independente das Demonstrações
Contábeis

A Resolução nº. 820/1997 do CFC aprova as Normas Brasileiras de


Contabilidade Técnicas nº. 11 – Normas de Auditoria Independente
das Demonstrações Contábeis.

Os principais tópicos são:

• Conceituação e disposições gerais;


• Normas de execução dos trabalhos;
• Normas relativas ao parecer dos auditores independentes.
Conceituação e disposições gerais:

• Envolve o conjunto de procedimentos técnicos, que tem por


objetivo a emissão de parecer sobre a adequação desses
informes contábeis, consoante com os PFCs, as NBCs e a
legislação pertinente.

• Os procedimentos de auditoria contábil são os exames, incluindo


os testes de observância e os substantivos que permitem ao
auditor obter provas (evidências) suficientes para fundamentar
suas conclusões e recomendações, normalmente apresentadas
em parecer ou relatórios de auditoria.
Testes de Observância: visam verificar se os controles
internos estabelecidos pela administração estão em efetivo
funcionamento.

Testes Substantivos: têm em vista a obtenção de evidência


quanto à suficiência, exatidão e validade dos dados e
envolvem:
a) Testes de transações e saldos; e
b) Procedimentos de revisão analítica, que englobam
análises de variações horizontais e verticais, correlações,
cálculos globais e índices de análise de balanço.
Ao aplicar os testes de observância, o auditor
deve verificar a existência, efetividade e continuidade
dos controles internos.

Na aplicação de testes substantivos, ele deve


objetivar obter as seguintes conclusões:
• Existência dos bens, ocorrência das transações
abrangência das informações, adequação dos
direitos e obrigações e apresentação, divulgação e
correta mensuração dos dados.
Segundo o CFC, a fraude, como um ato voluntário, pode envolver:

• Manipulação, falsificação ou alteração de registros ou documentos, de modo


que se modifiquem os registros ativos, passivos e resultados;

• Apropriação indébita de ativos (é o crime previsto no artigo 168 do Código


Penal Brasileiro que consiste no apoderamento de coisa alheia móvel, sem o
consentimento do proprietário);

• Supressão ou omissão de transações nos registros contábeis;

• Registro de transações sem comprovação;

• Aplicação de práticas contábeis indevidas.


O erro como um ato involuntário, pode envolver:

• Erros aritméticos na escrituração contábil ou nas


demonstrações contábeis;

• Aplicação incorreta das normas contábeis;

• Interpretação errada das variações patrimoniais.


Algumas condições ou eventos que representam aumento de
risco de fraude ou erro:

• Estrutura ou atuação inadequada da administração da entidade auditada


ou de algum dos seus membros;

• Pressões internas e externas;

• Transações que pareçam anormais;

• Problemas internos no cumprimento dos trabalhos de auditoria;

• Fatores específicos no ambiente de sistemas de informação


computadorizados.
Normas de execução dos trabalhos:

O planejamento, para o CFC, deve considerar todos os fatores


relevantes na execução dos trabalhos, tais como:

• O conhecimento detalhado dos sistemas contábil e de controles


internos e seu grau de confiabilidade;
• A natureza, oportunidade e extensão dos procedimentos de
auditoria;
• A existência de entidades associadas, filiais e partes
relacionadas;
• O uso do trabalho de especialistas e outros auditores;
Normas de execução dos trabalhos:

• Os ciclos operacionais relacionados com o volume de


transações e operações;
• O conhecimento das atividades operacionais, como suporte
para a análise eficaz dos procedimentos e sistemas de
contabilidade de custos;
• Os conhecimentos da execução orçamentária, tanto
operacional como de investimentos, no sentido de verificar a
exatidão da apropriação dos valores, se estão sendo
controlados os desvios e adotadas ações corretivas.
Na fase de planejamento, também são realizados o estudo e a
avaliação dos sistemas contábil e de controles internos.

Para o CFC, a relevância deve ser considerada pelo auditor


quando:

• Determinar a natureza, oportunidade e extensão dos


procedimentos de auditoria;
• Avaliar o efeito das distorções sobre os saldos, as
denominações e as classificações das contas;
• Determinar a adequação da apresentação e a divulgação da
informação contábil.
A informação analisada pelo auditor deve ser:

• Informação suficiente: é convincente;

• Informação adequada: por ser confiável, propicia a melhor


evidência;

• Informação relevante: dá suporte às conclusões e


recomendações;

• Informação útil: auxilia a entidade a atingir suas metas.


Os papéis do trabalho, ou documentos de auditoria, têm as seguintes
características:

• Propiciam a compreensão do planejamento;

• Descrevem a natureza, a oportunidade e a extensão dos procedimentos;

• Permitem a compreensão do julgamento exercido e do suporte das


conclusões;

• Documentam as evidências coligidas pelo auditor durante seu trabalho,


dando sustentação a suas opiniões, comentários e recomendações;

• Devem ser elaborados, organizados e arquivados de forma sistemática e


racional.
Normas profissionais de auditoria independente
Principais tópicos da Resolução nº.821/1997 do CFC, na
qual são aprovadas as Normas Brasileiras de Contabilidade
Procedimentais nº.1 – Normas Profissionais do Auditor
Independente:
• Competência técnico-profissional
• Independência
• Responsabilidades do auditor na execução dos
trabalhos
• Honorários
• Guarda da documentação
• Responsabilidade pela utilização do trabalho do
auditor interno
• Responsabilidade pela utilização do trabalho de
especialistas
• Informações anuais aos conselhos regionais de
contabilidade
• Educação continuada
• Exame de competência profissional
• Manutenção dos líderes de equipe de auditoria
COMPETÊNCIA TÉCNICO-PROFISSIONAL

O auditor independente deve manter conhecimento


atualizado dos PFCs, das NBCs e das técnicas contábeis.

O Exame de Qualificação Técnica foi instituído como um


dos requisitos para o registro no Cadastro Nacional de
Auditores Independentes (CNAI) do CFC (NBC P5).
INDEPENDÊNCIA

Segundo Boynton et al. (2002, p. 106), a “independência é o


alicerce da estrutura filosófica da profissão”.
O auditor não pode se deixar influenciar por “fatores
estranhos, por preconceitos ou quaisquer outros elementos
materiais ou afetivos que resultem perda, efetiva ou aparente,
de sua independência”.
De acordo com Intosai (2005, p. 24): “É essencial que os
auditores não somente sejam independentes e imparciais de
fato, como também pareçam ser”.
Os princípios básicos que devem fundamentar
qualquer regra de independência do auditor, nos
dizeres da resolução nº 1034/2005 do CFC,
definem que ele não deve:

• Auditar o seu próprio trabalho;


• Exercer funções gerenciais na entidade auditada;
• Promover interesses da entidade auditada.
Tipos de ameaça à independência:

Ameaça de interesse próprio – quando uma entidade de


auditoria ou um membro da equipe pode auferir benefícios
financeiros da entidade auditada ou outro conflito de interesse
próprio;

Ameaça de auto-revisão – quando o resultado de um trabalho


anterior precisa ser reanalisado ou quando um membro da
equipe de auditoria era administrador ou funcionário-chave da
entidade auditada.
Ameaça de defesa de interesses da entidade auditada: quando a
entidade de auditoria ou um membro da equipe de auditoria defendem
ou parecem defender a posição ou opinião da entidade auditada, a
ponto de comprometerem ou darem a impressão de comprometerem a
objetividade.

Ameaça de familiaridade: quando, em virtude de um relacionamento


estreito com uma entidade auditada, com seus administradores ou
funcionários, uma entidade de auditoria ou um membro da equipe de
auditoria passam a se identificar, demasiadamente, com os interesses
da auditada.
Ameaça de intimidação: quando ameaças, reais ou
percebidas, por parte de administradores ou
funcionários de uma entidade auditada impedem que
um membro da equipe de auditoria possa agir de forma
objetiva e profissional.
Algumas das principais situações de perda de independência segundo o
CFC:

Interesses financeiros na entidade auditada:


Dividem-se em dois grupos

• Diretos – o detentor tem controle, seja em ações, seja em debêntures ou


em outros títulos e valores mobiliários.

• Indiretos – são interesses em empresas mantidas por titular beneficiário


mediante um plano de investimento global, sucessão, fideicomisso
(testamento), fundo comum de investimento ou entidade financeira sobre os
quais a pessoa não detém o controle nem exerce influência significativa.
Operações de créditos e garantias com a
entidade auditada; Conforme decreta o CFC:

“É expressamente proibida para entidades de


auditoria, sócios, membros da equipe e membros
da família dessas pessoas a obtenção de
operações de créditos por meio de entidades
auditadas”.
Operações de créditos e garantias com a entidade auditada;
Conforme decreta o CFC: “É expressamente proibida para
entidades de auditoria, sócios, membros da equipe e membros da
família dessas pessoas a obtenção de operações de créditos por
meio de entidades auditadas”.

Exceções – operações de créditos para aquisição de veículos;


arrendamento de veículos; saldos em cartão de crédito que não
superem 20 salários mínimos; operações de créditos para
aquisição de imóveis, com garantia, são permitidas se realizadas
em igualdade de tratamento e condições oferecidas a terceiros.
Relacionamentos comerciais com a entidade
auditada;
Relações comerciais diferenciadas, privilegiadas e
relevantes com entidades auditadas afetam a
independência do auditor. Na sua ocorrência, ele deve:
terminar o relacionamento comercial, substituir o
membro da equipe comprometido ou recusar a
realização do trabalho.
Relacionamentos familiares e pessoais com a entidade auditada;
As normas do CFC estabelecem que as funções ocupadas por pessoas
próximas ou familiares, que prejudicam a independência, são aquelas que:

• Exercem influência significativa sobre as políticas operacionais, financeiras


ou contábeis; correspondem a uma pessoa que tem funções como
presidente, diretor, administrador, gerente-geral de uma entidade auditada.
• Exercem influência nas demonstrações contábeis; correspondem a funções
críticas no ambiente contábil, como controller, gerente de contabilidade e
contador.
• São consideradas sensíveis sob o ponto de vista da auditoria: incluem
cargos com atribuições de monitoramento dos controles internos da
entidade auditada, como; tesoureiro, auditor interno e gerente de
compras/vendas, entre outros.
Vínculos empregatícios ou similares por administradores, executivos ou
empregados da auditada mantidos, anteriormente, com a entidade de
auditoria; os seguintes fatores podem comprometer a independência:

• Influência do cargo das pessoas na entidade auditada;

• Grau de envolvimento que a pessoa terá com a equipe de auditoria;

• Tempo decorrido desde que a pessoa foi membro da equipe de auditoria ou


da entidade de auditoria;

• Cargo que a pessoa tiver exercido na equipe ou na entidade de auditoria.

• Prestação de outros serviços à auditada que caracterize conflitos de


interesses;
O CFC, na Resolução nº 1034/2005, indica, entre
outros, os serviços de consultoria, listados a seguir,
que podem caracterizar a perda de independência:

• Avaliação de empresas e reavaliação de ativos;

• Assistência tributária, fiscal e parafiscal;

• Auditoria interna à entidade auditada;


• Consultoria de sistema de informação computadorizado;

• Apoio em litígios, perícia judicial ou extrajudicial;

• Finanças corporativas e assemelhados;

• Seleção de executivos;

• Registro (escrituração) contábil.


Aceitação de presentes e brindes;

As normas de auditoria do CFC definem:


“Quando uma entidade de auditoria ou um membro de
equipe aceitam presentes, brindes ou outros benefícios
cujo valor não seja claramente insignificante, a perda de
independência é caracterizada, não sendo possível a
aplicação de qualquer salvaguarda”.
Litígio em curso ou iminente contra a auditada.
A importância da ameaça criada depende de fatores tais como: a
relevância do litígio; a natureza do trabalho e se o litigio diz
respeito a um trabalho de auditoria já efetuado.

Responsabilidade do auditor na execução dos trabalhos:


Por ser ele responsável pela opinião que emite, tem de respeitar
os princípios da moral, da ética e do direito, atuando com
lealdade, idoneidade e honestidade.
Honorários

O auditor deve estabelecer e documentar seus honorários


mediante avaliação de serviços.

Guarda de documentação

O auditor deve conservar seus papéis de trabalho ou


documentação da auditoria pelo prazo de cinco anos, a partir
da data de emissão do parecer.
Sigilo

Observando as seguintes circunstâncias:

• Na relação entre o auditor e a entidade auditada;

• Na relação entre os auditores;

• Na relação entre os auditores e os organismos reguladores e


fiscalizadores;

• Na relação entre o auditor e terceiros.


Responsabilidade pela utilização do trabalho do
auditor interno e de especialistas

• Não se altera se for utilizado o trabalho do auditor


interno, mas a sua competência fica restrita se for
utilizado especialista contratado pela empresa.
Manutenção dos líderes de equipe de auditoria

• A CVM estabelece que: “O auditor Independente – Pessoa


Física e o Auditor Independente – Pessoa Jurídica não
podem prestar serviços para um mesmo cliente, por prazo
superior a cinco anos consecutivos, contados a partir da
data desta Instrução, exigindo-se um intervalo mínimo de
três anos para a sua recontratação”.
Registro e exercício da atividade de auditoria
independente no âmbito do mercado de valores
mobiliários

• O auditor, para exercer a atividade no âmbito do


mercado de valores mobiliários, está sujeito ao registro
na CVM como auditor independente – Pessoa Física
(AIPF), conferido ao contador, e auditor independente –
Pessoa Jurídica (AIPJ), conferido à sociedade
profissional, constituída sob a forma de sociedade civil.
INFORMAÇÕES ANUAIS AOS CONSELHOS REGIONAIS DE
CONTABILIDADE

O auditor deverá enviar, até 30 de junho de cada ano, ao


Conselho Regional de Contabilidade, na forma a ser
regulamentada pelo Conselho Federal de Contabilidade:

• As informações sobre os seus clientes, cuja sede seja a da


jurisdição do respectivo Conselho, e que o objeto do trabalho
seja a auditoria independente, realizado em demonstrações
contábeis relativas aos exercício encerrado até o dia 31 de
dezembro do ano anterior;
• A relação dos nomes do seu pessoal técnico existente
em 31 de dezembro do ano anterior; e

• A relação de seus clientes cujos honorários


representem mais de 10% do seu faturamento anual,
bem como os casos onde o faturamento de outros
serviços prestados aos mesmos clientes de auditoria,
ultrapassarem, na média dos últimos 3 anos, os
honorários dos serviços de auditoria.
EDUCAÇÃO CONTINUADA

O auditor independente, no exercício de sua atividade, deverá


comprovar a participação em programa de educação continuada,
na forma a ser regulamentada pelo Conselho Federal de
Contabilidade.

EXAME DE COMPETÊNCIA PROFISSIONAL

O auditor independente, para poder exercer sua atividade, deverá


submeter-se a exame de competência profissional, na forma a
ser regulamentada pelo Conselho Federal de Contabilidade.
MANUTENÇÃO DOS LÍDERES DE EQUIPE DE
AUDITORIA

Utilização dos mesmos profissionais de liderança (sócio,


diretor e gerente) na equipe de auditoria, numa mesma
entidade auditada, por longo período, pode criar a perda
da objetividade e do ceticismo necessários na auditoria.
O risco dessa perda deve ser eliminado adotando-se a
rotação, a cada intervalo menores ou iguais a cinco anos
consecutivos, das lideranças da equipe de trabalho de
auditoria, que somente devem retornar à equipe em
intervalo mínimo de três anos. (Resolução CFC
965/2003)

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