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CEFET-SP Uned Cubatão

Tecnólogo em Automação e Controle de Processos Industriais Contínuos

CEFET-SP Uned Cubatão

Curso: Curso Superior de Tecnologia em Automação e


Controle de Processos Industriais Contínuos
Turma: SAI – 171

Matéria: Geometria Analítica

Aluno: Flávio Alves Monteiro


Matrícula: 051017

Geometria Analítica Espacial 1


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Geometria Analítica Espacial 2


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GEOMETRIA ANALÍTICA

Conceito de vetor
Definição 1

Um, segmento orientado é um par ordenado (A, B) de pontos do espaço. A é dito

origem, B extremidade do segmento orientado. Os segmentos orientados da forma

(A, A) são ditos nulos. Se A ≠ B, (A, B) é diferente de (B, A).

Definição 2
 Dizemos que os segmentos orientados (A, B) e (C, D) têm o mesmo

comprimento se os segmentos geométricos AB e CD têm o mesmo

comprimento.

 Suponha (A, B) e (C, D) não nulos. Então dizemos que (A, B) e (C, D) têm

mesma direção se AB // CD (AB // CD inclui o caso em que as retas suportes

coincidem) . Nesse caso dizemos que (A, B) e (C, D) são paralelos.

 .Suponha que (A, B) e (C, D) têm mesma direção.

a) Se as retas AB e CD são distintas, dizemos que (A, B) e (C, D) têm mesmo sentido

se a intersecção entre os segmentos AC e BD for vazia. Caso AB ∩ CD ≠ φ ,

dizemos que (A, B) e (C, D) têm sentido contrário.

b) Se as retas AB e CD coincidem, tome (A', B') tal que A' não pertença à reta AB e

(A', B') tenha mesma direção, e mesmo sentido que (A, B). Então dizemos que (A, B)

e (C, D) têm mesmo sentido se (A', B' ) e (C, D) têm mesmo sentido. Se não, dizemos

que (A, B) e (C, D) têm sentido contrario.

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Definição 3 .

Os segmentos orientados (A,B) e (C,D) são equipolentes, e indica-se (A,B) ∼

(C,D), se um dos casos seguintes ocorrer:

a) ambos são nulos;

b) nenhum é nulo, e têm mesmo comprimento, mesma direção e mesmo sentido.

Proposição 1: A relação de equipolência goza das seguintes propriedades:

a) (A , B) ∼ (A , B) (reflexiva)

b) (A ,B) ∼ (C , D) ⇒ (C,D) ∼ (A,B) (simétrica)

c) (A,B) ∼ (C,D) e (C,D) ∼ (E ,F) ⇒(A ,B)∼ (E,F) (transitiva)

Observação: (Uma relação que goza das propriedades a), b) e c) se chama de

relação de equivalência.
Definição 4

 Um vetor é uma classe de equipolência de segmentos orientados de E3. Se

(A,B) é um segmento orientado, o vetor correspondente (ou seja, o vetor cujo



representante é (A,B)) será indicado por AB . Usam-se também letras latinas
→ → →
minúsculas encimadas por uma seta ( a , b , x etc.), não se fazendo desse

modo referência ao representante.

 Chamaremos vetor nulo ao vetor cujo representante é um segmento orientado



nulo (A,A) e indica-se o vetor nulo por 0 .
→ → → → →
 Os vetores x e y não-nulos são paralelos ( x // y ) se um representante de x

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→ → → → →
é paralelo a um representante de y (e portanto a todos). Se x // y , x e y
→ →
têm mesmo sentido se um representante de x e um representante de y têm

mesmo sentido. Consideramos o vetor nulo paralelo a qualquer vetor.

 Chamaremos norma (ou módulo, ou comprimento) de um vetor ao



comprimento de qualquer um de seus representantes; indica-se a norma de x
→ → →
por x . Se x = 1, dizemos que o vetor x é unitário.

Observação
→ →
O vetor BA é chamado vetor oposto do vetor AB e eles só diferem no sentido (se

A≠ B), já que seus representantes (A,B) e (B,A) têm mesma direção, mesmo

comprimento e sentido contrário. O vetor oposto do vetor AB é indicado também
→ → →
por - AB ; o vetor oposto de um vetor x é indicado por - x .

OPERAÇÕES COM VETORES

ADIÇÃO DE VETORES
→ →
Sejam os vetores u e v representados pelos segmentos orientados AB e BC.

→ →
Os pontos A e C determinam o vetor soma dos vetores u e v

Propriedades da adição

A1) PROPRIEDADE ASSOCIATIVA


→ → → → → → → → →
( u + v ) + w = u + ( v + w ), ∀ u , v , w ∈ V3

A2) PROPRIEDADE COMUTATIVA


→ → → → → →
u + v = v + u ∀ u , v ∈ V3

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A3) ELEMENTO NEUTRO


→ →
Existe um só vetor nulo 0 tal que para todo vetor u se tem:
→ → → → → →
u + 0 = 0 + u = u, ∀ u ∈ V3
→ → → → → →
u + 0 = AB + BB = AB = u .

A4) ELEMENTO OPOSTO


→ →
Dado um vetor u qualquer, existe um vetor que somado a u dá como resultado o
→ →
vetor nulo: trata-se do vetor oposto de u , que se indica por - u .
→ → → → →
u + ( -u ) = -u + u = 0
→ → → → → →
u + ( - u ) = AB + BA = AA = 0

 Diferença de vetores
→ → → → →
Chama-se diferença de dois vetores u e v , e se representa por d = u - v , ao
→ →
vetor u + ( - v ) .
→ →
Dados dois vetores u e v , representados pelos segmentos orientados AB e AC,
→ →
respectivamente, e construído o paralelogramo ABCD verifica-se que a soma s = u

+ v é representada pelo segmento orientado AD (uma das diagonais) e pela
→ → →
diferença d = u - v é representada pelo segmento orientado CB (a outra diagonal)

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 Multiplicação por um número real


→ →
Dado um vetor v ≠ 0 e um número real k ≠ 0, chama-se produto do número real k
→ → →
pelo vetor v o vetor p = k v , tal que:
→ → →
p k v k v
a) módulo: = =

b) direção: a mesma de v
→ →
c) sentido: o mesmo de v se k > 0 , e contrário ao de v se k < 0.

Observações:
→ → → → →
a) Se k = 0 ou v = 0 , o produto é o vetor 0 , isto é k v = 0 .
→ → → →
b) Dados dois vetores u e v , colineares, sempre existe k ∈ R tal que u = k v .

−2 → −5
Exemplo: se u =

⇒ →
v = 2

5 v u
1
→ → →
c) O versor de um vetor v ≠ 0 é o vetor unitário u = →
v v ou

→ → →
v v v
→ →

u = v → De fato, ele é unitário u = →


v
= →
v
=1

→ →→ →
v
Daí, concluí-se que v = u isto é, o vetor v é o produto de seu módulo pelo

vetor unitário de mesma direção e mesmo sentido de v

Propriedades da multiplicação de número por vetor.


→ →
Se u e v são vetores quaisquer e α e β são números reais, temos:

→ → → → → →
M1) α ( u + v ) = α u + α v , ∀ α ∈ R , ∀ u , v ∈ V3 (distributiva

em relação à adição de vetores)


→ → → →
M2) ( α + β ) v = α v + β v , ∀ α ,β ∈R , ∀ v ∈ V3
→ → →
M3) 1. v = v, ∀ v ∈ V3
→ → → →
M4) α ( β v ) = (α β ) v = β ( α v ) , ∀ α , β ∈ R , ∀ v ∈ V3
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Observação

→ v 1 →
Se α ∈ R e v ∈ V , com α ≠ 3
0, significa α v
α
 Soma de ponto com vetor

Cada ponto P ∈ E3 e cada vetor v ∈ V3 associa um único ponto Q de E3
→ → →
indicado por P + v e chamado soma de P com v . Assim: ∀ P ∈ E3 , ∀ v ∈ V3 :
→ →
P+ u =Q ⇔
→ →
PQ = u donde P + PQ =Q

Observação:
→ →
A notação P - v indica a soma do ponto P com o vetor oposto do vetor v
→ →
Assim: P - v = P + ( −v )

Propriedades dessa operação:



P1 P + 0 = P ∀ P ∈ E3

P + PP = P

P+ u = P + v ⇒ u + v
→ → → →
P2
→ → → → → →
Seja Q = P + u = P + v por def. decorre PQ = u e PQ = v
→ →
Logo u = v

→ → → → → →
P3 ( P + u ) + v = P + ( u + v ) ∀ u , v ∈ V3 ∀ P ∈ E3
→ → → →
Sejam A = P + u e B = A + v ( logo B = (P + u ) + v )
→ → → →
por def. decorre que PA = u e AB = v somando, temos:
→ → → → → → → → → →
PA + AB = u + v mas, PA + AB = PB , portanto temos PB = u + v
→ →
Pela definição de soma de ponto com vetor, temos: B = P ( u + v )

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→ → → →
e portanto: (P + u ) + v = P + ( u + v )

P4

A+ v = B+ v

⇒ A=B

A + v = B + v ⇒ (A + v ) - v = (B + v ) - v ⇒
→ → → → → → P3

⇒ A+(v - v )= B+(v - v ) ⇒ A+ 0 =B+ 0 ⇒ A=B


P3 → → → → → → P1

→ →
P5 (P- v)+ v =P
→ → → → P3 → → → P1
( P - v ) + v = [P + ( - v ) ] + v ⇒ P + [ - v + v ] = P + 0 ⇒ P

Dependência Linear
→ → → →
Dados n vetores v ,v1 2
, v 3 →
,....., v n
chama-se combinação linear dos n
→ →
vetores a qualquer vetor da forma: a v 1
1 + a2 v 2
+ ....+ an v n
em que a1 , a2 ,

a3 ,......,an são números reais.

Observe que os números a1 , a2 , a3 ,......, an que figuram na combinação linear podem

ser nulos ou não.



→ →
O vetor nulo é combinação linear de qualquer vetor pois: 0 = 0

v 1
+0 v 2
+

+..... + 0 v p , onde p é qualquer número natural, maior do que zero.

Exemplo:

No triângulo ABC, M é o ponto médio de BC. Escrever o vetor AM como
→ →
combinação linear de AB e AC

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B M C

Solução:

Traçar pelo ponto M, paralelas aos lados AB e AC. Pelo teorema de Pitágoras → P e

N são pontos médios dos lados AB e AC, respectivamente.

P N

B M C

Como o quadrilátero APMN é um paralelogramo, temos:


→ → → → 1 → → 1 →
AM = AP + AN e AP = 2 AB e AN = 2 AC

→ 1 → 1 →
portanto: AM = 2 AB
+ 2 AC

Condições para que um vetor possa ser dado como combinação linear de outros
vetores.
 Proposição 1 (para dois vetores)
→ → → →
Dados um vetor v , não nulo, e um vetor u , tais que u // v , então existe um único
→ →
número real m tal que u = m v

a) Se o vetor u for nulo, basta fazer m = 0.

b) Se o vetor u também também não for nulo, teremos:

u
→ → → →
 u  =  m v  ⇒ u  =  m   v  ⇒m = ± → , sendo m > 0
v

→ → → →
se u e v têm mesmo sentido e m < 0 se u e v têm sentidos contrários.
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“Dois vetores são paralelos se e somente se um deles é igual ao outro multiplicado


por um número real” .
→ →
exemplo: Sejam dados os vetores u e v , paralelos e de sentidos contrários tais que
→ → → → → →
u =4 e v = 7. Escreva u em função de v e v em função de u .
→ →
Solução: Como u e v têm sentidos contrários, o número que multiplicando um
deles dá o outro será um número negativo.
→ → → →
4u = 7 v ∴ u v
→ −4 → → −7 →
u = 7 v e v = 4 u

 Quando a combinação linear existe, dando um vetor em função do outro,


dizemos que existe uma dependência linear entre eles e, o conjunto formado por
dois vetores paralelos é linearmente dependente. ( LD ).

 Um vetor não nulo v forma uma base para o conjunto de todos os vetores que
→ →
possuem a mesma direção de v , isto é, todos os vetores paralelos a v são

múltiplos de v .

 Proposição 2 ( para 3 vetores )


→ → → → → →
Dados os vetores u e v , LI, e o vetor w tais que u , v e w sejam coplanares,
→ → →
então existem e são únicos os números n e m , tais que w = m u + n v .

a) Se o vetor w for nulo, basta fazer m = 0 e n = 0.
→ →
b) Se o vetor w for paralelo a u , basta fazer n = 0 e achar m conveniente.
→ →
c) Se o vetor w for paralelo a v , basta fazer m = 0 e achar n conveniente.

d) Se o vetor w não for nulo e não for paralelo a nenhum dos dois vetores,

→ →
tomemos os três vetores aplicados em um mesmo ponto A e seja AP = w
B P

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→ →
v w


A u C
→ →
Traçando-se por P paralelas a u e a v forma-se o quadrilátero ABPC
→ → →
paralelogramo ∴ AP = AB + AC
→ → → → → →
Como AC // u , existe um número real m tal que AC = m u e como AB // v ,
→ → → → →
Existe um número real n tal que AB = n v e, portanto: w = m u + n v .
→ →
• Pela definição da operação adição de dois vetores pode-se afirmar que “ w = m u
→ → → → → → →
+ n v então u , v e w são coplanares” pois w, mu e n v possuem
representantes que são lados de um triângulo, sendo portanto coplanares e,
→ → →
conseqüentemente w , u e v também são coplanares.
“Três vetores são coplanares se e somente se um deles é igual a uma combinação
linear dos outros dois”.
Exemplo:
→ → → → → →

Dados os vetores u , v e w , como na figura, e sendo u =2, v =3e w = 6,


→ → →
Obter w como combinação linear de u e v .

θ = 600 C P

w

v

θ θ

A u B
→ →
Por P traça-se // a u e a v . Assim, ABPC é um paralelogramo sendo que o triângulo
ABP é eqüilátero.
→ → → →
AB = 3 u e AC = 2 v , logo:

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→ → →
AP = AB + AC
→ → →
w = 3u + 2 v

• Dados três vetores coplanares, sendo dois deles LI, o outro poderá ser expresso
como combinação linear dos dois primeiros.
• Como essa combinação linear sempre existe, dando um vetor em função dos outros
dois pode-se dizer que existe uma dependência linear entre eles ou seja, o conjunto
formado por três vetores coplanares é LD.
• O conjunto formado por três vetores não coplanares é LI.
• Dois vetores LI formam uma base para o conjunto de todos os vetores coplanares
→ → →
com eles isto é, todo vetor w , coplanar com u e v , LI , pode ser sempre escrito
→ →
como combinação linear de u e v .

 Proposição 3 ( para 4 vetores )


→ → → →
Dados u , v e w , LI , e o vetor r qualquer, então existem e são únicos os
→ → → →
números reais m , n e p tais que r = m u + n v + p w

a) Se o vetor r for nulo, basta fazer m = 0 , n = 0 e p = 0.
→ →
b) Se o vetor r for paralelo a u , basta fazer n = 0 e p = 0 e encontrar o m

conveniente.
→ →
c) Se o vetor r for paralelo a v , basta fazer m = 0 e p = 0 e encontrar o n

conveniente.
→ →
d) Se o vetor r for paralelo a w , basta fazer m = 0 e n = 0 e encontrar o p

conveniente.

e) Se o vetor r não for nulo, nem paralelo a nenhum dos outros três vetores, mas

→ →
for coplanar a u e v , basta fazer p = 0 e encontrar m e n convenientes.

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f) Se o vetor r não for nulo, nem paralelo a nenhum dos outros três vetores, mas

→ →
for coplanar a v e w , basta fazer m = 0 e encontrar n e p convenientes.

g) Se o vetor r não for nulo, nem paralelo a nenhum dos outros três vetores, mas

→ →
for coplanar a w e u , basta fazer n = 0 e encontrar m e p convenientes.

h) Se o vetor r não for nulo, nem paralelo a nenhum dos outros três vetores, nem

coplanar com dois deles, tomemos os quatro vetores aplicados em um mesmo


ponto A .

→ → → → →
Seja AP = r . Traçando por P paralelas a u , a v e a w obtemos, assim, um
paralelogramo.
→ → → →
Portanto: AP = AB + BC + CP
→ → → → → →
Como AB // u existe um número real m tal que AB = m u ; AD // v existe um
→ → → → →
número real n tal que AD = n v ; AE // w existe um número real p tal que AE = p
→ → → → →
w ∴ r = mu + nv + pw
E

P
→ →
w r
→ →
u A v D

B C
“ Dados quatro vetores no espaço, sempre um deles é combinação linear dos outros
três” – Os vetores são LD.
Exemplo:

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→ → → → →

Dados os vetores u , v e w , ortogonais dois a dois; sendo u = 1; v = 2;


→ →
→ → → →
w = 3; r =6 3 e sabendo que r forma ângulos iguais com u , v e w , obter
→ → → →
r como combinação linear de u , v e w .

Solução:
→ →
E w r
P
→ → → →
w r u v
→ →
u A v D

B C
→ → →
Tracemos por P, paralelas a u , v e w .
Obtemos, assim, um cubo de aresta 6 logo:
→ → → → → → → → → →
AB = 6 u AD = 3 v AE = 2 w portanto r = 6 u + 3 v + 2 w

Base
→ →
Chama-se base de V3 a qualquer trinca ordenada de vetores LI. Assim, se ( u , v
→ → → → →
, w ) é uma base de V3 então qualquer vetor r de V3 é gerado por u , v , w , ou
→ → → →
seja, existem números reais m, n e p tais que r = m u + n v + p w . Como esses
números são únicos, associamos a cada vetor de V3 uma única trinca de números

reais ( m, n, p). Esses números são chamados de coordenadas de vetor r em relação
→ → → → → → →
à base ( u , v , w ) ; os vetores m u , n v e p w são componentes do vetor r .
Exemplos:
→ → →
Fixada uma base E = (
e e e
1
,
2
,
3
)

) Verificar se são LI ou LD os vetores:

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→ →
a) u = (1, 2, 3) e v = ( 2, 1, 1)
1 2 3 → →

2
≠ 1
≠ 1
eles não são proporcionais ∴ ( u , v ) é LI

→ → 1 7 1
b) u = (1, 7, 1) e v = ( 2
, 2
, 2
)
1 7 1
1 = 7 = 1 são proporcionais - fator de proporcionalidade: 2
2 2 2
→ → → →
u=2 v ∴ ( u , v ) é LD

2) Verificar se são LI ou LD os vetores:


→ → →
u = (1, -1, 2) v = ( 0, 1, 3) w = ( 4, -3, 11)
1 -1 2
0 1 3 = 0
4 -3 11
→ → →
resulta que ( u , v , w ) é LI

→ → →
3) Sejam: f 1
=2
e 1
-
e 2

→ → → →
f 2
=
e e 1
-
2
+2
e 3

→ → →
f 3
=
e 1
+2
e 3

→ → →
Mostre que ( f 1
, f 2
, f 3
) é LI e portanto base de V3

Resolução:

Tem-se: f 1
= (2 , - 1 , 0 )

f 2
= (1, - 1, 2 )

f 3
= ( 1, 0, 2 )
2 -1 0
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→ → →
1 -1 2 = -4 ≠ 0 logo ( f 1
, f 2
, f 3
) é LI
1 0 2

4) Calcule as coordenadas do vetor v = ( 1, 1, 1 )E na base F do exercício
anterior.

Resolução:
→ → →
Sabemos que: f 1
=2
e 1
-
e 2

→ → → →
f 2
=
e e 1
-
2
+2
e 3

→ → →
f 3
=
e 1
+2
e 3

→ → →
Resolvendo as equações acima com relação a
e e e
1
,
2
,
3
temos:

→ → → → → →

f 2
= f 3
-
e 2

e 2
= f 3
- f 2

→ → → → → → → → → →

f 1
=2
e 1
-
e 2
∴ f 1
=2
e 1
-( f 3
- f 2
) ∴ f 1
+ f 3
- f 2
=


2
e 1

→ → → →
1 1 1

e 1
= 2 f 1
- 2 f 2
+ 2 f 3

→ → → → → → → →
1 1 1 1
f 3
=
e 1
+2
e 3
∴ f 3
-
e 1
= 2
e 3
∴ 2 f 3
- 2
( 2 f 1
- 2

→ → →
1
f 2
+ 2 f 3
)=
e 3

→ → → →
1 1 1

e 1
= 2 f 1
- 2 f 2
+ 2 f 3

→ → →

e 2
= - f 2
+ f 3

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→ → → →
1 1 1
e 3
= - 4 f 1
+ 4 f 2
+ 4 f 3

→ →
→ → →
como v = ( 1, 1, 1 )E , temos v =
e 1
+
e 2
+
e 3
e, portanto:

→ → →
→ 1 5 7
v = 4 f 1
- 4 f 2
+ 4 f 3

donde
→ 1 5 7 → 1 5 7
v = ( 4 , - 4 , 4 ) isto é, as coordenadas de v na base F são: 4 , - 4 , 4

BASE
→ → →
Chama-se base V3 a qualquer tripla ordenada E = (
e e e
1
,
2
,
3
) LI de vetores de

→ → → → →
V3. Se ( ) é uma base de V3, todo vetor de V3 é gerado por
e e e
1
,
2
,
3 e e 1
,
2


e
e 3

, isto é, para todo v ∈ V3, existem escalares a,a ,a
1 2 3
, tais que

→ → →

v = ae 1 1
+ a e 2 2
+ a e 3 3
.

e 3

e 2

e 1

Essa tripla ( a , a , a 1 2 3
) de escalares é única.

Escolhida uma base E de V3 fica associada univocamente a cada vetor v uma tripla

ordenada de escalares ( a, a 1 2
, a 3
). Essa tripla é denominada tripla de

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coordenadas do vetor v em relação à base E. Observe que é importante a ordem dos


escalares a a a 1
, 2
, 3
; trata-se de uma tripla ordenada ∴

v = ae
1 1
+ a 2

→ →

e 2
+ a e 3 3
. A notação utilizada para indicar que a, a 1 2
, a 3
são


coordenadas (nessa ordem) do vetor v em relação à base E é

v =( a , a ,a
1 2
)
3 E
ou

v =( a , a ,a
1 2 3
)

É conveniente que as operações entre vetores sejam feitas diretamente com


coordenadas, evitando perda de tempo.

a) Adição: Se u = (

a , a , a ) e v = (b , b , b
1 2 3

1 2 3
) então

=(a + b , a + b , a + b )
→ →
u+ v 1 1 2 2 3 3

De fato:
→ → →

u = ( a a a
1
, 2
, 3
) ⇒ u =

ae 1 1
+ a e 2 2
+ a e 3 3

→ → →

v = ( b b b
1
, 2
, 3
) ⇒

v = b e 1 1
+ b e 2 2
+ b e
3 3

Logo:
→ → →

u+ v =(

a b e 1
+ 1
)
1
+ ( a 2
+ b e 2
)
2
+( a 3
+ b e 3
)
3

ou seja:

u+ v =(

a +b , a
1 1 2
+ b ,a 2 3
+ b 3
)
→ →
Para o procedimento acima é essencial que u e v estejam referidos a uma mesma
base.

b) Multiplicação por escalar: Se u = (



a,a ,a 1 2 3
) e λ é um escalar, então

λ u = (λ

a ,λ a 1 2 ,λ a 3)

De fato:

Geometria Analítica Espacial 19


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→ → →

u =( a a a
1
, 2
, 3
)⇒ u =

ae 1 1
+ a e 2 2
+ a e 3 3

⇒λ u = λ ( a 1

→ → →

e 1
+ a e 2 2
+ a e 3 3
)=

→ → →
= (λ a )e 1 1
+ (λ a )e 2 2
+ (λ a )e3 3
⇒ λ u = (λ

a ,λ a
1 2 ,λ a 3)

→ → →
Observação: u = 0 ⇔ u = ( 0, 0, 0 )
Vamos reexaminar em termos de coordenadas o conceito de dependência e
independência linear.

Proposição 1: Os vetores u = (

x , y , z1 ) e
1 1

v =( x , y , z 2 ) são LD se
2 2

e somente sex , y , z1 , são proporcionais a x , y , z 2


1 1 2 2

Proposição 2: u = ( x , y , z1 ) , v = ( x , y , z 2 ) , x,y
→ → →
1 1 2 2 w =( 3 3
,

z 3 ) são LI se e somente se x y z1
1 1

x y z2 2 2
≠ 0

x y z3 3 3

O conceito de ortogonalidade de vetor com setas e planos se define de modo natural,


usando os mesmos conceitos para os segmentos orientados que representam o vetor.
Definição:
→ →
 u = 0 é ortogonal à reta r [ ao plano π ] se existe um representante (A, B)

de u tal que o segmento AB é ortogonal a r [ a π ]. O vetor nulo é

considerado ortogonal a toda reta r e a todo plano π .


→ →
 Os vetores u e v são ortogonais se um deles é nulo, ou, caso contrário,
admitirem representantes perpendiculares.
 Para ortogonalidade usaremos o símbolo ⊥ .

Proposição 3:

Geometria Analítica Espacial 20


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→ → → →
→ → 2 2 2
Os vetores u e v são ortogonais se e somente se u + v = u + v .
Demonstração:
→ → → →
Tomando um ponto ) qualquer, u ⊥ v se e somente se os pontos 0, 0 + u , 0 + u

+ v , são vértices de um triângulo retângulo.
→ →
0+ u + v
→ →
u + v

v

u

0 0+ u
→ → → → → →
Definição: Uma base E = (
e e 1
,
2
,
e 3
) é ortonormal se
e e 1
,
2
,
e 3
são

→ → →
unitários ( e
1 = e 2 = e 3 = 1) e dois a dois ortogonais.

e 3


0
e 2

e
1

→ → → →
→ →
Proposição 4: Se E = (
e e e
1
,
2
,
3
) é base ortonormal, e u = x
e 1
+y
e 2
+

→ →

= √ x2 + y2 + z2
z
e
3
então u

Ângulo entre vetores – Produto Escalar

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→ →
Seja os vetores não nulos u e v . Tomemos um ponto 0 ∈ E3 e, sejam P, Q ∈
→ → → →
E3 tais que u = OP , v = OQ . Seja θ a medida em radianos (graus) do ângulo

POQ satisfazendo 0 ≤ θ ≤ π [ 0 ≤ θ ≤ 1800 ]


P P’
→ →
u u

θ θ
→ →
0 v Q 0 v Q’
→ →
Se tivéssemos tomado outro ponto 0’ ∈ E3 em lugar de 0, e P’, Q’ com u = OP ,
→ →
v = OQ obteríamos que a medida em radianos [graus] de P’Ô’Q’, ainda seria θ

(como na figura)
Definição 1
→ →
O número θ se chama medida em radianos [graus] do ângulo u e v .
→ →
Para encontrar uma expressão que forneça θ em termos de u e v fixa-se uma base

x , y , z1 ) e x , y , z2 )
→ → → → →
ortonormal ( i , j , k ) e sejam u = ( 1 1 v =( 2 2

Observação:
1) Uma base no espaço é ortonormal se os vetores forem unitários e dois a dois
forem ortogonais.
2) Sendo a base ortonormal a norma de qualquer vetor pode ser calculada


w = ( a, b, c ) ⇒ = √ a2 + b2 + c2
w

Aplicando a lei dos co-senos ao triângulo POQ resulta:


P
→ → → → →

u
QP 2
= u 2
+ v 2
–2 u + v cos θ (1)

θ

0 v Q

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(x x y y z
→ → → → →
2 2 2 2
QP = OP - OQ = u + v = 1
- 2
, 1
- 2
, 1 -

z) = 2
2

=(x -x ) y -y z -z x
2 2 2 2
x y y + z 2 - 2(
2 2
1 2
2
+( 1 2
)2 +( 1 2 )2 = 1
+ 1
+ z1 + x2 + 2 1

x + y y + z1 z 2 )
2 1 2

Substituindo em ( 1 ), resulta

x x + y y + z1 z 2
→ →
u v cos θ = 1 2 1 2
(2)
2 2
y

x
2
expressão esta que nos permite calcular cos θ , pois u =√ 1
+ 1
+ z1 e
2 2
y

+ z2
2
v =√ x 2 + 2

A expressão ( 2 ) nos mostra que x x + y y + z1 z 2 não depende da base


1 2 1 2

ortonormal fixada, pois o primeiro membro não depende.


→ →
Se u ou v são nulos, a expressão do 2º membro é nula.

Definição 2:
→ → → →
Chama-se produto escalar dos vetores u e v ao número u • v dado por:
→ → → →
0 se u = 0 ou v = 0
→ →
u • v
→ →
→ → → →
u v cos θ se u ≠ 0 ou v ≠ 0
→ →
sendo θ a medida do ângulo entre u e v .
 Desde que as coordenadas usadas se referirem a uma base ortonormal podemos

escrever: u • v =
→ →
x x + y y + z1 z 2
1 2 1 2

→ → → →
 Da definição, resulta que se u ≠ 0 ou v ≠ 0 então:
→ →
cos θ = u • v

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→ →
u v


→ →
 Observe que decorre da própria definição que: u = √u •u

x x y y z z
2 2 2
→ →
y

pois u • u = 1 1
+ 1 1
+ 1 1 = x
1
+ 1
+ z 1
= u 2

proposição 1
→ → →
Quaisquer que sejam u , v , w de V3 e qualquer que seja λ real, tem-se:
→ → → → → → →
1) u • ( v + w ) = u • v + u • w
→ → → → → →
2) u • ( λ v ) = (λ u ) • v = λ ( u • v )
→ → → →
3) u • v = v • u
→ → → → → →
4) u • u ≥ 0 ; u • u = 0 ⇔ u = 0
proposição 2
→ → → →
u ⊥ v ⇔ u • v =0

Demonstração
→ →
Se u ou v é nulo, é imediato.
→ → π → →
Se u • v = 0 ⇔ cos θ = 0 ⇔ θ = 2 ⇔ u ⊥ v ( lembre-se que 0 ≤ θ ≤

π )
Observação:
→ → →
“ uma condição necessária e suficiente para que uma tripla (
e 1
,
e 2
,
e 3
) de

vetores de V3 seja uma base ortonormal é que


→ → → → → →
• • •
e 1 e 1
=
e 2 e 2
=
e 3 e 3
=1

e
→ → → → → →
• • •
e 1 e 2
=
e 1 e 3
=
e 2 e 3
=0

→ →
• e
resumindo:
e i j
= 1, se i = j

Geometria Analítica Espacial 24


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0, se i ≠ j
Atenção:
→ → → → →
 Evite o erro seguinte: sendo u • v = u • w , cancelar u e concluir que

→ →
v = w . ISTO É FALSO
→ → → → → → → → → → → → →
u • v = u • w ⇔ u • v - u • w = 0 ⇔ u •(v - w)= 0 ⇔ u ⊥ (v -

w)
Exemplos:
É fixada uma base ortonormal
→ →
1) Ache a medida em radianos do ângulo entre os vetores u = (2, 0,-3) e v =
(1, 1, 1).
Resolução:
→ →
u • v = (2, 0, -3) • (1, 1, 1) = 2 . 1 + 0 . 1 + (-3) . 1 = -1

u = ( 2,0,−3) = √ 22 + 02 + (-3)2 = 13


v = (1,1,1) = √ 12 + 12 + 12 = 3

→ →
∴ cos θ = u • v = -1 = -1
→ →
u v 13 3 39

−1
∴ θ = ARC COS ( 39
)

2) Ache a medida em graus do ângulo entre os vetores u = (1, 10, 200) e

v = ( -10, 1, 0)
Resolução:
→ →
u • v = (1, 10, 200) • ( -10, 1, 0) = 1 . (-10) + 10 . 1 + 200 . 0 = 0
→ →
Logo: u ⊥ v , e θ = 900 (em graus)
3) Demonstre a desigualdade de Schwarz:
→ → → →
u • v ≤ u v

Geometria Analítica Espacial 25


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Resolução:
→ →
Se u ou v é nulo, é imediato, pois ambos os membros se anulam.
→ → → →
Se u ≠ 0 e v ≠ 0 , então a desigualdade de Schwarz resulta imediatamente de
→ →
cos θ = u • v e │ cos θ │≤ 1
→ →
u v

Observe que a igualdade vale se e somente se um dos dois vetores é nulo ou, caso
contrário, se │ cos θ │≤ 1

→ → → → → → →
4) O ângulo entre a e b mede 1200 . Sendo a = 4, b = 3, u = a + b e
→ → → → →
v = a - 2 b , o ângulo entre u e v é agudo, reto ou obtuso?

Solução:
→ → → → → → → → → → → → → →
u X v = (a + b ) X (a - 2 b ) = a X a - 2 a X b + b X a - 2 (b X b ) ⇒
→ → → → → →
⇒u X v = a 2 –2 b 2 - a Xb
→ → →→ −1
Mas, a X b = a b cos 1200 = 4 . 3 . 2
= -6 Assim,
→ →
u X v = 16 – 2 . 9 – ( -6) = 4.
→ → →
Como o produto escalar entre u e v é positivo, concluímos que o ângulo entre u e

v é agudo.

5) Qual o valor de m para que os vetores sejam ortogonais?


→ →
a) u = (m, 2, 3) e v = ( 2, -1, 2)
→ →
b) r = ( m, 3, 4 ) e s = ( m, -2, 3 )
Solução:

Geometria Analítica Espacial 26


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→ →
a) u X v = ( m, 2, 3 ) X ( 2, -1, 2 ) = 2m –2 + 6 = 0 ⇒ m = -2
→ →
b) r X s = ( m, 3, 4 ) X ( m, -2, 3 ) = m2 –6 + 12 = ⇒ m2 + 6 = 0 ⇒

⇒ não existe m real, ou seja, os vetores nunca são ortogonais, para um mesmo
valor de m real.

6) Calcular o ângulo entre os vetores:


→ →
a) u = (1, 2, 2 ) e v = ( 1, -4, 8 )
→ →
b) r = ( 4, -1, 3 ) e s = ( 1, 1, -1 )

Solução:
(1,2,2) X (1,−4,8) 9 1
a) cos θ 3. 9
= 27
⇒ θ = arc cos 3
≅ 710

b) cos θ = (4, -1, 3) X (1, 1, -1 ) = 0 = zero ⇒ θ = 900


26 . 3 26 . 3
→ →
isto é, r e s são ortogonais.

Ângulos diretores
Os ângulos que um vetor forma com os eixos coordenados são chamados de
ANGULOS DIRETORES. Eles são assim chamados porque fornecem a direção do
vetor (e também o sentido)

Como os eixos coordenados possuem a mesma direção e sentido dos vetores i ,
→ →
j e k.
Assim, temos: z
→ → → →
v = (a, b, c) = a i + b j + ck

então: γ v
( a, b, c ) a
cos α = →
v X (1, 0, 0) ⇒ cos α = → 0 α y
v
( a , b, c ) b
cos β = →
v X (0, 1, 0) ⇒ cos β = → x
v
Geometria Analítica Espacial 27
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( a, b, c ) c
cos γ = →
v X (0, 0, 1) ⇒ cos γ = →
v

Os co-senos dos ângulos diretores α , β e γ são chamados de COSSENOS


DIRETORES.

PROPRIEDADES:
→ → →
a) Seja o vetor v = ( a, b, c ). Designando o versor de v por u , vem:
→ →
v a b c v

u = →
v
=( →
v , →
v , →
v ) ⇒ →
v
ou


u = ( cos α , cos β , cos γ )
Portanto, as componentes do versor de um vetor são os cossenos diretores deste
vetor.

b) Como o versor de v é um vetor unitário, o módulo de um versor é igual a 1,
assim temos:
cos α , cos β , cos γ = 1
mas, cos α , cos β , cos γ = √ cos2 α + cos2 β + cos2 γ
logo:
√ cos2 α + cos2 β + cos2 γ = 1 ⇒ cos2 α + cos2 β + cos2 γ =1
Exemplos:
→ → → →
1) Achar os ângulos diretores do vetor v = i -2 j + 2 k = (1, -2, 2)
1 1
Solução: cos α = 3
⇒ α = arc cos 3
⇒ α ≅ 710
−2 −2
cos β = 3
⇒ β = arc cos 3
⇒ β ≅ 1320
2 2
cos γ = 3
⇒ γ = arc cos 3
⇒ γ ≅ 480

2) Os ângulos diretores de um vetor são α , 450 e 600. Determinar α .


Solução:
Substituindo na igualdade: cos2 α + cos2 β + cos2 γ =1

Geometria Analítica Espacial 28


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β por 450 e γ por 600, temos:


cos2 α + cos2 450 + cos2 600 = 1

 2 1 2
cos2 α +  2 +   =1
 2 
  2

2 1 1 1 1
cos2 α = 1 - 4
- 4
⇒ cos2 α = 4
⇒ cos α = ± 4
⇒ cos α = ± 2

logo: α = 600 ou α = 1200


Vetor – componente
Um problema de muita aplicação na Física Geral é o de achar o vetor-componente
ou vetor-projeção de um vetor dado em uma direção dada, ou ainda, a decomposição
de um vetor em dois vetores. Veja a figura a seguir:

u

→ → → → → →
u u- c u- c u

v
→ → → →
c c = 0 c
→ →
O vetor c é chamado de vetor-componente ou vetor-projeção de u na direção de
→ →
v , v não nulo.
→ → →
Para encontrarmos o vetor c , conhecidos u e v , basta observarmos que:
→ → → → →
( i ) c // v e ( ii ) u - c ⊥ v
→ →
De ( i ) , vem; existe m ∈ ℜ tal que c = m v
De ( ii ) , vem:
→ → → → → → → → → →
(u - c ) X v = 0 ⇒ ( u - m v ) X v = 0 ⇒ u X v -m( v X v)=0 ⇒
→ → → → → → → → →
⇒u X v =m( v X v) ⇒ m= u X v = u X v . Temos assim o vetor c
→ → →
v 2
v X v
→ → → →
isto é, c = u X v . v ⇒

Geometria Analítica Espacial 29


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→ →
v X v
→ →
v v
→ →
⇒ c = ( u X →
v
). →
v

→ → →
Exemplo: Decompor o vetor u = ( 6, -3, 9 ) em dois vetores c e d , sendo
→ → → → →
c paralelo a v e d ortogonal a v , onde v = ( 1, 2, 2).

Solução:
Veja a figura
→ → →
u d v

Decompor um vetor u é encontrar

vetores que somados dão, como c

resultante o vetor u
→ → → → → →
Neste caso, u = c + v sendo c o vetor-componente de u na direção de v e o
→ → → → → →
vetor d o vetor-diferença entre u e c , isto é: d = u - c . Assim, temos:
→ (1,2,2) (1,2,2)
c = [ ( 6, -3, 9 ) X 3
] . 3
→ (1,2,2) → → → →
c =6. ⇒ c = (2, 4, 4) = 2 i +4 j + 4k
3
→ → → → → →
d = u - c = (6, -3, 9) – (2, 4, 4) = (4, -7, 5) = 4 i -7 j + 5 k

Observações:
→ →
( i ) Os vetores c e d , do exemplo acima, são as componentes ortogonais do vetor
→ → →
u , tendo c a direção de v

( ii ) O módulo do vetor-componente ou vetor-projeção c será dado por


→ → v
c = u X →
v
que é o módulo da expressão que está dentro dos colchetes, na

segunda indicação da fórmula do vetor-componente c .

Projeção de um Vetor
→ → → →
Sejam os vetores u e v , com u ≠ 0 e v ≠ 0, e θ o ângulo por eles
→ → →
formado. Deve-se calcular o vetor w que representa a projeção de u sobre v .
Observe a figura:
→ →
u u

Geometria Analítica Espacial 30


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θ θ
→ → → →
w v w v

→ →
Como w e v têm a mesma direção, segue-se que:
→ →
w =k v, k∈ℜ
Então:
→ →
w = k v ou


→  
 

→ uXv → 
1 uXv 1 2

uXv  →

→ →
k= w →
v = →

v ∴ k = logo: w = 
 → v
2

v v v 

 

 

→ → → →
Portanto, o vetor projeção de u sobre v ( proj. → u = w ) é:
v


 → →  v
→ u v 
proj. → u= 

X →

v
v  v 

 →→ 
 uXv  →

ou proj. → u =  →→  v
v  vXv 
 
Exemplos:
→ →
1) Determinar o vetor projeção de u = ( 2,3,4 ) sobre v = ( 1, -1, 0 )
Solução:
 →→ 
→  uXv  →
Utilizando a fórmula proj. → u =  →→  v obtem –se:
v  vXv 
 
→  ( 2,3,4) X (1,−1,0)   2 −3 +0 
proj. → u= 
 (1,−1,0) X (1,−1,0) 

 (1, -1, 0) =  1 + 1 + 0  (1, -1, 0)
  
v
→  2 −3 1 1 1
proj. → u =  2  ( 1, -1, 0 ) = - 2 ( 1, -1, 0 ) = ( - 2 , 2 , 0 )
v
→ → → → → → → → → →
2) Dada a base ortonormal B = ( i , j , k ), sejam u = 2 i -2 j + k e v = 3 i - 6 j
→ →
a) Obtenha a projeção ortogonal de v sobre u
→ → → → → → →
b) Determine p e q tais que v = p + q , sendo p paralelo e q ortogonal a

u
Solução:
→ →
a) Em relação a B, u = ( 2, -2, 1 ) e v = ( 3, -6, 0 ).

→ →
Logo, u 2 = 22 + (-2)2 + 12 = 9 e v X u = 3 . 2 + ( -6) (-2) + 0 . 1 = 18
Geometria Analítica Espacial 31
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vXu
→ →
2
→ 18
Logo, proj. → v = u = ( 2, -2, 1 ) = ( 4, -4, 2 )
u u 9

→ → → →
b) O vetor p é a projeção ortogonal calculada em ( a ), e q é a diferença v - p .
→ → →
Portanto q = v - p = ( 3, -6, 0 ) – ( 4, -4, 2) = ( -1, -2, -2 )

PRODUTO VETORIAL

Definição:
→ → → →
Dados os vetores u = a i + b j + c k e
→ → → →
v = d i + e j + f k , definimos produto vetorial dos vetores
→ →
u e v como sendo o vetor dado pelo determinante formal:
→ → →
i j k
→ → → → →
u ^ v = a b c = b c . i - a c . j + a b . k
d e f e f d f d e

onde, o 2º lado da igualdade corresponde à expansão do determinante, pela regra de


Laplace, através da primeira linha.

Exemplo:
→ → →
i j k
→ → →
a) ( 1, 3, 5 ) ^ ( 1, 1, 1 ) = 1 3 5 = -2 i + 4 j -2 k
1 1 1
→ → →
i j k
→ → →
b) ( 1, 1, 1 ) ^ ( 1, 3, 5 ) = 1 1 1 = 2i -4 j + 2k
1 3 5
→ → →
i j k
→ → → →
c) ( 0, 0, 0 ) ^ ( 2, 1, 7 ) = 0 0 0 = 0i +0 j + 0k = 0
2 1 7
→ → →
i j k
→ → → →
d) ( 2, 4, 6 ) ^ ( 3, 6, 9 ) = 2 4 6 = 0i +0 j + 0k = 0
3 6 9

Geometria Analítica Espacial 32


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Propriedades:
→ → →
P1. u X u = 0 ( o determinante possui duas linhas iguais)
→ → → → → →
P2. u ^ v = - v ^ u ∀ u , v ∈ V3 Anti-comutativa
→ → → → → → → → → →
P3. u ^ ( v + w ) = u ^ v + u ^ w ∀ u , v , w ∈ V3 Distributiva
→ → → → → → → →
P4. m . ( u ^ v ) = ( m u ) ^ v = u ^ ( m v ) ∀ u , v ∈ V3 e m ∈ ℜ
Associativa com um número real
→ → → → → → →
P5. a) Se u = 0 ou v = 0 ⇒ u ^ v = 0 ;
→ → → → → → → → →
b) Se u ≠ 0 ou v ≠ 0 , u ^ v = 0 ⇒ u // v
→ → → → → → → → →
P6. Se u e v são LI, isto é, u ^ v ≠ 0 então ( u ^ v ) é ortogonal a u e a v ,
ao mesmo tempo.
→ → → → → →
P7. u ^ v 2 = u 2 . v 2 – ( u X v ) Identidade de Lagrange
→ → → → → → → → → →
P8. u ^ v  = u . v  . sen θ ∀ u , v ∈ V3 com u ≠ 0 , v ≠ 0 e
→ →
θ o ângulo entre u e v
→ → → → → →
P9. Se u e v são L I é habitual afirmar-se que os vetores u , v e u ^ v
possuem orientação positiva ou dextrógira (regra da mão direita).
Observação:
1) Se dois vetores são LD, isto é, paralelos ou pelo menos um deles nulo,
então o produto vetorial deles será o vetor nulo;
→ →
2) Se dois vetores, u e v são LI, isto é, o ângulo entre suas direções não é zero,
então o produto vetorial deles será um vetor não nulo, tal que:
→ →
Direção: a direção de u ^ v será perpendicular a um plano que contenha
→ →
representantes de u e v ;
→ →
Módulo: o módulo de u ^ v será numericamente igual ao produto dos módulos de
→ → → →
u e de v multiplicado pelo seno do ângulo entre u e v ;

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→ →
Sentido: Supondo que o plano, que contém representantes de u e v , seja horizontal
e que o ângulo entre eles seja percorrido no sentido anti-horário, quando
→ → → →
vamos de u para v , nessas condições, o sentido de u ^ v será para
cima.

Vetor ortogonal a dois vetores LI


Dados dois vetores paralelos ou pelo menos um deles nulo então o produto vetorial
será o vetor nulo.
Dados dois vetores LI o produto vetorial deles será um vetor não nulo ortogonal
aos dois vetores operados.
Esta é a principal aplicação física ou geométrica do produto vetorial.
Exemplo:
→ →
Sejam dados os vetores u = ( 2, -2, 1 ) e v = ( 2, 0, -1 ). Ache o conjunto dos
→ →
vetores ortogonais a u e a v , ao mesmo tempo. Encontre um vetor unitário

pertencente a esse conjunto.

Solução:
→ → → →
Como o vetor u ^ v tem direção perpendicular a u e a v , então todos vetores que
→ → → →
forem ortogonais a u e a v serão paralelos a u ^ v . Assim, o conjunto será
→ →
formado pelos vetores m ( u ^ v ).
→ → →
i j k
→ →
u ^ v = 2 -2 1 = ( 2, 4, 4 )
2 0 -1
Assim, temos o conjunto: { m . ( 2, 4, 4 ), m ∈ ℜ }. Um vetor unitário pode ser o
( 2,4,4) 1 2 2
versor do vetor ( 2, 4, 4 ), isto é, = ( 3
, 3
, 3
).
6

Observação importante:

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→ → → →
Se conhecemos um vetor w ortogonal a u e a v , então w é paralelo ao vetor
→ → → → → → → → →
u ^ v , isto é: w ⊥ u e w ⊥ v ⇒ w // ( u ^ v )
Área do paralelogramo
Consideremos o paralelogramo ABCD, cujos lados AB e AC são representantes dos
→ →
vetores u e v , respectivamente.

A área S do paralelogramo ABCD é dada por: S = b . h, onde b é o comprimento de


AB e h é o comprimento de CH. Mas, no triângulo retângulo ACH, temos: h = c . sen
θ , onde c é o comprimento de AC. Assim, S = b . c . sen θ .
→ → → →

Por outro lado, o módulo de u ^ v é igual a u . v . sen θ , logo S é


→ → → →
numericamente igual ao módulo de u ^ v , isto é: SABCD = u ^ v 
Observação:
O módulo ou comprimento de um vetor é uma medida linear enquanto que área é
uma medida em unidades quadradas, daí, dizemos que a área do paralelogramo é
numericamente igual ao módulo do vetor produto vetorial de vetores cujos
representantes sejam os lados não paralelos desse paralelogramo. Em unidades : Se o

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vetor, resultado do produto vetorial, tiver módulo 15 cm então a área do


correspondente paralelogramo será 15 cm2.
Exemplo:
Calcular a área do paralelogramo cujos vértices são A = ( 4, 1, 5), B = ( 6, 0,
5 ), C = ( 4, 2, 4 ) e D = ( 6, 1, 4 ).
Solução:
→ →
Sejam B – A = ( 2, -1, 0 ) = u e C – A = ( 0, 1, -1 ) = v
Assim: C D
→ → →
i j k
→ →
S = u ^ v = 2 -1 0 = ( 1, 2, 2 )
0 1 -1
⇒ S = 3 unidades quadradas. A B
Área do triângulo
A diagonal de um paralelogramo divide-o em C D
dois triângulos iguais (simétricos em relação
a essa diagonal). Assim, a área de um triângulo
é sempre igual à metade da área do paralelogramo A B
de modo que um dos lados do triângulo seja a diagonal do paralelogramo.
Seja o triângulo ABC da figura. A área S do triângulo será dada por:
1
S= 2
. ( B – A ) ^ ( C – A ) 

Exemplo:
Calcular a área do triângulo ABC, onde A = ( 2, 0, 3 ), B = ( 8, 8, -3 ) e C = ( 2,
2, 2 )
Solução:
É preciso encontrar os vetores cujos representantes C
são os lados do triângulo ABC.
B – A = ( 6, 8, -6 ) e C – A = ( 0, 2, -1 )
A área do triângulo será: A B

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→ → →
i j k
1 1 1
S= 2
. ( B – A ) ^ ( C – A )= 6 8 -6 = 2
. ( 4, 6, 12 )= 2
. 14

0 2 -1
⇒ S = 7 unidades quadradas.
Observação:
O cálculo da área do triângulo não depende dos lados escolhidos. Assim, no exemplo
acima, poderíamos ter escolhido os lados AB e BC ou, então, os lados AC e BC.
Produto Misto
→ → → → → → → →
Dados os vetores u = x1 i + y1 j + z1 k , v = x2 i + y2 j + z2 k e
→ → → →
w = x3 i + y3 j + z3 k , tomados nessa ordem, chama-se produto misto dos
→ → → → → → →
vetores u , v e w ao número real u . ( v X w ). Indica-se o produto misto por ( u
→ →
, v , w ). Tendo em vista que:

→ → →
i j k
→ → → → →
v X w = x2 y2 z2 = i y2 z2 - j x2 z2 + k x2 y2
x3 y3 z3 y3 z3 x3 z3 x3 y3
e levando em consideração a definição de produto escalar de dois vetores, o valor de
→ → →
u . ( v X w ) é dado por:

→ → →
( u , v , w ) = x1 y2 z2 - y1 x2 z2 + z1 x2 y2
y3 z3 x3 z3 x3 y3
ou

x1 y1 z1
→ → →
(u , v , w ) = x2 y2 z2
x3 y3 z3

Exemplo:
→ → → → → → → →
Calcular o produto misto dos vetores u = 2 i + 3 j + 5 k , v = - i + 3 j + 3 k e
→ → → →
w = -4 i -3 j + 2 k .

2 3 5
→ → →
( u , v , w ) = -1 3 3 = 27
-4 -3 2
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Observação:

Produto escalar de dois vetores é número real.


Produto vetorial de dois vetores é vetor.
Propriedades do Produto Misto/
→ → →
1) ( u , v , w ) = 0 se um dos vetores é nulo, se dois deles são colineares, ou se os
três são coplanares.
2) O produto misto independe da ordem circular dos vetores, isto é:
→ → → → → → → → →
(u , v , w ) = ( v , w, u ) = ( w, u , v )
Entretanto, o produto misto muda de sinal quando se trocam as posições de dois
vetores consecutivos, isto é:
→ → → → → →
(u , v , w ) = - ( v , u , w )
Esta propriedade do produto misto é uma conseqüência da propriedade dos
determinantes relativamente à circulação de linhas e à troca de duas colunas.
Observação:
Resulta desta propriedade, denominada propriedade cíclica, que os sinais . e X
permutam entre si no produto misto de três vetores:
→ → → → → →
u . ( v X w ) = (u X v ) . w
→ → → → → → → → → →
3) (u , v , w + p ) = (u , v , w ) + (u , v , p ) =
→ → → → → → → → → → → →
4) (u , v , m w ) = (u , m v , w ) = ( m u , v , w ) = m (u , v , w )
Observação:
O produto vetorial e o produto misto não são definidos no ℜ 2
Exemplos:
1) Verificar se são coplanares os seguintes vetores:
→ → →
u = ( 3, -1, 4 ) , v = ( 1, 0 –1 ) , w = ( 2, -1, 0 )

Solução:
→ → →
Os três vetores são coplanares se: ( u , v , w ) = 0

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3 -1 4
→ → →
mas, (u , v , w ) = 1 0 -1 = -5 ≠ 0
2 -1 0
Logo, os vetores não são coplanares.

→ →
2) Qual deve ser o valor de m para que os vetores u = ( m, 2, -1 ) , v = ( 1,

-1, 3 ) , w = ( 0, -2, 4 ) sejam coplanares?
Solução:
→ → → → → →
Para que u , v e w sejam coplanares, deve-se ter: ( u , v , w ) = 0
Isto é: m 2 -1
1 -1 3 = 0
0 -2 4
ou: -4m + 6m –8 + 2 = 0 ⇒ 2m –6 = 0 ⇒ 2m = 6 ⇒ m = 3

3) Verificar se os pontos A ( 1, 2, 4 ), B ( -1, 0, -2 ), C ( 0, 2, 2 ) e D ( -2, 1,


-3 ) estão no mesmo plano.
Solução:
→ →
Os quatro pontos dados são coplanares se forem coplanares os vetores AB , AC e
→ → → →
AD , e, para tanto, deve-se ter: ( AB , AC , AD ) = 0
e,
-2 -2 -6
→ → →
( AB , AC , AD ) = -1 0 -2 = 0
-3 -1 -7
Logo, os pontos dados são coplanares.
Interpretação Geométrica do Módulo do Produto Misto

Geometria Analítica Espacial 39


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→ → →
Geometricamente, o produto misto u . ( v X w ) é igual, em módulo, ao volume
→ → → → →
do paralelepípedo de arestas determinadas pelos vetores u = AD , v = AB e w

= AC .

Sabe-se que o volume V de um paralelepípedo é V = (área da base X altura)


→ → →
ou: V = Ab X h mas,  v X w  e sendo θ o ângulo entre os vetores u e
→ → → →
v X w , lembrando que o vetor v X w é perpendicular à base, a altura do

paralelepípedo é dada por: h = u cosθ 

( É necessário considerar o valor absoluto cosθ , pois θ pode ser um ângulo


obtuso)
→ → →
Logo, o volume do paralelepípedo é: V = v X w u cos θ
→ → → → →
Fazendo v X w = a , vem: V = u a cos θ (1)
→ → → →
Mas, u . a = u a cos θ

Geometria Analítica Espacial 40


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→ → → →
E, em conseqüência:  u . a = u a cos θ (2)
Comparando ( 1 ) e ( 2 ), temos:
→ →
V = u . a 
→ → → → → →
Logo: V = u . ( v X w ) = ( u , v , w )
Volume do tetraedro
Todo paralelepípedo é equivalente a dois prismas triangulares iguais. Como todo
prisma triangular equivale a três pirâmides (que no caso são tetraedros) de base e
altura equivalentes à base e à altura do prisma, o volume de cada uma destas
1
pirâmides é 6
do volume do paralelepípedo.

Sendo A, B, C e D quatro pontos do espaço, não situados num mesmo plano, e três
a três não colineares, as arestas do paralelepípedo são determinadas pelos vetores

→ → → 1 → →
AB , AC , AD e, portanto, o volume do tetraedro ABCD é V= 6
( AB , AC ,


AD ) 
Exemplos:

Geometria Analítica Espacial 41


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→ → →
1) Dados os vetores u = ( x, 5, 0 ) , v = ( 3, -2, 1 ) e w = ( 1, 1, -1 ), calcular o valor
→ → →
de x para que o volume do paralelepípedo determinado por u , v e w seja 24 u.v.
(unidades de volume).
Solução:
→ → →
O volume do paralelepípedo é dado por: V = ( u , v , w ) e, no caso presente,
→ → →
deve-se ter: ( u , v , w )= 24 mas,
x 5 0
→ → →
(u , v , w) = 3 -2 1 = x + 20
1 1 -1
logo: x + 20 = 24
pela definição de módulo, implica duas hipóteses:
x + 20 = 24 ou -x –20 = 24
portanto: x = 4 ou x = - 44
2) Calcular o volume do tetraedro cujos vértices são: A ( 1, 2, 1 ), B ( 7, 4,
3 ), C ( 4, 6, 2 ) e D ( 3, 3, 3 )
Solução:
1 → → →
O volume do tetraedro é dado por: V = 6
( AB , AC , AD )
→ → →
mas: AB = ( 6, 2, 2), AC = ( 3, 4, 1 ) , AD = ( 2, 1, 2 )
e: 6 2 2
→ → →
( AB , AC , AD ) = 3 4 1 = 24
2 1 2
1
Portanto, o volume do tetraedro é: V= 6
. 24 = 4 u. v.

Duplo Produto Vetorial


→ → → → → → → →
Dados os vetores u = x1 i + y1 j + z1 k , v = x2 i + y2 j + z2 k e
→ → → → → →
w = x3 i + y3 j + z3 k , chama-se duplo produto vetorial dos vetores u , v
→ → → →
e w ao vetor u X ( v X w ).
Geometria Analítica Espacial 42
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Observação:
Tendo em vista que o produto vetorial não é associativo, em geral
→ → → → → →
u X ( v X w) ≠ (u X v ) X w

Decomposição do duplo Produto Vetorial


O duplo produto vetorial pode ser decomposto na diferença de dois vetores com
→ → → → → → → → →
coeficientes escalares: u X (v X w) = (u . w) v - (u . v ) w
→ → → → →
Com efeito, o vetor u X ( v X w ) é coplanar com v e w , isto é:
→ → → → →
u X (v X w) = mv + nw (1)
→ → → →
Para determinar m e n, escolhe-se a base ortonormal { i , j , k } com i paralelelo a
→ → → → → → →
v , j coplanar com v e w , e k paralelo a v X w
De acordo com a figura, pode-se escrever:

→ →
= ai
v
→ → →
w = bi + cj (2)
→ → → →
u = xi + yj + zk
Por outro lado:
→ → →
i j k
→ → →
v X w = a 0 0 = ac k
Geometria Analítica Espacial 43
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b c 0
e
→ → →
i j k
→ → → → →
u X (v X w) = x y z = acy i - acx j
0 0 ac
ou:
→ → → → → → →
u X ( v X w ) = acy i - acx j + abx i - abx i
→ → → → → →
u X ( v X w ) = ai ( bx + cy ) - ax ( bi + cj )

tendo em vista as igualdades em ( 2 ):


→ → → → →
u X ( v X w ) = ( bx + cy ) v - ax w (3)
comparando as igualdades ( 1 ) e ( 3 ), temos:
m = bx + cy n = - ax
mas, de acordo com a definição de produto escalar e tendo em vista as igualdades
( 2 ), temos:
→ → → →
bx + cy = u . w e ax = u . v
logo:
→ → → →
m= u . w e n=- u . v
substituindo m e n em ( 1 ), temos:
→ → → → → → → → →
u X (v X w) = ( u . w)v - ( u . v )w
Esta forma pode ser escrita sob a forma de determinante:
→ → → → →
u X (v X w) = v w
→ → → →
u .v u .w

exemplo:
→ → → → → → → → → → →
Se u = 3 i - 2 j - 6 k , v = 2 i - j e w = i +3 j + 4 k , temos:
→ →
u . v = 3 x 2 – 2 x ( - 1) – 6 x 0 = 8
→ →
u . w = 3 x 1 – 2 x 3 – 6 x 4 = - 27

logo:
→ → → → → → →
u X (v X w) = v w = v w
Geometria Analítica Espacial 44
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→ → → →
u .v u .w 8 - 21
→ → → → → → → → → →
u X ( v X w ) = - 21 v - 8 w = - 21 (2 i - j ) – 8 ( i + 3 j + 4 k )
→ → → → → → → → → → →
u X ( v X w ) = - 42 i + 21 j - 8 i - 24 j - 32 k = - 50 i - 3 j - 32 k

por outro lado;


→ →
w . u = 1 x 3 – 3 x 2 – 4 x 6 = - 27
→ →
w . v =1x2–3x1+4x0=-1
logo:
→ → → → → → →
w X( u X v) = u v = u v
→ → → →
w.u w.v -27 -1
→ → → → → → → → → →
w X ( u X v ) = -1 u + 27 v = - (3 i - 2 j - 6 k ) + 27 (2 i - j )
→ → → → → → → → → → →
w X ( u X v ) = -3 i + 2 j + 6 k + 54 i - 27 j = 51 i - 25 j + 6 k

comparando
→ → → → → →
u X (v X w) e w X ( u X v ) , verifica-se que :
→ → → → → →
u X (v X w) ≠ w X( u X v)

Geometria Analítica Espacial 45

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