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III Encontro Nacional de História do Pensamento Geográfico

I Encontro Nacional de Geografia Histórica


5 a 10 de novembro de 2012

O Embrião Metropolitano: O Poder Público e a Produção do Espaço em Belo


Horizonte na década de 1920

MEDEIROS¹, F. G. L.; BORSAGLI², A.


1 Centro Federal de Educação Tecnológica – CEFET-MG; 2 Pontifícia Universidade Católica
de Minas Gerais – PUC-Minas

RESUMO

Belo Horizonte entre os anos de 1897 e 1920 apresentou um pequeno crescimento


urbano, se restringindo a ser uma capital administrativa, com um comercio e serviços
pouco atrativos. No pós-guerra a capital passou a receber um fluxo populacional
continuo, deixando de ser uma capital exclusivamente administrativa para se tornar um
polo de atração dentro de Minas Gerais. O artigo pretende mostrar a importância das
obras realizadas pelo Poder Público durante a década de 1920, sendo que grande parte
delas foi executada pelo Estado, que interviu na capital durante a segunda metade da
década, com interesses específicos. O grande número de registros fotográficos dessa
década, assim como as Plantas Cadastrais confeccionadas nesse período permitiu a
compreensão do processo de mudança espacial e da paisagem urbana. As obras
realizadas permitiram a continuidade da expansão urbana dentro e fora dos limites da
Avenida do Contorno, assim como a ocupação dos fundos de vale da capital. As obras
desencadearam a primeira grande mudança espacial de Belo horizonte, sendo que
muitas dessas intervenções ainda configuram a paisagem urbana na capital mineira.

Palavras chave: Poder Público, expansão urbana, paisagem urbana.

INTRODUÇÃO

Belo Horizonte foi construída para ser um modelo de urbs no infante Brasil
Republicano. Projetada pela equipe do Engenheiro Aarão Reis a Planta da nova capital
apresentava um traçado racional e positivista, em conformidade com o pensamento
vigente na época, sendo que a Planta rompia profundamente com a herança colonial,
ainda viva na sociedade brasileira. A nova capital, edificada em apenas quatro anos
dentro no local indicado pela CCNC arrasou por completo o arraial do Curral del Rey,
fundado no inicio do Século XVIII. Entre 1897 e 1920 a Cidade de Minas
(posteriormente denominada Belo Horizonte) apresentou um pequeno crescimento na
zona urbana compreendida dentro da Avenida do Contorno, projetada para delimitar a
zona urbana, simetricamente projetada com ruas regulares e áreas com funções

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especificas para a zona suburbana, já destinada a população de menor poder aquisitivo e


que apresentava ruas e quarteirões irregulares, além da falta de infra estrutura urbana,
diferentemente do que acontecia na zona urbana.
A falta de investimento por parte do Poder Publico atrasou a expansão urbana
nos terrenos compreendidos dentro da Avenida do Contorno, cuja ocupação se limitava
a região central, e os bairros Floresta e Funcionários. A arrecadação era pequena e os
recursos disponíveis não eram suficientes para a realização das obras necessárias. Essa
preocupação com a arrecadação era sentida desde os primeiros anos da nova capital,
como se lê nas palavras do prefeito interino Antonio Carlos Ribeiro de Andrada
registrou em seu relatório de 1906 que “o futuro de Belo Horizonte está na dependencia
completa das industrias que aqui se installem”. Durante vinte anos a capital mineira
permaneceu com ares de interior devido aos grandes vazios na zona urbana, fato que
nao fugiu aos olhos de diversos visitantes ilustres que passaram por ela nesse periodo.
A situação em que se via a capital mineira mudaria apenas na década de 20,
década abordada no presente artigo, pois foi ao longo desta que se deu a primeira grande
mudança espacial na capital mineira, em parte patrocinado pelo Estado, que tinha
interesses especificos nas intervenções realizadas, além de continuar nomeando os
Prefeitos que administravam a capital, fato que já ocorrida desde a extinção da
Comissão Construtora da Nova Capital em 1898.
Para se compreender as intervenções realizadas em Belo Horizonte na década
em questão se fez necessária a analise da primeira Planta confeccionada pela Comissão
Construtora da Nova Capital (CCNC) em 1895, assim como a Planta da porção
destinada à primeira ocupação feita em 1896. As Plantas confeccionadas em 1920 e
1928 foram imprescindíveis para o presente artigo, pois elas foram confeccionadas em
conformidade com as obras que estavam em curso no período abordado além das
inúmeras fotografias tiradas ao longo da década, o que permitiu uma melhor
compreensão da profunda mudança espacial na qual passava a capital mineira. De
acordo com CORREA, 2000, p.26 “o espaço urbano é um reflexo tanto de ações que se
realizam no presente como também daquelas que se realizaram no passado e que
deixaram suas marcas impressas nas formas espaciais do presente”.
O mesmo Corrêa observa que os agentes formadores do espaço urbano são
responsáveis pelas constantes mudanças que ocorrem na paisagem urbana, pois:

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A ação destes agentes é complexa, derivando da dinâmica de


acumulação de capital, das necessidades mutáveis de
reprodução das relações de produção, e dos conflitos de classe
que dela emergem. A complexidade da ação dos agentes sociais
inclui práticas que levam a um constante processo de
reorganização espacial que se faz via incorporação de novas
áreas ao espaço urbano, densificação do uso do solo,
deterioração de certas áreas, renovação urbana, relocação
diferenciada da infra-estrutura e mudança, coercitiva ou não, do
conteúdo social e econômico de determinadas áreas da cidade.
(CORREA, 1993, p.11)

Essa primeira remodelação da capital patrocinada pelo Poder Público é visível


na paisagem urbana de Belo horizonte até os dias atuais. Sua abrangência englobou os
serviços de água e esgotos, calçamento e pavimentação de ruas e avenidas, retificação e
canalização dos cursos d’água, embelezamento das Praças e demais logradouros
públicos etc. Obras de tal magnitude aconteceram apenas na construção da capital entre
os anos de 1894 e 1897.

Uma capital a procura do crescimento

Projetada para ser a sede da administração do Estado, Belo Horizonte


inicialmente não foi dotada de indústrias nem de outros atrativos que pudessem ser os
alicerces da arrecadação municipal. Nas duas primeiras décadas que se sucederam após
a sua inauguração, a principal fonte de renda do município era a ínfima arrecadação de
impostos de uma cidade que nada tinha de capital, apenas os seus edifícios
institucionais lembravam que era ai que se exercia o poder central do Estado. O vazio
urbano, como dito anteriormente não passou despercebido pelos ilustres visitantes que
visitaram a capital mineira nos seus primeiros anos, como registrou o escritor Tristão de
Ataíde em Sedução do Horizonte:
As casas perdidas nas ruas. O silêncio. Bondes. (...) Os grandes
colégios. E as ruas vazias, as enormes ruas vazias, pelas quais
passava, ainda, o eco de Nabuco a perguntar a João Pinheiro,
quase chegando ao Palácio da Liberdade: Quando começa a
cidade? (Apud ARAÚJO, 1997).
Já Afonso de Taunay deixou registrado que “uma melancólica impressão
deixavam aquelas ruas enormemente largas e indefinidamente longas e por calçar,
onde as casas separavam verdadeiras distancias”.

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Belo Horizonte apresentou entre os anos de 1914/1918 um decréscimo


populacional, devido a crise econômica causada pela 1ª guerra Mundial. Sem
investimento e sem população para habitar as terras abrangidas pelo sitio urbano
planejado, mas ainda não construído Belo horizonte parecia fadada ao crescimento
desordenado, como ocorreu com Teresina no Século anterior. E isso iria acontecer se o
Poder Público não tivesse agido de forma enérgica em relação à ocupação das terras
dentro dos limites da Avenida do Contorno.
Somente em 1920 a capital mineira voltaria a apresentar um significativo
crescimento econômico e populacional, o que obrigou o Poder Público a aumentar os
investimentos em diversos setores. No inicio da década a capital ainda era um canteiro
de obras conforme as palavras do Engenheiro João Gomes:
Bello Horizonte é e ainda será por muito tempo uma
cidade em construcção e, assim, precisa de recursos mais
avultados para que possam ser atacados vários serviços de
urgência, todos tendentes ao desenvolvimento da cidade,
como a construcção de galeria de esgotos, a ampliação da
rede de água, a construcção de mais reservatórios, abertura
de novas ruas, calçamento e retificação e canalização de
córregos em vários pontos (...).

Como veremos mais adiante esses serviços foram priorizados pela Prefeitura ao
longo da década e permitiu a expansão para as outras Seções Urbanas, conforme projeto
da CCNC.
O planejamento urbano, crucial para a concretização do Projeto da capital que
nesse período se restringia a região central e os bairros Floresta e Funcionários e a uma
pequena parte do Barro Preto, ocupada em grande parte por operários foi exercido com
uma maior rigorosidade por parte do Poder Público que visava a expansão da malha
urbana dentro dos limites da Avenida do Contorno exatamente nos vales dos córregos
que atravessam a zona urbana. Na primeira metade da década empregou-se um grande
esforço para regularizar e ordenar a construção dos quarteirões e ruas conforme a Planta
da CCNC. Diversas ruas e quarteirões abertos entre 1898 e 1920 não estavam em
conformidade com a Planta, como se lê no relatório do então Chefe da Seção de
Cadastro e futuro Prefeito Octacílio Negrão de Lima:
A cidade de Bello Horizonte, realmente, para ter o traçado
da regua e compasso que lhe emprestam – necessita de
preservar conservando, o que nos legou a C.C.N.C. – O

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traçado das ruas construídas, em que se admitte um


magnífico parallelismo, vae em alguns casos bem de
encontro a tal supposição. Na parte construída da cidade,
raro é o cruzamento com 90° e quanto aos alinhamentos,
olho nú, como aqui na Av. João Pinheiro, descobrem-se
casas para dentro e para fora da rua. (RELATÓRIO, 1922)

Foi concluída no ano de 1920 a nova Planta Cadastral de Belo Horizonte, a


primeira feita desde 1895 e que já estava totalmente desatualizada e ainda usada até essa
época. Essa demora de mais de vinte anos para se fazer uma nova Planta acarretou
sérios problemas no que diz respeito à abertura de ruas e ocupação dos lotes na Zona
Urbana e principalmente na Suburbana aonde os lotes eram maiores. A Comissão
Construtora executou apenas uma parte da Planta da nova capital e na medida em que a
cidade crescesse, as outras Seções Urbanas e Suburbanas que estavam na Planta seriam
construídas. Nesse ínterim o traçado urbano sofreu sucessivas modificações até a sua
finalização em meados dos anos 40.
Um exemplo da falta de critérios na abertura de ruas e quarteirões a cargo do
Poder Público era a Avenida Paraúna, atual Getúlio Vargas. Ela apresentava na década
de 20 no local da antiga Praça Sete (atual Praça ABC) um desnivelamento de cerca de
dois metros entre o passeio a dita praça e a Avenida Afonso Pena. Já a Avenida do
Contorno, Carandaí e parte da Avenida Araguaia foram projetadas para ter cerca de
trinta e cinco metros de largura, mas em 1920 tinham apenas cinco metros de largura
devido à existência ai de um lote irregular “vendido” pela Prefeitura no inicio do
Século. Nesse caso a Planta cadastral foi simplesmente ignorada. Devemos lembrar que
a Avenida do Contorno só foi totalmente regularizada no inicio da década de 40.
A prematura extinção da Comissão Construtora da Nova Capital foi sentida a
partir do momento em que se retomaram os estudos para se realizar um novo cadastro
da cidade. Quando da criação da Seção de Cadastro em 1922 a falta de dados era tão
grande que a Seção resolveu reutilizar os vértices da planta geral da CCNC para
elaborar uma nova planta1.
A primeira metade da década também foi marcada pelo inicio da primeira
grande mudança espacial na capital: grande parte das terras das antigas colônias

1
Foi abordada de forma sucinta a criação dessa Seção, de extrema importância para a regularização da
capital. Para saber mais sobre os trabalhos da Seção de Cadastro consultar o Relatório de 1922 do Prefeito
Flávio Fernandes dos Santos, entre outros relatórios.

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agrícolas estavam sendo loteadas e vendidas a preços módicos, geralmente assentadas


em locais que não existia a mínima infraestrutura necessária para a ocupação. A
precariedade que existia nas vilas recém criadas é descrita no Relatório do Prefeito
Flavio Fernandes dos Santos em 1922:
Existem outras zonas onde não há esgoto de espécie
alguma, apesar de já bastante povoadas. Tive ocasião de
ver, nestes poucos dias, latrinas secas e de verificar o
simples despejo de fezes na superfície do solo, em ruas
onde levamos iluminação publica e agua abundante. Isto
diz muito mal de nossa cidade, e está a reclamar
providencias urgentes de quem direito.

Já a zona urbana planejada se expandia em direção das vertentes do córrego do


Leitão, área reservada pelo Poder Público para as elites belorizontinas. A criação do
bairro de Lourdes nessa década desencadeou o processo, ainda que lentamente de
mudança das elites, antes concentradas na Rua da Bahia e adjacências para o Lourdes.
Essa mudança tinha como justificativa o afastamento da região central, ou bairro
comercial que já apresentava nessa década um intenso movimento fluxo de pessoas,
antes de uso misto (comercial e residencial). As primeiras residências que ai existiram
foram sendo, aos poucos demolidas ou convertidas em lojas comerciais.
Enquanto as obras eram realizadas lentamente, visto que a concessão de credito
para leva-las adiante havia sido protelada pelo Governo Federal durante a primeira
metade da década, Belo Horizonte havia se tornado o centro convergente das migrações
internas no Estado, recebendo imigrantes de todas as regiões do Estado. Só entre os
anos de 1920 e 1925 a população sofreu um aumento de pouco mais de 50%. O vultoso
empréstimo já havia sido cogitado pelo Prefeito Flavio Fernandes dos Santos em 1924,
mas isso se concretizou na gestão do Prefeito Christiano Machado 1926/30, ao mesmo
tempo em que o Estado intervia em vários setores da capital, visando à melhoria dos
serviços e equipamentos urbanos, ao mesmo tempo em que uma nova Planta Cadastral
era feita (FIGURA 01).

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FIGURA 01 – Planta Cadastral de Belo Horizonte confeccionada em 1928. À direita,


separadas pela Avenida Bias Fortes se vê as zonas urbanas reservadas para as elites
belorizontinas.
Fonte: APM

A intervenção direta do Estado no desenvolvimento urbano da capital

Em 1926 assume a Presidência do Estado Antônio Carlos Ribeiro de Andrada,


que então nomeia Christiano Monteiro Machado para administrar a capital. Essa
manobra política tinha finalidades especificas: o governador era o potencial candidato
para assumir a Presidência da Republica em 1930, visto que Minas Gerais e São Paulo
estavam se alternando no controle do Brasil desde o final do Século XIX. Antônio
Carlos viu em Belo Horizonte a oportunidade que precisava para se promover, e para
isso não poupou esforços nem capital para continuar a expansão e melhoria dos
equipamentos e serviços públicos necessários para dar suporte a tal crescimento.
Segundo RODRIGUES, 1994, o Estado é o principal agente transformador do
espaço urbano. Em seguida aparecem as corporações imobiliárias e os proprietários
fundiários que agem de maneira diferenciada. Em muitos locais onde as intervenções
tiveram a interferência direta do Poder Público, este foi pressionado pelos grupos

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sociais que posteriormente explorariam as terras despovoadas, as loteando ou mesmo


atuando como agentes especuladores.
A intervenção do Estado na administração da capital no período 1926/1930 foi
direta sendo que o Estado, com capital próprio e dos empréstimos obtidos junto ao
Governo Federal encampou os serviços de transporte publico que careciam de mais
carros e de investimentos na expansão das linhas do Bonde para os bairros da zona
suburbana. A pavimentação e a abertura de ruas e avenidas nas zonas urbana e
suburbana foi contínua na segunda metade da década de 20, sendo que os
paralelepípedos de diversas ruas foram retirados para dar lugar ao asfalto. O calçamento
retirado foi aproveitado na zona suburbana, em particular nos bairros da zona centro sul
para o calçamento de diversas ruas (FIGURAS 02 e 03).

FIGURA 02 – Rua São Paulo e Córrego do Leitão em 1928. Ao fundo a Avenida


Augusto de Lima.
Fonte: APM

Os serviços de água e esgotos foram ampliados (FIGURA 04), ao mesmo tempo


em que se concluía a captação de água dos cursos d’água da região do Barreiro e de
Ibirité.

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FIGURA 03 – Pavimentação da Rua Professor Morais e o Córrego do Acaba Mundo


recém canalizado.
Fonte: APM

FIGURA 04 – Caixa de união dos Emissários de esgotos construídos paralelamente ao


córrego do Leitão.
Fonte: APM
As obras foram registradas em centenas de fotografias tiradas por Gines Gea
Ribera e incluídas nos dossiês “Calçamento de Ruas de Bello Horizonte” e no
“Aspectos da cidade de Bello Horizonte”, ambos editados pelo Governo. Os dossiês
foram usados como propaganda de uma administração séria, que promovia o
desenvolvimento urbano em prol da população e da modernidade.

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A venda de lotes iniciada pela prefeitura no inicio da década no vale do córrego


do Leitão destinada a população mais abastada iniciou o processo de mudança da
população inicialmente estabelecida na região central, em particular a Rua da Bahia e
funcionários, locais prioritários e que receberam desde a construção da capital grande
parte dos equipamentos urbanos como saneamento, luz elétrica etc. As elites passariam,
a partir dessa década a ocupar em larga escala o bairro de Lourdes.
As obras tinham objetivos claros: regularizar a zona urbana para proporcionar a
expansão da capital segundo o projeto de Aarão Reis. As imagens registradas no
período não mostram, mas os operários e a população de baixa renda, antes locados no
Barro Preto em uma vila operaria foram sendo “empurrados” aos poucos para fora da
zona urbana. À medida que as obras se expandiam eles eram relocados para diversas
áreas na zona suburbana como o “pasto da Prefeitura” e terrenos na Lagoinha
destinados para esse fim. Propositalmente Aarão Reis havia concebido o projeto da
nova capital sem apresentar uma área especifica para os operários e antigos moradores
do Curral del Rey expulsos do arraial no decorrer das obras. Na década de 20 eles foram
sendo então “empurrados” para fora da zona urbana, na verdade a população pobre iria
permanecer na zona urbana apenas no local onde hoje está a Assembleia, sendo expulsa
nas duas décadas seguintes com a venda de lotes para a criação do bairro Santo
Agostinho.
Data dessa década e a construção de um dos ícones da arquitetura de Belo
Horizonte: A Ponte Melo Viana, depois denominada Viaduto de Santa Tereza
(FIGURA 05). Os estudos começaram em 1924, pois:

Tornou-se inevitável esta obra, visto a ponte metallica existente


no local estar deslocada para a margem esquerda cerca de seis
metros de sua verdadeira posição em relação ao canal, não
permittindo prosseguir-se no revestimento das margens
daquelle Ribeirão. (RELATÓRIO, 1924)

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FIGURA 05 – Construção do Viaduto de Santa Tereza.


Fonte: APM
As obras tiveram inicio em 1926 financiada pelo Governo e os serviços ficaram
por conta da EFCB. O viaduto era estratégico para a ligação da área central com os
bairros Floresta e Santa Tereza, uma das áreas que mais se expandia na Zona
Suburbana. Como lemos na citação acima a antiga ponte metálica era um entrave para a
canalização do Arrudas, paralisada exatamente no local da antiga ponte. A construção
da nova ponte possibilitou a canalização e a continuação da Avenida do Canal, como
veremos mais adiante. Projetada pelo Arquiteto Emílio Baumgart em estilo Art-Déco
ela foi inaugurada em 1929.
Foi realizado nessa década o aterramento da Rua da Bahia entre Antônio de
Albuquerque e Emboabas. Parte do terreno que ai existia, projetado pela Comissão
Construtora para ser o Jardim Zoológico e que nos anos 20 não passava de uma
“barroca” foi então transformado em Parque denominado Santo Antônio. O Córrego
do Mendonça que nascia na Encosta do Ilídio e atravessava a área do Parque nas
proximidades da Garganta do Ilídio foi então canalizado e o seu antigo leito aterrado
para a regularização dos quarteirões do bairro de Lourdes, extremamente importante
para a Prefeitura devido ao seu alto valor econômico.
Estudado desde o inicio da década, em fins de 1927 resolve se abrir uma avenida
sanitária ao longo do Córrego Lagoinha para facilitar a implantação da rede de esgotos
de todo o local. A área desapropriada para tal finalidade ia da Avenida do Contorno a
Rua Formiga.

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Os córregos que atravessavam a Zona Urbana de Belo Horizonte, ignorados pela


CCNC quando da confecção da Planta da capital2 tornaram-se, a partir dessa década um
entrave ao constante avanço territorial dentro dos limites da Avenida do Contorno.
A retificação3 e canalização dos córregos compreendidos dentro da zona urbana
passaram a ser uma das prioridades do Poder Público para que se pudesse dar
continuidade à expansão urbana.
Essas medidas visavam adequar os cursos d’água ao crescimento urbano, pois a
canalização possibilitaria a abertura das vias projetadas e a construção e ocupação dos
quarteirões. Era uma medida que permitia a continuidade da expansão da malha urbana,
mas que traria sérias consequências para a população da capital. As canalizações
também visavam resolver o problema das enchentes que ocorriam com frequência na
capital. Naquela época acreditava-se que ao canalizar um curso d’água solucionaria o
problema das enchentes, desbarrancamentos etc. Atualmente sabe-se que a canalização
atenua mas não resolve esse problema.
A canalização e retificação do Córrego do Leitão foram empreendidas na
segunda metade da década de 20, ao mesmo tempo em que eram instalados os
emissários de esgotos em sua margem direita. A canalização, como no Acaba Mundo
visava proporcionar a urbanização e ocupação na porção de terras localizadas no vale do
Leitão, faixa reservada pelo Poder Público para a expansão urbana das classes mais
abastadas. Inicialmente o seu curso foi retificado para as ruas Tupis, Padre Belchior, rua
esta que não existia no projeto original da capital e Rua São Paulo até o cruzamento
com a Rua Alvarenga Peixoto.
A sua canalização (FIGURA 06) permitiu a expansão urbana e a melhoria da
comunicação viária entre o Barro Preto e o Calafate com a região central cujo único
acesso se dava por uma precária ponte que existiu na Rua dos Tamoios. Sobre o vale do
Leitão, área prioritária de expansão urbana o Prefeito Flavio Fernandes dos Santos
escreveu em 1925 que “com a venda dos lotes na bacia do córrego do Leitão, e
conseqüente construção de prédios, a Prefeitura tem procedido à abertura de diversas

2
Os córregos que atravessam a zona urbana de Belo Horizonte foram retificados de acordo com as ruas
que seguiam mais ou menos paralelamente à sua calha. Inseridos na paisagem urbana da capital,
posteriormente foram convertidos em rede de esgotos e cobertos, com a finalidade do alargamento das
vias.
3
Retificar um curso d’água é promover a mudança de seu traçado com o intuito de melhorar o
escoamento das águas além de possibilitar, no caso dos centros urbanos a ocupação das terras cortadas
pela calha natural do curso d’água.

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ruas e vai prosseguir com intensidade de trabalhos de terraplenagem, desde a Avenida


Cristóvão Colombo (atual Bias Fortes) e Rua Espírito Santo até a Avenida São
Francisco (atual Olegário Maciel)”.

FIGURA 06 – Canalização do Córrego do Leitão na Rua São Paulo. Ao fundo


parte do bairro de Lourdes.
Fonte: APM
Para possibilitar a urbanização e a continuidade do crescimento da malha urbana
teve inicio em 1925 a retificação e a canalização aberta do córrego do Acaba Mundo
entre a Avenida do Contorno e o Parque Municipal, na sua foz no Ribeirão Arrudas
(FIGURA 07). As suas águas foram desviadas para um novo canal construído na Rua
Professor Morais e Avenida Afonso Pena (FIGURA 08) e suas águas continuaram a
alimentar os lagos do Parque Municipal. O seu antigo leito foi aterrado com o material
retirado do Morro do Cruzeiro (Praça Milton Campos), obra realizada ao mesmo tempo
das canalizações. Com o aterramento do antigo leito tornou-se possível a construção e
urbanização de treze quarteirões compreendidos no bairro Funcionários e adjacências
segundo a Planta Geral da capital.

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FIGURA 07 – Canalização do Córrego do Acaba Mundo na Avenida Afonso Pena.


Fonte: APM

FIGURA 08 – Retificação e canalização do Ribeirão Arrudas na região central. À


direita o aterramento que permitiu a abertura da Avenida dos Andradas.
Fonte: APM
Em 1925 Belo Horizonte ultrapassou a marca de 80.00 habitantes. Esse aumento
refletiu por toda a cidade no que diz respeito ao aumento de construções. Na FIGURA
09 se pode ver o numero de construções realizadas entre os anos de 1924 e 1928. A
zona suburbana apresentou um crescimento de cerca de 250% entre os anos de 26 e 27.
Já o crescimento da zona urbana teve um pequeno acréscimo no período. Já nas ex-
colônias o crescimento foi sensivelmente maior entre os anos de 1924 e 1927 e em 1928
apresentou um aumento de cerca de 50%, em grande parte devido aos novos

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loteamentos que deram origens as vilas. Daí pode-se concluir que a malha urbana de
Belo Horizonte não cresceu do centro para a periferia e sim da periferia para o centro,
pois enquanto a zona suburbana se expandia cada vez mais para a periferia, agregando
em pouco tempo as vilas a zona urbana ainda apresentava imensos vazios, como ilhas
em meio à massa de casas e ruas já estabelecidas.

Na segunda metade da década as subdivisões de grandes terrenos, geralmente


sítios ou fazendas que faziam parte do cinturão verde de Belo Horizonte se tornou um
problema para a Municipalidade. Os proprietários aproveitavam-se das lacunas que
existiam na legislação vigente na época e iam criando as Vilas, muitas delas tão
distantes do centro da capital que só receberam os serviços de água, luz e transportes
muitos anos mais tarde. Só no ano de 1928 foram aprovadas 47 subdivisões, criando no
total 1.156 quarteirões e cerca de 14.900 lotes4. Sobre isso o engenheiro Jefferson
Baleeiro escreveu em 1927 que as áreas subdivididas para a formação das Vilas eram
quatro vezes maiores do que as divisões nas áreas urbana e suburbana. A cidade se
dispersava ao invés de se concentrar exclusivamente nas imediações da Zona Urbana.

FIGURA 09 – Construções autorizadas pela Prefeitura entre os anos de 1924/1928 na


capital.
Fonte APCBH Relatório do Prefeito Christiano Monteiro Machado, 1928.

4
Extraído do Relatório do Prefeito Christiano Monteiro Machado de 1928.

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As Vilas se tornaram atraentes e disputadas, principalmente pela população de


baixa renda devido ao baixo custo para aquisição dos lotes. Essas vilas agregadas ao
plano da capital contribuíram para o aumento do perímetro urbano ainda na década de
20. Podemos citar as Vilas Santa Terezinha, Santos Dumont e Esplanada como exemplo
de vilas surgidas nesse período.
O aumento populacional foi um dos motivos das dezenas de aprovações de
loteamentos pela Prefeitura entre os anos de 1925/1928. Os loteamentos, em sua
maioria foram criados na zona oeste da capital, o que acabou de consolidar o
crescimento que se verificava desde a década passada nessa zona da capital. Vários
desses loteamentos aprovados não dispunham dos equipamentos urbanos necessários
para proporcionar a ocupação dos lotes já vendidos. As reclamações por parte dos
moradores eram constantes, visto que grande parte das vilas recém criadas não
dispunham nem de água e luz, além de careceram de transporte publico, que nesse
período se restringia ao bairro Carlos Prates.

Considerações Finais

A nova capital de Minas Gerais, pensada e concebida no alvorecer da Republica


foi desenhada nos meios políticos como uma cidade moderna, saneada, que oferecesse
plenas condições para o desenvolvimento urbano, industrial e populacional. Durante
duas décadas, devido a falta de recursos e mesmo de população Belo Horizonte era vista
como uma capital puramente administrativa, sem atrativos para seduzir e incentivar a
migração, importantíssima para a continuidade do seu desenvolvimento e assim se
consolidar como uma metrópole de âmbito nacional.
As obras iniciadas na primeira metade da década de 20 se espalharam por toda a
capital no período 1926/1930 devido aos vultosos investimentos por parte do Estado,
que as utilizou como propaganda governamental. Centenas de fotos foram feitas e
reunidas em duas publicações, importantíssimas para se compreender toda a mudança
espacial que ocorreu na capital.
Belo Horizonte chegaria aos 100.000 habitantes no final da década de 20,
consolidando-se como um polo de atração no Estado. Restrita ate o inicio da década
como uma cidade administrativa ela passou a oferecer também um comercio forte e a

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prestação de serviços, que abriria caminho para uma acanhada industrialização na


década seguinte, ao longo do vale do Ribeirão Arrudas.
As formas da paisagem urbana são diversas e, segundo SANTOS, 1998, “é a
materialização de um instante da sociedade”. Na paisagem urbana de Belo Horizonte
as obras realizadas na década de 1920 e abordadas nesse artigo foram extremamente
importantes para a expansão urbana que se acentuaria ao longo das décadas posteriores.
As intervenções feitas pelo Poder Público possibilitou o crescimento industrial da
capital, ao se determinar um local específico para tal. E possibilitou a abertura das vias
arteriais que viria a consolidar a expansão urbana para o norte e oeste da capital mineira.
As benfeitorias urbanas realizadas nesse período, em grande parte ainda estão
presentes na paisagem urbana de Belo Horizonte, mesmo que muitas delas se encontram
sob as vias públicas. Pontes, edifícios, pavimentações construídos e realizados nessa
década ainda se fazem presente na paisagem e no tecido urbano da capital, sendo muitas
vezes comtemplados como ícones de um período em que se priorizou o
desenvolvimento urbano e o embelezamento de algumas regiões específicas de Belo
Horizonte (FIGURA 10).

FIGURA 10 – Praça Rui Barbosa na região central de Belo Horizonte. O


embelezamento da Praça e a nova iluminação foram algumas das obras patrocinadas
pelo Estado, com a finalidade de melhorar a imagem da capital mineira para o visitante
que desembarcava pela Estação Central, em segundo plano.
Fonte: APM

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Referencias Bibliográficas

Acervos Documentais

APCBH – ARQUIVO PÚBLICO DA CIDADE DE BELO HORIZONTE.


APM – ARQUIVO PÚBLICO MINEIRO. Fundo Olegário Maciel.
MHAB – MUSEU HISTÓRICO ABÍLIO BARRETO

Livros, teses, fontes digitais e impressas

BARRETO, Abílio. Belo Horizonte, memória histórica e descritiva; história média. v.2.
Belo Horizonte: FJP/ Centro de Estudos Históricos e Culturais, 1996.

BELO HORIZONTE. Prefeitura Municipal. Mensagem apresentada pelo prefeito


Antonio Carlos Ribeiro de Andrada ao Conselho Deliberativo de Bello Horizonte em
1906 e relatórios anexos. Belo Horizonte: Imprensa Official do Estado, 1906.

BELO HORIZONTE. Prefeitura Municipal. Mensagem apresentada pelo prefeito


Affonso Vaz de Melo ao Conselho Deliberativo de Bello Horizonte em 1920 e relatórios
anexos. Belo Horizonte: Imprensa Official do Estado, 1920.

BELO HORIZONTE. Prefeitura Municipal. Mensagem apresentada pelo prefeito


Flavio Fernandes dos Santos ao Conselho Deliberativo de Bello Horizonte em
1922/1923 e relatórios anexos. Belo Horizonte: Imprensa Official do Estado, 1923.

BELO HORIZONTE. Prefeitura Municipal. Mensagem apresentada pelo prefeito


Chistiano Monteiro Machado ao Conselho Deliberativo de Bello Horizonte em 1926 e
relatórios anexos. Belo Horizonte: Imprensa Official do Estado, 1926.

BELO HORIZONTE. Prefeitura Municipal. Mensagem apresentada pelo prefeito


Chistiano Monteiro Machado ao Conselho Deliberativo de Bello Horizonte em 1928 e
relatórios anexos. Belo Horizonte: Imprensa Official do Estado, 1928.

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BORSAGLI, A. Os anos 1920; A Primeira Remodelação do Espaço Urbano. Em: <


http://www.curraldelrey.com/ >. Acesso em: 25 Julho 2012.

CORREA, Roberto Lobato. O Espaço Urbano. São Paulo: Editora Ática, 4ª edição.

FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO/Centro de Estudos Históricos e Culturais, Sedução do


Horizonte, Laís Correa de Araújo (org.); Belo Horizonte, 1997.

FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO/Centro de Estudos Históricos e Culturais, Saneamento


Básico de Belo Horizonte: trajetória em 100 anos – os serviços de água e esgoto, Belo
Horizonte, 1997.

RODRIGUES, A. M. Moradia nas Cidades Brasileiras. 5.ed., São Paulo, Contexto,


1994

SANTOS, M. Metamorfoses do espaço habitado. São Paulo: Hucitec, 1988.

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