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1- Fisiologia geral das Membranas: transporte de substâncias através da

membrana celular.

A membrana celular envolve toda a célula, é uma estrutura fina e elástica, formada quase
inteiramente por lípidos e proteínas.

Composição:
• 55% Proteínas
• 25% Fosfolípidos
• 13% Colesterol
• 4% Outros lípidos
• 3% Carbohidratos

A sua estrutura básica é de uma bicamada lipidica, com espessura de apenas 2


moléculas, que são contínuas por toda a superfície celular.
Existem grandes moléculas globulares de proteínas intercaladas nessa película lipidica.
Uma parte de cada molécula de fosfolípidos é solúvel em água, hidrofilica (cabeça) e a
cauda hidrofóbica (solúvel em gorduras). A porção fosfato dos fosfolípidos é hidrofilica e a
das A.G. é hidrofóbica.
Como as porções hidrofóbicas das moléculas de fosfolípidos são repelidas pela água, ao
mm tempo que são atraídas umas pelas outras, elas apresentam tendência natural para se
alinharem lado a lado no centro da membrana.
A bicamada lipidica é impermeável a substâncias hidrossolúveis (iões, glicose, ureia, …)
Por outro lado as substâncias lipossolúveis como o O2, CO2 e o álcool atravessam
facilmente a membrana.

Líquido Extracelular – Na+, Ca2+, Cl-, HCO3-, glicose, …


Líquido Intracelular – K+, Mg2+, Fosfatos, proteínas, …

Uma característica especial da membrana é ser um fluido e não um sólido


As moléculas de colesterol estão dissolvidas na bicamada fosfolipidica. Elas são
responsáveis pelo grau de permeabilidade da bicamada lipidica aos constituintes
hidrossolúveis dos lípidos corporais.
Por outro lado também controla o grau de fluidez da membrana.

Fluidez membranária:
• A baixas temperaturas os fosfolípidos existem numa fase gel ou estado cristalino com
reduzida mobilidade.

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• A partir de determinada temperatura, Tc, os grupos polares adquirem grande
mobilidade originando um estado cristalino líquido.

Estado cristalino → Estado cristalino líquido


T <Tc T <Tc

 Diminuição da Tc – Colesterol fluidifica as membranas


 Aumento do Tc – Colesterol torna as membranas + rígidas

Determinantes da fluidez membranária:

Determinante Variável Fluidez


Temperatura ↑ ↑
↑ Colesterol ↓
Lípidos ↑ Insaturação AG ↑
↑Comp. AG ↓
Proteínas ↑ ↓

Efeitos da fluidez:
• Mobilidade proteica
• Actividade catalítica de enzimas
• Permeabilidade de substratos e …gados
• Especificidade e afinidade de receptores

Proteínas de membrana:
• Medeiam a maior parte das funções enzimáticas, de transporte e receptores da
membrana;
• São normalmente glicoproteínas
• Existem 2 tipos:
 Integrais:
• Proeminentes através de toda a espessura da membrana
• Importantes na interacção da célula com o meio ou com outras células
(formação de canais
• Só podem ser isoladas através de tratamentos mais agressivos que
envolvem a rotura da membrana por detergentes caotrópicos (conferem
as associações hidrofóbicas nas membranas)
 Periféricas:
• Encontram-se, quase na totalidade; na face interna da membrana,
fixando-se a uma das proteínas integrais

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• Actuam com enzimas ou como controladoras do funcionamento
intracelular
• Dissociadas com tratamentos suaves como alteração de pH ou força
iónica

Interacções fosfolípidos/ proteínas de membrana

Raf+ lipidico – regiões mais organizadas e ordenadas da membrana, de baixa


fluidez com altos conteúdos de colesterol e esfinfolipidos


• Regula o tráfico membranário de certas proteínas
• Regula processos como o metabolismo da proteína percursora do amilóide
• Regula a polarização da mobilidade celular

Hidratos de carbono celulares


Os hidratos de carbono celulares estão invariavelmente combinados com proteínas e
lípidos, sob a forma de glicoproteínas e glicolípidos.
As porções “glico” encontram-se no exterior da célula, assim como as proteoglicanas que
se fixam à superfície externa de célula


Assim, toda a superfície externa da célula apresenta um fraco revestimento de
carbohidratos, que é chamado de Glicocálise.

Os radicais de carbohidratos, presos á superfície da célula têm como funções:


• Como têm carga negativa, muitos deles, dão à maioria das células uma carga global
superficial negativa, capaz de repelir outros elementos negativos
• Muitos radicais actuam com substâncias receptoras para a fixação de várias
hormonas, como a insulina
• Podem participar em reacções imunológicas

Ligação covalente entre proteínas e lípidos na membrana


Há 3 tipos:
• Meristato – liga-se à superfície citoplasmática das membranas proteicas como a
subunidade catalítica da proteína quinase AMPc dependente, a calcinefrena B e a
NADH-citocromio bs redutase
• Palmitato – liga-se através da lig. Tio-ester com a cisteína
• Glicosil-fosfatidilinositol:
1- Livre na superfície citoplasmática com função de transdução de sinal
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2- Ligado às proteínas que é extracelular

Moléculas de adesão celular


São as proteínas membranárias de extrema importância nas interacções da célula com
outras células e matriz extracelular.
Agrupam-se em 4 classes diferentes:
• Superfamilia das imunoglobulinas LFA, ICAM, VCAM
• Superfamilia das selectinas L, P, E
• Superfamilia das integrinas B1, B2, B3
• Superfamilia das caderinas N, E, P, R

As interacções podem ser:


 Homofilicas – moléculas iguais
 Heterofilicas – moléculas diferentes

Integrinas:
• Receptores constituídos por 2 subunidades, α e β de ligação não covalente
• Na sua função citoplasmática interagem com muitas proteínas incluído o
citoesqueleto

Selectinas
• Possuem domínios do tipo lectina, tipo EGB e tipo complemento
• São de 3 tipos:
 Selectina L – linfócitos
 Selectina P – plaquetas e endotélio
 Selectina E – endotélio

Caderinas
• Funções no reconhecimento celular, morfogénese e repressão tumoral
• Vários tipos
 N – neural
 E – epitelial
 P – placentária
 R – retiniana
• Todas possuem uma porção extracelular NH2 - terminal com 5 domínios, um só
domínio transmembranário, e uma porção citoplasmática COOH- que interage com
caderinas β ‫ﻻ‬e .

Exemplo:
Adesão e migração transendotelial de leucócitos


Os leucócitos perto de parede endotelial
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1- Contacto inicial – selectinas
2- Activação e adesão – imunoglobolinas
3- Transmigração – integrinas

2 - Sistema de transdução de sinal

Comunicação intercelular
• O sinal tem uma origem e um destino definido
• A descodificação do sinal inicial envolve a formação de um sinal intracelular que inicia a
resposta celular (transdução de sinal)
• Sinais iniciais pequenos levam a respostas celulares amplificadas

Classificação dos receptores


• Receptores acoplados ao DNA
• Activação directa de canais iónicos pelo ligando
• Receptores acoplados a proteína G
• Receptores que possuem act. Enzimática (tirosina-quinase, guanil-ciclase)

Mensageiros lipossolúveis Receptores acoplados ao DNA

• Os receptores são intracelulares e encontram-se inactivos no citoplasma ou no núcleo


(+ vezes no núcleo)
• O 1º mensageiro passa a membrana plasmática e a membrana nuclear e junta-se ao
receptor, activando-o
• Esta activação leva á junção de um factor de transcrição tb ao receptor provocando
alterações na transcrição de genaq1es

Actividade regulatória da transcrição do DNA; quer aumentando quer diminuindo a síntese e
expressão genica
Mensageiros não lipossolúveis Receptores que funcionam como canais iónicos
• O próprio receptor é um canal iónico
• Esta abertura leva a um aumento da difusão do ião específico ao canal
• Geralmente associados a mudanças no potencial de acção de membrana
• Caso seja um canal de cálcio, a sua abertura leva a um aumento citosólico do mesmo
resultando num acontecimento essencial para a via de transdução de sinal de muitos
receptores

1º mensageiro  receptor (canal iónico) activa-o (abre-o)  diferença de potencial de


membrana  resposta celular

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Ex: canais iónicos de Na+ (neurónio, musculo cardíaco e esquelético)
 Canais iónicos de Ca2+
 Canais iónicos de K+
 Canais iónicos de Cl –

Receptores que possuem actividade enzimática

 Tirosina quinase  factores trópicos


• Todos os receptores que possuem actividade enzimática são proteínas kinase. Q
grande maioria fosforila as porções da proteína que contem o a.a. tirosina, daí o
nome tirosina Kinase
• Logo a tirosina kinase constitui um grupo de proteínas kinase e não uma enzima
em particular

• O 1º mensageiro liga-se ao receptor, e este muda a sua conformação


• Assim a porção enzimática localizada no lado citoplasmático é activada
• Isto resulta, uma autofosforilação do receptor (o receptor fosforila os grupos de tirosina)
• Os resíduos fosforilados servem de ligação a proteínas citoplasmáticas com afinidade
para os mesmos
• Estas proteínas citoplasmáticas com os resíduos fosforilados ligam-se a novas proteínas
gerando uma cascata de sinais até á resposta celular

 Guanil ciclase
• É uma excepção dos receptores da membrana plasmática que possuem
actividade enzimática
• Catalisa a formação de um 2º mensageiro e vai activar a proteína kinase

• O 1º mensageiro liga-se ao receptor da guanil-ciclase


• Catalização de formação no citoplasma de GMPciclico (2º mensageiro)
• O GMPc funciona como 2º mensageiro e vai activar a proteína kinase dependente
de GMPc
• Existe fosforilação de proteínas para mediar a resposta da célula ao mensageiro
original

• Em certas células, a guanil cilase encontra-se no citoplasma


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Nestes casos, o 1º mensageiro – óxido nítrico – difunde na célula e combina-se com a guanil
ciclase para a formação do GMPc

Receptores que activam JAK


 Ao contrário das tirosinas quinases que possuem actividade enzimática intrínseca, neste
tipo de receptores a actividade reside numa família de kinases citoplasmáticas
denominadas JAK
• Ligação do 1º mensageiro ao receptor
• Mudança conformacional do receptor o que leva a activação da JAK kinase
• JAK kinase fosforila proteínas alvo até á resposta celular

 Diferentes receptores associam-se a diferentes famílias de JAK kinases


 Diferentes JAK kinases fosfoliram diferentes proteínas alvo

Receptores que activam STAT (signal transducers activators of transcription)


 Proteínas citosolicas com domínios SH2 envolvidas no reconhecimento de resíduos de
tirosina fosforilada
 Ligam-se a receptores de tirosina kinase activados ou receptores de citoquinas que se
dimerizam e transformam as STAT em factores de transcrição do DNA que induzem o
crescimento celular e diferenciação
 Servem de ligação entre a superfície celular e núcleo
• A ligação do ligando leva a dimerização do receptor
• Activação e fosforilação dos resíduos de tirosina das JAK
• As JAK fosforilam as STAT
• As STAT dimerizam e movem-se em direcção ao núcleo

Receptores que activam FAK (Focal adhesion kinases)


• Proteínas citosolicas com actividade de tirosina quinase
• Associam-se a receptores da matriz extracelular e ligam o potencial de sinalização da
matriz extracelular
• Muito activas na diferenciação da migração celular e proliferação

Receptores que activam MAPK (Mitojen activated protein kinases)


• Família de proteínas citosolicas (serina/treonina kinases)
• Uma das vias principais de modelação celular, proliferação e controle da diferenciação
• Activam proteínas efectoras citosólicas e/ou nucleases
• Podem ser activadas por receptores ligados a proteínas G ou a tirosina kinases

Receptores acoplados a proteína G

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• Cerca de 80% dos 1º mensageiro (hormonas, neurotransmissores, neurotransmissores
ou outros factores) exercem os seus efeitos celulares através de receptores acoplados às
proteínas G
• A proteína G pode causar a abertura de canais iónicos originando impulsos eléctricos ou
no caso de canais de cálcio, modificar a concentração citosólica do mesmo (rec.
Metabotrópicos)
• Também podem activar a enzima membranar com a qual interagem
• Proteína G
 São heterodímeros compostos por 3 polipéptidos:
o Sub-unidade α – ponto de ligação para a guanina
Preenchido no estado de descanso por GDP

o Complexo β γ
A proteína G pode activar:
• Canais iónicos
• Adenilato ciclase
• Fosfolipase C

Acções de algumas proteínas G:


Gs – estimula a adenilato-ciclase e activa canais de Ca2+
Gi – inibe a adenilato-ciclase e activa canais de K+
Gq – activa a fosfolipase C
Go – inibe correntes de cálcio
Gt – estimula a adenilato ciclase no olho
Gdf – estimula a adenilato ciclase no nariz

• Ligação do 1º mensageiro ao receptor e mudança conformacional deste


• A mudança conformacional leva a que uma das 3 subunidades se ligue a outra proteína
na membrana plasmática – proteína efectora

Adenilato ciclase
• A activação da adenilato ciclase, cataliza a conversão de moléculas de ATP  AMPc
• O AMPc funciona como 2º mensageiro e activa proteínas kinase dependentes de AMPc
• Fosforilação de enzimas chave e resposta celular

 Transdutores de membrana adenilato-ciclase


o Enzima responsável pela catalização de ATP em AMPc (2º mensageiro)
o É regulado quer positivamente quer negativamente por:
 Proteína G
 Ca2+
 Calmodulina
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 Fosfatidilcolina
 Inibidores do sitio P
 Proteína kinase k

o Proteínas G - canais iónicos (rec. ionotrópicos)


 As proteínas G possuem a capacidade de cativar directamente ou
indirectamente canais iónicos
• Activação directa - activa directamente independentemente do 2º
mensageiro
• Activação indirecta

Proteína G  activa fosfolipase C IP3


DAG  proteína kinase C

Fosforilação do canal iónico

Função do AMPc no interior da célula


AMPc
• Difunde-se através da célula indo activar a proteína kinase A, a qual vai fosforilar outras
proteínas (na maioria enzimas)

Estas enzimas levam acabo a resposta celular (amplificada)
Secreção, contracção, etc., …

• A acção do AMPc é eventualmente terminada pela sua degradação em AMP sob a acção
da fosfodiesterase

Transdutores de membrana  Fosfolipase C


• Cataliza a degradação dos fosfolípidos da membrana em diacilglicerol e inositol 3 P

IP3  não exerce a sua actividade de 2º mensageiro directamente



Liga-se aos canais de cálcio no RE

O cálcio difunde-se pelo citosol

Resposta celular ao 1º mensageiro

Cálcio como 2º mensageiro


Através de transporte activo quer na membrana extracelular, quer nas membranas
dos organitos, a concentração de cálcio encontra-se extremamente diminuída
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Existe um potencial electroquímico que facilita a difusão de cálcio para o citosol

 O aumento de Ca2+ pode dever-se a:


o Activação de receptores pelos mensageiros
 Receptores membranares activados
 O Ca2+ é libertado do RE por acção do 2º mensageiro em particular IP3 ou
o próprio cálcio
 O transporte activo de cálcio para o meio extracelular é inibido por 2º
mensageiros
o Abertura de canais dependentes de voltagem
 O aumento de cálcio citosólico pode levar a uma resposta
o O Ca2+ liga-se á clamodulina
o O Ca2+ liga-se a proteínas intremediárias que agem de forma análoga à
calmodulina
o O Ca2+ altera as próprias proteínas que levam á resposta celular
o (o Ca2+ ao ligar-se á troponina  inicia a contracção
Calmodulina
Inactiva Ca2+

Calmodulina activa


5 Kinases dependentes de calmodulina
 Kinase da cadeia leve de miosina contracção do músculo
 Fosforilase kinase
 Calmodulina kinase I e II  função sináptica
 Calmodulina kinase III  síntese proteica

Óxido nítrico
Arginina
ON sintetase

Óxido nítrico

Difusão para células vizinhas

Acção do ON sobre a guanilciclase

Aumento de GMPc nas células do tecido muscular liso

Efeito vasodilatador

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Peróxido de hidrogénio e radicais livres
 Actuam sobre os factores de transcrição ou pelo aumento das vias MAPK possuindo
assim um papel no crescimento e diferenciação celular

Inactivação da transdução de sinal


• Os 2º mensageiros são rapidamente inactivados
• Os receptores podem ser inactivados por:
• Alteração da afinidade para os mensageiros por fosforilação dos receptores
• Remoção dos receptores da membrana por endocitose

3 - Compartimentos líquidos do organismo: sua organização, composição


e dinâmica fisiológica

Principal liquido orgânico  água

Quantidade de água total:


• 55-60% do peso corporal no homem adulto
• 50-55% do peso corporal na mulher adulta
• ≈ 42 L num homem de 70 Kg

Conteúdo em água dos diferentes indivíduos varia com:


• Quantidade de tecido adiposo
o Quanto maior for a quantidade de massa gorda menor é a fracção do peso
corporal atribuído á agua

Compartimentos
Termo não especifica referente a uma região do corpo com uma composição química
única ou compartimento único.

A água corporal total está contida em 2 grandes compartimentos separados por membranas
celulares:
o Liquido intracelular (2/3 água corporal total) (60%)
o Líquido extracelular (1/3 água corporal total) (40%)

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 Compartimento extracelular major
• Plasma (71%)
• Líquido intersticial (31%)  circunda as células nos tecidos
 Compartimento extracelular minor
• Osso e tecido conjuntivo denso
• Agua transcelular (2%)
• Secreções digestivas
• Liquido intra-ocular
• LCR
• Suor liquido sinovial, pleural, peritorial e pericárdico

Perda diária de agua


• Perdas urinárias
• Perdas fecais
• Perdas insensíveis
o Evaporação da superfície da pele
o Evaporação do tracto respiratório
• Perdas pelo suor
• Perdas patológicas

Entrada e saída de nutrientes


Agua plasmática:
• Nutrientes ingeridos passam através do plasma no caminho para as células
• Produtos de excreção celular passam pelo plasma antes da eliminação

Espaço intersticial
• Ponto de acesso directo para a maioria das células. Excepção dos GV e GB

Espaço intracelular VS extracelular


• Composição química muito diferente
• Concentração iónica total muito semelhante
• Concentração osmótica total virtualmente idêntica

Extracelular  Na+, Cl- , HCO3-


Intracelular  K+, proteínas, a.a, fosfatos

Distúrbios primários
• Aumento da osmolaridade do LEC
o Água sai de dentro da célula (vol ↓, osmol ↑)
• Diminuição da osmolaridade no LEC
o Água entra nas células (vol ↑, osmol ↓)

Pressão osmótica  a água move-se até á igualdade de concentrações em ambos os lados


da membrana
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Água corporal total
• Liquido intracelular (2/3)
• Liquido extracelular (1/3)

Sofre regulação por 2 parâmetros:


• Regulação de volume
• Regulação da osmolaridade
Regulação de volume (sistema renina/angiotensina/aldosterona)

O rim tem o nefrónio que tem uma estrutura com células sensíveis à pressão a nível
renal. A diminuição da [NaCl] e o abaixamento da pressão sanguínea a nível renal leva á
libertação de renina, que vai actuar numa proteína produzida a nível hepático que é o
angiotensinogénio.
A renina é uma enzima, que está relacionada com a arteríola aferente
A renina vai converter o angiotensinogénio em angiotensina I que passa na circulação
pulmonar e transforma angiotensina I em II. A II é um poderoso estimulo para a produção e
libertação de aldosterona
A angiotensina II promove a vasoconstrição da arteríola aferente e aumenta a
produção renal. Inibe a libertação de renina
A aldosterona aumenta o volume circulante levando á reabsorção de sódio dos tubulos
renais. O sódio é reabsorvido levando por efeito osmótico a reabsorção de água. Também
leva à excreção de potássio e hidrogeniões

Baixa a pressão sanguínea  Rim

Renina

Angiotensinogénio angiotensina I

Convertase pulmonar

Angiotensina II  Córtex supra-renal  Aldosterona

Variações na pressão sanguínea



Baroreceptores no aparelho justaglobular

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Renina

Sistema em cascata

Córtex adrenal liberta aldosterona

Aldosterona provoca retenção de sódio a nível renal aumentando a reabsorção de H2O, com
a normalização da pressão arterial

Regulação da osmolaridade
Variações na osmolaridade sanguínea

Osmoreceptores

Libertação de ADH hipofisiário

Reabsorção de água nas porções finais do nefrónio

↓excreção de água

O ADH aumenta a reabsorção de água


A acção renal mais importante do ADH consiste em aumentar a permeabilidade dos
epitélios do tubulo distal, do tubulo colector e do ducto colector á agua. Esse efeito ajuda o
corpo a conservar a água em circunstâncias como a desidratação.
Na ausência de ADH a permeabilidade dos tubulos distais e do ducto colector à água
é baixa, resultando na excreção de grande quantidade de urina diluída pelos rins. Por
conseguinte, as acção do ADH desempenham papel-chave no control do grau de diluição,
ou de concentração, da urina

↓ ADH ↑ urina diluída Deficit de água



↑ Osmolaridade exterior (↑ concentração plasmática de sódio)

Secreção de ADH ↑ (hipófise posterior)
↑ADH plasmático
↑ Permeabilidade dos tubulos distais e ductos colectores à agua
↑ Reabsorção de agua
↓ Excreção de agua (volume de urina)

4 - Transporte passivo e activo. Efeito de Gibbs-Donnan e o potencial de membrana

Transporte passivo

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• Transporte possibilitado por uma diferença de concentrações (para substancias sem
carga) ou por uma diferença de concentrações e de potencial eléctrico (para substancias
com carga)
• Este tipo de transporte tende a dissipar as diferenças que lhe deu origem e a distribuição
final entre a célula e o meio será de um estado de equilíbrio

 Transporte e distribuição da agua


Pressão osmótica – é igual á pressão hidrostática necessária para interromper a passagem
de água de um compartimento para outro

É tanto maior quanto o nº de partículas de soluto


Π = R.T (c)

p.o. [ ]Soluto (molaridade)
Constante

Fluxo osmótico - movimento de agua do meio hipotónico para o meio hipertónico


Osmolaridade a osmolaridade de uma substância é a massa desta que proporcionava em
solução o mesmo nº de partículas que um mol de uma substância não dissociada
Ex: 1 osmol de NaCl = 0,5 NaCl
1 osmol Glucose = 1 mol glucose

Contudo a membrana biológica pode ser muito permeável a alguns solutos. A p. osmótica
è aquela determinada pelos solutos que são incapazes de atravessar a membrana ou
fazem-no com uma velocidade menor que a agua

Transporte passivo de iões


Á força impulsora das diferentes concentrações adiciona-se a que provém das
diferenças de potencial eléctrico de modo que a tendência para dissipar as diferentes
concentrações pode ser contrariado pelas diferenças de potencial
Potencial electroquímico – mede a energia de um ião em solução em função da sua
concentração e do potencial eléctrico
A temperatura e pressão constantes, 2 sistemas estão em equilíbrio quando a sua
energia livre tem o mesmo valor, isto é, quando se iguala o potencial electroquímico do ião
em ambos os compartimentos
Equação de Nerst:

Permite para qualquer ião de carga conhecida, distribuído entre a célula e o meio,
determinar:
• A diferença de potencial necessária ao equilíbrio
• A diferença de concentração que corresponde a uma distribuição em equilíbrio

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Nas células, a maior parte dos iões negativos intracelulares são proteínas incapazes de
atravessarem a membrana, enquanto que os iões positivos (nomeadamente o K+) podem
difundir
Em consequência, as células possuem uma diferença de potencial em relação ao
exterior, que se aproxima do valor experimental da relação de concentração entre o K+ intra
e extracelular, isto é o potencial da membrana ou potencial de repouso

Equilíbrio de Gibbs-Donnan

 Os aniões só se difundem para dentro da célula, e os catiões difundem-se para dentro e


para fora da célula

Todas as células contem iões negativos incapazes de atravessar a membrana enquanto


que os iões negativos e positivos do meio e podem fazer

Se a distribuição dos iões se realiza apenas por transporte passivo, na situação de equilíbrio
devem igualar-se os produtos das concentrações dos iões disponíveis em ambos os lados
da membrana
[K]int [Cl] int = [K] ext [Cl] ext

Este equilíbrio está portanto necessariamente associado a uma diferença de pressão
osmótica entre os compartimentos em que se estabelece e a que se dá o nome de pressão
coloidosmótica
A pressão coloidosmotica levaria á entrada de água para o interior da célula, deve
concluir-se que a distribuição de iões em equilíbrio entre a célula e o meio é incompatível
coma sobrevivência celular

Resulta daqui a necessidade de outro tipo de transporte iónico para além do passivo, que
torne possível a sobrevivência celular  Bomba Na+/K+ (T. activo)
Este novo processo será dependente do metabolismo da célula dado que essa é a
única fonte de energia para transportes não passivos

Mecanismos de transporte passivo


Difusão simples
• Depende do nº de choques da substância com a membrana, o movimento resultante
ocorre sempre no sentido da diferença de contracção ou de potencial
• Depende da permeabilidade da membrana
o Superior para substancias lipossolúveis
o Retém intermediários lipossolúveis
• Depende da presença de poros hidrofilicos (proteínas) nas membranas, permitindo que a
sua permeabilidade para substâncias hidrofilicas seja maior que nas membranas
anfipáticas de polipéptidos
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Estes poros descriminam a passagem com base no tamanho e na carga eléctrica da
substância
• São impermeáveis para solutos hidrofilicos
• São impermeáveis para solutos com carga idêntica à sua parede

Difusão facilitada
• Faz-se no sentido do gradiente de concentração e não há energia envolvida, apenas
necessita da existência de um transportador que se combine com a substância
• Transporte passivo, especifico para determinada substância
• É saturável, ou seja, é limitado pelo nº de transportadores, fazendo-se a velocidade
constante a partir de um certo valor

Na difusão simples  lei de Fick (velocidade é proporcional á concentração da substãncia)


Na difusão facilitada  lei de Michaelis Menten (é saturável) a partir de certa altura a
velocidade é constante

Mecanismos de transporte activo


Transporte activo
• Faz-se contra uma diferença de concentração ou de potencial eléctrico, implicando a
introdução da energia necessária e que cesa coma interrupção do metabolismo celular
A diferença de concentração no transporte activo tende a dissipar-se com um movimento
passivo em direcção oposta
A distribuição final de um soluto submetido a transporte cativo é uma distribuição ou
estado estacionário distinto do estado de equilíbrio do transporte passivo

Bomba Na+/K+
• A concentração intracelular de K+ é superior à esperada e a de Na+ inferior á esperada,
se as células estivessem em equilíbrio com o meio extracelular

Isto deve-se á capacidade da célula transportar activamente Na+ para fora e K+ para dentro

 Quando 2 iões de K+ fixam-se no exterior da proteína transportadora e 3 iões de Na+


fixam-se na parte interna, a função ATPase da proteína será activada. A seguir ocorre
clivagem de uma molécula de ATP, que será fosforilada para adenosina difosfato (ADP),
com libertação da energia contida na ligação fosfato

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Essa energia acarreta a alteração conformacional da molécula transportadora, com a
saída de 3 Na+ e a entrada de 2 K+
A energia metabólica é transformada em energia electroquímica para ser utilizada em
outros processos de transporte activo secundário

Importância da bomba Controlar o volume das células

Dentro da célula existe grande nº de proteínas e de outros compostos orgânicos que não
conseguem sair da célula. A maioria destes tem carga negativa e portanto, colecta também,
ao seu redor, inúmeros iões positivos. A seguir todas essas substâncias tendem a causar
osmose da água para o interior da célula. Se isso não for impedido, a célula acabará
inchada, até explodir.
O mecanismo que impede essa ocorrência é a bomba Na+/ K+
Saem 3 iões Na+ e entram 2 iões para a célula. Além disso a membrana é muito menos
permeável aos iões Na, de forma que apresentam forte tendência em permanecer no espaço
extracelular.

Assim, isso representa perda efectiva contínua de iões para fora da célula, o que induz tb a
osmose da água para fora da célula

Mantém volume normal celular

Classificação dos transportadores


Uniporte
• Transporte de uma substância a favor do gradiente
• Transporte de a.a ou glucose para dentro da célula

Simporte
• Transporte de 2 tipos de substância. As duas substâncias passam para o mm lado da
membrana, um a favor e outro contra o gradiente de concentração
Antiporte
• Transporte de 2 tipos de substâncias. Passam em sentidos opostos sendo um a favor e
outro contra o gradiente

5 - Liquido cefalo- raquidiano

Localização – fui dentro dos ventrículos cerebrais, canal medular e espaço sub-aracnoideu
que rodeia o cérebro e a medula espinhal

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Produção – plexos coroideus nos ventrículos laterais -responsáveis pela maior parte da
produção. Plexos do 3º e 4º ventrículo – pouca produção

Plexos coroideus – conjunto de células ependimárias especializadas + tecido de suporte +


vasos sanguíneos associados
São formados por invaginações da piamáter vascular pelos ventrículos, produzindo um
núcleo de tecido conjuntivo vascular coberto por células ependimárias

Renovação – 3 a 4 x por dia


Produção – 500 mL/dia

Função:
• Protecção mecânica - o LCR actua como meio amortecedor de choques, que protege o
delicado tecido do encéfalo e da medula espinhal, de pancadas que, de outra forma,
poderiam fazê-lo bater contra as paredes ósseas das cavidades do crânio e do canal
vertebral
• Protecção química - o LCR forma um ambiente químico óptimo para a sinalização celular
• Circulação o LCR é um meio para troca de nutrientes e detritos entre sangue e o tecido
nervoso
Tráfego
1. O líquido flui dos ventrículos laterais para o 3º ventrículo através do foramen de Mouro
2. Do 3º flui para o 4º ventrículo pelo aqueduto de Silvius
3. Do 4º ventrículo flui para o espaço sub-aracnoideu através do foramen de mangedi e
luscka
4. Daqui circula pela base do cérebro, desce á volta da medula espinhal e sobe para os
hemisférios cerebrais

Pressão do LCR
• A pressão normal é 10 mmHg
• Tumores cranianos, hemorragias ou processos infecciosos podem levar a um
aumento até 3-4x
• O LCR é produzido a velocidade constante
• A reabsorção ao nível das vilosidades aracnoideias é que determina a pressão do LCR
Quando a pressão ultrapassa 1,5 mm HG acima da pressão sanguínea nos seios venosos
o LCR passa para o seio sagital superior

Barreiras
 Barreira hemato-cefálica  separa o sangue do tecido nervoso
 Barreira sangue-LCR  constituída pelos plexos coroideus

Barreira hemato-cefálica

- 19 -
• Constituída por astrócitos e endotélio
• Separa o sangue do tecido nervoso

Funções de transporte
• Difusão simples de compostos lipossoluveis (etanol,nicotina, imipranina, água, CO2,
etc…)
O H+ não passa  passa acoplado ao HCO3-
• Difusão facilitada
o Sistema das hexoses: GWT1 transporta manose, D-glucose, maltose e vit C
o Sistema dos ácidos monocarboxilicos: transporte de corpos cetónicos, L-lacato
e piruvato
o Sistema L (leucina): transporte de fenilalanina, leucina, L-Dopa, tirosina…
o Outros sistemas de influxo: transporte de a.a. ácidos e básicos, vitaminas…

• Transporte activo
o Bomba Na+/K+: localiza-se na face anti-lumial do endotélio que transporta K+
do espaço intersticial para o sangue e Na+ do sangue para o espaço intersticial
o Sistema A: transporta pequenos a.a. neutros e GABA por simporte
o Sistema P: proteína transportadora ABC e está na face luminal do endotélio
o Transcitose mediada por receptores: transporte de péptidos plasmáticos para o
SNC como a insulina e transferrina

Funções enzimáticas
 Protege o SNC de toxinas, tem funções no metabolismo lipidico e dos AG e funções
imunológicas

Barreira sangue -LCR


• Constituída pelos plexos coroideus (produz e secreta a pré-albumina- uma das principais
proteínas do LCR)
Funções de transporte e secreção de LCR
• Certas partículas são transportadas selectivamente como o cálcio
• É um sistema de fluxo dos ácidos orgânicos fracos, que inclui catabolitos
neurotransmissores
• Difusão simples, facilitada e transporte activo

Função da barreira
• Secreção de LCR, que consiste num processo de transporte iónico activo, resultando na
secreção de Na+e Cl-, principais constituintes do LCR
Aqui é importante a acção da anidrase carbónica
- 20 -
Composição do LCR
• Poucos linócitos
• 99% H2O
• Electrólitos (na*, Cl-, etc)
• Metabolitos (glicose, lacato)
• a.a (glutamina, glutamato)
• Proteínas totais:
o pré-albumina
o Albumina
o Globulinas
• lipoproteinas:
o APO E
o APO A-1

Quando o LCR é secretado a mais:


o Ubaina – actua a nível da bomba Na+/K+
o Autozolamida – inibe a anidrase carbónica
o Furoserina – inibe o transporte simporte
o Aquoporina1 concentração no lado apical das PC para transporte de água

6 - Sangue
O sangue é constituído por uma componente celular ou elementos figurados e por
uma componente líquida ou plasma
“Suspensão de células numa solução complexa de gases, sais, proteínas, hidratos de
carbono e lípidos”
Componentes
• Elementos figurados
o Glóbulos vermelhos
o Glóbulos brancos
o Plaquetas
• Plasma
o Proteínas 7%
 Albumina 54% (produzida no fígado)
 Globulinas 38 %
 Fribrinogénio 7% (Hemostase)
o Água 91,5%
o Outros solutos 1,3% - electrólitos (Na+, K+, Ca2+, Mg2+, Cl-, …)
 Nutrientes
 Gases (CO2, O2, N2)
 Substâncias reguladoras (hormonas)
 Escorias (ureia, creatina, ácido úrico, bilirrubina

 Soro  plasma do qual foram retirados o fibrinogénio e outras proteínas envolvidas na


coagulação
 A coloração do plasma é devida a um produto de degradação da hemoglobina,
denominado de bilirrubina
- 21 -
Funções do sangue como tecido dinâmico
• Transporte
• Imunidade
• Hemostasia
• Homeostasia – manter constantes:
o PH
o Concentração iónica
o Osmolaridade
o Temperatura
o Aporte de nutrientes
o Integridade vascular
Células sanguíneas
• Eritrócitos (4,4 - 5,9x106)
o Transporte de oxigénio
• Leucócitos (4000-10000)
o Defesa do organismo
• Plaquetas (150000-350000)
o Coagulação

Propriedades gerais do sangue

Hematrócito volume de glóbulos vermelhos em 100mL de sangue incoagulável


centrifugado até a obtenção de um volume constante com 2 leituras sucessivas
Volume normal – 45% eritrócitos
- 22 -
Velocidade de sedimentação eritrocitária  depende quase exclusivamente do plasma,
estando em relação directa com a quantidade de fibrinogénio, das globulinas e finalmente da
albumina
Velocidade de sedimentação eritrocitária  depende quase exclusivamente do plasma,
estando em relação directa com a quantidade de fibrinogénio, das globulinas de finalmente
da albumina
Velocidade de sedimentação ↑:
• Carga negativa dos glóbulos vermelhos
• Maior tensão hidrofilica dos glóbulos vermelhos

Velocidade normal - 3-10 mm/h Homem


2 -7 mm/h Mulher

Cor  depende da relação entre a oxihemoglobina e carboxihemoglobina


Opacidade  depende da retenção de luz dos glóbulos vermelhos.
É mais transparente na hemólise
Densidade  maior que a do plasma
Viscosidade:
• Depende do atrito interno entre as partículas, tornando a água como unidade
• A do plasma e do soro dependem da concentração de proteínas ( ↑ globulinas ↑
viscosidade)
• A viscosidade do sangue é 3x superior á viscosidade da água
• E a do plasma é 1,5 x superior á da água

Pressão osmótica  a p.o. é semelhante á do plasma ou soro e expressa-se pelo ponto de


coagulação. ¾ da p.o. do plasma deve-se ao NaCl, cuja concentração é isotónica no plasma
Hemólise  sob a acção de diversos agentes físicos ou químicos a hemoglobima difunde-se
para o meio

Eritrócitos
Função: transportar a hemoglobina, a qual transporta O2 dos pulmões para os tecidos
Equilíbrio ácido-base  contém grande quantidade de anidrase carbónica, que catalisa a
reacção entre o Co2 e a água. Esta reacção possibilita que a água do sangue reaja com
grandes quantidades de CO2, transportando-o assim dos tecidos para os pulmões na forma
de ião bicarbonato (HCO3-)
Não são verdadeiras células  não têm núcleo, nem mitocôndrias; não têm capacidade de
síntese proteica
Forma: disco bicôncavo, que se adapta perfeitamente á sua função podendo mudar de
forma ao passar através dos capilares
A sua capacidade de deformação deriva da proteína estectrina

- 23 -
Numa solução hipotónica aumentam de volume pk permitem a entrada de liquido,
sobretudo rotura da sua membrana (com saída de Hgb) e hemólise; numa solução
hipertónica perdem líquido ficando plasmolisados.

Produção:
• Medula óssea até aos 5 anos
• A partir do 5 anos - medula dos ossos longos com excepção do úmero e tíbia
• A partir do 20 anos - produzidos na membrana dos ossos membranosos (vértebras,
esterno, costelas e ilíaco)

Eritropoiese (ciclo vital dos GV - Produção)

Medula óssea

Células do tronco hemopoéticas pluripotencias

Indutores de  a sua produção é controlada  indutores de diferenciação
Crescimento por factores situados fora
↓ da medula ↓

Promovem crescimento mas cada um desses indutores


não a diferenciação das células determina a diferenciação de um tipo de
células tronco ou uma ou mais etapas em
direcção ao tipo final de célula sanguínea
adulta

A Eritropoiese depende de:


• Eritropoietina – hormona renal que estimula a produção de eritrócitos e que pode ser
libertada devido:
o Hipoxia derivado da descida de eritrocitos
o Diminuição de disponibilidade de O2

- 24 -
o Aumento da necessidade de O2 por parte dos tecidos
• Medula óssea capaz de responder á eritropoietina
• Fornecimento de ferro adequado ás necessidades do organismo

“Qualquer condição que cause a diminuição da quantidade de O2 transportada para os


tecidos normalmente aumenta a velocidade de produção dos eritrócitos

Condições que podem levar á alteração da velocidade de produção dos eritrócitos:


• Pessoas extremamente anémicas - a medula começa a produzir grandes
quantidades de eritrócitos
• Destruição por parte da medula por qq meio – p.e : raio x causa hiperplasia da
restante medula por tentar colmatar a demanda de eritrócitos
• Grandes altitudes - a quantidade de O2 diminui (Hipoxia) logo aumenta a produção de
eritrócitos
• Doenças circulatórias com redução de fluxo sanguíneo nos vasos periféricos -
insuficiência cardíaca prolongada, doenças pulmonares - hipoxia tecidual  aumenta
a produção de eritrócitos

Destruição dos eritrócitos:


• Tempo de vida médio - 120 dias
• Possuem NADPH que permite:
o Manter a flexibilidade da membrana celular
o Manter o transporte membranar de iões
o Manter o ferro da hemoglobina na forma ferrosa e não da forma ferrica /que
leva á formação de metemoglobina que não transporta O2)
• Com o passar do tempo a membrana celular torna-se mais frágil, a célula rompe-se
durante a sua passagem em algum ponto mais estreito da circulação (baço)

Formação da hemoglobina
Substâncias iniciais
• succinil CoA (do ciclo de Krebs)
• Glicina

A síntese de hemoglobina começa nos pró-eritroblastos e continua no estagio de


reticulócitos

- 25 -
Succinil CÔA + glicina

Porfobilinogénio  molécula pirrólica - 4 núcleos pirrólicos  junção de 4 porfibilinogenios

Protoporfirina
Fe2+ ↓
Heme + globina

 A vitamina B12 e o ácido fólico – importantes na maturação final dos eritrócitos


 Uma vez que cada cadeia possui um grupo prostético heme, há 4 átomos de ferro ao
qual podem ligar-se 4 moléculas de O2
 Capacidade da hemoglobina em se ligar frouxa e reversivelmente com o O2
 A sua afinidade é modificada pelo pH, pela temperatura e pela concentração de 2,3
-difosfoglicerato

Quando a hemoglobina é destruída


• Porção proteica – pode ser reutalizada
• Porção do ferro do heme – vai para reservatório, também para ser reutilizado
• Porção porfirica do ferro – degradada principalmente nas células retículo
endoteliais do fígado, baço e medula óssea

Ciclo vital dos Glóbulos vermelhos


1. Os macrófagos, no baço, fígado ou na medula óssea vermelha, fagocitam os GV gastos
2. As fracções globina e heme são separadas
3. A globina é degradada em a.a e é reutalizada
4. O ferro, removido da fracção heme, associa-se á transferrina (um transportador de Fe3+
na corrente sanguínea)
5. Nas fibras musculares, nas células hepáticas e nos macrófagos do baço e do baço, o
Fe3+ solta-se da transferrina e associa-se á ferritina (proteína de armazenamento)
6. Quando libertado dos locais de armazenamento volta ligar-se á transferrina
7. O complexo Fe3+ - transferrina é transportado para a medula óssea onde as células
percursoras dos glóbulos vermelhos captam por endocitose
8. A eritropoitina promove a produção de glóbulos vermelhos para a circulação
9. A parte não-ferro do heme é convertida a biliverdina e em seguida bilirrubina (pigmento
de cor amarelo - alaranjado)
10. A bilirrubina entra no sangue, sendo transportada para o fígado
11. No fígado, a bilirrubina é secretada pelas células hepáticas para a bile, que passa para o
intestino delgado e em seguida para o intestino grosso
- 26 -
12. No intestino grosso, bactérias convertem a bilirrubina em urobilin´génio
13. Parte do urobilinogénio é absorvido de volta para o sangue, convertido no pigmento
amarelo chamado urobilina e excretado na urina
14. A maior parte do urobilinogénio é excretado nas fezes, na forma de pigmento castanho,
chamado estercobilina, o que da ás fezes a sua coloração característica

Anemias  deficiência de hemoglobina

Anemia por perda sanguínea:


o Após rápida hemorragia, o organismo, repõe o plasma dentro de 1 a 3 dias, mas isso
leva a uma diminuição do hematrócito. Se não ocorrer 2ª hemorragia a concentração de
eritrócitos normalmente volta ao normal dentro de 3 a 6 semanas
o Na perda sanguínea crónica, a pessoa em geral não absorve ferro suficiente para formar
hemoglobina tão rapidamente quanto a sua perda
o Os eritrócitos produzidos possuem pouca hemoglobina dando origem a anemia
mecrocitica

Anemia aplásica
o Aplasia da medula óssea - falta de medula óssea funcionante
i. Por ex: pessoa exposta a radiação gama de bomba nuclear - destruição
completa de medula óssea, seguida de anemia letal

Anemia megaloblastica
o Megaloblastos -
o Eritrócitos demasiados grandes com formas bizarras e membranas frágeis,
ocorrem em alguns tipos de anemias:
o Anemia perniciosa - maturação deficiente devido a má absorção de vit. B12 pelo
tracto gastro intestinal, em que a osmolaridade básica é uma mucosa atrófica
incapaz de produzir as secreções gástricas normais
o Falta factor intrínseco que se combina com vit. B12 para poder ser absorvido
Anemia hemolítica
• Várias anormalidades dos eritrócitos, muitas das quais adquiridas hereditariamente,
ornam as células frágeis rompendo-se facilmente ao passarem pelos capilares sobretudo
no baço
• Em algumas doenças hemolíticas, mesmo que o nº de eritrócitos formado seja normal ou
superior, a vida média dos eritrócitos é tão curta que resulta em anemia grave

Esferocitose hereditária

- 27 -
• Eritrócitos pequenos esféricos e têm maior fragilidade osmótica, n podem ser
comprimidos, uma vez que não possuem a estrutura flexível normal da membrana celular
dos discos bicôncavos
• Ao passarem pela polpa esplénica, com qualquer leve compressão eles são facilmente
lesados
• Sofrem hemólise mais rapidamente quando expostos a soluções de baixa concentração
de NaCl
• Tratamento  remoção do baço

Anemia falciforme
• Eritrócitos contém um tipo anormal de hemoglobina (hemoglobina é exposta a baixas
concentrações de O2, ele precipita o que lhes confere uma aparência de foice
• Esta condição impossibilita-os de passarem por capilares pequenos, e danifica a
membrana celular, tornando-a muito frágil
• Crise da doença falciforme: ↓ [O2] ruptura dos eritrócitos /↓↓ [O2] – grave diminuição do
hematrócito e frequentemente morte

Efeitos da anemia no sistema circulatório


• Viscosidade dependente da concentração dos eritrócitos
• Anemia grave  viscosidade baixa - baixa resistência ao fluxo sanguíneo - logo
maiores quantidades de sangue flúem pelos tecidos e retornam ao coração
• Hipoxia resultante dos vasos periféricos com consequente aumento do débito
cardíaco
• Um dos principais efeitos – sobrecarga cardíaca
• Quando se realiza exercício físico – coração não consegue bombear quantidades de
sangue superiores, ocorrendo hipoxia seguida de insuficiência cardíaca aguda

Manifestações orais de anemia


• As formas crónicas de anemia podem levar a quadros de atrofia de mucosa oral
• As do tipo ferropénicas crónicas, com ou sem atrofia da mucosa, apresentam
sensação de secura na boca e escoriações
• As anemias perniciosas, podem apresentar sensação de aderência, parestesias,
distúrbios no paladar

Policitémia
Policitémia secundária
• Hipoxia tecidual – insuficiência cardíaca - órgãos hematopoieticos produzem grandes
quantidades de eritrócitos

- 28 -
• Contagem de eritrócitos eleva-se para 6/7milhões/mm2
• Policitémia fisiológica - ocorre em nativos k vivem em altitudes superiores a 4 mil
metros, e está associada com a capacidade dessas pessoas de desempenharem
altos níveis de trabalho continuo mesmo em atmosfera rarefeita

Policitémia vera (Eritremia)


• Contagem de eritrócitos pode ser 7/8 milhões/mm3
• Hematrócrito - 60/70%
• Aberração genética na linhagem hemocitoblástica que produz as células sanguíneas
• As células blasticas não param de produzir eritrócitos, o que causa a produção
excessiva de eritrócitos como de leucócitos e plaquetas
• Viscosidade – 3 x superior ao do sangue normal e 10 x a viscosidade da água

Efeitos da policitemia no sistema circulatório


• Fluxo sanguíneo nos vasos lento
• Aumento da viscosidade tende a diminuir a velocidade de retorno ao coração
• Volume sanguíneo aumenta, o que tende a aumenta o retorno venoso
• Débito cardíaco não se afasta muito do normal. Porque estes 2 factores se anulam um ao
outro
• Pressão arterial é normal na maioria dos casos, no entanto 1/3 delas pode ter pressão
aumentada
• Mecanismos reguladores da pressão sanguínea podem compensar a tendência da
viscosidade sanguínea aumentar para resistência periférica subir

Leucócitos
São os únicos componentes do sangue que são células completas:
• Menos numerosos que os eritrócitos (1% do volume total)
• Podem deslocar-se para o exterior dos capilares através da diapedese
• Movem-se através de espaços entre os tecidos

Leucocitose - quando as contagens são superiores a 11000 por mm3


Verifica-se como resposta normal a uma infecção bacteriana ou viral

Classificação
Granulócitos

- 29 -
• Neutrófilos, eosinófilos e basófilos
• Contém grânulos citoplasmáticos que coram especificamente
• São maiores e normalmente com menor tempo de vida que os eritrócitos
• Possuem um núcleo lobulado
• São células fagocitárias

Neutrófilos
• Possuem 2 tipo de grânulos
o Que coram a corantes acidicos e/basófilos
o Contém peroxidades, enzimas hidrofilicas e defensivas
• Células de destruição bacteriana no nosso corpo

Eosinófilos
• Constituem 1-4% dos glóbulos brancos
• Possuem núcleo bilobulado conectado através de uma banda de material nuclear
• Possuem grânulos lipossomais com coloração acidica
• Lideram a resposta corporal contra parasitas
• Diminuem a severidade da resposta imune através da fagocitose dos complexos
imunes

Basófilos
• Constituem 0,5% dos GB
• Possuem núcleo em forma de U ou S com 2 ou 3 constrições
• Funcionalmente são semelhantes a células Mast
• Possuem grânulos basófilos que possuem histamina
o Histamina - mediador inflamatório que actua como vasodilatador e atrai outras
células brancas

Agranulócitos
• Linfócitos e monócitos
• Não possuem grânulos estruturalmente mas funcionalmente distintos
• Possuem núcleos esféricos (linfócitos) ou em forma de rim (monócitos)

Linfócitos
• Possuem um grande núcleo circular de coloração roxa

- 30 -
• Encontram-se na sua maioria embebidos no tecido linfoide (alguns no sangue)
• Existem 2 tipos: células T e células B
o T – resposta imune
o B – originam células plasmáticas produtoras de anticorpos

Monócitos
• Constituem 4-8% dos leucócitos
• São os maiores
• Citoplasma abundante
• Núcleo em forma de U ou rim
• Quando saem da circulação para os tecidos diferenciam-se  macrófagos

Macrófagos
• Grande capacidade de mobilidade e fagocitose
• Activam os linfócitos para desencadear uma resposta imune

Plaquetas
• São fragmentos de megacariocitos
• Os seus grânulos contêm serotonina, Ca2+, enzimas, ADP, factor de crescimentos
derivado das plaquetas (PDGF)
• As plaquetas agem na coagulação através da formação de um rolhão temporário que
ajuda na selagem temporária de alguma fuga nos vasos sanguíneos

Produção de plaquetas:
• A célula mão para as plaquetas é o hemocitoblasto
• A sequência é:
o Hemocitoblasto
o Megacarioblasto
o Pronegacariocito
o Megacariocito
o Plaquetas

Hemostase
A ruptura de um vaso e consequente hemorragia leva ao desencadear de
mecanismos protectores e tendentes a recuperar esse processo lesivo e conservar o volume
sanguíneo  Hemostase

- 31 -
Após a inicial vasoconstrição são desencadeados 2 tipos de mecanismos:
 Plaquetário : de adesão ao vaso, de cativação e de agregação das plaquetas
 Coagulação e fibrinólise: de formação de uma rede de fibrina e sua posterior
dissolução

Consoante o local e as circunstâncias geram-se assim 3 tipos de coágulos ou trombos:


 Trombo branco (artérias) – composto por plaquetas e fibrina; pobre em eritrócitos
 Trombo vermelho (veias) composto por eritrócitos e fibrina
 Depósito dessiminado de fibrina

Hemostase 1ª
• Fase vascular
o Espasmo vascular
 Contracção do vaso após traumatismo
• Fase plaquetária  formação do trombo branco
o Adesão plaquetária
o Activação plaquetária
o Agregação plaquetária

Adesão plaquetária
Quando ocorre lesão num vaso são expostas á superfícies cargas negativas,
nomeadamente fibras de colagénio, na membrana endotelial.
Esta exposição leva a que as plaquetas que circulam sejam atraídas e adiram em
monacamada á zona lesada

A adesão ocorre de 2 modos:


1. Ligação directa: plaquetas ligam-se ao colagénio pelo receptor IaIIb
Ocorre em condições de baixo atrito de fluxo
2. Ligação indirecta: plaquetas ligam-se ao colagénio por uma ponte entre
o factor Von Willebrandt e o receptor Ib
Ocorre em condições de grande atrito e fluxo

Activação plaquetária
A activação plaquetária tem diversas consequências
• Alteração da forma das plaquetas
• Libertação do conteúdo de grânulos
- 32 -
• Agregação e aceleração da coagulação

Dois factores principais na activação inicial são:


 Trombina e colagénio

Trombina

Activa a fosfolipase C  via proteína G
A fosfolipase C tem afinidade para o fosfatidil inositol e cliva-o produzindo os 2ª
mensageiros: diacilglicerol e inositol 3 fosfato

Diacilglicerol: activa a proteína quinase C (PKC) que é responsável pela fosforilação de


diversas proteínas levando á libertação do conteúdo dos grânulos

Inositol 3P: mobiliza as reservas de Ca intramitocondrial e do RE


O cálcio activa a clamodulina quinase que fosforila as cadeias de miosina levando á
contractibilidade e mobilidade dos grânulos para a periferia da plaqueta

Colagénio

Activa fosfolipase A2 por aumento de Ca2+ citosólico

Leva á síntese e excreção de tromboxano A2

Em resumo
A plaqueta vai mudar de forma e empurra os grânulos para a periferia e rebenta-os
libertando factores plaquetários:
• Factor como o de VonWillebrandt
• Libertação de acido aracnidónico que é transformado em tromboxano A2 e promove a
formação da policamada

Agregação plaquetária
Quando as plaquetas da monocamada libertam tromboxano A2 e ADP. Este leva a
que a plaqueta exponha o receptor IIbIIIa que permite a ligação entre plaquetas e a ligação
de moléculas de fibrinogénio

Activadores
• Trombina: via expressão dos receptores 2b3a e libertação de ADP
• ADP: via expressão das integrinas 2b3a
- 33 -
• Tromboxano A2: via activação da fosfolipase C, libertação de ADP

Hemostase 2ª : coagulação
Nesta fase forma-se uma rede que envolve e estabiliza o trombo plaquetário
• 2 Vias convergindo numa via final comum
• Múltiplas proteínas implicadas classificadas em 5 tipos:
o Serina proteases: XII; XI; X; IX; VII; II
o Cofactores: VIII; V; III
o Fibrinogénio: I
o Transglutaminase: XIII
o Proteínas reguladoras

A Hemostase 2ª é tb chamada cascata da coagulação pois é um mecanismo que


consiste na activação em cascata de um conjunto de proteínas que existem em circulação e
cujo objectivo é o de formarem uma rede designada rede de fibrina

Cascata da coagulação

Via extrínseca via intrínseca

Via comum

Via intrínseca
Activação da via:
 pela exposição do colagénio (membrana endotelila)
 Por um complexo que se forma á superfície do vaso traumatizado  pré-calicreina e
quininogénio

quininogénio  braquinina  vasodilatador

Factor XII Factor XIIa



Factor XI Factor XIa

- 34 -
Factor IX Factor IXa

Factor X Factor Xa

 O factor XII através da calicreina e em presença de Ca2+ activa XI


 O factor IX é K dependente e é activado na plaqueta
 Fixa-se na superfície das plaquetas activadas e é activada pelo factor XI em
circulação

Hemofilia A --A deficiência hereditária ligada ao cromossoma X de factor VIII


Hemofilia B  deficiência hereditária de factor IX

Via extrínseca
Activação da via:
• Por um factor tecidular (factor III) ao endotélio que é exposto quando o vaso é lesado
• Vai activar o factor VII e funciona como cofactor
• O complexo factor tecidular/factor VII é ainda activador do factor IX

Factor III

Factor VII Factor VIIa



Factor IX Factor IXa
Ca2+
Factor VIIa

Factor X Factor Xa

O factor X é assim activado:


 Via intrínseca – Factor VIIIa
 Via extrínseca – Factor VIIa

Via comum

Factor Xa

Factor II Factor IIa

- 35 -
(protrombina) (trombina)

A activação do factor II ocorre na superfície das plaquetas activadas e em presença


de um complexo designado: complexo protrombinase

Fosfolipidos da plaqueta
Cálcio
factor Xa
Protrombina ou factor IIa

É também necessário um co-factor  Factor Va


Trombina

Factor V factor Va

Factor IIa

Factor I Factor Ia
(-) (+)

O factor I ou fibrinogénio é carregado negativamente


A trombina vai hidrolizar as ligações Arg-Gly deste removendo o fibrinopeptido
carregado negativamente e originando os monómeros de fibrina carregados positivamente

Assim os monómeros de fibrina associam-se num arranjo regular formando um


coagulo de polímero de fibrina insolúvel

Factor Ia

Monómeros de fibrina

Polímeros de fibrina

Rede de fibrina
Estabilizada por ligações cruzadas originadas pelo factor VIIIa, transglutaminase activada
pela trombina

Hemostase 3ª: fibrinólise

- 36 -
 Consiste na dissolução da rede de fibrina

Plasmina: serina protease capaz de digerir tanto o fibronogénio como a fibrina e os factores
VIII e V
Encontra-se no plasma na forma inactiva, plasminogénio

O plasminogénio liga-se à fibrina e ao fibrinogénio e incorpora-se no coágulo


O TPA (activador de plasminogénio dos tecidos) activa o plasminogénio apenas
quando este se encontra ligado à fibrina

Cliva o plasmonigénio na ligação arg-valina constituindo uma molécula com 2 cadeias
ligadas por pontes dissulfito  plasmina

Factores que inibem a hemostase


 Antitrombina III: antagonista da trombina
o Impede a transferência de fibrinogénio em fibrina
o Impede a activação dos factores VIII e activação plaquetária

Responsáveis pela actividade


 α2 Globulina sintetizada no fígado e endotelio
 α2 Monoglobulina
 Heparina cofactor II
 α1Antitripsina

Proteína C:
• Liga-se à trombomodulina na presença de trombina que a activa
• Proteína C activada (APC) é uma serina protease inibida pela antitrombina
• Inactiva os factores Va e VIIIa

Proteína S: reforça a actividade da APC na degradação dos factores Va e VIIIa

O cálcio é importante na hemostase pois forma pontes iónicas entre os factores II, VII, IX, X
(K dependentes) e os fosfolipidos plaquetários

7 - Linfa

- 37 -
Composição química:
Semelhante á do plasma mas com os constituintes em menores concentrações e
variando com território e actividade do organismo
• Electrólitos
• Lípidos
• Glicose
• Azoto não prot
• Proteína
• Enzimas
• Anticorpos
• Elementos figurados

Formação
A partir do liquido, dado que os vasos linfáticos se encontram sempre abertos por
fibras conjuntivas o que leva à entrada descontinua de substâncias, regulado pela pressão
hidrostática

Liquido intersticial+ sangue+ linfa = liquido extracelular do organismo

Interacção sangue linfa intersticial


Factores que regulam a passagem dos fluidos

• Parede capilar
o Regulando a sua permeabilidade
 Passa facilmente K, Na, ureia…
 Passa dificilmente glucose, Ca, proteínas.
• Pressões hidrostáticas
o Governa a entrada e saída de líquidos
• Pressão oncótica
o Desenvolvida pelas proteínas sobretudo a albumina
o Hipoproteinemia – elevada passagem de água para o interstício

Interacção liquida intersticial – linfáticos


Os vasos linfáticos estão sempre abertos por fibras conjuntivas sendo a entrada
descontínua e determinada pela pressão hidrostática
• A passagem de água por esta via é importante como meio de evitar o edema e
reintegrar a água na circulação sanguínea

- 38 -
• A passagem de proteínas permite a recuperação para o sangue e o contacto com o
tecido linfático
• A passagem de lípidos
• A passagem de partículas animadas ou inanimadas

Circulação da linfa
O tecido linfático é o filtro á circulação linfática e órgão produtor de linfócitos
Forças propulsoras nos mamíferos que completam o papel das válvulas linfáticas e
determinam o sentido da corrente
1. A ris a Tergo  difusão da pressão hidrostática
2. Contracções das paredes dos vasos  nos casos de muito calibre com paredes
musculares – contracção sob o controle nervoso
3. Actividade musculo-esqueletica - eleva o fluxo no canal toráxico
4. Movimentos passivos dos membros e cabeça
5. Gravidade
6. Respiração

Modificações do fluxo:
• Aumento da permeabilidade capilar sanguínea
• Aumento da pressão capilar sanguínea
• Soluções hipertónicas
• Hipoproteiremia
• Aumento da actividade dos tecidos
• Massagens, compressões
• Idade

Funções do sistema linfático


• Recolher e retornar o fluido intersticial ao sangue
• Absorver lípidos ao nível do tubo digestivo
• Contribuir para defesa do organismo

As substâncias que atravessam os capilares sanguíneos vão para o fluido intersticial e o


excesso deste fluido difunde-se para os vasos linfáticos

Veias linfáticas do quadrante superior direito do corpo


Reúnem-se e formam o canal linfático direito
Abre-se na veia subclavia direita do sistema sanguíneo
- 39 -
Veias linfáticas das restantes partes do corpo

Reúnem-se no canal toráxico

Drena a linfa na veia subclávia esquerda

8 - Inflamação /infecção

Organismos infecciosos dominantes

Bactérias – são organismos unicelulares, que ao se replicarem libertam toxinas para a


corrente sanguínea e afectam funções fisiológicas em outras partes do corpo. Apenas
danificam os tecidos do local de replicação
Vírus – são A.N. rodeados de uma camada proteica. Os vírus têm como característica
necessitarem de outras células para viver

Acção do vírus da gripe


• Entra na célula
• Multiplica-se rapidamente
• Matam a célula
• Prosseguem para outras

Acção do vírus HSV-2


• Entra na célula e permanece adormecido
• Factor “gatilho”
• Rápida replicação
• Posterior destruição celular

Sistema imunitário
Principal função  defesa contra infecção
 Alguns animais possuem sistema inato ou não específico como a fagocitose de
bactérias por células específicas
 Animais mais evoluídos possuem um sistema adaptativo ou sistema imuno adquirido
que providencia uma reacção flexível, específica e mais eficaz contra infecções

- 40 -
Sistema imunitário
• Memória (resposta 1ª e 2ª)
• Especificidade
• Reconhecimento do “not self”  sistema HLA

Conjunto de proteínas de membrana que reconhece o que é próprio do que é estranho
Células mediadoras do sistema Imune
• Leucócitos
o Neutrófilos – fagocitose
o Eosinófilos – luta contra parasitas
o Basófilos – R. de hipersensibilidade
o Monócitos - percursores de macrófagos tecidulares
o Linfócitos
 B – percursores dos plasmócitos
 T – reguladores, defesa especifica
• Plasmócitos - produção de anticorpos
• Macrófagos - fagocitose nos tecidos “apresent” de AG
• Macrófagos - like-cells
• Células mast - reacção inflamatória

Mecanismos de defesa
• Não específicos
o Pele e mucosas
o Fagócitos e proteínas antimicrobianas
o Resposta inflamatória
• Específicos
o Imunidade humoral – produção de anticorpos que circulam no sangue e linfa
o Imunidade celular – actividade de defesa a cargo das células especializadas que
circulam no corpo

Mecanismos de defesa não específicos


• Inata, responde rapidamente:
o Pele e mucosa - primeira linha de defesa. Previnem entrada de microrganismos
o Fagócitos e proteínas anti bacterianas – segunda linha de defesa. Destrói células
do corpo infectadas por vírus. Impedem que os microrganismos se espalhem pelo
corpo

- 41 -
o Inflamação – mecanismo importante

Mecanismo de defesa especifico


Terceira linha de defesa – montam a resposta aos agentes invasores
o Demora mais tempo a responder que o sistema inato
o Trabalha em conjunto com o sistema inato

Inflamação
• Todo o complexo das alterações teciduais observadas
• 4 sinais cardinais
o Rubor – vasodilatação da micro circulação
o Calor – aumento da circulação sanguínea
o Edema aumento da permeabilidade capilar e venosa às proteínas
o Doc

Sequencia de eventos na resposta inflamatória


1. Entrada de bactérias nos tecidos
2. Vasodilatação da micro circulação na área afectada - aumento da circulação
sanguínea na área
3. Aumento de permeabilidade capilar e venular às proteínas na área afectada,
resultando numa difusão proteica e consequentemente a filtração de fluido para fluido
intersticial
4. Quimiotaxia - migração de leucócitos nas vénulas para o fluido intersticial da área
afectada
5. Destruição das bactérias existentes nos tecidos quer por fagocitose ou outros
mecanismos
6. Reparação tecidular

 Os agentes químicos libertados pela resposta inflamatória, como a histamina,


bradicina, seretonina, prostaglandinas…
• Aumentam a permeabilidade dos capilares do local
• Exsudado (fluido contendo proteínas, factores de coagulação e naticorpos):
 Extravassam para os espaços tecidulares causando edema local
 O edema contribui para a sensação de dor

- 42 -
Edema
O aparecimento de fluidos ricos em proteínas nos espaços tecidulares:
• Ajudam a diluir as substâncias nocivas
• Transportam grandes quantidades de oxigénio e nutrientes necessários á reparação
tecidular
• Permitem a entrada de proteínas envolvidas na Hemostase as quais previnem a
dispersão das bactérias

Inflamação
• Resposta do corpo a um trauma ou infecção
• Funções:
o Destruir ou inactivar corpos estranhos
o Passo anterior a uma reparação celular
• Principais intervenientes – fagócitos

Mediadores inflamatórios locais


Compostos derivados do hospedeiro que são secretados por células activadas e
servem para cativar ou aumentar aspectos específicos da inflamação.

Mediadores vasoactivos e constritores do M. liso


• Histamina – principal mediador de resposta imediata
• Metabolitos de ácido araquidónico
• Factor de agregação plaquetária
• Adenosina
• Óxido nítrico - produção descontrolada No no choque septicémico pode levar a uma
vasodilatação periférica maciça e choque
• Outros mediadores

Mediadores quimiotáticos
Quimiotaxia  locomoção orientada das células em direcção a um gradiente de
concentração de uma molécula quimiotática, ou no caso, em direcção ao local de inflamação
ou resposta imune
• Citoquinas
• Componentes do complemento
• PAF
• Produtos da via lipooxigenada

- 43 -
Mediadores enzimáticos
• Proteases plasmáticas
o Sistema complemento
o Sistema cinina
o Sistema de coagulação
• Proteases lisossomais
o Proteínas catiónicas
o Hidrolases ácidas
o Proteases neutras

Proteoglicanas
• Sulfato de condoitina – matriz estrutural dos grânulos dos mastócitos e basófilos
• Heparina – actividade anticoagulante e principal PG dos mastocitos

Fagocitose
Resposta inflamatória: mobilização fagocitica
Ocorre em 4 fases:
• Leucocitose – neutrófilos são libertados da medula óssea em reposta a factores
indutores da leucocitose provenientes das células lesadas
• Marginação - neutrófilos migram para as paredes dos capilares da zona lesada
• Diapedese – neutrófilos passam através das paredes capilares e iniciam a fagocitose
• Quimiotaxia – químicos inflamatórios atraem neutrófilos para a zona lesada

Fagocitose  resposta imune não especifica

Contacto dos fagócitos com bactérias


• Fagocitose
o Destruição intracelular das bactérias
• Secreção de produtos químicos pelos fagócitos
o Regulação do processo inflamatório
o Destruição extracelular de bactérias
o Regulação hormonal das respostas sistémicas á infecção
Mecanismo de acção dos anticorpos

Funções do complemento

- 44 -
Complemento
(família de proteínas)


Complemento activado
• Destruição das bactérias por ataque ao complemento  acção do MAC (memb.
Attack complex) o qual forma poros na membrana das bactérias
• Vasodilatação e aumento da permeabilidade das vénulas às proteínas
• Quimiotaxia
• Potenciação da fagocitose (opsonização)

Resposta Imune mediado por anticorpos


• Fagocitose da bactéria com processamento dos seus antigénios + MHC
• Produção de IL-2 e TNF para actuar nos linfócitos T helper
• Produção de IL-2 que estimula a proliferação das mm
• Produção de outras a citoquinas leva a diferenciação das mm em células plasmáticas
• Produção de anticorpos que facilitam a fagocitose pelos neutrófilos e macrófagos.
Estes anticorpos tb activam o complemento

TNF – Factor de necrose tumoral


IL-1 – interleucina 1
G-CSF – factor de estimulação de colónias de granulocitos
M-CSF – factor de estimulação de colónias de macrófagos

Manifestações sistémicas da infecção


Bactérias, danos aos tecidos, citoquinas

Monócitos e macrófagos
Secretam IL-1, IL-G e TNF

IL-1, IL-6, TNF no plasma
• Cérebro (febre, diminui apetite, sono, fadiga)
• Tecido adiposo (subida da lipólise com aumento AG livres no plasma
• Medula óssea (aumento da produção e libertação de leucócitos)
• Fígado (retenção de Fe, Zn, secreção de proteínas de fase aguda)
• Musculo (aumento da degradação proteica e libertação de aminoácidos)

- 45 -
• Hipotálamo (aumento da ACTH plasmática - com o aumento de cortisol plasmático)

Factores que alteram a resistência corporal á infecção


• Má nutrição
• Doença pré-existente
o Diabetes (diminuição de função leucocitária)
o Dano no tecido (alteração do ambiente químico ou interferência com o aporte
sanguíneo)
• Stress e estado de espírito
• Privação do sono (a falta de uma noite de sono reduz a ctividade dos natural killers
(pertencem aos linfócitos)
• Deficiências genéticas

Choque septicémio
• Febre alta
• Vasodilatação
• Ritmo metabólico elevado
• Coagulação intra vascular
• Aspecto tóxico

Infecções da cavidade oral


• Cárie dentária
• Periodontite/gengivite
• Abcesso periapical agudo
• Infecções das glândulas salivares
• Infecções causadas pelos microrganismos que fazem parte da flora “normal”
• Microrganismos introduzidos por trauma (staphylococcus) ou outros meios (Herpes
vírus)

Características das infecções da cavidade oral


 Cavidade oral – diversos microambientes (aeróbios, anaeróbios facultativos,
anaeróbios estritos e fungos)
 Interacções pulpares que apresentam expensão para os tecidos periapicais com
envolvimento vão apresentar demora na resposta a terapêutica antibiótica

Interferência da infecção na anestesia local


A maioria das anestesias são bases fracas
- 46 -

Lidocaína – pka: 7,9  pka – pH ao qual 50% das moléculas se encontram na forma
ionizada

A anestesia necessita de se encontrar na sua forma não iónica para poder passar a
membrana celular

Meio extracelular pH normal – 7,4


Membrana celular
Meio intracelular

Ocorre infecção

Meio extracelular pH na infecção acidifica


Membrana celular
Meio intracelular

Quanto mais baixo o pH maior a quantidade de anestésico na sua forma ionizada, logo
menor efeito anestésico
Não passa a membrana

Infecções na cavidade oral

Trauma á polpa  inflamação



Pulpite irreversível edema

Necrose pulpar

Expansão para tecidos periapicais

Invasão do osso alveolar

Expansão até encontrar tecidos moles

- 47 -
Formação de fistula difusão pelos tecidos moles

Celulite

Sequelas das infecções periapicais


• Pericementites
• Abcessos
• Granulomas
• Quistos radiculares
• Osteomielites
• Febre reumática
• Glomerulonefrite aguada difusa
• Endocardite bacteriana
• Bacteriemias
• Outras infecções endógenas

Pontos importantes no tratamento de infecções dentárias


• Reconhecer os sinais cardinais de infecção (dor, edema, rubor, febre, mal estar) e
determinar o grau da mm
• Considerar os estados imunitários do indivíduo em questão (idoso, imunodeprimido,
etc)
• Saber quais os principais agentes patogénicos em questão (ter presente que a
escolha de antibiótico deverá englobar streptococcus e anaeróbios)
• Adaptar a antibioterapia aos agentes patogénicos (caso não responda a terapêutica
habitual, proceder a colheita para analise laboratorial)
• Tratamento cirúrgico da infecção (drenar o abcesso se possível)

Principais antibiotocos a utilizarem nas infecções orais


• Penicilinas  penicilina V; amoxicilina, amoxicilina+ ácido clavulamico
• Tetraciclinas  tetraciclina, doxyciclina, minociclina
• Cefalosporinas

- 48 -
• Macrólidos  eritromicina, Azitromicina, Claritromicina
• Clindamicina
• Metranidazol

Efeitos adversos dos antibióticos


• Todos os antibióticos podem causar distúrbios gastro intestinais e diarreia (alteração
da flora intestinal)
• As reacções alérgicas ocorrem com maior frequência com as penicilinas
• Antibióticos anti-infecciosos podem aumentar o risco de candidiase oportunista
• Tetraciclinas administradas em crianças causam pigmentação cinzenta na dentição
definitiva

Choque anafilático
• Reacção alérgica sistémica com perigo de vida
• Ocorre em pessoas previamente expostas ao antigénio sensibilizante
• Dos antibióticos utilizados em MD, os mais comuns de causarem o choque são
penicilinas e cefalosporinas
• Obstrução das vias aéreas
• Edema da laringe asfixia
• Broncoespasmo hipoxia
• Vasodilatação - choque hipovolémico
• Primeiras manifestações ocorrem 1-15 minutos após exposição aos AG
• 1-2 minutos após poder-se-á desenvolver as manifestações de com paragem
do sistema cardiovascular e respiratório

Terapêutica
 Administração de adrenalina intra-muscular ou subcutânea + antihistaminico (atrasar
o edema da laringe e inibir o efeito da libertação de mais histamina)
 Administração de glucocorticoides (diminuir o angiodema, urticária, edema da laringe,
e bronco espasmos)
 Em casos em que o broncopasmos não respondam à terapêutica, administrar
inalações de B2-agonistas

Imunidade inata
O corpo humano tem capacidade de resitir a quase todos os tipos de microrganismos
ou toxinas que tendem a danificar os tecidos e órgãos  imunidade

• É não específica e responde rapidamente


- 49 -
• Resulta de processos dirigidos contra microrganismos infecciosos específicos
• Inclui os seguintes componentes
o Fagocitose de bactérias e outros invasores por leucócitos e por células do
sistema de macrófagos teciduais
o Destruição dos microrganismos ingeridos pelas secreções ácidas do estômago
e enzimas digestivas
o Presença no sangue de determinados compostos químicos que se fixam aos
microrganismos estranhos, destruindo-os
 Lisozima - ataca bactérias provocando a sua dissolução
 Polipeptidos básicos - reagem com bactérias Gram + inactivando-as
 Complexo do complementos - destruir bactérias
 Linfócitos destruidores naturais (natural killer)- são capazes de
reconhecer e destruir células estranhas, células tumorais
Essa imunidade inata torna o organismo humano resistente a doenças como algumas
infecções virais paralíticas de animais, cólera suina…

Imunidade adquirida
• Imunidade especifica extremamente potente contra agentes invasores
• É induzida por o sistema imune especial que produz anticorpos e/ou linfócitos activados,
os quais atacam e destroem os microrganismos invasores específicos, as astoxinas
• Confere mta protecção
• 2 tipos básicos de IA
• Imunidade humorall ou imunidade de células B
o O organismo produz anticorpos circulantes que soa globulinas, no plasma
sanguíneo capazes de atacar os agentes invasores (b- os linfócitos B
produzem anticorpos)
• Imunidade celular ou imunidade de células T
o Formação de linfócitos T activados, cuja função consiste especificamente em
destruir o agente estranho (T - linfócitos activados são os T)

9 - Organização funcional do tecido nervoso

Célula do sistema nervoso


• Neurónios
• Neuróglia
• Astrócitos células ependimárias
• Oligodendrócitos

- 50 -
• Neurilemocitos (células de Scwann)
• Microglia

Neurónios
• Recebem estímulos e transmitem potenciais de cação para outros neurónios ou para
órgãos efectores
• Constituído por:
• Corpo celular ou neuronal
• Axónio
• Dentritos

Axónio
• Projecção fina, cilíndrica e longa que muitas vezes está unida ao corpo celular pelo
cone axónico
• Zona gatilho - local onde o impulso é gerado
• Não posui RER - logo não existe síntese de proeinas
• Citoplasma denominado de axoplasma rodeado por membrana denominada axolema
• Ao longo da extensão dos axónios existem ramos laterais - colaterais axónios
• O transporte pode ser
o T axónio lento
o T axónio rápido

Neuroglia
• Mais numerosa que os neurónios
• Mais de metade do peso encefálico
• Constitui
o Maioria das células de suporte de SNC
o Participa na formação da barreira hemato-encefalica
o Fagocita substâncias estranhas
o Produz líquido cefalo-raquidiano
o Forma bainhas de mielina

Astrócitos
• Forma de estrela
• Prolongamentos estendem-se para superfícies dos vasos, neurónios e piamater
- 51 -
• Matriz de suporte não rígida
• Ajudam a regular a composição de liquido extracelular

Células ependimárias
• Pavimentam os ventrículos do cérebro e canal central medular
• Células especializadas em segregar LCR
• Possuem cílios nas superfícies lisas para auxiliarem o movimento do LCR

Oligodendrócitos
• Corpos próximos de corpos neuronais
• Tipo de células satélite que formam as bainhas de mielina do SNC

Neurilemocitos (células de Schawm)


• Células gliais do SNP
• Um neurimocito = bainha de mielina

Microglia
• Pequenas células
• Tornam-se móveis e fagocitárias como resposta à infecção no SNC

Sinais eléctricos nos neurónios


Comunicação:
• Potenciais de acção – comunicação por pequenos ou grandes distâncias no interior
do corpo
• Potencias graduados - comunicação a curtas distâncias

Dependem de :
• Existência de potencial de repouso
• Existência de canais iónicos específicos

Potencial de membrana
 Varia de membrana para membrana entre células diferentes
Liquido intracelular – rico em iões proteicos e potássio
Liquido extracelular – rico em iões sódio e cloro
- 52 -
Em repouso a membrana tem permeabilidade selectiva que superior para o K+,
depois para o Cl- e por fim para o Na+

O potencial de repouso depende directamente do fluxo de K+

Bomba Na+/K+ mantém a concentração de Na+ baixa no interior da célula e


transporta K+ para o exterior de forma a manter o interior negativo e o exterior positivo

Potencial de repouso da membrana

Neurónios
-40 e -90 mV (em média -70 mV)
O potencial de repouso é mantido devido a:
• Distribuição desigual de iões através da membrana plasmática
• Permeabilidade relativa da membrana plasmática ao Na+ e ao K+ (k+ 50 a 100x
superior ao Na+)

1. O k+ passa para o exterior devido ao gradiente de concentração


2. Depois devido à diferença eléctrica o K+ passaria novamente para o seu
interior da célula
3. Gradiente electroquímico potencial de equilíbrio  K+ = -90 mV

• O potencial electroquímico do K+ é -90 mV e o potencial de membrana é -70 mV



Logo a membrana é moderamente permeável ao K+ e ao Cl-, mas muito pouco permeável
ao Na+

Para existir permeabilidade tem de existir canais iónicos



• Quando abertos estes canais têm tendência a deixar passar os iões de acordo com os
seus gradientes electroquímicos
• 2 tipos
o Canais de vazamento (mais comuns para Na+)
o Canais com comportas (necessitam de estímulos)
o
Células excitáveis - canais com comportas
• Canal iónicos regulado por voltagem (usados na geração e condução de PA)

- 53 -
• Canal iónico regulado por ligando
• Canal iónico mecanicamente regulado

Potenciais graduados
• Um estímulo faz com que os canis regulados por ligandos ou regulados mecanicamente
se abram ou fechem na membrana plasmática da célula excitável

Potencial graduado

p. graduado hiperpolarizante P. graduado despolarizante

Potencial de acção
“Rápida ocorrência de sequencia de eventos que diminuem e eventualmente invertem o
potencial de membrana e em seguida restauram o seu valor de repouso”

• Para que o potencial de acção ocorra é necessário respeitar a regra do tudo-ou-nada


(uma só fibra nervosa ou muscular)

Um estímulo precisa de atingir um determinado valor em termos de amplitude, para
desencadear um PA e só então a membrana será despolarizada

Conceitos:
• Despolarização - potencial de membrana torna-se mais positivo que o potencial de
repouso
• Hiperpolarização - o potencial de membrana torna-se mais negativo do que o potencial
de repouso
• Células excitáveis - capazes de alterar o valor do potencial de membrana

Existem 2 tipos de células excitáveis:


• Nervosas (neurotransmissão)
• Musculares (esqueléticas, lisas cardíacas)

- 54 -
O potencial de acção para ocorrer, a mebrana deve atingir um certo nível de despolarização
chamado limiar de excitabilidade

Fases do potencial de acção


 Fase de despolarização
 Fase de repolarização
 Fase de hiperpolarização

Fase de despolarização (PR - +/- 20 mV)


• O potencial de membrana torna-se mais positivo
• A fase acima do 0 mv denomina-se “over shoot” do potencial
• A fase de despolarização do PA é devido á abertura dos canais de Na+ voltagem
dependentes com a consequente entrada de Na+
• Os canais voltagem dependentes abrem apenas quando a membrana atinge um certo
valor de potencial (+/- 40 mV - limiar) para permitir a abertura dos canais

Limiar

Abertura dos canais de sódio

Sódio entra na célula (gradiente eléctrico e gradiente de concentração)

Despolarização da membrana

• À medida que o potencial de membrana se torna mais positivo, a quantidade de iões


Na+ que entram diminui
• A fase de despolarização atinge +20/30 mV

Fase de repolarização (+/- 20 mV  PR)


• Após o pico de potencial a célula rapidamente repolariza em direcção ao potencial de
repouso
• Inactivação dos canais de sódio voltagem dependentes

- 55 -
• Aumento da permeabilidade da membrana ao K+
o Inactivação dos canais de sódio

O canal sódio voltagem dependente


• Abre rapidamente (se é atingido o limiar)
• Fica aberto 1 ms (duração da fase de despolarização)
• Fecha e não pode voltar a abrir-se até que o potencial de membrana atinja um valor
próximo do valor de repouso do potencial

Repouso  aberto  inactivado

Permeabilidade ao K+
O valor da polarização da membrana favorece a saída de iões K+ (gradiente de
concentração e eléctrico) podendo existir na membrana canais de K+ voltagem-dependentes
(demoram 1 ms para se abrirem) que favorece a saída de potássio

Contudo o aumento da permeabilidade ao potássio pode durar mais tempo que o requerido
para atingir o valor do potencial de repouso. Neste caso, a membrana hiperpolariza (pós-
potencial)

Período refractário absoluto (PRA)


Período durante o qual é impossível desencadear outro potencial de acção qq que
seja a intensidade do estímulo (vai do inicio da despolarização até ao ponto pelo qual a
membrana atingiu um valor próximo do valor do limiar)

Período refractário relativo (PRR)


Período durante o qual é possível desencadear outro potencial, na condição que o
estímulo seja de maior intensidade (período entre o momento onde o valor do potencial de
membrana é abaixo do limiar mas antes que volte ao PR)

Importância da existência do PRA


• Permite que a condução do impulso nervoso seja unidireccional
• Permite limitar a frequência dos PA (impede tetanização do m. cardíaco

Condução do impulso nervoso


• É a propagação do PA ao longo da fibra nervosa
• 2 tipos:
- 56 -
o Condução continua: (é mais lenta)
 Meio de condução das fibras não mielinizadas
 Impulso propaga-se continuamente por despolarização de zonas
vizinhas como resultado da formação de correntes locais
 O impulso propaga-se a uma distância pequena em 10 ms
 Se acorrente eléctrica gerada for suficiente para atingir o próximo
pontencial da membrana e a despolarizar, é iniciado um novo potencial
de acção perpetuando a condução eléctrica
 Os pontos são muito próximos, a corrente gerada pelo potencial de
acção atinge sempre o ponto seguinte
o Condução saltatória (é mais rápida)
 Meio de condução das fibras mielinizadas
 Permite maior velocidade de condução
 A mielina dispõe-se por camadas inter-nodais, entre as quais há
intervalos - nódulos de Ranvier
• A despolarização salta entre nódulos vizinhos
• Os inernodulos são condutores passivos

• Quanto maior o diâmetro da fibra  maior a velocidade de condução


• Nos nódulos de ranvier há muitos canais Na+ dependentes de voltagem

Esclerose múltipla
• Doença autoimune que afecta principalmente adultos jovens
• Os sintomas incluem distúrbios visuais, fraqueza, perda de controle muscular e
incontinência urinária
• As fibras nervosas estão afectadas e os folhetos de mielina do SN tornam-se não
funcionais
• Tratamentos incluem injecções de metilprednisolona e beta-interferão

Velocidade de condução
• Varia com diferentes tipos de fibras
• Varia com o diâmetro da fibra  maior diâmetro, maior velocidade
Tipo de fibras
• Tipo A: mielinizdas
• Tipo B: mielinizadas
• Tipo C: não mielinizadas

- 57 -
10 - Sinapse
• Local onde ocorre transmissão de impulsos de uma célula para a outra
• Distinguem-se 2 tipos de sinapses
o Eléctrica
o Química

Sinapse eléctrica
• A corrente associada ao PA flui para a célula despolarizando-a
• Caracteriza-se por canais directos: GAP Junctions que conduzem electricamente de uma
célula para outra
• A distância entre as células é mínima

Os canais nestas junções têm uma baixa resistência permitindo a passagem de corrente
entre 2 células
• A transmissão pode ser bidireccional

Sinapse química
• O neurónio pré-sinaptico liberta uma substância transmissora como consequência de um
PA
• Transmissor químico difunde-se através da fenda sináptica extracelular e liga-se a
receptores na membrana da célula pós-sináptica provocando alterações químicas nessa
célula

Apresenta retardo sináptico - tempo necessário para que ocorram estes eventos
• As células encontram-se mais separadas na fenda sináptica

Vantagens das sinapses eléctricas


• Comunicação mais rápida
• Sincronização
• Transmissão bidireccional
Sinapse química
• O PA na célula pré-sináptica causa a despolarização do botão terminal pré-sináptico
• Despolarização do terminal pré-sináptico - abre canais regulados por voltagem de Ca2+
• Entra cálcio para o interior terminal
• O aumento de Ca2+ impede as membranas das vesículas de se fundirem com a
membrana celular na fenda sináptica, o que leva á libertação do conteúdo destas
• Liberta-se as vesículas com os neurotransmissores por exocitose

- 58 -
• Os neurotransmissores ligam-se aos receptores pós-sinápticos

• Numas sinapses a ligação faz-se directamente com o receptor – canal iónico-
abrindo-o
• Noutras actua num determinado receptor induzindo a produção de um 2º mensageiro
que actue sobre um canal iónico separado

Dependendo dos iões em questão poderemos ter despolarização ou hiperpolarização

Potenciais pós-sinápticos excitatórios (despolarizantes)


• Estes potenciais resultam da abertura de canais de Na+, K+ e Ca+, sendo que o
influxo de Na+ é mais intenso
• Embora estes potenciais não iniciem um impulso nervoso deixam o neurónio pós
sináptico excitável

Potencial pós sináptico inibitório (hiperpolarizantes)


• Resultam da abertura de canais de Cl- ou K+ regulados por ligandos
• Quando os canais de Cl- se abrem, os iões difundem-se para o interior da célula
(interior mais negativo)
• Quando os canais de K+ se abrem, os iões difundem-se para o exterior da célula
(exterior mais positivo)
Remoção do neurotransmissor
• Difusão
• Degradação enzimática
• Captação celular

Somação dos potenciais pós-sinápticos


Somação espacial  quando a somação (soma das sinapses recebidas por um neurónio)
Resultar num acumular de neurotransmissores libertados simultaneamente por diversos
bulbos terminais pré sinápticos
Somação temporal  quando a somação resulta num acumular de neurotransmisores
libertados por um botão terminal pré-sinaptico duas ou mais vezes

A somação pode determinar sobre o neurónio pós-sinaptico


• PPSE (potencial pós-sinaptico excitatório)
• Impulsos nervosos
• PPSI (potencial pós-sináptico inibitório

- 59 -
Existem 5 grandes tipos de neurotransmissores via neurotransmissão química:
• Acetilcolina
• Aminoácidos (ac. Glutâmico, glicina, etc)
• Monoaminas (DA, NA, etc)
• Polipéptidos (opioides, substancia P)
• Descobertas recentes (oxido nítrico, peróxido de H, ATP)

Diversos tipos de neurotransmissores


• Acetilcolina
• Noradrenalina
• Dopamina
• Seretonina
• Glutamato 8faz entrar iões Na+
• GABA (inibitório - faz entrar o Cl-)

Libertação quantitativa de transmissor


A quantidade de acetilcolina libertada pela terminação nervosa não varia de forma
contínua mas varia sim em etapas, correspondendo cada uma delas à libertação de uma
vesícula sináptica
A quantidade de acetilcolina contida numa vesícula correspondente a um quanto de
ACH

Alterações de transmissão sináptica


Alterações no mecanismo normal de libertação do transmissor na fenda sináptica e/ou
alterações da resposta por parte do receptor sináptico

Circuitos neuronais no SN

Divergência  sub divisão do seu axónio que faz conexões com múltiplos neurónios
1 Fibra para varias células

Somação temporal  há uma acumulação de impulsos que chegam sucessivamente a uma
célula na mm área pela mm via

Convergência – conexão sináptica de múltiplos axónios com um neurónio


Varias fibras para um neurónio

- 60 -

Somação temporal - estímulos actuando de forma isolada não descarregam a célula. Porém
agindo em conjunto somam as suas áreas de despolarização e atingem o limiar de
descargas da célula
Ocorre quando a eficácia dos estímulos, ocorrendo em rápida sucessão é maior que as dos
estímulos individuais

Sinapse eléctrica Vs química

Eléctrica Química
Canais directos: GAP
O neurónio pré sináptico liberta uma
Junctions que conduzem
substância transmissora que vai ligar-se
electricamente de uma
a receptores nas células pós-sinápticas
célula para outra
Distância mínima entre as
Encontram-se mais separadas
células
Transmissão bidireccional Transmissão unidireccional
Comunicação mais rápida Comunicação mais lenta

11 - Contracção muscular

Características globais:

Musculo liso
• Músculo de contracção involuntária que serve principalmente para transportar
substâncias ao longo do corpo
• Células relativamente pequenas, uni nucleadas com núcleo central
• Órgãos
• Contracções de menor intensidade

Musculo esquelético
• Musculo voluntário que serve principalmente para mover o corpo
• Células compridas, multinucledas, com os núcleos na periferia
• Braços pernas, presos aos ossos ou pele

- 61 -
• Contracções de maior intensidade

Musculo cardíaco
Tem caractreiticas do musculo liso e do esquelético
Tem contracções involutárias como o liso, mas são de grande intensidade
Serve principalmente para transportar sangue ao longo do corpo

Funções dos tecidos musculares


 Produzir movimento - locomoção e propulsão de substancias internamente e
manipulação de objectos
 Manutenção da postura - contracções musculares continuas que ajudam a manter o
equilíbrio
 Estabilização das articulações - não so ajudam o movimento como tab estabilizam e
fortalecem as articulações
 Generação de calor - o qual ajuda a manter a temperatura corporal

Musculo
Cada fibra tem tendões ligados a cada extremidade que por sua vez se ligam ao osso ou a
tecido conjuntivo
A superfície da fibra é denominada sarcolema e contem canais voltaico-dependentes. Dentro
de cada fibra existem as miofibrilhas que são rodeadas pelo retículo sarcoplasmatico
análogo ao retículo endoplasmatico encontrado noutras células.

Músculo é constituído por fibrilhas


As fibrilhas são constituídas por filamentos finos e grossos
Filamentos grossos
Miosina
Possui cabeças
Filamentos finos
Actina (proteína globular)
Dispo~em-se em 2 cadeias helicoidais

A troponina encontra-se associada á actina e tropomiosina sendo constituída por 3


subunidades:
Troponina T (ligada á tropomiosina)
Troponina I (inibe a interacção actina-miosina)
Troponina C ( que s liga ao cálcio)

- 62 -
Os miofilamentos de actina e miosina organizam-se em unidades alatamente ordenadas,
denominadas de sarcomeros, que se juntam topo atopo para formamem as miofibrilhas

Sarcomero
Estrutura que vai de uma linha z a linha z seguinte
No centro encontra-se a banda A cujo o centro é denominado de banda H com a linha M ao
meio
Para fora da banda A encontra-se a banda I cujo o centro se encontra a linha Z

Teoria do deslizamento dos filamentos


Após contracção
Constituídos principalmente por miosina (filamentos grossos)
Pontes cruzadas
Pontes entre os filamnetos grossos e finos
Pontes cruzdas que se unem aos monómeros de catina e conferem a força contráctil

O PA no sarcolema e iniciado pela sinapse neuromuscular e dai propaga-se ao longo da


membrana a elevada velocidade

Sinapse muscular
O impulso nervoso chega ao terminal axónico do neurónio e provoca libertação de Ach
Há despolarização dos terminais pré-sinapticos que leva à abertura transitoriamente dos
canais de Ca
O ca2+ entra para o interior do terminal, aumentando assim a concentração intracelular de
Ca2+
O aumento de ca2+ intracelular provoca fusão de vesículas sinápticas com a membrana
resultando na libertação por exocitose de neurotransmissores: acerilcolina na fenda sináptica
A Ach dufunde-se através da fenda e combina-se com um receptor especifico numa região
da célula pós-sináptica; a placa motora
Placa motora – é as sinapses entre axónios de neurónios motores e as fibras musculares
esqueléticas
A combinação da Ach com o receptor induz a estrutura de canais iónicos o que permite um
movimento de iões: Na+ e K+
As correntes iónicas de Na+ e k+ provocam uma despolarização transitória nessa regulação
da placa
Despolarização transitória designa-se - potencial de placa

Após a despolarizaçãp da membrna pós-sináptica da placa motora, as reg adjancentes da


célula muscular são desplarizadas por condução electrónica
Quando estas regiões atingem o limiar verifica-se a geração do PA

- 63 -
Os PA propagam-se ao longo da fibra muscular a lata velocidade e iniciam a cadia de
eventos que irá resular na contracção muscular

Neste tipo de sinapse neuromusculares existe um excesso quer de recptores pós sinápticos
quer de neurotransmissores libertados assegurando sempre a despolarização da célula pós
sináptica
Para assegurar qua apenas um Pa ocorre na célula pós sináptica o tempo de acção do
neurotransmissor tem de ser curto (daia adesignação de despolarização transitória da placa
motora

Colinesterase
Enzima da membrana pós sináptica
Assegura a transformação de ach em colina e acetato
A colina é transportada de volta á célula pr´sinaptica

Com a estimulação repetitiva o n de vesículas libertadas diminui mas não caussa qualquer
feito funcional pk continua a ser liberado neurotransmissor em excesso em ralação á
quantidade requerida

Síntese de acetilcolina
Enzima colina -O-acetiltransferase no neurónio motor
Cataliza a condensação da acetilCoA e colina em acetil colina

Colina -O- acetiltransferase


Acetil CÔA + colina acetilcolina
CÔA

acetilCoA - produzida no neurónio eme células


colina - não sintetizada no neurónio motor sendo obtida do liquido extracelular por transporte
activo

Contracção muscular
o PA através do sarcolema é iniciado habitualmente pela estimulação do neuro mtor 
sinapse neuromuscular a partir dai propaga-se ao longo da membrana a ellevada velocidade
o diâmetro da célula muscular é grande, mas o aprelho contráctil tem de ser activado
imediatamente após aestimulação
para conseguir a rápida activação o miocito tem uma rede de pequenos tuubulos que
penetram desde a superfície ao centro da célula: tubulos T
o Pa originado na superfície da membrana tb origina PA nestes tubulos T permitindo que a
despolarização ocorra rapidamente no interior da célula
o tubulo T está associado auma região do retículo sarcoplasmatico, a cisterna terminal
- 64 -
assim, a despolarização do tubulo T provoca a libertação de Ca2+ do retículo
sarcoplasmático para o citoplasma

libertação de Ca2+ promove

activação da contracção
o Ca2+ libertado une-se á troponina C dos filamentos finos
na ausência de Ca2+ a troponina cobre os locais de ligação actina miosina impedindo a sua
ligação .
como o Ca2+ foi libertado, vai ligar-se a troponinaC que é afastada libertando o sitio activo e
permitindo a ligação actina-miosina, formando-se o complexo gerador da força

cabeça de miosina ligada ao monómero de actina G

interacção actina-miosina

inicialmente a ponte cruzada não se encontra a interagir com a ctina


quando a nteracção é permitida (pela libertação de cálcio) é formado um complexo após o
qual se verifica uma deformação na ponte cruzada que puxa actina
neste processo consome-se ATP que se encontra ligado à cabeça da miosina
na presença de ATP a miosina liberta-se da catina e assume a sua conformação habitual

Inactivação da contracção
A dimunuição dos níveis de Ca2+ livre implica asua libertação da troponina C e o retomar da
posição inicial desta, que cobre os locais activos da catina impedindo a interacção actina
miosina e inactivando a contracção

O Ca2+ libertado na altura do PA é rapidamente recuperado pelo retículo sarcoplasmatico


através de bombas de Ca2+ necessitando para o efeito de energia: ATP

Papel do ATP:
Providencia a energia para o funcionamento das bombas Na+/K+
Providencia a energia para a interacção actina-miosina
Necessário para a libertação da miosina da actina após o seu contacto

Pode correr:
Contracção isotónica

- 65 -
Consiste na mudança de tamanho do musculo durante a contracção e o movimento
normalmente acompanha a contracção
Contracção isométrica
Consiste n acontracção muscular mas sem movimento, pois existe demasiada oposição

Fisiologia muscular - elecrtomiografia

Tipos de fibras musculares


Rápidas (brancas) (tipo IIb)
Quando estimuladas contraem-se e relaxam-se rapidamente sendo capazes de gerar
grandes forças
Tem baixo conteúdo de mioglobina e são pouco vascularizadas (dai asua cor)
Têm poucas mitocondrias, dependendo em termos nergéticos da glicolise e do glicogénio
Cansam-se rapidamente e são utilizadas durante a realização de catividades musculares
intensas mas de curta duracção

Lentas (vermelhas) (tipo I)


Sofrem contracção e relaxamento de forma lenta, sendo apenas capazes de gerar baixos
níveis de força
Têm um alto conteúdo de mioglobina, sendo muito vascularizadas
Têm muitas mitocôndrias, deoendendo, em termos energéticos, do metabolismo oxidativo
São muito resistentes á fadiga, sendo especializadas para arealização de contracções
musculares de tipo mantido (prolongado)

Etapas envolvidas no decurso de uma contracção muscular:


Um pA percorre um axónio motor até atingir a região da placa neuromuscular
Secreção e libertação de ach
Ligação da ach ao receptor membranário (localização pós sináptica)
Abertura dos canais dependentes da ach, permitindo o influxo de grande qunatidade de iões
Na+ para o interior da membrana da fibra muscular
Propagação do PA ao longo da membrana da fibra muscular despolarização da membrana
da fibra muscular, libertando iões Ca2+ (do retículo sarcoplasma´tico) para o interior das
mofibrilhas
Geração de forças atractivas entre os filamentos de catina e de miosina, pelos iões Ca2+,
desencadeando o processo contráctil pelo deslizamento entre os filamentos
Entrada dos iões Ca2+ para o retículo sarcoplasmatico (onde permanecem armazenados) o
que coincide com o terminar do processo contráctil

Conceito de unidade motora


É a unidade funcional de dimensões mais pequenas que está sob o controlo do SN
- 66 -
É constituída pelo axónio do motoneurónio, pelas suas terminações, pela placa
neuromuscular e pelo conjunto de fibras musculares por ela enevadas

O SN controla a intensidade (ou grau) da força muscular gerada de 2 maneiras:


Pelo recrutamento, nº de unidades motoras recrutadas
Pela tetanização, frequência de despolarização dos motoneuronios

Electromiograma
“técnica de lectrodiagnóstico que permite estudar o funcionamento do nervo e do musculo,
com base no conhecimento das carcteristicas fisiológicas de transmissão e de excitabilidade
neuronal”
Utiliza eléctrodos que são aplicados na ple, na proximidade da região a estudar
Esta técnica baseia-se na: estimulação elétrica artificial do nervo e do musculo, através da
aplicação de correntes eléctricas
Registo de potenciais que ocorrem quando o nervo e o musculo estão activos

Permite determinar a excitabilidade do tecido que está a ser estimulado, bem como medir a
velocidade de condução dos impulsos ao longo dos nervos periféricos
A sua função é estudar a integridade (estrutura e função) dos diferentes constituintes da
unidade motora

Aplicações clínicas
Desnervação - perda da continuidade entre uma fibra nervosa e o musculo esquelético
Surgem potenciais de fibrilhação – potencias de curta duração e de baixa amplitude nos
músculos afectados
Patologia da célula nervosa – doenças do neurónio motor e neuropatias
Patologia da placa neuromuscular - da região pré-sinaptica (botulismo, hipermagnesiemia,
hipocalcémia…) e/ou da região pós sináptica
Patologia muscular  miopatias
A unidade motora inclui o neurónio e todas as fibras musculares que ele abrange
O electromiograma ilustra o que se passa durante a contracção muscular
Embora o padrão seja semelhante, os tempos de contracção variam consideravelmente de
músculo para músculo

Existem variações fisiológicas dos dados obtidos num electromiograma:


Idade - a velocidade de condução nervosa de um recém-nascido ronda os 50% da dos
adultos; aumenta aos 12 meses e são semelhantes as do adulto aos 45 anos de idade

Mielina e tamanho das fibras

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As fibras mielinizadas (de maior diâmetro) transmitem uma maior velocidade que as não
mielinizadas

Temperatura - há um aumento progressivo na latência e uma diminuição na velocidade de


condução nervosa com a diminuição da temperatura
Região corporal a estudar
Nos membros superiores as velocidades de condução são 10-15 x mais rápidas que nos
membros inferiores, nos segmentos nervosas proximais, a velocidade de condução é 5 -
10% superior á dos segmentos distais. A velocidade de condução sensitiva é cerca de 5 %
mais rápida que a motora

Musculo liso
As suas célula são mais pequenas que as células esqueléticas
Forma de fusos com um único núcleo localizado no meio da célula

Músculos liso Vs músculos cardíaco


Possui menos miofilamentos de actina e miosina
Não se organiza, em sarcomeros (por isso não possuem o aspecto estriado)
As suas células possuem filamentos intermédios não contrácteis
O seu retículo sarcoplasmatico não é tão abundante
Não possuem sistema de tubulos T
A entrada de Ca2+ provem do liquido extracelular

Entrada de Ca2+ para o interior da célula muscular lisa

Tipos de músculos liso


Unitário ou multiunitarios
Mais comum – musculo liso visceral ou unitário

Musculo liso unitário


Nemerosas fendas sinápticas
Passagem directa dos PA
Funcionam como unidade única
Onda de contracções atravessa toda a camada muscular lisa
Por vezes é auto-ritmico (ex: tubo digestivo e bexiga)

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Musculo liso multiunitário
Encontram-se em:
Túnicas ou camadas das paredes dos vasos sanguíneos
Peqenos feixes como nos músculos erectores do pelo e na íris
Células isoladas (do baço)
Possui poucas fendas sinápticas e cada célula actua como unidade independente

Musculo liso
P.R. – 55/60 mV
Flutua entre despolarização repolarização lenta
Não responde á lei do tudo ou nada
Possui potenciais de acção gerados espontaneamente com controle por células

Musculo esquelético
PR - 85 mV
Resposnde á lei do tudo ou nada

Propriedades funcionais do musculo liso


Alguns músculos viscerais lisos possuem contracçãoes auto rítmicas
O músculo liso tende a contrair-se em resposta a um súbito estiramento, mas não aum lento
aumento do comprimento
O musculo liso tem uma tensão relativamente constante chamada de tonus do musculo liso,
por um longo período de tempo e mantém a mm tensão em resposta a um aumento gradual
no comprimento do musculo liso
Amplitude da contracção permanece constante, apesar de variar o comprimento muscular
Metabolismo semelhante embora se adaptem mal ao metabolismo anaerobio

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