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Memorial do Convento

Contextualização

• Anos 70, século XX


• Segundo o autor, a ideia surgiu-lhe quando passeava
olhando o mosteiro e profere a seguinte frase: “Um dia
gostava de poder meter isto num romance.” Posteriormente,
tê-lo-á impressionado a leitura de um fragmento de Camilo,
no qual se refere a construção do convento de Mafra.
Contextualização

• Século XVIII
• D. João V é aclamado rei em 1707. O seu reinado é marcado
pelo luxo e opulência.
• D. João V é influenciado por diplomatas, intelectuais e
estrangeirados.
• A decisão de construir um convento em Mafra é motivada
pelo desejo de ultrapassar a grandeza do Escorial de Madrid
e pelo nascimento do seu filho.
Contextualização

Memorial do Convento Narrativa histórica (30 anos da história


portuguesa)
(1982)

Acontecimentos Acontecimentos
e personagens e personagens
históricos fictícios

Mistura do real (histórico) com a ficção

Padre Bartolomeu de Gusmão (1685-1724)


O título

Memorial do Convento

Memórias de uma Construção do


época Convento de
Mafra

Construção
do Construção da
Inquisição
Convento Passarola
Romance histórico

• Minuciosa descrição da sociedade portuguesa da época.

Exploração
Guerra da
dos
Sucessão
operários

Sumptuosidade
Autos de fé
da Corte

Construção Construção
do da
Convento Passarola
Romance social

• Crónica de costumes.

Comentário Comentário de
Reflexão e
de hábitos comportamento
olhar crítico
sociais s morais
Romance de intervenção

• Intervenção cívica (social e política), denúncia.

Caráter repressivo da época

Repensar da História de Portugal através da ficção


e da sua palavra reveladora
(mensagem ética)
O Reinado de D. João V

• D. João V, “o Magnânimo” – monarca absolutista.


• Em 1708, casou com a arquiduquesa Maria Ana da Áustria.
• Usou a riqueza gerada pelo ouro proveniente do Brasil para
construir o convento.
• A Inquisição era um organismo com poderes
extraordinariamente vastos, que atingiam todos os sectores da
nação: religioso, político, social e cultural.
O Reinado de D. João V

• Agravou-se o atraso cultural e científico que distanciava


Portugal dos países mais evoluídos da Europa.
• Marcos do seu reinado: Biblioteca da Universidade de Coimbra,
Aqueduto das Águas Livres, Palácio-Convento de Mafra e a
Capela de S. João Baptista, na Igreja de S. Roque.
• Marcos do seu reinado: Biblioteca da Universidade de Coimbra,
Aqueduto das Águas Livres, Palácio-Convento de Mafra e a
Capela de S. João Baptista, na Igreja de S. Roque.
• Morreu em Lisboa, a 31 de julho de 1750, e sucedeu-lhe o seu
filho, D. José I.
A construção do Convento de Mafra

• O plano incluía um grande palácio real, um convento


para 300 religiosos e uma basílica; o conjunto atingiu
cerca de 4000 m2 e perto de 1300 dependências, entre
salas, quartos e celas conventuais.
• As obras tiveram lugar entre 1717 e 1750.
• Para que a obra ficasse pronta no tempo previsto, foram João Federico Ludovice,
enviados 45 000 trabalhadores para Mafra, além de 7000 arquiteto alemão.

soldados que os obrigavam a trabalhar.


O Convento de Mafra: curiosidades

Túnel Ratos gigantes A Caranguejola

Ligaria o Convento de Mafra Há lendas sobre a D. Maria Pia manda instalar


à Ericeira. O rei D. Manuel II existência de um elevador com acesso do
teria, assim, escapado ao ratazanas gigantes rés-do-chão ao terceiro piso.
exílio. O túnel existe, mas e assutadoras, nos É considerado o primeiro
não faz a ligação à Ericeira. túneis do Palácio. elevador em Portugal.

Os Carrilhões Morcegos

Os dois carrilhões do Convento têm, em A existência de morcegos na Biblioteca do


conjunto, mais de 90 sinos e pesam mais Palácio chama a atenção dos visitantes.
de 200 toneladas. Estão entre os maiores No entanto, a sua presença é essencial
do mundo. para a conservação dos livros, uma vez que
Ainda hoje há concertos de carrilhão em caçam os insetos que os estragam.
Mafra.
Memorial do Convento

Anacronismo:
narrador faculta
informações
sobre o futuro Estatuto
Estilo subversor: ambíguo do
sinalética narrador:
gramatical e lugar individual e
do diálogo no coletivo;
texto circunstancial e
Consciência da intemporal
História de
Portugal:
suporte da
narração
Memorial do Convento

Tom jocoso-
Personagens:
Símbolos: parodístico:
sugerem uma
algarismo “sete”, satiriza e
aproximação ao
par “Lua/Sol”, ridiculariza o
“realismo
ascensão da modo tradicional
mágico” latino-
“montanha” de se estudar
americano.
História

Estilo de Memorial do Convento


Devido ao elemento moralista ou exemplar presente em Memorial do Convento, o tom jocoso do
estilo torna-se sério, o patético evidencia-se como dramático e o cómico, se comparado com os
costumes e a força popular, transfigura-se em épico.
Saramago visto pelos outros

“É um escritor comprometido com o seu tempo e cada um dos seus romances é


uma metáfora do mundo.”
Círculo de Leitores, “Revista de informação literária e musical”, Março/Abril, 1999.

“Escrita extraordinariamente desenvolta, por um lado, e investida, por outro


lado, daquela exigência que é a que pede ao leitor, a competente adesão a um
ritmo de efabulação hoje inteiramente consolidado (…).”
Carlos Reis, Jornal de Letras, 26/3/97.

“Na obra de Saramago dissolvem-se mistérios e ambiguidades, para logo outros


enigmas se gerarem, que ulteriormente serão decifrados, sem que jamais se
destrua, nesta dobadoura de enganos, o inconsútil segredo da ficção.”
Luís de Sousa Rebelo
Memorial do Convento

“Ah, se as pessoas soubessem o


trabalho que me deu o primeiro
parágrafo do Memorial…”

Cadernos de Lanzarote, Diário I, p. 94.


Memorial do Convento

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