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Anlise: ADORMECIDA - Castro Alves

Na 1 estrofe o poeta cria atravs da percepo subjetiva (EU lrico) a imagem da mulher
amada. Ela construda por uma viso de sensualidade atravs do uso dos adjetivos (encostada
molemente, quase aberto, solto, descalo). Enquanto que os elementos noite, rede, roupo, cabelo e
tapete, criam o ambiente ntimo desta mulher, sugerindo a cumplicidade da intimidade e a
proximidade dele e da amada.
Na 3 estrofe o poeta utiliza elementos da natureza para insinuar o clima de sensualidade e
encantamento que eleva essa mulher.
Na 3 e 4 estrofe, ao personificar os elementos da natureza (galhos encurvados / indiscretos
entravam pela sala.../ Iam na face trmulos beij-la.) e coloc-los em contato fsico com a amada o
poeta constri uma cena de sensualidade e desempenho amoroso.
A utilizao repetitiva de versos no pretrito imperfeito (estremecia / serenava / beijava) e a
utilizao das reticncias cria um clima de erotismo recatado pela interao e troca contnua de
afagos entre a moa e a flor.
Na 5 estrofe, o poeta infantiliza a amada dando a ela um carter virginal (criana / negras
tranas).
Na 6 estrofe, ele retoma o carter ertico pelo contato fsico da natureza com essa mulher.
Na ltima estrofe subjetivamente o poeta mantm uma postura tpica do lirismo platnico e
com muita sensibilidade enaltece o carter virginal da amada.
Uma noite, eu me lembro... Ela
dormia
Numa
rede
encostada
molemente...
Quase aberta o roupo... solto o
cabelo
E o p descalo do tapete rente.
Stava aberta a janela. Um cheiro
agreste
Exalavam as silvas da campina...
E ao longe, um pedao do
horizonte,
Via-se a noite plcida e divina.
De um jasmineiro os galhos
encurvados,
Indiscretos entravam pela sala,
E de leve oscilando ao tom das
auras,
Iam na face trmulos beij-la.
Era um quadro celeste!... A cada
afago
Mesmo
estremecia...

em

sonhos

moa

Quando ela serenava... a flor


beijava-a...
Quando ela ia beijar-lhe... a flor
fugia...
Dir-se-ia
que
naquele
doce
instante
Brincavam
duas
cndidas
crianas...
A brisa, que agitava as folhas
verdes,
Fazia-lhe
ondear
as
negras
tranas!
E o ramo ora chegava ora
afastava-se...
Mas quando a via despeitada a
meio,
Pra no zang-la... sacudia alegre
Uma chuva de ptalas no seio...
Eu, fitando esta cena, repetia
Naquela noite lnguida e sentida:
flor! tu s a virgem das
campinas!

Virgem! tu s a flor da minha


vida!...

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