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TEORIAS

ADMINISTRATIVAS
Professora Jhordana
• As práticas profissionais podem ser explicadas segundo
diferentes enfoques. Assim, economistas, sociólogos,
psicólogos, entre outros, têm estudado o
comportamento do homem no trabalho, os fatores que
interferem nesse comportamento e os resultados desse
trabalho.
• Na enfermagem, como em outras profissões, o
enfermeiro incorpora, em sua formação profissional, o
saber de várias ciências. Dentre elas, a ciência da
administração contribui com uma parcela que se
concretiza, principalmente, na administração do pessoal
de enfermagem.
• A formulação das teorias administrativas foi lentamente
moldada conforme o contexto histórico da humanidade.
• Vale lembrar que não existe uma teoria ou forma
perfeita de administrar. Cada organização é diferente e
o administrador deve montar a forma mais cabível de
acordo com as suas necessidades.
TEORIA CIENTÍFICA
Frederick Winslow Taylor (1856-1915)

• Taylor e seus seguidores (Gilberth, Gantt, entre


outros), tinham como proposta básica o
aumento da produção pela eficiência do nível
operacional. Preconizavam a divisão do
trabalho, a especialização do operário e a
padronização das atividades e tarefas por eles
desenvolvidas.
• Assim, o operário passava a saber cada vez menos do
todo que constitui a o seu trabalho, para passar a
saber mais a respeito da parte que lhe cabia. Ainda
visando o aumento da produção, foram realizados
estudos de “tempo e movimento” que juntamente com
a padronização determinavam o como fazer a tarefa e o
tempo necessário para a sua execução.
• Outro aspecto também valorizado pela administração
científica foi o incentivo salarial e o prêmio compatível
à produção. Os seguidores da administração científica
foram denominados de engenheiros da administração, e
de suas propostas surgiu o conceito de "homem-
econômico" que seria motivado pela remuneração
material: quanto melhor remunerado, maior a produção.
• Ainda visando o aumento da produção, foram
realizados estudos sobre a adequação do ambiente
físico ao trabalho. Para isso, foram estudadas as
influências da iluminação, da ventilação etc. na
produção. A supervisão funcional foi outra
característica da administração científica.
• Com a especialização dos operários, ocorreu também a
especialização do elemento supervisor caracterizando a
chamada autoridade funcional. O trabalhador passou a
se reportar a diferentes elementos supervisores segundo
as diferentes tarefas que executava.
• O ponto mais crítico na Teoria Científica é o seu
aspecto mecanicista explicitado pela caracterização do
homem como uma peça de uma engrenagem, e não
como ser humano. Outro aspecto também criticado foi
a ênfase na especialização do operário como fator de
produção. Pesquisas posteriores provaram que a
especialização do operário não significa aumento de
produção.
• Outros aspectos também criticados foram a não-
consideração das influências do grupo no desempenho
individual e a não-consideração da estrutura informal
ou dimensão expressiva no comportamento dos grupos.
• A proposta de regras e diretrizes que padronizavam e
determinavam o comportamento do trabalhador na
organização foi considerada bloqueadora da iniciativa e
da criatividade, e, portanto considerada como uma
teoria essencialmente prescritiva e normativa.
A TEORIA CIENTÍFICA E A ENFERMAGEM

• Na prática da administração do pessoal de enfermagem,


encontramos frequentemente propostas típicas dessa
fase da administração. Assim, a preocupação com o que
fazer tem sido a preocupação constante da enfermagem
enquanto prática profissional. A divisão do trabalho
aliada à padronização das tarefas tem norteado essa
prática.
• A elaboração de escalas ou simples adoção de manuais
de técnicas e de procedimentos são preocupações dos
enfermeiros que assumem a responsabilidade dos
serviços de enfermagem. As escalas diárias de divisão
do trabalho de atividade estabelecem um método de
trabalho que é típico dessa fase mecanicista da
administração.
• A assistência de enfermagem é fragmentada em
atividades, e para cada elemento executor é
determinada uma ou mais tarefas. Assim sendo, o
elemento executor (o enfermeiro) se distancia do todo
(que é a assistência de enfermagem) e se fixa na parte,
que é a tarefa, não interagindo no planejamento
execução e avaliação de todas as atividades que
integram a assistência de enfermagem.
TEORIA CLÁSSICA
Henry Fayol (1841 - 1925)

• Henry Fayol e seus seguidores Mooney,


Uruick, Gulick e outros, criaram com
suas propostas a Teoria Clássica da
administração. Essa teoria visava à
eficiência da organização pela adoção de
uma estrutura adequada e de um,
funcionamento compatível com esta
estrutura.
• Surgiram os princípios da divisão do
trabalho, da autoridade e
responsabilidade, da disciplina, da
unidade de comando, da unidade de
direção, da subordinação do interesse
particular ao interesse geral, da
remuneração do pessoal, da
centralização, da hierarquia e da
equidade.
• Foi definido o princípio da ordem (um lugar para cada
coisa e cada coisa em seu lugar). A do trabalho não era
em nível individual, mas sim em nível dos órgãos
integrantes da organização.
• Uma das críticas à Teoria Clássica se deve ao seu
caráter prescritivo e normativo por determinar com
regras e normas o comportamento do administrador.
Outra crítica é o fato de que essa teoria se preocupou,
unicamente, com a estrutura formal da organização,
não admitindo a existência da estrutura informal, que é
constituída pelas pessoas e suas relações.
A TEORIA CLÁSSICA E A ENFERMAGEM

• Nas instituições de saúde a estruturação rigidamente


hierarquizada estabelece a subordinação integral de um
indivíduo a outro e de um serviço a outro, sendo a
enfermagem um desses serviços nas instituições de
saúde.
• As pessoas e as relações interpessoais não são
devidamente consideradas, e as propostas de trabalho
resultam em atividades rotineiras. Assim, a
preocupação com a quantidade de trabalho
desenvolvido é maior do que com a qualidade.
TEORIA DAS RELAÇÕES HUMANAS
Elton Mayo (1924 -1930)

• No início na década de 1930, a teoria da


administração passou a enfatizar a variável
pessoas em lugar da variável estrutura, e a
preocupar-se com o homem no trabalho
(aspecto psicológico) e com os grupos
(aspecto sociológico) em lugar de preocupar-
se com os métodos de trabalho e as regras e
normas a serem seguidas pelos executantes.
• Assim surge nos Estados Unidos a Teoria das Relações
Humanas, que, entre outros fatores, foi determinada
pelas necessidades de humanização e democratização
na administração de pessoal e pelo desenvolvimento
das chamadas ciências humanas (psicologia e
sociologia).
• Um marco no surgimento dessa teoria foi a experiência
de Hawthorne, desenvolvida em 1924 por Elton Mayo,
que, embora pretendesse mostrar a influência da
iluminação na produtividade, acabou por concluir que o
fator psicológico (relacionamento do indivíduo com o
chefe imediato) interferia na produtividade dos
trabalhadores de forma mais acentuada do que o fator
fisiológico (influência da iluminação na produção).
• Concluiu que o nível de produção não era determinado
pela condição física do trabalhador, mas principalmente
pela integração do indivíduo no grupo social.
• Os pressupostos da Teoria Clássica da Administração,
que consideravam a recompensa econômica como o
único incentivo e a divisão do trabalho e a
especialização como fatores de eficiência, foram
refutados pela Teoria das Relações Humanas, que
considerou as recompensas sociais como fatores
determinantes do desempenho dos indivíduos.
• Trata de temas relativos a motivação humana,
liderança, comunicação e dinâmica de grupo. Surge o
conceito de "Homem Social" em oposição ao "Homem
Econômico". A produção e a produtividade são
resultantes da integração social.
• O aspecto emocional é de relevante importância no
desempenho das pessoas, o trabalho é atividade grupal
e a pessoa humana é motivada pela necessidade de
coletividade e de ser reconhecida.
• Considera que os abusos fizeram com que essa teoria se
tornasse uma forma paternalista de administração,
onde, na busca de harmonia, os conflitos eram abafados
e os confrontos entre empregado e o administrador
eram ignorados. Por esses fatos, Tragtenberg a
considera como uma “ideologia manipulatória da
empresa capitalista num determinado momento
histórico de seu desenvolvimento”.
A Teoria das Relações Humanas e a Enfermagem

• Na administração do pessoal da enfermagem, a


liderança surge como estratégia de condução de grupo e
até os dias de hoje é assunto tratado nos cursos de
graduação em enfermagem ou em programas de cursos
de atualização para enfermeiros.
• A comunicação adequada entre enfermeiro (líder) e os
demais membros do Grupo de Enfermagem ou do
grupo multiprofissional foi sendo considerado fator
relevante para a continuidade e otimização da
assistência de enfermagem.

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