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APONTAMENTOS DE AULA
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Índice:
DIREITO EMPRESARIAL
A primeira fase que vai do Século XII até o Século XVIII, período em que o Direito
Comercial era visto como um direito fechado, classista, primitivo, em princípio, das pessoas
matriculadas nas corporações de mercadores.
Para apreender o seu caráter hodierno, completar o seu estudo teórico ou científico
e se explicarem os institutos existentes, depois de transformados ou modificados pela
evolução econômica, moral e social, torna-se indispensável apreciar a sua história, mesmo
que a traços largos.
O direito não se inventa, não nasce do arbítrio, nem surge espontaneamente dos
congressos legislativos. Desenvolve-se no terreno social, num ambiente histórico em
relação ao grau de civilização, aos usos e costumes, à organização política dos Estados.
Assim, o DIREITO COMERCIAL surge, não como obra legislativa, nem da criação de
jurisconsultos, mas, através do trabalho dos próprios comerciantes que constroem com seus
usos e costumes e com leis que, reunidos em classe, elaboravam.
Foi na França que o Direito Comercial, pela primeira vez, teve a sua codificação, no
sentido mais completo da palavra. Tal codificação conhecida como Codificação Napoleônica
em vista das conquistas políticas difundiu-se por toda a Europa, com a influência na
legislação comercial de todos os demais Estados civilizados.
Assim, a primeira fase histórica de nosso Direito Comercial foi inaugurada em 1822,
com a independência do Brasil, muito embora nosso comércio, como atividade, tenha tido
seu início muito anteriormente.
No mesmo ano de 1808, no dia 12 de Outubro, foi criado um banco nacional, banco
público, que tomou o nome de Banco do Brasil e que tinha como objetivos a emissão de
bilhetes pagáveis ao portador e que tinha como objetivo principal promover a indústria
nacional pelo fim e combinação de capitais isolados.
A terceira fase histórica tem seu início em 1890 e vai até os dias de hoje, com o
desenvolvimento e a ampliação das atividades comerciais e que hoje, em vista da vigência
do novo Código Civil, passa a denominar-se de atividade empresarial.
Fonte, como natural, será o ponto determinado de onde surge, de onde brota,
determinada coisa...
a.- Fazem parte das fontes primárias ou diretas do Direito Comercial, além das
normas constitucionais, o Código Comercial e as leis comerciais, que o completaram,
ampliam ou o modificam.
Ainda como fazendo parte das fontes primárias do Direito Comercial podemos incluir
os tratados internacionais de caráter comercial, uma vez que, na condição de convenções
obrigatórias para os contratantes, estabelecendo, ao mesmo, para os integrantes do
determinado Estado, as obrigações, (direitos e deveres) assumidos pelos signatários.
b.- Fazem parte das fontes subsidiárias, secundárias ou indiretas, as leis civis, os
usos comerciais e a jurisprudência comercial.
Por essa razão o contrato, embora represente uma efetiva fonte de direito entre as
partes contratantes, em vista dessa sua limitação, não pode ser estendido aos demais, não
podendo ser incluído entre as fontes subsidiárias do Direito Comercial.
QUESTIONÁRIO DO PONTO UM
PONTO 02
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Do Conceito de Comércio
d.) - elasticidade e dinamismo - Em regra, o Direito Comercial tem caráter muito mais
renovador e dinâmico que o Direito Civil.
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Do Conceito de Comerciante - Condições para o exercício da atividade
Mas, no ponto de vista subjetivo (atividade mercantil), o comércio tem por pressuposto
o lucro ou proveito financeiro pelo trabalho de mediação concluído. É nesta colocação que
se define o perfil jurídico do comerciante, com traços marcantes do profissional de bens
móveis, tendo por base a especulação financeira.
Ora, qualquer mecanismo de compra e venda com fins lucrativos pressupõe o exercício
da liberdade de iniciativa dentro dos padrões econômicos, entre eles o princípio da oferta e
procura.
A liberdade de ação comercial significa a opção num ato específico de comprar onde os
preços são mais baixos e revende-los onde se apresentam mais vantajosos.
Essa liberdade, porém, não é absoluta e irrestrita: nem todos os gêneros de comércio
são livres para serem explorados. Alguns tipos são objeto de monopólio; outros sofrem
restrições de leis especiais. Em outras palavras, a despeito da liberdade existente na ação
comercial, existem inúmeras restrições impostas pelo Estado ao princípio da liberdade de
comerciar.
Por isso, Lei francesa de 01 de Abril de 1791, de forma inovadora e criativa aboliu o
sistema de corporações, estabelecendo:
Comerciante, de acordo com o nosso Código Comercial, é toda a pessoa capaz, que
pratica profissionalmente, atos de intermediação na troca, com o objetivo de lucro.
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Do conceito acima pode inferir-se que toda a pessoa seja física ou jurídica, poderá
exercer a prática de atos do comércio, observado que, no primeiro caso, teremos o
comerciante em nome individual e, no segundo, a chamada “ sociedade comercial” como um
ente fictício, criado pelo agrupamento de pessoas físicas que a ela darão capacidade.
a.- capacidade;
b.- prática da intermediação;
c.- especulação ou intuito de lucro;
d.- a profissionalidade; e
e.- a atuação em nome próprio.
Capacidade - podem exercer o comércio todos os que, de acordo com o Código Civil,
achem-se na livre administração de sua pessoa e de seus bens.
Atuação em nome próprio - para que a pessoa (física ou jurídica) adquira a qualidade
de comerciante é necessário que a prática habitual do comércio seja exercida pelo próprio
comerciante, ou, por terceiros, mas, em seu nome e sob sua responsabilidade.
A incapacidade civil diz respeito àquelas pessoas que não disponham da livre
administração de sua pessoa e de seus bens, ou seja, que legalmente sejam definidos como
incapazes.
- os incapazes;
- os funcionário públicos civis da União (art. 195, VI e VII da Lei 1.711 de 28 de Outubro
de 1952 );
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- os militares ( Código Penal Militar e Estatuto dos Militares );
- os falidos, enquanto não habilitados ( Lei de Falências );
- os estrangeiros não residentes no país.
Também com relação ao nome empresarial, a matéria passou a ser regulada nos
artigos 1.155 a 1.168 do Novo Código Civil Brasileiro, sendo que o que se conhecia como
sendo nome comercial, em vista da nova legislação, passou a ser designado como sendo
nome empresarial.
O nome empresarial pode ser formado de duas maneiras: por meio de firma ou de
denominação.
O Registro Público das Empresas Mercantis é regulado pela Lei 8.934/94, de18 de
Novembro de 1994, com suas posteriores modificações, que, de acordo com sua ementa : “
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Dispõe sobre o Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins e dá outras
providências. ”
A referida lei, em seu Artigo 4.º define o DNRC - Departamento Nacional de Registro do
Comércio, criado pela Lei 4.048/61, de 29 de Dezembro de 1961 e em seus Artigos 5.º e
6.º estabelece com relação as Juntas Comerciais e o seu Artigo 34 trata da veracidade e da
novidade do nome levado à registro.
“ Lei 8.934/1994
Assim, de acordo com o Artigo 34 de referida lei, o nome empresarial deverá atender
aos princípios da veracidade e da novidade, ou seja, deve ser verdadeiro e corresponder ao
nome dos sócios que integram a sociedade e deve ser novo, ou seja, caso exista outra
empresa com o mesmo nome ou bastante semelhante que possa levar a confusão, a
mesma deverá escolher um outro nome para sua denominação empresarial..
Vale ressaltar que o nome empresarial adotado não é imutável, e, de acordo com a
disposição de seus sócios, pode ser modificado durante a existência legal da empresa.
PONTO 03
Com a vigência do Novo Código Civil, a denominação mais moderna do titular e figura
central da empresa comercial, passou a ser de empresário, em substituição a figura do
comerciante, embora ambas as denominações ainda sejam de uso corrente.
- a iniciativa;
e o risco.
O poder de iniciativa a ele pertence com exclusividade: cabe-lhe, com efeito, determinar
o destino da empresa e o ritmo de suas atividades. O empresário pode valer-se, e
normalmente se vale, da atuação e da colaboração de outras pessoas, mas ao empresário e
que caberá a decisão, no caso de diversidades de perspectivas, escolhendo, por sua conta e
risco, o caminho que lhe pareça mais conveniente.
O Comerciante Menor
Assim temos, de acordo com o Artigo 972, a exigência para que alguém possa
exercer a atividade empresarial é a sua plena capacidade civil.
Já, de acordo com o enunciado estabelecido no caput do artigo 5.° a habilitação para
a prática de todos os atos da vida civil ocorre, normalmente ao completar-se 18 anos, ou,
excepcionalmente, com o cumprimento de uma das condições estabelecidas nos Incisos de I
a V do Parágrafo Único do mesmo artigo.
Assim, de acordo com a atual Legislação Civil de nosso País, o jovem de 18 anos
completos adquire sua plena capacidade civil e assim, caso não haja nenhum impedimento
legal quanto a sua capacidade civil, o mesmo poderá exercer regularmente a atividade
empresarial.
O mesmo deve ser afirmado dos menores que, completados os 16 anos, por força do
que estabelecem os Incisos I, II, III, IV e V do Parágrafo Único do Artigo 5.º do Código Civil,
passam a adquirir sua plena capacidade.
Vale ressaltar que, nos casos da emancipação pelo Inciso V do referido artigo, deve
restar demonstrado que o menor possui independência financeira, através de economia
própria.
Caso não reste demonstrada essa independência econômica, o menor para poder
praticar atos de comércio e fazer o registro de seu estabelecimento civil ou comercial,
deverá estar emancipado através de um dos demais Incisos do artigo 5.º do Código Civil.
- livros;
- conjunto de fichas ou folhas soltas;
- conjunto de folhas contínuas;
- microfichas geradas através de microfilmagem de saída direta do computador.
Estabelece o Artigo 1.181 do Código Civil que os livros obrigatórios ou as fichas que o
substituam, antes de postos em uso, devem ser autenticados e sua escrituração ficará sob a
responsabilidade de contabilista legalmente habilitado, salvo se nenhum houver na
localidade ( artigo 1.1.82).
A escrituração deverá ser feita em idioma e moeda corrente nacionais e em sua forma
contábil, por ordem cronológica de dia, mês e ano, sem intervalos em branco, sem
entrelinhas, borrões, rasuras, emendas ou transporte para as margens, conforme estabelece
o Artigo 1.183 do Código Civil.
O balanço patrimonial deve ser e expressão clara e fiel da situação real da empresa,
devendo indicar, distintamente o seu ativo e o seu passivo.
Tais balanços devem ser lançados no Diário e assinados por técnico contábil
habilitado e pelo empresário, conforme lição de WALDO FAZZIO Jr.
Deve ser observado que, com relação a falência do empresário, a perda é transitória,
uma vez que o impedimento cessará com a extinção das obrigações, de acordo com o Artigo
159 da Lei 11.101/2005, de 09 de Fevereiro de 2005 - Nova Lei de Recuperação Judicial e
Falência.
PONTO 04
Introdução:
Nos termos do novo Código Civil ( Lei Federal n.º 10.406/2002 de 10 de Janeiro de
2002 ), em vigor a partir de 11 de Janeiro de 2003, genericamente, as sociedades podem
ser dividisas em sociedades não-personificadas e sociedades personificadas.
Assim, o nascimento de pessoas jurídicas regulares, ocorre com o registro dos atos
de sua constituição.
Se tais pessoas jurídicas são de natureza assistencial, políticas ou religiosas, que têm
por objetivo a realização de um trabalho na área assistencial ou social, são as chamadas
Entidades Pias, que não objetivam lucro, o documento institucional que as fará nascer
legalmente será o seu ESTATUTO SOCIAL.
Como evidente, no estudo de nossa matéria, daremos uma especial atenção ao ato
institucional de criação das pessoas jurídicas voltadas para a atividade comercial, ou seja,
àquelas que serão constituídas através de um contrato firmado entre seus sócios e que é
denominado de CONTRATO SOCIAL.
DO CONTRATO SOCIAL
Vale ressaltar que será através de seu CONTRATO SOCIAL que a empresa terá
estabelecido toda a sua forma de composição, características e detalhes de atuação. Assim
sendo, o contrato de constituição de uma Empresa deverá ser o mais minucioso possível,
estabelecendo com absoluta clareza, as características da sociedade.
Depois de sua regular constituição e dos registros de seus atos constitutivos, toda e
qualquer alteração que venha a ser feita nas características da sociedade, deverão ser
objeto de Alterações no Contrato Social da Empresa.
Como evidente, podem ser feitas tantas alterações no Contrato Social, quantas
necessárias para atender a disposição de vontade de seus sócios, no entanto, todas as
formalidades de elaboração e registro devem ser observadas pela Empresa.
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QUESTIONÁRIO DO PONTO QUATRO
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4.1- Quantas alterações podem ser feitas no Contrato Social de uma Empresa ?
4.2 - Que elementos são essenciais na elaboração do Contrato Social de uma
Empresa de natureza comercial ou empresarial ?
4.3 - De que forma ocorre o nascimento legal de uma empresa ?
4.4 - De que forma devem ser feitas as eventuais alterações contratuais ?
4.5 - De acordo com o vigente Código Civil, que são sociedades personificadas e não-
personificadas ?
4.6- Que diferença fundamental existe e deve ser observada na elaboração do
Contrato Social e o Estatuto Social?
4.7- O prazo de duração da sociedade mercantil deve constar do Contrato Social?
4.8- De acordo com o Artigo 997 do Código Civil vigente, o contrato de constituição
de pessoas jurídicas pode conter outras cláusulas além das especificadas no
referido dispositivo de lei ? Justifique.
PONTO 05
De acordo com o Código Civil vigente que passou a regular a matéria, as sociedades
dividem-se em Sociedades Personificadas e Não-Personificadas.
1. Sociedade Limitada:
O Capital Social da Sociedade Limitada é a contribuição inicial dos sócios para sua
formação, representando uma garantia a terceiros que vierem a contratar com a sociedade.
O seu Capital Social divide-se em parcelas denominadas quotas, que podem ser
iguais ou desiguais, respondendo os sócios solidariamente pela exata valoração dos bens
conferidos ao capital da sociedade.
Se o sócio entrega para a sociedade, para a constituição de seu Capital Social, bens
no valor integral de sua quota, diz-se que, no tocante ao referido sócio, a sua parte do
capital da sociedade, foi inteiramente subscrito e integralizado; as parcelas em aberto serão
consideradas como Capital a Integralizar.
Cada sócio, ou cotista, entra com uma parcela do capital social da empresa, ficando
responsável diretamente pela integralização das cotas que subscreveu e indiretamente ou
subsidiariamente pela integralização das cotas subscritas pelos demais sócios.
Uma vez integralizadas as cotas de todos os sócios, nenhum deles pode ser
chamado a responder com seus bens particulares pelas dívidas da sociedade. A
responsabilidade dos sócios portanto, é limitada à integralização do capital social.
A Sociedade Limitada poderá instituir Conselho Fiscal, composto por, no mínimo, três
membros e seus respectivos suplentes, sócios ou não, residentes no País, devidamente
eleitos em assembléia ordinária.
Segundo o Código Civil o poder atribuído ao preposto é pessoal não podendo ser
transferido a terceiros, sem a autorização expressa da sociedade, sob pena de responder
pessoalmente pelas obrigações contraídas em nome do substituto.
Assim, uma vez investido na função de gerente, fica este autorizado a praticar todos os
atos necessários ao exercício dos poderes que lhe foram outorgados, salvo quando a lei não
exigir poderes especiais.
O gerente pratica os atos em nome e por conta do preponente dentro dos limites que
lhe foram outorgados e, da mesma forma, poderá estar em Juízo em nome do preponente
pelas obrigações resultantes do exercício de sua função.
Por força de lei, sua razão social só poderá ser composta com o nome dos Sócios
Comanditados.
4. Sociedade Anônima:
As Ações, que representam parte do capital social da S/A, são bens móveis e
considerados como títulos de crédito, uma vez que representam um valor e podem ser
negociadas de acordo com suas características.
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Embora seja semelhante a Sociedade por Açôes, diferencia-se desta pelo fato dos
acionistas diretores responderem de forma subsidiária e ilimitada pelas obrigações sociais.
A matéria é regulada pela Lei das S/A e pelos artigos 1.113 a 1.122 do Código Civil e
pode ocorrer através da: transformação, da incorporação, da fusão e da cisão.
Fusão : duas ou mais sociedades se unem ou se fundem, para formar uma terceira,
exemplo, empresas A e B fundem-se a passam a constituir uma nova empresa.
Cisão : a sociedade se cinde, se divide, ou seja, tem o seu patrimônio dividido para a
constituição de, uma ou mais, novas sociedades.
Sociedades coligadas - ocorre quando uma participa, com 10% ou mais, do capital
de outra empresa, sem controlá-la.
Sociedade em Comum
(Irregular ou de fato) Responsabilidades : ilimitada de todos os sócios ou participantes.
Nome: Prejudicado.
- Art. 986 a 990 do Código Civil.
Da Sociedade Cooperativa
Responsabilidades dos sócios:
É limitada na cooperativa em que o sócio responde somente
pelo valor de suas quotas e pelo prejuízo verificado nas operações sociais, guardadas a
proporção de sua participação nas mesmas operações(Parágrafo Primeiro do Art. 1.095
do Código Civil); e
PONTO 06
Ao iniciar nossos estudos com relação a matéria, as primeiras perguntas que devem
ser respondidas é : O que é L.M.P.Es e do que trata essa matéria ?
Como pode ser entendido o termo Legislação : Legislação, como se sabe, pode ser
entendido como o conjunto de leis, as normas legais existentes sobre determinada matéria,
no caso específico seriam as leis existentes e que tratam das Micro e Pequena Empresas...
Assim, por definição de seu próprio nome a matéria L.M.P.Es estuda a legislação que
trata das Micro Empresas e Empresas de Pequeno Porte que, é bom que se diga,
representam cerca de 99% das empresas comerciais existentes no Brasil...
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Evidencia-se a atual preocupação do Governo Federal, com relação as Micro e
Pequena Empresas, com a criação, na estrutura de Governo, do Ministério da Micro e
Pequena Empresa que, por certo, representará um substancial incremento na evolução e no
desenvolvimento de leis que tratem do tema.
I - ...
IX – tratamento favorecido para as empresas de pequeno
porte constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua
sede e administração no País.
De acordo com lição do jurista Ives Gandra da Silva Martins: “ o constituinte pátrio -
até por força de legislação infraconstitucional pretérita, insuficiente mas sinalizadora do
caminho protecionista - não insensível a tal realidade, em dois artigos de particular
relevância, impôs ao legislador complementar e ordinário a necessidade de regras capazes
de viabilizar a existência e o desenvolvimento de empresas de pequeno porte como forma
de estabelecer a economia de mercado “.
Da mesma forma, quando o Artigo 170 fala apenas em empresas de pequeno porte,
como lógico e considerando-se que o critério é o limite de seu faturamento, devem-se
considerar também aí incluídas as microempresas, uma vez que, de acordo com o critério
constitucional, se as empresas de pequeno porte devem fazer jus ao tratamento, com muito
maior razão também devem fazer jus a ele as microempresas cujo faturamento,
indispensável para o enquadramento, é menor ainda.
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A Lei ordinária de n.º 9.317/96, de 05 de Dezembro de 1996, integrou a vontade do
constituinte ao instituir o Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições,
denominado pelo termo “ Simples” que representa precisamente um tratamento jurídico
tributário qualitativamente diferenciado às microempresas e empresas de pequeno porte,
para atender às suas exigências específicas, em nome do princípio da proporcionalidade.
Definida em linhas gerais na norma constitucional, a matéria exigia, para sua efetiva
aplicação de uma legislação regulamentadora o que acabou, mesmo que de forma acidental,
sendo feito, através de leis ordinárias que, no entanto, padeciam de uniformidade uma vez
que delegavam aos estados a possibilidade de regulamentar através de Leis Estaduais, a
aplicação da matéria.
Foi o que ocorreu com a Lei 9.841, de 05 de Outubro de 1999, norma federal que
acabou sendo revogada pela Lei Complementar de n.º 123, de 14 de Dezembro de 2006.
Assim, o SIMPLES NACIONAL não é um novo tributo, mas apenas uma forma
simplificada, facultativa e favorecida de pagamento de impostos e contribuições das
Microempresas (ME) e das Empresas de Pequeno Porte (EPP).
Também o ICMS e o ISS poderão vir a integrar o SIMPLES NACIONAL, apenas que,
mediante convênio entre a União e os Estados ou Municípios interessados.
Tal situação, a bem da verdade, pode agora ser minorada com a criação e implantação
à nível federal, de um Ministério que poderá ser denominado de Ministério da Micro e
Pequena Empresa cuja política deverá ser a de trazer para a economia formal e
considerável parcela da economia informal...
Da Economia Informal
De acordo com a mesma fonte, o grosso das atividades informais é praticada em casa
(27,3%), em lojas e oficinas (20,3%), ou na casa do cliente (27,5%).
Em vista de campanhas que vem sendo desenvolvidas pelo Governo, de acordo com
o IPEA - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada - o percentual de empregos formais no
País vem crescendo, no período de 2.001 a 2.008, passando de 43,8 para 50,6 %, enquanto
que os empregos informais, no mesmo período, baixaram de 56,2 para 49,4 %.
- ser optante pelo Simples Nacional que implica na sua regularização como Pessoa
Jurídica.
Questionário do Ponto 06
06.01.- Que motivos justificam a matéria que trata de benefícios a Micro e Pequena
Empresas ser objeto de Lei Complementar ?
06.02.- Defina o que é Micro e Pequena Empresa.
06.03.- O SIMPLES pode ser definido como uma nova forma de tributo ?
06.04.- Impostos da área estadual e municipal, podem ser incluídos na cobrança do
SIMPLES ?
06.05.- Por quem serão geridos os critérios e os benefícios de aplicação da legislação
das micro e pequena empresas ?
06.06 - O que é, na definição legal o Microempreendedor Individual ou MEI ?
06.07 - A inclusão do Microempreendedor Individual nos mecanismos da previdência
social servem como justificativa para as alterações introduzidas na legislação ?
PONTO 07
Surge então a moeda, como meio utilizado para a troca de mercadorias, passando, a
partir de então, a ocorrer maior centralização no volume das riquezas.
Para possibilitar maior agilidade nas transações, alem da moeda como objeto de
troca, a criatividade faz surgir a noção de Crédito, ou o adiantamento que se faz a alguém na
expectativa que esta pessoa nos pague dentro de um determinado prazo.
A matéria era tratada anteriormente no Código Comercial (Arts. 354 a 427), que teve
sua parte Primeira revogada pelo Código Civil de 2.002, sendo pois tratada no Código Civil
Brasileiro nos seus artigos 887 a 926.
Entre outros, os mais conhecidos e usuais títulos de crédito são: o Cheque, a Nota
Promissória, a Duplicata as Ações e Debêntures emitidos pelas sociedades, etc...
São características dos Títulos de Crédito: a sua literalidade, a sua cartularidade, sua
executividade, seu formalismo, a solidariedade, a autonomia, a independência, a abstração
e a sua circulação.
a.) - Literalidade - o título de crédito vale pelo que nele está escrito, não se podendo
alegar circunstância não escrita;
b.) - Cartularidade – diz-se que o título de crédito é documentado por uma cártula
(papel), será sempre um documento, necessário para o exercício do direito que representa,
para que o seu possuidor exercite os direitos decorrentes do crédito, torna-se necessária a
sua apresentaçâo;
b.) - Executividade ou Força Executiva - o título de crédito tem força idêntica a uma
sentença judicial transitada em julgado, dando direito diretamente ao processo de execução;
i.) - Circulação - característica básica dos títulos de crédito é a sua circulação, uma
vez que tem a finalidade de facilitar as operações de crédito e a transmissão dos direitos
nele incorporados.
O pagamento antecipado do título poderá ser recusado pelo credor, mas o seu
pagamento parcial não pode ser recusado, devendo ser dada quitação em separado e outra
no próprio título, conforme Artigo 902 do Código Civil.
De acordo com o que estabelecem os Artigos 908 e 909 do Código Civil, o possuidor
de título de crédito dilacerado (rasgado), porém identificável, terá direito de obter do emitente
a substituição do anterior, mediante a restituição do primeiro e o pagamento das despesas,
bem como o direito de obter um novo título, através do Poder Judiciário, quando o mesmo
tenha sido extraviado ou dele tenha sido o seu possuidor desapossado injustamente.
Do Endosso
Não terá nenhum valor a cláusula proibitiva de endosso, de acordo com o artigo 890
do Código Civil:
Do Aval
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Aval é uma forma de assegurar garantia do pagamento de uma dívida representada
pelo título de crédito.
De acordo com nossa legislação, não é admitido o aval parcial, de acordo com o
artigo 897, parágrafo único do C.C.
O aval pode ser dado mesmo após o vencimento do título (artigo 900 do Código
Civil):
Do Protesto
A prescrição seria o prazo de validade que teriam os títulos de créditos para serem
utilizados como títulos executivos.
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A Letra de Câmbio, a Nota Promissória e a Duplicata prescrevem contra o devedor
principal em três anos da data de seu vencimento.
Da Letra de Câmbio
Sendo uma ordem de pagamento que alguém dirige a outrem para pagar a terceiro,
importa numa relação entre pessoas que ocupam três posições no título: a de sacador, a de
sacado e a de beneficiário da ordem.
Para que a Letra de Câmbio possa produzir efeitos, a lei determina os seguintes
requisitos essenciais:
a. A denominação “ letra de câmbio ” inserida no próprio texto ou expressa na língua
empregada em sua redação;
b. A ordem de pagar determinada quantia;
c. O nome da pessoa que deve pagar a importância (sacado)
d. A época do pagamento;
e. O nome da pessoa a quem ou a ordem de quem deve ser paga (tomador);
f. A indicação da data e o lugar em que a letra é passada;
g. A assinatura de quem passa a letra (sacador).
Além dos requisitos que são essenciais, alguns requisitos poderão ser presumidos,
sem comprometer a sua validade como os que segue:
Os direitos ou o valor representado pela letra de câmbio pode ser transferido por
endosso: o endossante é o proprietário do título que o transfere a alguém, chamado
endossatário.
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O portador de uma letra, adquirida por endosso, pode haver dos endossantes
anteriores ou do sacador o valor da letra, se o aceitante ou sacado não a pagar, através do
chamado direito de regresso.
Da Nota Promissória
De acordo com o Artigo 75 da Lei Uniforme, para que a Nota Promissória possa
produzir seus efeitos, a lei determina os seguintes requisitos:
Assim, para que a Nota Promissória produza seus efeitos, torna-se necessário o
preenchimento desses requisitos, podendo parte deles ser presumida, sem contudo,
comprometer a sua validade, tais como:
- na falta e indicação da época do pagamento, seu vencimento será presumido como
sendo a vista;
- na falta de indicação do lugar onde o título foi passado, considerar-se-á o lugar do
pagamento e ao mesmo tempo, o lugar do domicílio do emitente da nota;
- na falta de indicação do lugar onde a nota foi passada, entender-se-á como lugar
designado ao lado do nome do emitente.
É título de uso comum, sendo que, atualmente, além da nota promissória comum
existe a nota promissória rural.
Não é título de uso regular das empresas comerciais e dos empresários que devem,
obrigatoriamente, emitir duplicatas... No entanto, como a emissão da duplicata exige uma
fatura anterior ou NOTA FISCAL, por vezes o referido título de crédito é utilizado de forma
irregular pelos comerciantes, ficando, no entanto, evidenciada a prática do crime de
sonegação...
Do Cheque
Em nosso País o cheque está regulado pela Lei 7.357/85, de 09 de Fevereiro de 1985
- Lei do Cheque.
O Cheque é uma ordem de pagamento a vista, sacada por uma pessoa (emitente ou
sacador) contra um Banco ou Instituição Financeira equiparada (sacado), mediante fundos
disponíveis do emitente, em poder do sacado, proveniente de depósito ou de contrato de
abertura de crédito.
Assim, o cheque pré-datado que é cobrado antes do prazo previsto, embora não se
constitua como um ato ilegal, evidencia o descumprimento de um ajuste anterior havido
entre as partes e se restar provado o dano que o desconto antecipado implicou, poderá
implicar em responsabilidades de indenização pelo dano causado.
Da Duplicata
A duplicata passou a ser, por força do Artigo 2 º da Lei 5.474, o único tipo de título de
crédito para documentar o saque do vendedor pela importância faturada ao comprador.
“ Lei 5.474/68
Art. 2 º - No ato da emissão da fatura, dela poderá
ser extraída uma duplicata para a circulação com
efeito comercial, não sendo admitida qualquer
outra espécie de título de crédito para documentar
o saque do vendedor pela importância faturada ao
comprador. ”
42
Aceite : A duplicata deverá ser enviada ao sacado para o seu aceite, reconhecendo
assim a exatidão das informações e da obrigação da pagar.
Representa uma segunda via da duplicata e pode ser emitida no caso do extravio ou
perda da duplicata anteriormente expedida.
PONTO 08
Da Falência e da Recuperação
Judicial
Enquanto colônia o Brasil, sujeito que estava a legislação portuguesa, esta era a
aplicável em matéria de falência. Ao tempo do descobrimento do Brasil, vigoravam em
Portugal as Ordenações Afonsinas, onde, predominavam os princípios do Direito Romano.
Em 1850, foi promulgado o Código Comercial Brasileiro, que dedicou a sua terceira
parte, denominando-a “ Das Quebras “ .
Ao Código de 1850, seguiram-se muitas leis de emergência, com a Lei de n.º 1.083
de 22 de Agosto de 1860, que estabeleceu os casos de falência dos bancos de circulação,
etc.
Depois de várias tentativas de modificação do Código Comercial, em 31 de Outubro
de 1939 TRAJANO MIRANDA VALVERDE apresentou um anteprojeto de Lei de Falências,
que, no entendimento de seu autor, interessava profundamente à ordem econômica,
apresentando dois objetivos principais:
a.- amparar o devedor honesto, para que a empresa, sob sua direção continue como
unidade da economia nacional, a prestar serviços à coletividade;
De acordo com a Nova Lei, a empresa devedora terá as seguintes opções, no sentido
de buscar sanear suas contas:
2.- negociar primeiro com seus credores a composição de suas dívidas, requerendo,
depois, em Juízo, a homologação do acordo extrajudicial obtido com seus credores. Será o
caso da Recuperação Extrajudicial; e
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3.- caso um credor tenha procedido o requerimento em Juízo de sua falência, poderá
pedir, no prazo de defesa, a sua recuperação judicial.
Da Recuperação Judicial
O devedor pode entrar na Justiça com o pedido de Recuperação Judicial e, uma vez
concedido o pedido, será concedido ao Requerente o prazo de 60 dias para apresentar o
Plano de Recuperação da Empresa ( Arts. 52 e 53 )
A sentença que defere o processamento do pedido suspenderá por até 180 dias o
curso da prescrição e das ações de execuções contra o devedor ( Art. 6.º, § 4.º).
De acordo com a redação do referido Artigo 94 em seus demais Incisos e §§, verifica-
se as mais diversas situações em que a falência do comerciante poderá ser decretada, em
vista da prática de atos considerados como lesivos e que são considerados pela Doutrina
como atos de falência.
Massa falida : é o acervo ativo e passivo de bens e interesses do falido, que passa a
ser administrado pelo chamado Administrador Judicial de acordo com a Nova Lei e pelo
Síndico da massa falida, de acordo com o Decreto-Lei 7.661/45.
Logo após a arrecadação pode iniciar-se a venda dos bens da massa falida, caso o
juiz não tenha deferido a continuidade provisória das atividades, conforme estabelece o
Inciso XI do Artigo 99 da Nova Lei de Falências. A alienação dos bens pode abranger a
empresa como um todo, ou parte dela, as máquinas, mercadorias, matérias-primas e demais
propriedades da empresa falida.
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A conduta do falido é avaliada através dos relatórios do Administrador Judicial,
podendo instaurar-se o procedimento penal, caso constatada a responsabilidade do falido.
2.- Créditos trabalhistas até o limite de 150 salários por credor ( o que exceder será
considerado como quirografário ) e os créditos acidentários, estes sem limite de valor;
3.- Créditos com garantia real ( garantidos com penhor ou hipoteca de bens imóveis);
5.- Créditos com privilégio especial sobre determinados bens (art. 964 CC);
e.- créditos com privilégio geral, como as debêntures e outros créditos previstos no
Art. 965 do CC;
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f.- créditos quirografários – créditos comuns, sem as garantias dos anteriores, tais
como cheques, duplicatas, etc.;
g.- créditos subquirografários-A ( conforme previsto no Inciso VII do Art.83; e
h.- créditos subquirografários-B ( conforme previstos no Inciso VIII do Art. 83 ).
PONTO 09
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Assim, embora a referida Lei tenha passado a ser conhecida e identificada como
sendo o Código de Defesa do Consumidor, na realidade trata-se de Lei de Defesa do
Consumidor e não exatamente de um Código como se pretende...
A lei, pois, surge como sendo um Código e, apesar de sua forma pouco técnica,
representa, na realidade, um considerável avanço na regulamentação das relações de
consumo em nossa legislação.
Antes do CDC, as entre particulares eram regidas pelo Código Civil e as relações
entre comerciantes, pelo Código Comercial; com o advento do Código de Defesa do
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Consumidor, as relações entre comerciantes (fornecedores) e o consumidor final
passaram a ser regidas por este instituto.
Consumidor, de acordo com o Artigo 2.º do CDC, é toda pessoa física ou jurídica
que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final, sendo que equipara-se a
consumidor a coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis, que tenham, nessa
condição, intervindo nas relações de consumo.
Assim, para efeitos práticos, isto é para os fins do CDC deve entender-se que o
objeto da relação refere-se a “ bens “ e não apenas a “ produtos “ . Para FILOMENO, bem é
qualquer objeto de interesse em dada relação de consumo e destinado a satisfazer uma
necessidade do adquirente, como destinatário final.
O que pretende é que os fornecedores cumpram suas regras e com isso possam
oferecer a seus consumidores produtos e serviços de qualidade, sem riscos para a sua
saúde e segurança, cuidando o fornecedor, cada vez mais de aprimorar a qualidade de seus
produtos.
A Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivo o atendimento das
necessidades dos consumidores, o respeito a sua dignidade, saúde e segurança, a proteção
de seus interesses econômicos, a melhoria de sua qualidade de vida, bem como a
transparência e harmonia das relações de consumo, atendidos os seguintes princípios:
§ 1º - (Vetado.)
09.1.- De acordo com a Lei 8.078, como pode ser definida a figura do consumidor e o
fornecedor ?
09.2.- Como pode ser definido “ produto “ e “ serviço “.
09.3.- Quais os direitos básicos do consumidor ?
09.4.- Interprete os artigos 36 e 37 da Lei de Proteção ao Consumidor.
09.5.- Diferencie, de acordo com o artigo 37 da referida lei, o que é propaganda enganosa e
propaganda abusiva ?
09.6.- De acordo com o artigo 47, como serão interpretadas as cláusulas contratuais
havidos em um contrato que regulam as relações de consumo ?
BIBLIOGRAFIA:
Bibliografia Básica:
AMÉRICO FÜHER, Maximilianus Cláudio. Roteiro das Falências, Concordatas e
Recuperações. São Paulo: RT 20 ª ed. 2005;
GUSMÃO, Mônica. Direito Empresarial. Niterói RJ: Editora Impetus, 3.ª ed. 2004;
REQUIÃO, Rubens. Curso de Direito Comercial. São Paulo: Editora Saraiva 27.ª ed. 2007;
Bibliografia Complementar:
RUSSO, Francisco. Manual Prático da Constituição de Empresas. São Paulo: Ed. Atlas: 11 ª
edição 2004;
SILVA, Vander Brusso da. Direito Comercial - Para Aprender Direito - v.3. 5 ª ed. São Paulo:
Barros, Fisher & Associados Ltda, 2008.
- Código Comercial Brasileiro;
- Constituição Federal.