A Ranbaxy começou como uma empresa farmacêutica na Índia em 1962 e se tornou uma das maiores do país até os anos 80. Nos anos 90, a empresa expandiu suas vendas para US$ 1 bilhão e começou a crescer em mercados estrangeiros, aproveitando as leis de patentes da Índia que permitiam a engenharia reversa de medicamentos. A empresa investiu em P&D e expansão para outros países.
Descrição original:
Resumo estudo de caso ranbaxy para o fichamento da disciplina.
A Ranbaxy começou como uma empresa farmacêutica na Índia em 1962 e se tornou uma das maiores do país até os anos 80. Nos anos 90, a empresa expandiu suas vendas para US$ 1 bilhão e começou a crescer em mercados estrangeiros, aproveitando as leis de patentes da Índia que permitiam a engenharia reversa de medicamentos. A empresa investiu em P&D e expansão para outros países.
A Ranbaxy começou como uma empresa farmacêutica na Índia em 1962 e se tornou uma das maiores do país até os anos 80. Nos anos 90, a empresa expandiu suas vendas para US$ 1 bilhão e começou a crescer em mercados estrangeiros, aproveitando as leis de patentes da Índia que permitiam a engenharia reversa de medicamentos. A empresa investiu em P&D e expansão para outros países.
A Ranbaxy comeou a operar em 1962 e em meados dos anos 80,
tornara-se uma das dez maiores empresas farmacuticas na ndia.
Com as vendas em US$ 1 bilho at 2003 essa misso exigia taxas de crescimento acima de 20% nas vendas e tambm uma expanso no escopo de atuao da empresa em vrias direes, desde os mercados em desenvolvimento e a incluso de mercados desenvolvidos. Os preos eram particularmente mais baratos nas vendas para hospitais e instituies que compravam a granel em grande quantidade, e um tanto mais caros nas vendas para o comrcio (via distribuidores ou atacadistas que vendiam para varejistas que, por sua vez, preparavam e vendiam medicamentos com ou sem prescrio mdica) que inclua um volume significativo de produtos de marca (embora substituveis). A lei de patentes indiana de 1970 reconhece a patente de processos, mas no a de produtos e estas medidas encorajavam as empresas indianas a trabalhar com a engenharia reversa de drogas importadas, ao invs de desenvolver novos produtos. No incio dos anos 90, as empresas estrangeiras com mais de 40% das aes nas empresas indianas tinham permisso para fabricar apenas 66 drogas previamente estipuladas, s podiam produzir localmente estas drogas na mesma quantidade em que elas eram importadas, e tinham que vend-las ao preo da produo domstica. As importaes eram concentradas em drogas intermedirias e princpios ativos sem produo local (por volta de 200 das 550 que eram fabricados na ndia), mas at mesmo nestes segmentos, as importaes eram controladas por tarifas de importao que estiveram, historicamente, entre as mais altas do mundo. Depois da produo local de uma droga criada por um concorrente estrangeiro, as companhias indianas comeavam a export-la para um nmero limitado de pases que no reconheciam o prazo de 20 anos para patente de produto, com o objetivo de se tornar produtores de baixo custo quando a patente expirasse em cada um dos mercados. Um crescimento a uma taxa de 15% era previsto para o mercado farmacutico indiano em mdio prazo, mais acelerado do que a taxa de crescimento de 10% prevista para o setor no mbito mundial, devido a um rpido aumento da populao indiana e dos nveis de rendimento per capita, s melhorias na infra-estrutura e maior conscientizao sanitria, principalmente nas reas rurais do pas. As barreiras levantadas contra a concorrncia estrangeira se reduziram com a remoo das restries ao investimento estrangeiro e com a diminuio das tarifas de importao: uma aprovao automtica era concedida aos acordos feitos com empresas estrangeiras na rea tecnolgica (menos na rea de engenharia gentica) e tambm s empresas estrangeiras com participaes de at 51% na indstria farmacutica indiana. Componente deste acordo referente ao TRIPS Trade Related Property Rights - exigia o reconhecimento de patente de produto, assim como de patente de processo, bem como a extenso dos termos de patente de sete para vinte anos, a aceitao de importao como a utilizao de patente, uma limitao da licena compulsria para um mbito muito estreito de circunstncias e uma revogao do nus da prova em aes legais por patentes de processo com o ru tendo que provar inocncia. No entanto, o efeito destas mudanas fundamentais era retardado pelas concesses feitas aos pases em desenvolvimento, para os quais a ndia desempenhava papel importante nas negociaes do TRIPS: um perodo de transio de dez anos de 1995 a 2004 era permitido, no cobrindo as drogas em pipeline cujas patentes j haviam sido publicadas at meados de 1995, e drogas com patentes solicitadas entre 1995 e 2004 eram concedidas com exclusividade de marketing de at cinco anos, durante o perodo de transio (e a partir deste momento, at o vencimento da patente). Enquanto o GATT ainda estava por ser sancionado pelo parlamento indiano, alguns observadores, incluindo os executivos da Ranbaxy, acreditavam que a ndia iria reconhecer totalmente patentes de produto, antes mesmo de 2005, como parte de um acordo para a tambm liberalizao do comrcio nos mercados txtil e de confeces. Os mdicos que prescreviam estas drogas obtinham grande parte de sua renda comprando plulas com desconto diretamente dos fabricantes, dispensando estes medicamentos e recebendo reembolso atravs de preos mais altos fixados pelo governo. Em 1981, o Ministrio da Sade e da Previdncia deu incio a uma srie de revises oficiais dos preos das drogas, reduzindo a mdia dos preos em mais de 50%, ao longo dos 10 anos seguintes. Este fato marcava a primeira vez em que interesses estrangeiros puderam tomar o controle de uma empresa listada na primeira seo da bolsa de Tquio e anunciava a crescente tendncia para a abertura do setor aos investimentos estrangeiros (apesar do Ministrio exigir que os julgamentos clnicos de novas drogas continuassem a ser realizados em japons). Os cortes de preos oficiais e as medidas mais recentes para reduzir as prescries excessivas tinham efeitos menos significativos: em meados de 90, os produtos farmacuticos continuavam a representar 30% dos gastos com a sade no Japo, comparado com 8% nos Estados Unidos e 16% em toda a Unio Europia, e o Japo estava bem a caminho de se tornar o maior mercado farmacutico do mundo, substituindo os Estados Unidos. insero estrangeira no mercado japons de fato aumentava, porm de maneira gradual: estimava-se que as empresas estrangeiras fossem responsveis por 25% do mercado em 1995, e que as drogas estrangeiras vendidas por empresas japonesas por mais 20%. No ano fiscal que se encerrou em 31 de maro de 1995, os produtos farmacuticos foram responsveis por 93% do total de vendas da Ranbaxy e seus negcios auxiliares - diagnsticos, qumica fina e sade animal pelos 7% restantes (e uma parcela menor de renda operacional). Outros 10% eram atribudos s drogas anti-lcera e gastrointestinais A Ranbaxy recentemente havia comeado a destinar significativos recursos de marketing e pesquisa a outros grupos teraputicos, principalmente s drogas cardiovasculares, mas no se previa, a curto prazo, um aumento significativo de sua participao nas vendas da empresa. Uma proporo significativa das exportaes do Cefaclor era absorvida pela Eli Lilly, uma importante companhia farmacutica norte-americana com a qual a Ranbaxy desenvolvia uma forte relao, culminando na criao da aliana global no incio de 1995 (ver Apndice A). Em 1995, havia se tomado a maior fabricante da ndia de princpios ativos e intermedirios, com uma participao domstica de quase 15%, e havia elaborado processos de sintetizao qumica considerados pela gerncia uma de suas principais foras. Nas palavras do Dr. Singh, Como uma companhia, decidimos que no podamos nos permitir falar em uma determinada qualidade para a ndia e outra para um cliente diferente, pois estamos fabricando produtos farmacuticos destinados sade, Estas iniciativas eram complementadas por investimentos significativos no exterior na fabricao de medicamentos finalizados, apesar das vendas das fbricas no exterior, ao contrrio das exportaes das fbricas indianas, no estarem se beneficiando pela iseno de impostos. Apesar dos princpios ativos importados por estes empreendimentos terem que ser aprovados pelas entidades reguladoras de cada pas, a presena local, na verdade facilitava a aprovao dos medicamentos fabricados com estes princpios ativos, reduzindo o tempo de distribuio e resolvendo os problemas de qualidade relativos ao processo de embalagem de produtos feitos na ndia. Aproximadamente 60% das vendas domsticas de medicamentos da Ranbaxy eram controladas pelo DPCO de 1987 um pouco menos que a mdia da indstria, devido s isenes concedidas a drogas envolvidas com o desenvolvimento de processos ou tecnologia de distribuio locais. corte de preo do Cifran e a estagnao nas vendas do Roscillin eram as principais razes pelo crescimento, a uma taxa de 10%, das vendas domsticas da Ranbaxy, ao longo do ano fiscal fechando em maro de 1995, versus os 15% da indstria como um todo. O que ela pretendia, ao invs disso, era estender o alcance da empresa aumentando os ciclos de visita de 30 para 45 dias, para que os representantes pudessem visitar em mdia 135.000 mdicos ao invs de 90.000, incluindo visitas a alguns clnicos gerais, e a especialistas na mira de outras companhias farmacuticas. Na dcada de 90, enquanto a Unio Sovitica se desfazia e os volumes em seus pases sucessores se reduziam, a Ranbaxy comeava a investir de maneira significativa na China (ver Apndice 8), enfatizando a venda de frmulas com marca tanto em pases desenvolvidos como em pases emergentes e rapidamente firmava as vendas do princpio ativo cefalosporina, principalmente do Ceflacor, o antibitico mais vendido no mundo. Curto e a mdio prazos, esperava-se que a China e a Rssia continuassem a ser mercados internacionais importantes para a Ranbaxy, mas o alto escalo da empresa previa os Estados Unidos e o Reino Unido como seus futuros mercados internacionais centrais, apoiados por aproximadamente outros 12 mercados perifricos. As atividades de P&D da Ranbaxy, concentradas na ndia, empregavam 321 pessoas, das quais 239 eram cientistas, e incluam um novo centro para pesquisas aplicadas e de desenvolvimento, uma unidade clnica e um laboratrio para pesquisas bsicas, tudo dentro ou aos redores de Deli. Em 1988, a Ranbaxy comeou a desenvolver um novo processo de sintetizao do ceclor, no obstante receios internos em comprometer recursos de P&D com um produto de difcil fabricao era grande o nmero de etapas envolvidas no processo e seus riscos potenciais e muito caro para o mercado indiano. Em curto prazo, as atividades de P&D foram dominadas por extenses de linhas de produto variaes em termos de apresentao final de medicamentos, resistncia e tipo de embalagem, assim como procedimentos de teste e certificao - responsveis pela maior parte dos mais de 100 projetos encaminhados, em 1995, pela Ranbaxy. Pedidos para o mercado indiano eram uma questo parte, apesar do centro para pesquisa aplicada ter sido propositalmente localizado a alguma distncia das plantas indianas e seus funcionrios terem sido designados a trabalhar de acordo com as necessidades de determinadas regies. At a virada do sculo, esperava-se que os esforos para o desenvolvimento de produtos acrescentassem por volta de 40 produtos no mercado domstico e levassem ao registro de umas 60 ANDAS Abbreviated New Drug Applications exigidas para a comercializao de diferentes verses de princpios ativos de drogas j existentes para aproximadamente 20 produtos em mercados avanados. Os esforos internos estariam voltados, inicialmente, para as drogas anti-infecciosas e cardiovasculares, para a escolha, at 1997, de uma IND (investigational new drug), candidata de cada uma das duas categorias teraputicas, e para uma posio vantajosa para o marketing da nova droga at 2003 ou 2004. A Descoberta de novas drogas era um objetivo ambicioso e at mesmo audacioso dada a experincia com os Estados Unidos onde, na mdia, a comercializao bem sucedida de uma nova entidade qumica exigia o controle de milhares de compostos, custava de US$ 200 milhes a US$ 300 milhes incluindo o custo de fracasso e o custo do capital, e demorava por volta de 12 anos (ver Diagrama 1). De acordo com ele, a folha de pagamento era responsvel por aproximadamente 25% das despesas de P&D e outros 20% a 25% eram despesas de administrao geral, tambm ligadas aos gastos de pessoal talvez 1/10 do custo de pessoal nos pases avanados. Lucros saudveis e taxas de reteno acima de 80% ajudavam a alimentar o apetite da Ranbaxy por recursos, mas a maior parte de recentes acrscimos para o fundo dos acionistas era conseqncia das emisses de novas aes, principalmente os US$ 100 milhes em GDSs (Global Depository Shares) em julho de 1994. maior volume de aes negociadas ajudava a diminuir a influncia da Ranbaxy: a relao entre dvida de longo prazo e capital prprio caiu de 51% em 1994 para 13% em 1995, e a relao da dvida total sobre capital prprio diminuiu de 131% para 68%. 3,6 bilhes, principalmente devido a um emprstimo em moeda estrangeira que ajudou a financiar a compra da Ohm Labs nos Estados Unidos e a Rima Pharmaceuticals na Irlanda, Outros destinos para os fundos que haviam sido levantados incluam a sociedade com a Eli Lilly, o prprio investimento da Ranbaxy nos departamentos de P&D, marketing e produo, alm de possveis aquisies. Vrios operadores de mercado previam que as vendas e os lucros da Ranbaxy podiam crescer a taxas anuais de, respectivamente, 20% a 25% e de 30% a 35%, ao longo de 1998, antes que os investimentos em mercados desenvolvidos, principalmente nos Estados Unidos, comeassem a fazer efeito. Ainda assim, investidores estrangeiros controlavam juntos apenas 14% do capital prprio da Ranbaxy, comparado com os 34% da famlia do Dr. Singh que iria crescer para mais de 40% caso exercesse o direito de incorporar mais cinco milhes de aes adicionais e os 19% de participao de instituies indianas, muitas das quais eram fiis defensoras da gerncia da Ranbaxy. Dr. Singh se sentia confortvel o suficiente com seu controle sobre a Ranbaxy para tentar usar suas aes pessoais na empresa para montar um portfolio de novos negcios: ele comprou uma empresa financeira em 1994, e promovia, tambm, negcios relacionados s atividades na rea de servio de sade, incluindo hospitais e uma rede de planos de sade. Uma nova posio de CIO (Chief Information Officer) foi criada para coordenar o uso da tecnologia de informao pela Ranbaxy em vrias reas: contabilidade, gerenciamento de capital de giro, logstica, monitoramento do concorrente, e pesquisas bsicas, para realar apenas algumas das oportunidades dentro da ndia citadas em um estudo feito pela empresa Andersen Consulting. No que diz respeito entrada de novo pessoal as ofertas salariais da Ranbaxy sustentaram seus esforos para contratar pessoal das melhores escolas de negcios do pas apesar da indstria farmacutica no ser uma das opes preferidas dos formandos. importncia dos esforos de contratar novos funcionrios era acentuada pelo rpido crescimento da empresa, que a deixava um tanto pobre em termos de escalo mdio de tal modo que o Dr. Singh descrevia os gerentes de mdio escalo como o recurso mais escasso na Ranbaxy. Lilly investia 14% a 15% de suas vendas com P&D, tinha novos e promissores produtos em pipeline e tentava se concentrar o que no era comum na indstria farmacutica no aperfeioamento de processos j em produo, assim como na sua posio de uma das maiores e mais experientes empresas de biotecnologia do mundo. As duas primeiras categorias j eram responsveis pela maior parte da receita da Lilly, principalmente devido ao seu mais vendido antidepressivo, o Prozac, (29% do total de suas vendas), e seu mais vendido antibitico, o Ceclor (14% do total de suas vendas), conhecido genericamente como cefaclor. Objetivo de aumentar a presena global era uma resposta baixa percentagem, de menos de 35%, de participao de mercados no- americanos nas vendas da Lilly, comparado com a participao de 45% a 50% da maior parte de seus concorrentes localizados nos Estados Unidos. Em outubro de 1994, o mbito de colaborao se estendia devido ao anncio da aliana global que acarretaria na inaugurao de dois novos empreendimentos conjuntos a um custo total de US$90 milhes ao longo dos trs anos seguintes; O mercado chins era servido por 2.700 fabricantes de dois tipos distintos: empresas estatais, com uma parcela do mercado de 85%, e joint ventures entre empresas chinesas e estrangeiras, responsveis pelo restante do mercado, que obtinham um prmio de 30% a 50% para seus produtos. Com o objetivo de solidificar sua posio na China, a Ranbaxy decidiu montar ali uma joint venture a primeira entre todas as empresas indianas de US$ 12 milhes, na qual teria participao de 70% e outros dois scios locais controlariam o restante.