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Controlador da

marcha lenta

PROFESSOR: ANDRÉ OLIVIERI


DE ALBUQUERQUE
Tópicos da aula
• Introdução
• Tipos
• IAC- Funções
• Funcionamento
• Motor de passo + sistemas
• Eletroválvula+ sistemas
• Motor elétrico + sistemas
• Corpo eletrônico + sistemas
Introdução
• A marcha lenta dos motores injetados
depende diretamente da quantidade de ar
admitido. Assim, quanto maior for o
volume de ar, maior deverá ser a rotação
do motor, de modo que se mantenha a
proporção ideal de mistura.
• O atuador que se encarrega de controlar a
quantidade de ar fornecida na marcha
lenta chama-se válvula de controle de ar
de marcha lenta, que pode ser:
Tipos
• Motor de passo;
• Eletroválvula;
• Motor de corrente contínua;
• Servo-motor ou corpo eletrônico;
• Com exceção do servo-motor, todos os demais
tipos de atuadores trabalham fazendo uma
ponte sobre a borboleta de aceleração, ou seja,
desviando o ar por esse componente. Isso
significa que podemos alternar a rotação do
motor sem a necessidade da abertura da
borboleta.
IAC- Funções
• A válvula de controle de ar de marcha lenta ou
válvula IAC possui as seguintes funções no
sistema:
• Controle da rotação no regime da marcha lenta;
• Controle da rotação de marcha lenta quando o
motor estiver em fase de aquecimento;
• Compensar as cargas extras no motor, como o
acionamento do climatizador ou quando o
volante de direção atingir os batentes (direção
hidráulica);
• Amortecimento da rotação nas desacelerações,
chamado efeito dash-pot, com o intuito de
minimizar a produção de HC (hidrocarbonetos).
Funcionamento
• O funcionamento do corretor de ar de marcha
lenta é bastante simplificado. Em marcha lenta o
atuador trabalha em closed-loop (malha
fechada).
• Entenda marcha lenta como motor em baixa
rotação e borboleta de aceleração totalmente
fechada.
• Observe a seguir que o atuador em situação de
marcha lenta trabalha abrindo e fechando o
desvio de ar (by-pass). Qualquer alteração no
motor, o atuador entra em ação.
Funcionamento
Funcionamento
• Situação/exemplo:

• O atuador está parcialmente aberto,


ajustando a rotação ideal.
• Quando se liga o climatizador, devido a
maior carga no motor, o atuador irá
permitir maior passagem de ar, o que irá
aumentar a rotação.
Funcionamento
Funcionamento
Questão: Se aumentar a passagem de ar a
mistura não figura mais pobre?

• A tendência seria que sim, mas, quando isso


ocorre, devido a maior quantidade de ar, a
pressão do coletor irá aumentar, o que será
captado pelo sensor de pressão absoluta que
informará a unidade de comando dessa
situação. Assim, a unidade irá recalcular o
tempo de injeção, adequando-o em função do
volume de ar admitido.
Funcionamento
Outra situação: motor frio

• Quando se dá partida com o motor frio, o


mesmo tende a pegar numa rotação mais alta,
evitando falhas na marcha lenta nesta situação.
A medida em que o motor vem aquecendo, em
função do sinal do sensor de temperatura do
líquido de arrefecimento, a unidade de comando
fará com que o atuador venha diminuindo o
fluxo de ar admitido, fazendo com que a rotação
venha caindo de forma gradativa.
Funcionamento
Motor de passo
• Um dos atuadores de marcha-lenta mais
conhecido nos sistemas de injeção é o
motor de passo.
• Esse atuador é um motor elétrico que
possui duas bobinas internamente, o que
permite o giro do rotor (induzido) nos dois
sentidos e com movimento controlado.
• É utilizado tanto em sistemas monoponto
quanto no multiponto.
Motor de passo-estrutura
• O motor de passo é formado por um
estator (duas bobinas) e um rotor
(induzido).
• Internamente ao rotor há um furo roscado
onde é encaixado o eixo do obturador
(também roscado).
• Há um guia que evita o movimento de
rotação do eixo do obturador. Assim, o
mesmo terá que se deslocar axialmente
quando o rotor estiver em movimento de
rotação.
Motor de passo-estrutura
• Possui um conector com quatro terminais,
sendo dois para cada bobina.
• Quando o induzido gira de uma lado ou de
outro, ele empurra ou retrai o obturador
que irá abrir ou fechar a passagem de ar
no corpo de borboleta.
• Vale lembrar que a unidade de comando é
que controla o movimento do motor de
passo.
Motor de passo-estrutura
Motor de passo-
funcionamento
• Esse dispositivo recebe o nome de motor
de passo por possuir um movimento
escalonado, conforme a comutação do
campo magnético no rotor.
• O tipo mais empregado é o de dois pólos
(duas bobinas). Existe também motores
com doze pólos.
• Num motor de dois pólos e quatro
terminais cada passo corresponde à um
giro de 90º do rotor, seja no sentido
horário ou anti-horário.
Motor de passo-
funcionamento
• Para um giro completo (360º) são
necessários quatro passos. Lembrando
que cada passo corresponde à uma
comutação do campo magnético.
Número de passos
• O número total de passos do atuador
depende do fabricante e do modelo a ser
empregado.
• Por exemplo, no sistema 1AVB da
Magneti Marelli (Gol) o número máximo de
passos é de 214 enquanto que no sistema
Multec Delphi IEFI-6 (GM) é de 160
passos.
Importante
• Se por algum motivo o conector do motor
de passo for desligado com a ignição
ligada ou com o motor em funcionamento,
a unidade de comando irá perder o
posicionamento do motor de passo,
tornando a marcha lenta instável (muito
alta ou muito baixa) ou com grande
número de oscilações.
• A solução da regulagem depende de cada
sistema.
Sistema 1 AVP-Gol
• Sistema com motor de passo de 4 fios.
Sistema 1 AVP-Gol
Sistema 1 AVP-Gol
• Testes

• A medição pode ser em resistência direto


nas bobinas 1 / 4 e 2 / 3 do motor de passo.
O valor normal é de 50 a 70 ohms, sem
ligação com o corpo do atuador e isolado
entre as bobinas. o teste de alimentação
elétrica é forma de pulsos dos pinos 18,19,
21 e 22 da ECU durante as acelerações
Sistema Fenix 5- Mégane
• É um sistema com 4 fios e conectores alternados.

1E4/2E3
Sistema Fenix 5- Mégane
• By- Pass

• O desvio de ar da borboleta é efetuado com


o auxílio de uma mangueira que vai ligada à
caixa do filtro de ar.
• A ligação com o coletor de admissão é por
uma flange de plástico já fixa.
Sistema Fenix 5- Mégane
Sistema Fenix 5- Mégane
• Testes

Resistência:
Cada uma de suas bobinas internas tem
resistência de cerca de 20 ohms.
IAW- 4 AFB: Palio Fire
• No Palio temos dois tipos de controles
efetuados por atuadores na questão rotação
de baixa, média e alta acelerações.

• Podemos ter o controle simples efetuado


através de motor de passo (IAW- 4 AFB)

• No sistema IAW-4 SF (drive-by-wire) temos


corpo eletrônico com controle total da
borboleta.
IAW- 4 AFB: Palio Fire
• Localização
IAW- 4 AFB: Palio Fire
• Observações

• Possui um diâmetro dimensionado de


acordo com a sua vazão de ar admitida, por
isso se o motor é 1.0 temos um diâmetro, se
for 1.4 teremos uma passagem de ar maior.
através de pulsos a ECU controla esta
rotação.
IAW- 4 AFB: Palio Fire
• Observações

A substituição do motor de passo cravado,


deve ser feita com um extrator especial, já
que não possui parafusos. Os testes e
limpeza, devem ser feitos com o corpo de
borboleta fora do veículo, com o auxílio de
um controlador de motor de passo.
IAW- 4 AFB: Palio Fire
• Testes

• Resistência:

• 50 Ohms em cada bobina.


Questões
1) Quais são os tipos de atuador de marcha-
lenta? Que funções possui este sistema?
2) Quando é ligado o ar-condicionado de um
veículo com controle de marcha-lenta, que
estratégia é adotada? Por quê a mistura
não fica pobre?
3) Num motor de passo, quantos graus o rotor
percorre em cada passo? Como é
controlado cada passo? Qual o limite de
passos?
Questões
4) Qual o teste usual utilizado para
verificarmos o funcionamento do motor de
passo? O que ocorre quando desligamos a
alimentação do sistema com o motor em
funcionamento?
5) Como é feito o by-pass no Mégane? Para
veículos com mesmo sistema de injeção e
diferente motorização podemos utilizar o
mesmo motor de passo? Por quê?
Eletroválvula
• A eletroválvula é um atuador de marcha
lenta que, ao invés de controlar o fluxo de ar
no coletor de admissão por uma abertura
variável, faz-se por meio de tempo de
abertura, ou seja, a abertura é fixa (não tem
de ficar mais ou menos aberta) e sim por
meio de ciclos de abertura, ou seja, ora
aberta, ora fechada.
Eletroválvula
• Este atuador encontra-se no lugar que
deveria estar o motor de passo, ou seja,
ligando um canal antes e depois da
borboleta de aceleração.
• A eletroválvula trabalha por meio de indução
eletromagnética, que faz com que a válvula
de controle de fluxo fique abrindo e
fechando numa determinada frequência que
é controlada pela unidade de comando do
sistema de injeção
Eletroválvula
Eletroválvula-
funcionamento
• A eletroválvula é acionada mediante uma
tensão de 12 Volts.
• Seu conector possui dois terminais, sendo
um positivo via chave, ou seja, assim que se
liga a ignição, em um dos terminais já tem o
positivo aplicado.
• O outro terminal é o terra, como mostra a
figura a seguir.
Eletroválvula-
funcionamento
Eletroválvula-
funcionamento
• Veja que, quando ocorre o aterramento, a
eletroválvula é energizada, fazendo com
que o êmbolo recue e permita a passagem
do ar de um canal para o outro.

• Esses dois canais fazem um caminho à


parte, desviando o fluxo de ar da borboleta.

• Esse canal é denominado by-pass.


Eletroválvula-
funcionamento
• O controle do fluxo é feito mediante ao
tempo em que a válvula fica aberta,
permitindo o fluxo de ar. Com uma rotação
muito baixa, a válvula permanece mais
tempo fechada do que aberta. Se algum
equipamento do veículo for ligado, como o
climatizador, será necessário uma rotação
mais alta do motor. Nesse momento, a
unidade de comando irá manter a válvula
com um tempo de abertura maior.
Eletroválvula-vantagens
• Esse tipo de atuador garante uma precisão
muito maior do que o motor de passo, pois,
a sua resposta à unidade de comando é
mais rápida. Seu grande problema está no
assentamento da agulha do êmbolo.
Qualquer sujeira prejudica o fechamento da
válvula, o que poderá acarretar oscilações
na marcha lenta ou até mesmo a sua perda.
Eletroválvula-aplicação
• Essa válvula é empregada nos sistemas FIC
EEC-IV (Ford Ka e Fiesta) ou EEC-IV
(também da linha Ford).
EEC-IV Escort Zetec
• Localização

MOTOR 1.8 16 VÁLVULAS


EEC-IV Escort Zetec
• Funcionamento

Através de dois fios em seu conector, o


atuador recebe tensão da bateria através do
fusível 13 de 20 ampéres (central interna), e
o negativo é controlado em Duty cicle
(frequência) pela ECU, através de seu pino
21, e assim em forma de frequência fica
alternando rapidamente a posição do
obturador.
EEC-IV Escort Zetec
EEC-IV Escort Zetec
• Testes

Um teste simples é a medição da resistência


interna do atuador, que deve ter com a peça
a temperatura ambiente valor próximo a 10
ohms de resistência elétrica. Com o motor
aquecido e em marcha lenta devemos ter
cerca de 900 RPM. desconectando o atuador
a rotação cai 100 RPM.
EEC-IV Escort Zetec
EEC-IV Escort Zetec
• Limpeza

A limpeza do atuador de marcha lenta pode ser


com descarbonizante tipo spray, para remoção
de impurezas como carbono e óleo que
chegam até o atuador. A sujeira torna o
movimento do obturador lento, fazendo com
que o motor pare em desacelerações.
EEC-IV Escort Zetec
• Relés e fusíveis

O relé principal alimenta a ECU e os atuadores:


eletroinjetores, canister e marcha lenta, já o
relé auxiliar alimenta a bomba elétrica de
combustível.
Para zerar os parâmetros é necessário retirar o
fusível 07 de 3 A por 30 segundos.
EEC-IV Escort Zetec
Motor de corrente contínua
• Onde é aplicado?
O motor rotativo é mais um tipo de atuador de
marcha lenta empregado nos veículos injetados.
Esse atuador é muito empregado nos sistemas
Motronic da Bosch.
Veículos (monoponto): Gol GTI, Escort XR3 2.0;
Santana GLSi, Kadett GSI, Versailles Ghia 2.0;
Monza Classic EF; Uno 1.6 MPI;
Multiponto: Marea 2.0; Brava GT 1.8; Fiorino 1.6
MPI; Palio 1.5/1.6 MPI; Tempra 2.0 MPI; Astra e
Vectra antigo; Blazer e S10 antiga.
Motor de corrente contínua
• Conceito

É um meio termo entre os sistemas anteriores,


um rotor como o motor de passo atua por carga
cíclica como a eletroválvula.

No motor rotativo, o rotor gira apenas num


determinado ângulo, não dando sequer meia
rotação e só gira num sentido.
Motor de corrente contínua
• Conceito

Quando aplicamos uma diferença de potencial


nos seus terminais (dois), o rotor tende a girar,
esse limitado por uma mola.

Quando ocorre o corte da tensão, a mola puxa


o rotor na sua posição normal.

O princípio é mostrado à seguir:


Motor de corrente contínua
Motor de corrente contínua
• Conceito

O controle de fluxo de ar da marcha lenta


depende diretamente do tempo em que o rotor
irá permitir à passagem de ar pelo canal de
desvio (by-pass).
Existem diversos modos de montagem, no
Vectra antigo a sua ligação com o coletor de
admissão é feito por meio de duas mangueiras
conforme mostra a figura à seguir:
Motor de corrente contínua
Motor de corrente contínua
• Conceito

Existem modelos em que a sua estrutura é


afixada diretamente no corpo de borboleta,
como a eletroválvula.
Isso diminui a possibilidade de entrada de ar
por eventuais furos nas mangueiras.
Sistema M 2.10.4- Marea
• Funcionamento

A ECU através dos pinos 22 e 04 comanda o


movimento do atuador, que recebe ainda
tensão da bateria do relé principal em seu
terminal nº 2.
De acordo com este controle é permitido um
maior ou menor passagem do ar pelo desvio da
borboleta.
Sistema M 2.10.4- Marea
Sistema M 2.10.4- Marea
Sistema M 2.10.4- Marea
• Testes

Testar tensão:
Na ECU nos pinos 22 e 04
No terminal 2 do relé principal
Sistema M 2.10.4- Marea
• Limpeza
Pode ocorrer acúmulo de carvão no atuador,
provocando a sua lenta movimentação e até a
parada do motor em desacelerações.
Neste caso a sua limpeza com
descarbonizante auxilia muito mas fique atento
com a carbonização do motor.
Cuidar, pois o próprio blow-by (respiro do cárter
do motor) contribue para a impregnação de
sujeira.
Sistema IAW- 4 SF Palio
Fire
• Corpo eletrônico
Sem o controle mecânico do cabo do
acelerador, a ECU controla a posição da
borboleta em todas as posições possíveis.
Este controle efetuado em marcha lenta é
muito preciso, e quando solicitado a
aceleração, a resposta é imediata.
Sistema IAW- 4 SF Palio
Fire
• Localização
Sistema IAW- 4 SF Palio
Fire
• Testes e limpeza

Ao ser ligada a ignição, ou via scanner, é


possível fazer um teste de funcionamento em
atuadores. através de pulsos enviados e
invertidos, a ECU controla o motor de corrente
contínua no corpo de borboleta. a limpeza deve
ser efetuada sempre com o corpo
desconectado.
Sistema IAW- 4 SF Palio
Fire
• Testes e limpeza

1= MASSA DOS POTENCIÔMETROS


2= RESPOSTA DO POTENCIÔMETRO 1
3= COMANDO + DA BORBOLETA
4= COMANDO – DA BORBOLETA
5= POSITIVO 5V POTENCIÔMETROS
6= RESPOSTA DO POT. 2
Sistema IAW- 4 SF Palio
Fire
• Testes e limpeza
Sistema IAW- 4 SF Palio
Fire
• Emergência

Quando faltar alimentação ou falha de


comunicação entre o corpo, ECU e o sensor de
pedal, o sistema entra em recovery, sendo que
por ação do recuo do motor de cc deixa a
borboleta em uma posição próxima a 10º
aberta, permitindo conduzir em baixa rotação
no motor.
Sistema ME 7.9.9 Idea
• Princípio

Para alimentação do atuador de marcha lenta,


que neste caso é um motor de corrente
contínua que dependendo da alimentação gira
no sentido de fechamento ou abertura da
borboleta com a ação de uma mola calibrada
para o retorno.
Sistema ME 7.9.9 Idea
• Localização
Sistema ME 7.9.9 Idea
• Localização
Sistema ME 7.9.9 Idea
• Funcionamento

Pelos terminais 1 e 4 do conector do corpo


temos a comunicação com os pinos 114 e 119
da ECU, e assim um controle direto para a
exata abertura da borboleta, através de um
conjunto redutor de engrenagens que também
podem ser substituídas.
Sistema ME 7.9.9 Idea
Sistema ME 7.9.9 Idea
• Terminais

O conector de 6 pinos está ligado aos


seguintes componentes: 1 e 4 atuador corpo
eletrônico, 2 negativo dos sensores, 3 positivo
5 volts dos sensores, 5 sinal de resposta do
TPS 1 e 6 sinal de resposta do TPS 2. a
resistência do motor é de cerca de 2 ohms.
Questões
6) Como a eletroválvula controla o fluxo de
ar? Como é acionada? Que componente
corta e libera a passagem de ar?

7) No sistema utilizado no Escort Zetec, que


teste pode ser realizado para verificar o
funcionamento da eletroválvula? No caso
de falta de alimentação, onde devemos
verificar?
Questões
8) Como funciona o corretor por motor
elétrico? Qual a principal vantagem deste
sistema em relação à eletroválvula? E a
principal desvantagem?

9) O que ocorre no Palio com corpo eletrônico


quando falta comunicação com a ECU?

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