Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
QUALIDADE :
1. INTRODUÇÃO
LSE − LIE
Cp =
6.σ
LSE − µ µ − LIE
Cpk = min( , )
3.σ 3.σ
onde :
LSE = Limite Superior de Especificação
LIE = Limite Inferior de Especificação
µ = média da população
σ = desvio padrão da população
Um processo é definido como tendo desempenho 6 Sigma quando estiver com a média da
sua população centralizada com o valor nominal da especificação, e os limites de
especificação estiverem distantes de seis desvios padrão da média da população.
Assim graficamente :
2
LIE EN LSE
6σ 6σ
LIC µ LSC
Figura 1 : Representação gráfica dos 6 Sigma
Para dar uma idéia do que pode significar este nível de qualidade nos processos, podemos
comparar os resultados de processos com diferentes níveis de capacidade e, os respectivos
custos da má qualidade estimados por HARRY :
3
Sigmas Defeitos por milhão de Custo da má qualidade
unidades (estimativa)
6 Sigma 3,4 defeitos < 10% das vendas
5 Sigma 233 defeitos 10-15% das vendas
4 Sigma 6.210 defeitos 15-20% das vendas
3 Sigma 66.807 defeitos 20-30% das vendas
2 Sigma 308.537 defeitos 30-40% das vendas
1 Sigma 690.000 defeitos
Tabela 1 : Impacto dos níveis de capacidade dos processos nos custos
Fonte : HARRY (1998)
4
• Mapeamento de Processos;
• DOE (Planejamento de Experimentos);
• FMEA (Análise do Modo e do Efeito de Falhas);
• Diagramas de Pareto e Ishikawa;
• Teste de Hipóteses;
• ANOVA (Análise de Variância);
• Análise de Regressão;
• CEP (Controle Estatístico de Processos);
• Estudos de Capacidade:
• Poka-Yoke (Dispositivos a prova de falhas)
• Estudos de capacidade do sistema de medição.
Cada uma destas ferramentas é utilizada em uma ou mais das cinco etapas em que são
desenvolvidos os projetos, de acordo com o objetivo de cada etapa, conforme resumido no
quadro a seguir :
5
Pareto) Hipóteses,
ANOVA,
• Determinar
Análise de
matriz de
Regressão)
Causa-Efeito
(Diagrama de
Ishikawa)
Tabela 2 : Etapas dos projetos 6 Sigma. Atividades e ferramentas.
6
• Igual ao não atendimento das especificações do cliente, ou seja, se o valor da
característica do produto estiver fora dos limites de especificação superior e inferior é
considerado defeito (abordagem tradicional);
• Desvio relativo à especificação nominal, ou seja, estando fora dos limites de variação
especificados, ainda que dentro dos limites iniciais de especificação, é considerado
defeito (abordagem de Taguchi).
Com estas hipóteses, a ocorrência ou não de cada defeito seguiria uma prova de Bernoulli,
ou seja, há somente dois resultados possíveis, sucesso ou falha, com uma probabilidade
associada a cada um, sendo a distribuição de probabilidade dos defeitos em cada produto
uma distribuição Binomial. Entretanto, respeitadas determinadas hipóteses estatísticas, tais
que, o número de oportunidades de defeito seja muito maior do que a probabilidade de
ocorrência de um defeito, a distribuição Binomial pode ser aproximada pela distribuição de
Poisson.
Para aplicar a fórmula de Poisson precisamos apenas determinar o número médio
(histórico) de defeitos, para prever, com certa precisão, a probabilidade de defeitos no
futuro e a distribuição desses defeitos. Algumas consequências da distribuição de Poisson
são as fórmulas de defeitos por unidade e rendimento de primeira passagem, utilizadas
como indicadores para o Seis-Sigma.
7
4.1 Defeitos por unidade
O indicador DPU (defeitos por unidade), representa a taxa média de defeitos encontrados
por unidade de produto. O DPU é equivalente à taxa de ocorrência de uma distribuição de
Poisson λ = n.p, onde n é o número de oportunidades e p é a probabilidade de ocorrência
de cada oportunidade. Com isso, a probabilidade de que sejam encontrados k defeitos em
uma unidade de produto pode ser expresso pela fórmula :
e −dpu .dpu k
P( X = k ) =
k!
sendo,
8
4.3 Rendimento inicial do processo
O rendimento inicial do processo, conhecido pela sigla FTY (do inglês First Throughput
Yield), representa a fração de produtos que apresenta um número de defeitos igual a zero,
em uma respectiva etapa do processo. Pode ser calculado pela fórmula de Poisson fazendo
k = 0. Assim :
FTY = P ( X = 0) = e −dpu
RTY = ∏i −1 FTY i = e ∑i =1 i
n
n − dpu
Portanto, tanto DPMO como o RTY dependem diretamente da taxa de DPU calculada em
cada etapa do processo.
100
Retrabalho = 6 Rendimento de 1a vez =
100 – 16 / 100 = 0,84
Refugo = 10 dpu = 0,16
σ = 1,40
90
Retrabalho = 9 Rendimento de 1a vez =
90 – 12 / 90 = 0,8667
Refugo = 3 dpu = 0,1333
σ = 1,50
87
Rendimento de 1a vez =
Retrabalho = 5
87 – 7 / 87 = 0,9195
Refugo = 2 dpu = 0,0805
σ = 1,75
1
RTY = = 0,62
2,72 0, 4738
10
A diferença em relação ao cálculo anterior se deve ao fato de que os dpu são calculados
levando em conta as unidades retrabalhadas.
3σ 4σ 5σ 6σ
Etapas
Do processo
99,7300066% 99,9936628% 99,9999426% 99,9999998%
1
99,1922047% 99,9809896% 99,9998278% 99,9999994%
3
98,6573030% 99,9683180% 99,9997130% 99,9999990%
5
97,3326343% 99,9366461% 99,9994260% 99,9999980%
10
96,0257520% 99,9049842% 99,9991390% 99,9999970%
15
Tabela 3 : Rendimentos finais para processos com diferentes níveis de Sigma e
diferentes números de etapas.
Considerado processo centralizado.
11
Com os valores dos rendimentos nestas várias situações, podemos calcular o DPMO
(Defeitos Por Milhão de Oportunidades), considerando 1 oportunidade de defeito por
unidade, fazendo :
Assim :
Sigmas
3σ 4σ 5σ 6σ
Etapas
Do processo
2.699,93 63,37 0,57 0,002
1
8.077,95 190,10 1,72 0,006
3
13.426,97 316,82 2,87 0,010
5
26.673,66 633,54 5,74 0,020
10
39.742,48 950,16 8,61 0,030
15
Tabela 4 : DPMO calculado para processos com diferentes níveis de Sigma e diferentes
números de etapas.
Considerado processo centralizado.
Considerado número de oportunidades de defeito por unidade = 1
Nesta tabela, podemos observar claramente como um processo 6 Sigma, mesmo com
várias etapas é robusto para garantir ao cliente final um padrão de qualidade muito superior
12
aos processos em outras condições. Mesmo para um processo com 15 etapas teríamos
apenas 0,03 defeitos em 1 milhão de oportunidades.
13
Finalmente, a consideração feita por alguns especialistas quanto ao desvio de 1,5σ , nos
parece totalmente descabida, pois parte de hipótese puramente empírica, como já foi
comentado. Além disso, dentro do objetivo de diminuição de variabilidade dos processos
pregado pela metodologia 6 Sigma, nos parece perfeitamente razoável que se busque
trabalhar com processos centralizados.
6. BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA
14
15