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São Carlos/SP
2011
Apresentação
Introdução
- Ser capaz de investigar, refletir, gerar conhecimento, gerir e ensinar tanto no âmbito
escolar como em espaços não-escolares.
01 - Como sua Didática pode contribuir para uma educação de qualidade em todos os
aspectos pedagógicos?
03 – Como integrar, mas transcender as exigências do mercado, quase sempre pautadas por
perspectivas individualistas e privatistas, inclusive no campo educacional?
04 – Como estabelecer um compromisso com a transformação sócio-cultural, valorizando a
capacitação do aluno no âmbito técnico-científico, mas também nas relações interpessoais
humanizadoras?
06 – Como proceder os mecanismos de avaliação, de forma que esta não se resuma a exigir
do aluno que decore dados e fatos e nem venha a ser um instrumento de dominação e de
condenação ao aluno?
Também não é mais possível ignorar o papel das novas tecnologias de comunicação
e de informação (TICs) no mundo contemporâneo. Diferentemente dos meios de
comunicação de massa, elas mobilizam competências sociais e cognitivas que necessitam
do estabelecimento de relações sociais mais interativas e cooperativas. Nesse sentido, a
Didática deve interpretar este processo de formação a partir da relação dialógica entre duas
polaridades interdependentes e complementares: a pessoal e a sócio-cultural. Ou seja:
A dimensão pessoal é aquela relacionada à aspiração ou ao desejo pessoal do
aluno. Cada um desenvolve valores e estratégias singulares de compreensão do processo
educativo, apesar da influência dos fatores externos ou sócio-culturais (família, religião,
ideologia etc.) nesta experiência vivida.
A outra polaridade é a dimensão sócio-cultural que se refere, portanto, aos
programas e às instituições educativas. Ela compreende o conjunto de práticas e saberes
reconhecidos publicamente como fundamentais no processo educativo.
Esta relação dialógica entre a dimensão sócio-cultural e a pessoal é importante para
definir quais os métodos mais adequados de ensino em função das características de cada
grupo de alunos.
Essa tensão deve ser estimulada para que o processo didático adotado vá além
daquele denominado como abordagem tradicional na formação de professores. Ou seja,
daquela didática na qual o professor se apropria das instruções necessárias para o exercício
profissional na prática escolar diária, uma vez que sua formação se baseou em um simples
processo de socialização, adquirido por tentativa e erro, ao longo dos anos. Esta abordagem
se sustenta através do pressuposto que o docente para desempenhar suas tarefas não
necessita de nenhum treino prévio. O “saber-fazer”, o empirismo, capacitá-lo-ia para o
exercício profissional. Essa postura profissional ainda é muito comum em sala de aula. O
professor acredita que tem longa experiência e que não precisa mudar sua forma de ensinar.
Tal postura dificulta a introdução de novas tecnologias de ensino, por exemplo.
Porém, a relação dialógica apontada acima também é de fundamental importância
para superar a outra perspectiva didática, chamada de abordagem técnico-academicista na
formação de professores. Ou seja, a que estabelece uma nítida separação entre teoria e
prática, considerando que o conhecimento prático está subordinado ao conhecimento
teórico. Dessa forma, a atividade docente se reduz aos pressupostos da racionalidade
técnico-científica, desconsiderando as singularidades escolares. O chamado “fracasso
escolar” está muito relacionado a essa postura didática que parte de planos elaborados para
um aluno imaginado, mas que ignora o aluno concreto, aquele que está inserido em um
contexto único e singular. Muitas das criticas aos projetos educativos do Banco Mundial
focam neste aspecto: o não-conhecimento da realidade escolar e a imposição de uma
proposta desvinculada dessa realidade.
Uma tentativa didática de superação desse quadro aparece com a abordagem
reflexiva na formação de professores. Ou seja, trata-se de um enfoque didático-pedagógico
que valoriza a pesquisa-ação, e que concebe o futuro professor como um profissional
autônomo que reflete criticamente sobre a prática educativa cotidiana. O objetivo central é
fazer com que o professor compreenda melhor o processo de ensino, contextualizando-o.
Assim, apesar do conhecimento profissional surgir na e a partir da prática escolar, passa a
exigir uma constante experimentação reflexiva e democrática para construir e reconstruir a
prática educativa, interagindo teoria e prática.
E, felizmente, do interior do ensino tecnicista surgiu o gérmen de sua
transformação: as TICs. É justamente o caráter dinâmico e interativo das novas tecnologias
que podem humanizar a Didática, propiciando uma nova prática, baseada na reflexão e na
interação.
Introdução
Esta proposta abrange de forma plena questões contemporâneas para que o aluno
(seja do ensino fundamental, da educação de jovens e adultos ou idosos) possa sentir
interesse por essas disciplinas. Ele aborda dez eixos temáticos, que se complementam, e
que visam, durante a prática educativa, ajudar o educando a transformar informação em
conhecimento e, este, em sabedoria de vida.
Os conteúdos ou conhecimentos específicos que serão tratados nas aulas podem
dialogar com um ou mais eixos temáticos, valorizando uma formação crítica e
compreensiva do aluno, de forma que o conhecimento específico que será alvo da prática
de ensino não se aliene de uma reflexão mais profunda sobre a sociedade, e que a aula não
se limite a um aglomerado de dados e informações que podem ser facilmente encontradas
nos meios de comunicação de massa. Estes conhecimentos, quando contextualizados,
precisam levar em consideração a realidade e o meio em que a aula será realizada, de forma
que o aluno possa vir a ser sujeito do processo, de forma que sua experiência subjetiva seja
importante em sua formação.
Os dez eixos temáticos propostos são os seguintes:
- Educação e os desafios sócio-ambientais da pós-modernidade;
- Educação, ciência e novas tecnologias de ensino;
- Educação, cooperativismo e terceiro setor;
- Educação, sustentabilidade e meio ambiente;
- Educação, diversidade cultural e alteridade;
- Educação patrimonial, memória e identidade;
- Educação em direitos humanos, cidadania e ética;
- Educação para o lazer, ação sócio-cultural e tempo livre;
- Ensino religioso escolar, ecumenismo e cultura de paz;
- Educação para o envelhecimento, tanatagogia e a consciência da finitude.
Os dez eixos temáticos não são estanques. Eles se integram visando uma formação
integral do aluno e os temas se modificam ou são atualizados de acordo com as
transformações do mundo. Porém, no âmbito da metodologia de ensino, as heurísticas a
serem utilizadas devem ser, predominantemente, aquelas que formam a chamada pesquisa
qualitativa, servindo-se, dessa maneira, das técnicas de história oral, da etnografia, da
observação participante, da análise de documentos e outros materiais etc., visando a
construção de um curso de História e Geografia dinâmico, capaz de acompanhar as
transformações sócio-culturais que acontecem em todas as instâncias de poder e escalas de
observação, propiciando uma preparação crítica, criativa e sensível do aluno.
É importante salientar a necessidade de parcerias com os mais diversos setores
sociais, buscando constituir uma rede em várias escalas de ação, do local ao global, de
forma a propiciar um intercâmbio de idéias e de informação, explorando de forma plena os
recursos possibilitados pela internet. Dessa forma, na troca de experiências e informações,
seja através de blogs, listas de discussão, canal de vídeos, revista virtual etc. é possível
estabelecer uma relação interativa com alunos de outras escolas, por exemplo, sem perder
de vista que o objetivo central do ensino de História e Geografia, conforme proposta acima,
é a promoção e a garantia dos direitos humanos, da sustentabilidade planetária, em todas as
escalas de ação e a educação integral do Ser, abarcando sua integridade física, mental,
emocional e espiritual.