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PROFESSORA: MARINA
ARAUJO
NOME:
TURMA:
ERWIN GOFFMAN
Neste texto de 1961, Goffman analisa o mundo das instituições totais, sejam elas de caráter
clínico, prisional ou conventual. O autor centra-se, essencialmente, no caráter de fechamento destas
instituições, criando-se, dessa forma, uma barreira entre interior e exterior. No interior das
instituições habitam não apenas as equipes dirigentes, mas, também os internados, os prisioneiros,
os que optam por uma vida solitária. Na passagem de uma vida no exterior para uma vida de
confinamento espacial e social, o indivíduo passa por processos de modificação. Em qualquer dos
casos, seja a institucionalização forçada do sujeito ou seja por sua iniciativa, inicia-se um processo
de mortificação do eu inicial do sujeito, pelas concessões de adaptação às novas regras
institucionais. O indivíduo é jogado entre a sua personalidade real e a personalidade que para si se
produz, não só pela equipe dirigente como por toda a sociedade. Goffman analisa ainda a questão
do tempo vivido no interior da instituição, nomeadamente a organização do tempo dos internados
ou prisioneiros, segundo atividades programadas milimetricamente, cuja função, para além de
disciplinar os sujeitos, os inibe em termos de desenvolvimento pessoal.
Neste livro Erwing Goffman produz um discurso crítico sobre o mundo do internado, da equipe
dirigente, dos objetivos institucionais, inter-relacionando-os e, referindo as diversas fases de vida do
sujeito institucionalizado. Este foi um texto produzido a partir de um trabalho de campo levado a
cabo pelo autor, numa instituição psiquiátrica.
Erving Goffman dedica seu estudo às interações sociais entre indivíduos, entretanto, ele foca
numa “micro-interação”, ou seja, naquela que se caracteriza entre um pequeno grupo num dado
momento e num determinado espaço.
Para ele, a informação sobre um indivíduo possibilita o conhecimento prévio do que se pode
esperar dele, e o que ele espera dos demais. Desta maneira, saber-se-á como obter as informações
desejadas do mesmo.
Para Goffman, o indivíduo influencia o modo que os outros o verão pelas suas ações. Por
vezes, agirá de forma teatral para dar uma determinada impressão para obter dos observadores
respostas que lhe interesse, mas outras vezes poderá também estar atuando sem ter consciência
disto. Muitas vezes na será ele que moldará seu comportamento, e sim seu grupo social ou tradição
na qual pertença.
A partir da ação dos outros, vinculada a impressão dada pela ação do indivíduo, pode-se
obter uma visão funcional ou pragmática da interação, e também considerar que o indivíduo
provocou uma definição da situação e sua compreensão.
Porém, os observadores podem perceber tal simulação e poderão procurar no próprio ato da
manipulação alguma conduta na qual o indivíduo na tenha conseguido manipular. Isso restabelece a
assimetria da comunicação.
Na interação, o grupo espera que o indivíduo ignore seus sentimentos pessoais e expresse-se
de maneira supostamente aceitável a todos. Isso ocorre com facilidade, pois se espera que todos os
participantes da interação ignorem seus desejos pessoais em prol de valores falsamente aceitos por
todos os presentes.
Os participantes em conjunto fazem uma única definição do assunto, que implica num
“acordo real quanto às pretensões de qual pessoa, referentes às quais questões, serão
temporariamente acatados”.
Quando esta impressão inicial pertence a uma longa série de interações, fala-se comumente
em “começar com o pé direito”. Podemos supor que certos fatos cometidos pelo indivíduo
contradigam esta posição inicial, ou que lance dúvida sobre o mesmo, isso poderia provocar uma
confusão ou constrangimento na interação.
Consequentemente, os observadores podem tomar uma postura hostil sob o indivíduo que se
contradize, ou deixá-los embaraçados. O que provocaria uma anomia devido ao colapso gerado
nesta interação social.
Poderiam ocorrer rupturas nestes estereótipos, entretanto não se poderia julgar tais rupturas
deficionais pela sua freqüência, pois ocorreria mais vezes caso na fossem as preocupações que não
ocorram. O autor acredita que existam práticas preventivas para que estas rupturas não ocorram, e
práticas corretivas para diminuir os efeitos das contradições que não foram evitadas. Quando o
indivíduo tenta conservar a definição da situação projetada por outro, conceitualmente esta se
falando de “diplomacia”. Quando se soma as práticas defensivas (das projeções) com a diplomacia,
forma-se uma ferramenta para conservação da impressão emitida por um indivíduo perante outros.
Em sua introdução, Goffman define certos conceitos, que serão citados em tópicos a seguir
para maior esclarecimento:
• Interação: Influência recíproca dos atores sociais sobre suas ações quando estão em
presença física.
• Prática: Padrão de desempenho que ocorre numa dada situação, e que pode ocorrer em
outras da mesma maneira.
Tomando o ator e seu desempenho como referência, podem-se definir, de acordo com o
mesmo, os contribuintes de outros desempenhos como “platéia” ou “co-participantes”. Quando o
desempenho ocorre com os mesmo co-participantes surge um relacionamento social.
Desta maneira, sendo o papel social a declaração de direitos e deveres sociais relacionados a
uma situação social, pode-se afirmar que ele (o papel social) possui diversos movimentos, e estes
podem ser apresentados pelo autor em diferentes situações para o mesmo tipo de platéia, ou para a
platéia formada pelos mesmos co-participantes.