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Estudos Tecnológicos em Engenharia, 8(2):60-68, julho-dezembro 2012

© 2012 by Unisinos - doi: 10.4013/ete.2012.82.03

Adjuntos utilizados para produção de cerveja:


características e aplicações

Adjuncts used for beer production: Features and applications

Roseane Farias D’Avila1


Universidade Federal de Pelotas, Brasil
roseane.davila@gmail.com

Márcia de Mello Luvielmo1


Universidade Federal de Pelotas, Brasil
mmluvielmo@gmail.com

Carla Rosane Barboza Mendonça1


Universidade Federal de Pelotas, Brasil
sidcar@ufpel.edu.br

Márcia Monks Jantzen2


Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Brasil
marcia.jantzen@ufrgs.br

Resumo. Das matérias-primas utilizadas para a pro- Abstract. Among the raw materials used for beer
dução de cervejas, o malte de cevada é o mais uti- production, barley malt is the most widely used
lizado para fornecer os carboidratos necessários às to provide the necessary carbohydrates to yeasts
leveduras durante a fermentação, onde é produzido during fermentation, in which alcohol and carbon
o álcool e o gás carbônico característicos da bebida. dioxide are produced. Must supplementation with
A complementação do mosto com adjuntos é reco- adjuncts is recommended to correct properties that
mendada para corrigir propriedades que não foram were not reached but this should not affect beer
atingidas, mas este não deve interferir na qualidade quality. Thus, the aim of this review is to pres-
da cerveja. Deste modo, o objetivo desta revisão é ent the main raw materials used to replace barley
apresentar as principais matérias-primas utilizadas malt. Cereals and starchy materials can be used as
em substituição ao malte de cevada. Cereais e ma- starchy adjuncts, such as corn gritz, rice, wheat. An-
térias ricas em amido podem ser utilizados como other group of adjuncts, known as sugary adjuncts,
adjuntos amiláceos, tais como gritz de milho, arroz, also has wide applications. They do not need to suf-
trigo. Outro grupo de adjuntos, conhecido como ad- fer enzymatic hydrolysis, because their sugars are
juntos açucarados também tem ampla aplicação, por readily fermentable. The adjuncts, in general, are
não necessitarem sofrer hidrólise enzimática, porque used to decrease production costs since they allow
são prontamente fermentáveis. Os adjuntos, de uma the use of reduced energy during processing.
forma geral, proporcionam uma redução dos cus-
tos de produção, pois possibilitam empregar menor
quantidade de energia durante o processamento.

Palavras-chave: cerveja, adjuntos, fermentação. Key words: beer, adjuncts, fermentation.

1
Universidade Federal de Pelotas. Campus Universitário, s/n, C.P.: 354, Capão do Leão, 96010-900, Pelotas, RS, Brasil.
2
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Av. Bento Gonçalves, 9090, 91540-000, Porto Alegre, RS, Brasil.
Roseane F. D’Avila, Márcia de Mello Luvielmo, Carla Rosane B. Mendonça, Márcia M. Jantzen

Introdução adjuntos; pode-se considerar também o em-


prego de enzimas adquiridas separadamente,
Segundo o decreto Nº 6.871, de 4 de junho quando for observado que a reação não está
de 2009, que regulamenta a lei n° 8.918, de ocorrendo de maneira satisfatória. Já os ad-
14/07/1994 do Ministério da Agricultura, Pe- juntos sob a forma de xaropes e açúcares não
cuária e Abastecimento, a cerveja é definida necessitam sofrer processos de sacarificação,
como “a bebida obtida pela fermentação alco- dispensado essa etapa de atuação enzimática
ólica do mosto cervejeiro, oriundo do malte de (EMBRAPA, 2009).
cevada e água potável, por ação de levedura, O objetivo desta revisão é descrever as
com adição de lúpulo”, sendo que o malte e matérias-primas amiláceas e as diretamente
o lúpulo podem ser substituídos pelos seus fermentescíveis que podem ser empregadas
extratos. Segundo a mesma legislação, parte como alternativas para a substituição parcial
do malte de cevada pode ser substituída por do malte de cevada na elaboração de cerve-
adjuntos cervejeiros, que não devem exceder jas, assim como discutir aspectos da utilização
45% em relação ao extrato primitivo, sendo destes produtos.
considerados adjuntos a cevada cervejeira e
outros cereais malteados ou não malteados, Componentes e matérias-primas
assim como amidos e açúcares de origem ve- da cerveja
getal. Quanto à proporção de malte de cevada,
aquelas que têm como única fonte de açúcares O peso da cerveja deve-se majoritariamen-
o malte de cevada podem ser denominadas te à água, que representa cerca de 92-95% de
de “cerveja de puro malte”; aquelas em que o sua constituição. Os cereais utilizados servem
malte de cevada representa quantidade igual de fontes de carboidratos fermentáveis, prote-
ou superior a 55% em peso sobre o extrato ínas, minerais, sendo que o mais utilizado é a
primitivo recebem a denominação “cerveja” e cevada malteada. Do lúpulo (Humulus lupulus)
aquelas cuja proporção de malte de cevada for provêm óleos essenciais, substâncias mine-
maior que 25% e menor que 55% devem conter rais, polifenóis e resinas amargas, que confe-
a expressão “cerveja de...”, seguida do nome rem à bebida o amargor, sabor característico,
do vegetal predominante (Brasil, 2009). e propriedades antimicrobianas. As leveduras
Porém, Reinold (1997) e Venturini Filho utilizadas, Saccharomyces cerevisiae, para a pro-
(2005) referem-se a adjuntos como sendo pro- dução de cervejas do tipo ale, e Saccharomyces
dutos que contêm carboidratos não malteados. uvarum, para as tipo lager, são os componen-
Na presente revisão, o conceito de adjuntos tes responsáveis pela fermentação do mosto,
abrangerá cereais malteados e não malteados, com formação de produtos que determinam
amidos e açúcares de origem vegetal, confor- o sabor da cerveja e conferem as característi-
me descrito na legislação. cas próprias da bebida (Varnam e Sutherland,
Os adjuntos de fabricação utilizados na 1997; Venturini Filho, 2005).
produção de cerveja possibilitam a redução de Destes componentes, são os substratos açu-
despesas com matérias-primas empregadas na carados que serão fermentados pelas levedu-
fabricação, uma vez que a cevada produzida ras, originando etanol e dióxido de carbono na
no Brasil não supre a demanda. Segundo da- cerveja, conforme a reação 1.
dos disponibilizados pela Embrapa em 2009, o
país produz apenas 30% do malte que conso- C6H12O6 + 2Pi + 2ADP  2 C2H5OH + 2CO2 +
me. Assim sendo, o emprego de matérias-pri- 2ATP + 2H2O (1)
mas nacionais diminui os custos na produção
do extrato cervejeiro; porém, tal prática não Reação 1: Fermentação alcoólica (fonte: Venturini
deve interferir na qualidade da cerveja, confe- Filho e Mendes, 2004).
rindo características inadequadas ao produto
ou não proporcionando condições para o de- Os substratos endógenos são aqueles consti-
senvolvimento das características que se es- tuintes da levedura, podendo-se citar o glicogê-
peram. O malte de cevada apresenta a grande nio e a trealose. Porém, são aqueles fornecidos
vantagem de possuir elevado poder diastási- à levedura, como sacarose, glicose, frutose, que
co, o que é de relevância para a utilização de serão utilizados como fonte de carboidratos
outras matérias-primas amiláceas não maltea- para a obtenção dos produtos desejáveis du-
das, pois as enzimas do malte de cevada serão rante a fermentação, sendo chamados de subs-
as responsáveis pela hidrólise do amido dos tratos exógenos (Varnam e Sutherland, 1997).

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Adjuntos utilizados para produção de cerveja: características e aplicações

Assim, estes substratos exógenos podem ser de amido. Para que a hidrólise do amido e dos
agrupados em dois grupos: matérias-primas componentes adicionados ocorra adequada-
açucaradas e matérias-primas amiláceas e fecu- mente, é preciso uma gelatinização prévia, vi-
lentas. Entre as matérias açucaradas, é possível sando a expô-lo às enzimas presentes no malte
distinguir diretamente os açúcares fermentescí- (Perpete e Collin, 2000).
veis e os não fermentescíveis. As matérias ami- O adjunto amiláceo só pode ser direta-
láceas, contudo, fermentam após uma hidrólise mente adicionado ao malte quando sua tem-
que se denomina sacarificação, pela qual o ami- peratura de gelatinização for inferior àquelas
do infermentescível se transforma em açúcar utilizadas durante a mosturação da cerveja,
fermentescível (Aquarone et al., 2001). etapa na qual o amido sofre hidrólise pela
As matérias-primas açucaradas podem ser ação enzimática, degradando-se em uma
utilizadas para ajustar e desenvolver caracte- mistura de moléculas de poliglucose, menos
rísticas das cervejas com pequenos custos à complexas que as originais (Hough, 1990).
cervejaria. Açúcares de cana são menos uti- Essas enzimas são desenvolvidas nos grãos
lizados do que xaropes obtidos de amido de de cevada e outros cereais em etapa anterior
milho por hidrólise enzimática. Também se ao processamento da cerveja, denominada
empregam xaropes de malte e xarope carame- malteação. Quando são utilizados cereais
lizado, que proporcionam cor, aroma e sabor que possuem temperaturas de gelatinização
às cervejas escuras. Já os adjuntos amiláceos do amido mais elevadas do que as utilizadas
normalmente não são malteados, e a obtenção durante a mosturação, é necessário cozinhar
dos carboidratos se dá através de gelatiniza- o adjunto antes de sua adição ao processo,
ção, solubilização e hidrólise do amido (Var- que ocorre durante a maceração. A liquefação
nam e Sutherland, 1997). Os açúcares do mos- ocorre pela ação das enzimas do malte, que é
to, naturalmente presentes ou obtidos após adicionado em parte ao tanque de cozimento
sacarificação, são utilizados pelas leveduras do adjunto, uma vez que a α-amilase é termo-
na seguinte ordem: sacarose, glicose, frutose, estável à temperatura utilizada (Dossiê Enzi-
maltose e maltotriose, sendo que altos níveis mas, 2011). Durante a liquefação, costuma-se
dos três primeiros podem acarretar a repres- empregar 10% de malte para diminuir a vis-
são do metabolismo da maltose (Varnam e cosidade do material que será adicionado ao
Sutherland, 1997). mosto, extraindo-se 80 a 90% dos sólidos to-
De 161 amostras de cervejas Pilsen nacio- tais do adjunto (Santos, 2005).
nais, 95,6% utilizavam malte e adjunto cerve- A hidrólise poderia ser realizada também
jeiro, sendo que 91,3% utilizavam como ad- pela adição de ácidos, porém, devido ao alto
juntos derivados de milho ou açúcar de cana consumo de energia, ao menor rendimento e
(Sleiman et al., 2010), o que demonstra que a à pouca mobilidade operacional, emprega-se a
utilização dessas matérias-primas é ampla- hidrólise enzimática (Evangelista et al., 2005).
mente difundida na produção cervejeira. Os Quando se utiliza uma alta proporção de
adjuntos possibilitam a produção de cervejas cereais sem maltear na elaboração de cervejas,
mais leves, com sabor mais suave, mais brilho o malte usado em conjunto pode ser prove-
e maior estabilidade física (Santos, 2005). niente de plantas de cevada de seis fileiras de
As principais matérias-primas empregadas grãos por espigas que, apesar de apresentar
como adjuntos durante a etapa de fermentação qualidade inferior para o malteado, quando
do mosto cervejeiro serão descritas a seguir. comparado ao obtido de plantas de duas filei-
ras de grãos por espigas, possui alto nível de
Adjuntos amiláceos atividade enzimática (Varnam e Sutherland,
1997).
Os EUA são um dos principais produto- A cerveja brasileira lager utiliza adjuntos
res de cerveja no mundo; no país, os adjuntos como milho e arroz. É uma versão da lager
mais utilizados são milho (46% do total de ad- americana, e as duas são consideradas cerve-
juntos), arroz (31%), cevada (1%) e açúcares e jas muito leves, ainda que a brasileira utilize
xaropes (22%), o que permite notar um grande maior quantidade de lúpulo para a fabricação
emprego de matérias-primas contendo amido (Carvalho, 2007).
em sua composição (Priest e Stewart, 2006). A determinação dos componentes da cer-
É possível utilizar qualquer fonte de amido veja pode ser realizada através da análise de
como adjunto amiláceo, desde que observada isótopos estáveis de carbono e nitrogênio, por
a disponibilidade, o valor econômico e o teor espectrometria de massa. Sleiman et al. (2008)

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concluíram que por meio de análises de Car- Tabela 1. Composição química aproximada do
bono-13 é possível descobrir o percentual de trigo comparado ao malte de cevada
malte e adjunto oriundo do ciclo fotossintético Table 1. Estimated chemical composition of
do C4 (como o milho), enquanto que o teor de wheat compared to barley malt.
malte em cervejas produzidas juntamente com
arroz ou trigo, plantas do ciclo C3, pode ser Malte de
Componente Trigo (%)
determinado através de análises de Nitrogê- cevada (%)
nio-15. Água 13,5 4-6

Trigo Proteínas 12,5 10,22


Gorduras 1,9 1,65
O trigo não deve ser utilizado como adjun-
to em proporções elevadas, uma vez que au- Amido 57 50-55
menta o teor de arabinoxilanos no mosto, que Fonte: Adaptada de Reinold (1997) e Cereda (1985).
possuem peso molecular superior aos encon-
trados no malte de cevada, o que aumenta sua
viscosidade e diminui a eficiência da filtração. que interfere na estabilidade do paladar e na
A utilização de mosto constituído por 40% de espuma da cerveja; as proteínas constituem
malte de trigo em comparação à utilização de 9,8% do grão, a água 13% e o amido, 63%.
mosto de malte de cevada 100% aumenta a vis- Como adjunto, deve ser desgerminado para
cosidade de 1498 mPa para 1625 mPa, quando diminuir a concentração de óleo (gritz de mi-
avaliada a 55ºC (Lu e Li, 2006). Como também lho). Em tal condição, apresenta 87-91% de
pode ser malteado, é empregado comercial- substância seca, lipídeos em quantidades infe-
mente na elaboração de alguns pães, porém, o riores a 1%, sem impurezas, devendo apresen-
desenvolvimento de microrganismos durante tar ainda granulometria adequada, umidade
a germinação na superfície do grão apresenta- menor que 13% e proteínas de 8-9% (Reinold,
se como um motivo para não ser utilizado em 1997). O gritz de milho é obtido durante o pro-
larga escala na elaboração de cervejas (Hough, cessamento do milho por moagem a seco e,
1990). Quando empregado para produção de desde que observadas condições adequadas,
cervejas, o tempo de malteação e de germina- as características sensoriais do gritz evitam
ção devem ser curtos. O manuseio deve ser transferências de gosto e odores diferentes dos
realizado com cuidado, de modo que o grão esperados no mosto cervejeiro, o que compro-
não seja danificado, e deve-se empregar uma meteria o produto (Jorge, 2004). O gritz de mi-
camada fina na estufa de secagem. O malte de lho a um nível de 30% no extrato produz um
trigo pode ser utilizado nas cervejas Weizenbier, aroma similar ao obtido em cervejas de puro
Berliner Weisse (Reinold, 1997). O amido de tri- malte (Priest e Stewart, 2006).
go tem temperatura de gelatinização similar a A temperatura de gelatinização para o gritz
do malte e pode ser adicionado diretamente de milho (62 a 74ºC) é ligeiramente mais baixa
durante a mosturação, mas muitas cervejarias que do gritz de arroz (64 a 78ºC). Meilgaard
realizam o aquecimento em local apropriado (1976) notou um perfil de carboidratos similar
para o cozimento dos adjuntos. Durante tal ao de um mosto de puro malte quando utili-
prática, quando forem adicionados os 10% de zados 20% de arroz ou 20% de gritz de milho,
malte, recomenda-se que a mistura permane- apesar de níveis de sacarose e frutose declina-
ça a 48ºC durante 30 minutos para promover rem quando se aumenta a quantidade de ad-
ação das beta-glucanases sobre os beta-gluca- junto. Proteínas, peptídeos, aminoácidos livres
nos, que estão presentes em grande quantida- e derivados de ácidos nucléicos diminuíram
de no adjunto (Priest e Stewart, 2006). A com- em proporção à medida que se acrescentou o
posição do trigo usado em mostos cervejeiros adjunto.
está apresentada na Tabela 1. Níveis altos de adjuntos proporcionam
altos níveis de diacetil e outros componentes
Milho obtidos ao final da fermentação. Entretanto,
com um processo pós-fermentativo adequa-
O milho contém um teor de gordura consi- do, esses níveis retornam ao normal após a
derado alto, de 4,6%, o que constitui um pro- maturação, ocorrendo a redução de diacetil,
blema devido à possibilidade de rancificação, assim como a formação de ésteres, predomi-

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nantemente acetato de etila e acetato de amila zação e é extremamente viscoso antes de ser
(Carvalho, 2007). Cervejas que possuem mais liquefeito. Variedades como “Nato” não são li-
adjuntos podem apresentar, ainda, maior teor quefeitas adequadamente, impossibilitando o
de alcoóis superiores (Reinold, 1997). Durante bombeamento da mosturação para a filtração.
o processo de maturação do sabor, os álcoois Outras variedades como “California Pearl,
superiores não se modificam de forma signifi- Mochi Gomi e Cahose” se liquefazem bem se
cativa (Carvalho, 2007). cozidas à temperatura de fervura durante 15
O amido de milho refinado é o amido mais minutos (Priest e Stewart, 2006).
puro utilizado em cervejarias, porém, este não Souza et al. (2008) testaram o potencial
se encontra tão difundido quanto o gritz de enzimático de malte obtido a partir de arroz
milho ou arroz porque seu custo é maior. É como alternativa ao malte de cevada, produ-
extremamente fino e a temperatura de gelati- zindo um mosto contendo malte de cevada,
nização é menor do que a dos gritz citados, en- água, malte de arroz e adjunto na forma de fa-
tretanto, não é suficientemente diferente para rinha de arroz e outro contendo apenas malte
impedir o uso concomitante. Como outros ad- de cevada e água e encontraram rendimentos
juntos, deve ser utilizado com cuidado para de açúcares fermentescíveis equivalentes.
evitar aderência sobre as superfícies aqueci-
das. Pode ser facilmente liquefeito com o mes- Cevada sem maltear
mo processo utilizado para o arroz e aumenta
o rendimento de 1 a 2% (Priest e Stewart, 2006). Não deve representar mais do que 20% do
total de matéria-prima, porque cervejas pro-
Arroz duzidas com o cereal não malteado apresen-
tam menores teores de nitrogênio, o que impli-
É um dos adjuntos amiláceos mais uti- ca perda de estabilidade da espuma. Devido
lizados. Segundo trabalho de Sleiman et al. à viscosidade, a filtrabilidade é dificultada e
(2010), 4,3% das cervejas Pilsen comerciais existem perdas no que se refere à estabilida-
brasileiras analisadas apresentavam o cereal de de paladar (Reinold, 1997). Porém, Curi
na composição, sendo que uma apresentava (2006) encontrou maiores valores para reten-
mais de 50% de arroz como fonte de carboi- ção (estabilidade) da espuma em cervejas for-
dratos, o que não é permitido pela legislação. muladas com malte e cevada do que naquelas
O arroz utilizado como adjunto cervejeiro elaboradas apenas com malte, provavelmente
deve possuir quantidades de água inferiores por ocorrência de menor nível de proteólise
a 13%, gordura menor do que 1%, ter aparên- (Stewart, 1995 in Curi, 2006). Substâncias co-
cia branca, odor puro, não rançoso e ausência loidais como polipeptídeos, glicoproteínas,
de impurezas com teor de extrato de 93-95% peptídeos, polifenóis e dextrinas contribuem
(substância seca). É utilizado em cervejas para a formação de uma espuma estável (Har-
na forma de flocos de arroz (flakes), obtidos dwick, 1995).
através da farinha umedecida que passa por Em cervejas em que a substituição che-
rolos aquecidos (Reinold, 1997). Outro modo ga até 50%, devem ser empregadas enzimas
de utilização é sem a casca e seco, obtido comerciais e a atuação destas na mosturação
como subproduto da moagem industrial do exigirá a utilização de tempos e temperaturas
arroz comestível, que consiste em remover o modificados (Stewart, 1995 in Curi et al., 2009).
farelo, as camadas de aleurona e o embrião Entretanto, cervejas que continham 50% de
sem danificar o endosperma amiláceo, resul- malte na formulação submetidas a teste sen-
tando em grãos inteiros para consumo do- sorial foram as menos aceitas em comparação
méstico. No entanto, até 30% das sementes a cervejas com substituição parcial (20 e 40%).
são fraturadas no processo e os pedaços são Apesar dos graus Brix do extrato, da fermen-
considerados esteticamente indesejáveis, sen- tabilidade, do pH e da acidez total não terem
do vendidos às cervejarias por um preço mais apresentado variações significativas, a cor
baixo do que os grãos inteiros. O arroz é pre- apresentou grande variabilidade entre as cer-
ferido por alguns cervejeiros porque contém vejas produzidas com diferentes proporções
um teor menor de óleo comparado ao gritz de de adjuntos e a obtida com 100% de malte, sen-
milho (Priest e Stewart, 2006). do que esta foi a mais aceita entre provadores
Nem todas as variedades são adequadas (Curi et al., 2009). Estudo realizado por Curi
para a produção cervejeira. O arroz tem uma et al. (2008) confirma que a cevada sem mal-
temperatura relativamente alta de gelatini- tear não deve ser utilizada como adjunto para

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a produção de cerveja, uma vez que também cilmente que as α-1,6, que dão origem às rami-
foram encontradas interferências negativas na ficações; contudo, a hidrólise de oligossacarí-
qualidade sensorial, provavelmente por pre- deos ramificados ocorre de forma mais rápida
sença de sabor áspero. que a de maltose e maltotriose (Novo, 1995 in
Leonel e Cabello, 2001). As enzimas do malte
Mandioca de cevada são capazes de fermentar até 50% de
adjunto amiláceo adicionado, além do amido
É utilizada para a obtenção de álcool, além presente no próprio grão de malte (Venturini
de diversas bebidas e alimentos tradicionais Filho, 2005). Porém, pode ser necessária a su-
brasileiros obtidos por fermentação alcoóli- plementação com enzimas comerciais quan-
ca. Vem se comprovando a potencialidade do do o percentual de adjuntos ultrapassar 25%.
uso de farinhas e féculas de mandioca como A Tabela 2 mostra as enzimas envolvidas na
matéria-prima para fabricação de cerveja, além degradação do amido.
da possibilidade de obtenção de xarope de alta Enzimas desramificantes como pululanase
maltose, uma vez que possui alto teor de amido, e isoamilase utilizadas juntamente com as sa-
além de 2 a 4% de açúcares fermentescíveis, em carificantes são capazes de hidrolisar o amido
massa úmida (Venturini Filho e Mendes, 2004). em sua totalidade em açúcares fermestescí-
O amido representa 82,5% de sua matéria-seca; veis, aumentando o teor de álcool (Venturini
os açúcares redutores correspondem a 0,20%, Filho e Mendes, 2004).
as fibras a 2,70%, as proteínas a 2,60%, a maté-
ria-graxa a 0,30% e as cinzas a 2,40% (Venturi- Xaropes e adjuntos açucarados em pó
ni Filho, 2005). Os principais benefícios do uso
da mandioca seriam econômicos e ecológicos, Segundo Bradee (1997 in Sleiman e Venturi-
por ser uma matéria-prima de cultivo nacional ni Filho, 2004), substituir milho e arroz por xa-
e pouco poluente. A geleificação da fécula de rope de maltose simplifica o processo, uma vez
mandioca ocorre em temperaturas menores do que o xarope não necessita sofrer processo de
que para cereais, o que acarreta menor consu- sacarificação, além de possibilitar obter cerve-
mo energético. Porém, durante a sacarificação jas mais uniformes, conferir coloração e ainda
geram-se vários açúcares infermentescíveis produzir mais corpo e sabor (Reinold, 1997).
(Venturini Filho e Mendes, 2004). Por ser um produto líquido, aumenta o rendi-
mento na extração do malte durante a filtração,
Enzimas amilolíticas porque ocorre uma menor concentração de sóli-
dos na tina utilizada para filtrar o mosto (Jorge,
As enzimas amilolíticas produzidas por 2004). A utilização de adjuntos sob a forma de
fungos e bactérias mostram-se como alterna- xaropes se dá diretamente na etapa de fervura
tivas quando se utilizam adjuntos amiláceos do mosto, eliminando uma série de processos.
sem maltear em grandes quantidades, poden- Nestes mostos, o tempo necessário para a filtra-
do ser empregadas em sinergismo. ção é reduzido (Melkinov, 2007).
Das enzimas envolvidas na sacarificação Dos açúcares utilizados como substrato às
do amido, as α-amilases atacam as regiões leveduras, pode-se citar a sacarose, açúcar in-
mais ramificadas e protegidas da amilopecti- vertido, glicose, maltose, açúcar de amido con-
na, com formação de dextrinas que são polis- tendo dextrinas e corantes à base de açúcar.
sacarídeos que possuem menor peso molecu- O açúcar invertido apresenta a capacidade de
lar. As β-amilases principiam sua ação sobre ser totalmente fermentado, por não apresentar
a extremidade não redutora do amido, libe- dextrinas; já a glicose comercializada pode ou
rando unidades de maltose, o que aumenta o não apresentar essa característica, dependendo
poder redutor da solução inicial. São conhe- se está ou não na forma pura (Reinold, 1997). O
cidas como amilases sacarificantes, uma vez uso de adjuntos não malteados se impõe atual-
que maltoses são facilmente fermentáveis. As mente por razões econômicas, mas também por
unidades de maltose podem ainda ser hidro- conferirem características especiais ao produto
lisadas por maltase, com formação de unida- final (Varnam e Sutherland, 1997).
des de D-glucose (Bobbio e Bobbio, 1992). A Em estudo realizado por Sleiman e Venturi-
velocidade da hidrólise depende da geometria ni Filho (2004), produziram-se cervejas de bai-
da cadeia, sendo influenciada pela presença xa fermentação onde as fontes de carboidratos
de ramificações. Sabe-se que as ligações α-1,4, fermentescíveis foram extrato de malte em pó,
em cadeias lineares, são hidrolisadas mais fa- extrato de malte sob a forma de xarope e malte

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Tabela 2. Enzimas envolvidas na degradação do amido.


Table 2. Enzymes involved in the starch degradation.
Classe de enzimas Atividade Exemplos
Hidrólise de ligações
glicosídicas α- 1,4, presentes
Endoamilases α- amilase
na parede interna das cadeias
de amilose e amilopectina
Hidrólise de resíduos externos β- amilase, que age sobre os
de glicose da amilose e resíduos ligados em α- 1,4;
Exoamilases
amilopectina, produzindo glicoamilase e α- glicosidase, que
glicose ou maltose e dextrinas agem em ligações α- 1,4 e α- 1,6
Isoamilase, pululanase tipo I

Hidrólise exclusiva de ligações Amilopululanase


α- 1,6
Desramificantes
Hidrólise de ligações α- 1,4 e Pululanases tem capacidade
α- 1,6 de hidrolisar polissacarídeos
com unidades repetidas de
maltotriose ligadas em α- 1,6
Quebram ligações glicosídicas
Amilomaltases e ciclodextrina
α- 1,4, transferindo parte
glicosiltransferases, que formam
Transferases do doador para aceptor
nova ligação α- 1,4
glicosídico
Fonte: Py-Daniel (2010).

do tipo Cristal, individualmente e acompanha- Venturini Filho e Cereda (1998) pesquisa-


dos de adjunto açucarado em pó, à base de mal- ram a utilização de mandioca para a produção
tose, com o objetivo de compará-las nos aspectos de xarope de alta maltose, como substituta do
físico-químicos e sensoriais. Foi observado que milho, com a ressalva de que a raiz possui ele-
o adjunto apresentava teores menores de dex- vado teor de umidade (60-65%), o que limita o
trinas que o xarope e o extrato de malte em pó, seu tempo de armazenagem. Os hidrolisados
porém, o teor de maltotriose, que é um açúcar foram obtidos por hidrólise enzimática (alfa
fermentescível, era mais elevado. Os mostos que amilase bacteriana e alfa amilase fúngica) e
não apresentaram adição de adjunto apresen- foram adicionados a mostos de malte na pro-
taram maior intensidade de cor por conterem porção de 1:2. Concluíram que não houve alte-
açúcares caramelizáveis. Os valores de acidez rações entre as características químicas, físico-
também foram maiores do que no mosto produ- química e sensorial das cervejas produzidas,
zido apenas com malte de cevada. A acidez do sendo possível que se substitua o milho pela
meio pode inibir o desenvolvimento de micror- mandioca. O xarope de alta maltose é o mais
ganismos e aumentar o rendimento de etanol, utilizado pela indústria cervejeira nacional,
entretanto, para que a acidez seja considerada pois sua composição de açúcares é semelhan-
benéfica, é necessário que não iniba a atuação te à obtida em cervejas com 100% de malte e
das leveduras (Aquarone et al., 2001). A fermen- a fermentabilidade é equivalente às cervejas
tabilidade não sofreu modificação com a adição que utilizam gritz de milho ou arroz (Sleiman
do adjunto no malte e no extrato de malte em e Venturini Filho, 2008). Entretanto, Melni-
pó, com concentrações de álcool semelhantes. kov (2007) encontrou uma quantidade menor
Já a concentração de álcool no extrato de mal- de nitrogênio livre (que inclui aminoácidos e
te sob a forma de xarope sofreu um acréscimo amônia) em mosto elaborado com presença de
considerável quando utilizado o adjunto, uma 26% de adjunto com alto teor de maltose ob-
vez que este mosto foi o que apresentou o me- tido a partir de milho do que quando empre-
nor teor alcóolico e a menor fermentabilidade gou-se malte puro. A levedura Saccharomyces
(Sleiman e Venturini Filho, 2004). cerevisiae utiliza o nitrogênio na forma de amô-

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Roseane F. D’Avila, Márcia de Mello Luvielmo, Carla Rosane B. Mendonça, Márcia M. Jantzen

nia, uréia ou aminoácidos para a sua nutrição Já as matérias-primas açucaradas tem a gran-
(Aquarone et al., 2001). de vantagem de não precisarem sofrer processo
Santos (2005) destaca que adjuntos açuca- enzimático. A menor energia requerida para a
rados (maltose, cana) se mostraram mais efi- produção representa um incentivo ao seu uso,
cientes durante a produção de cerveja do que além do fato de a bebida produzida não apre-
os amiláceos, pois sob as mesmas condições de sentar diferenças significativas em comparação
mosturação e composição do mosto (30% de àquelas obtidas com 100% de malte.
adjunto e 70% de malte de cevada) obtiveram
maiores valores de extrato no mosto primário Referências
(faixa de 22º Brix para adjuntos açucarados e
16,5º Brix para os amiláceos), mosto após fil- AQUARONE, E.; LIMA, U.A.; SCHMIDELL, W.
tração (faixa de 16º Brix para adjuntos açucara- 2001. Biotecnologia Industrial: Processos Fermen-
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da mosturação. Entretanto, todos os adjuntos Blücher, 593 p.
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extrato fermentescível, pois pode ser adiciona- so em: 03/11/2009.
do em qualquer nível do processo sem alterar CARVALHO, L.G. 2007. Dossiê Técnico: Produção de
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ção malte/adjunto, porém, abusos de adjuntos CURI, R.A. 2006. Produção de cerveja utilizando cevada
podem resultar em mostos nutricionalmente como adjunto de malte. Botucatu, SP. Tese de Dou-
pobres para a fermentação, relacionados à fal- torado. Universidade Estadual Paulista, 136 p.
ta de nitrogênio no meio, como também de ele- CURI, R.A.; VENTURINI FILHO, W.G.; DUCATTI,
vada viscosidade. As maiores vantagens desse C.; NOJIMOTO, T. 2008. Produção de cerveja
processo constituem-se na qualidade e na pro- utilizando cevada e maltose de milho como ad-
junto de malte: análises físico-química, sensorial
dutividade da bebida elaborada, uma vez que
e isotópica. Brazilian Journal of Food Technology,
são elaboradas com mostos de concentrações 11(4):279-287.
de açúcares maiores que sofrem posterior di- CURI, R.A.; VENTURINI FILHO; W.G.; NOJIMO-
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viável para a diminuição de custos de cerve-
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não oferece uso potencial em maior escala é a EVANGELISTA, A.F.; BIAZUS, J.P.M.; SANTANA,
cevada sem maltear, porque estudos aponta- J.C.C.; JORDÃO, E.; SOUZA, R.R. 2005. Produ-
ram que esse adjunto desenvolve proprieda- ção e estudo do potencial de hidrólise de uma
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