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Índice
Introdução ............................................................................................................................................... 3
1. Reflexão naturalista sobre a origem de todas as coisas....................................................................... 4
1.1.Tales de Mileto ................................................................................................................................. 5
1.2. Anaximandro.................................................................................................................................... 5
1.3. Anaxímenes...................................................................................................................................... 6
1.4. Xenófanes ........................................................................................................................................ 6
1.5. Heraclito........................................................................................................................................... 7
1.6. Outros pensadores ............................................................................................................................ 7
2. Uma perspectiva individual sobre a origem do cosmos ...................................................................... 7
Conclusão................................................................................................................................................ 9
Bibliografia ........................................................................................................................................... 10
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Introdução

O trabalho em alusão prende-se na reflexão sobre a origem do universo que constitui como a
primeira questão levantada no surgimento da própria Filosofia. Trata-se da cadeia de
Metafísica, que se tem consciência que esta área de saber filosófico estuda o ser enquanto ser,
o ser como elemento constituinte do universo.

Nesta pequena reflexão, tratarei como objectivo geral, reflectir sobre a origem de todas as
coisas, e identificar a causa primordial que deu a origem a todas as coisas, ou seja o universo,
através de uma análise rigorosa.

Para a realização deste trabalho, foi possível através de diversificação metodológica, que
primeiramente consistiu no método bibliográfico, e tendo mais tarde passado para o método
indutivo que permitir-nos-á arregaçar as nossas principais proposições em volta do tema com
o objectivo de trazer a tona novidades para a Filosofia Naturalista.

Estruturalmente, este trabalho segue a seguinte ordem: 1. Reflexão naturalista sobre a origem
de todas as coisas; 1.1.Tales de Mileto; 1.2. Anaximandro; 1.3. Anaxímenes; 1.4. Xenófanes;
1.5. Heraclito; 1.6. Outros naturalistas; 2. Uma perspectiva individual sobre a origem do
cosmos; conclusão e bibliografia.
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1. Reflexão naturalista sobre a origem de todas as coisas

Algumas das questões mais estimulantes, enigmáticas e importantes já formuladas são


filosóficas. Elas podem desafiar nossas crenças mais fundamentais. Dentre estas questões
pode-se encontrar a de problema da substancia que deu origem a todas coisas. Esta questão da
origem das coisas, foi principalmente tratada na filosofia pré-socrática.

No pensamento pré-socrático, a fundamentação da origem do cosmo foi de principal


relevância, que chegou-se a pensar em várias perspectivas como o caso de Tales de Mileto ao
referir que o que deu origem a todas as coisas foi a água.

Causas, sobre tudo o que existe e que teve um começo, podemos perguntar o que o fez existir.
Nossos pais são a causa imediata de cada um de nós. Mas o que os causou? Mas o que causou
o Universo? Algo não pode surgir do nada. Precisamos, ao que parece, de uma causa que não
tenha ela mesma nenhuma causa.

Ademais, importa referir que neste âmbito de identificação desta causa primordial torna-se
difícil explicar, porque se tratando de uma coisa que tenha acontecido antes da existência
humana, o homem não tem acesso ao conhecimento desta causa, ou seja desta substancia que
se supõe ser a primeira que deu origem a todas as coisas. O homem conhece apenas aquilo
que lhe foi prescrito pela experiencia, ou seja, naquilo que ele viveu de perto, neste caso,
trataremos desta identificação da causa primordial, como um possibilidade, ou seja, uma
hipótese. É certo de que do nada não nasce nenhum ser, mas também essas causas que fez
com que originasse o universo e as coisas, é uma causa enigmática, por se tratar de algo não
revelador. Ademais tratarei da questão em causa sob forma de uma possibilidade.

Há que realçar duas teses dos Pré-socráticos:


 Do nada, nada pode nascer. Haverá um elemento primordial a partir do qual tudo foi
criado?
 A questão do Uno no Todo

Os Pré-socráticos maravilharam-se com a mudança e pensaram que para que tudo possa
mudar, tem que haver um suporte estável que resiste a todas as mudanças.
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1.1.Tales de Mileto

A reflexão sobre a origem d todas as coisas surge no âmbito da procura de responder a


pergunta: o que teria originado o universo? Entretanto, os Jónios, os Melésios tentaram
caminhar ao encontro da resposta destas questões. O primeiro destes naturalistas, foi Tales de
Mileto, a levantar questões sobre a estrutura e a natureza do cosmos como um todo.
Sustentava que a Terra repousa sobre a água, como um madeiro que flutua num regato. No
entanto, uma questão surge neste âmbito: e a água repousa sobre o que?

Mas a Terra e os seus habitantes não se limitavam a flutuar na água: Tales pensava que, num
certo sentido, tudo era feito de água. Mesmo na antiguidade as pessoas não podiam fazer
mais do que levantar conjecturas sobre as bases desta crença: seria porque todos os animais e
plantas precisam de água ou porque todas as sementes são húmidas?

É através do seu olhar sobre o cosmos, que posteriormente Tales foi chamado de filósofo da
natureza, apesar de ser um físico, Tales não era materialista, ou seja, não pensava que mais
existisse a não ser a matéria física. Um dos dois adágios que nos chegaram dele textualmente
é Tudo está cheio de deuses (Cfr. KENNY, 1999:21).

1.2. Anaximandro

Foi sucessor e discípulo de Tales de Mileto, que continuou na busca da compreensão do que
teria dado origem a todas as coisas, Ensinava que a Terra tinha a forma cilíndrica, como uma
secção de uma coluna. Em volta do mundo existiam anéis gigantes, cheios de fogo; cada anel
tinha um buraco através do qual o fogo podia ser visto, sendo os buracos o Sol, a Lua e as
estrelas. O tamanho do anel maior era 28 vezes o da Terra, e o fogo avistado pelo seu orifício
era o Sol. As obstruções nos orifícios explicavam os eclipses e as fases da Lua. O fogo no
interior destes anéis fora uma grande bola de chama que rodeara a Terra primitiva e que
gradualmente se desfizera em fragmentos que se inscreveram em coberturas como as das
árvores. Os corpos celestes haveriam de voltar ao fogo original.

Na perspectiva deste pensador segundo BORNHEIM (1998:24) o princípio de todas as


coisas é o ilimitado “apeiron” o seu fragmento referencia-se a uma unidade primordial, da
qual nascem todas as coisas e a qual retornam todas as coisas. Nesta perspectiva,
Anaximandro vê nas coisas particulares uma total limitação, e afirma que o ilimitado não
pode ser sem injustiça a origem das coisas, por isso deve haver um princípio que lhe seja
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anterior e que permita compreender tudo o que é limitado. Pois, do ilimitado surgem
inúmeros mundos, estabelece a multiplicidade.

A cosmogonia física está aqui misturada não tanto com a teologia, mas com uma grande ética
cósmica: os diversos elementos, tal como os homens e os deuses, têm de se manter dentro de
limites para sempre fixados pela natureza.

Apesar de o fogo desempenhar um papel importante na cosmogonia de Anaximandro, seria


um erro pensar que ele o encarava como o constituinte último do mundo, como a água de
Tales. O elemento básico de tudo, sustentava, não podia ser a água nem o fogo, nem nada de
semelhante, pois, caso contrário, esse elemento invadiria gradualmente o universo. Tinha de
ser algo sem uma natureza definida, a que chamou o «infinito» ou o «ilimitado». «O infinito é
o primeiro princípio das coisas que existem: é eterno e sem idade e contém todos os
mundos.»

1.3. Anaxímenes

Dentre as suas reflexões, não chegou a concordar de que a primeira substância foi a água ou o
fogo, ou se preferirmos o apeiron. Afirmava que era a partir do ar que tudo o mais se tinha
gerado. No seu estado estável o ar é invisível, mas, quando se move e se condensa, torna-se
primeiro vento, depois nuvem e a seguir água, e, finalmente, a água condensada torna-se lama
e pedra. Presumivelmente, o ar rarefeito torna-se fogo, o que completa a gama dos elementos.
Para apoiar a sua teoria, Anaxímenes apelava à experiência:

Os homens libertam das suas bocas tanto o calor como o frio; pois o sopro
arrefece quando é comprimido e condensado pelos lábios, mas, quando a
boca se relaxa e o ar se exala, torna-se quente em virtude da sua rarefacção.
Assim, a rarefacção e a condensação podem gerar tudo a partir do ar
subjacente. Isto é ingénuo, mas é ciência ingénua: não é mitologia, ao
contrário das narrativas clássicas e bíblicas do dilúvio e do arco-íris
(KENNY, 1999:23).

1.4. Xenófanes

Para este pensador, o elemento primordial, é a terra, falando em terra e água referindo-se a
génese do homem. A partir do elemento terra, Xenófanes desenvolve a sua cosmologia. Mas
foi a sua teologia que lhe deu um lugar de destaque. Combate acirradamente a concepção
antropomórfica dos deuses, e defende um Deus único, distinto do homem, não gerado, eterno,
imóvel, puro pensamento e que age através de seu pensamento.
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1.5. Heraclito

Para Heraclito o universo é simultaneamente divisível e indivisível, gerado e não gerado,


mortal e imortal, Palavra e Eternidade, Pai e Filho, Deus e Justiça. Não admira que toda a
gente, como ele se queixava, achasse o seu Logos consideravelmente incompreensível. Na
cosmologia de Heraclito, o fogo desempenha o papel que a água tinha em Tales e o ar em
Anaxímenes. Segundo REALE & ANTISERI O princípio para Heraclito se identifica com o
fogo que é perfeita expressão do movimento perene, e justamente na dinâmica da guerra dos
contrários. No entanto, o mundo é um fogo sempre ardente: todas as coisas vêm do fogo e
vão para o fogo; «todas as coisas se podem trocar pelo fogo, como os bens se trocam por ouro
e o ouro por bens». Há um caminho descendente, no qual o fogo se transforma em água e a
água em terra, e um caminho ascendente, no qual a terra se transforma em água, a água em ar
e o ar em fogo. A morte da terra é tornar-se água, a morte da água é tornar-se ar e a morte do
ar é tornar-se fogo.

1.6. Outros pensadores

Além dos pensadores acima mencionados, há mais que procuram ultrapassar as aporias dos
Melésios e Jónios Empédocles de Agrigento, filósofo dos quatro elementos (a terra, a água, o
ar e o fogo), que se ordenavam segundo os princípios do Amor e da Discórdia, Anaxágoras
de Clazómenas e o seu discípulo Arquelau de Atenas, que afirmavam a divisibilidade até ao
infinito da matéria; os atomistas: Leucipo de Mileto e Demócrito de Abdera.

2. Uma perspectiva individual sobre a origem do cosmos

Aqui coloco a possível substancia que tenha surgido antes de tudo, e que deu origem a todas
as coisas. Primeiro, importa referir que esta substancia não poderia emergir no e nem no
espaço, porque tudo surgiu ao mesmo tempo. E assim podemos afirmar que há uma regressão
infinita de causas, algo que sempre existiu.

Neste contexto, a poeira cósmica seria a primeira substancia a dar origem as todas as coisas.
É constituída por minúsculas partículas sólidas, com diâmetros da ordem dos micrómetros,
ela está presente nos pessários e dá origem aos planetas. A contracção desses materiais fez
com que se aquecesse, e foi esse aquecimento que contribuiu para a radioactividade dessa
poeira cósmica e dando assim a origem da terra e das substâncias que nela compõe.
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Nesta ordem de ideia, o que surge a priori como questão, como é o caso do surgimento da
vida, e o surgimento dos seres que não possuem a vida? Sabe-se que nos estudos realizados
pela ciência Química afirma que nenhum elemento inorgânico pode dar fundamentação a um
elemento orgânico, ou seja vice-versa. A vida seria algo que só pode ser deduzida a sua
origem a partir de seres superiores do universo, ou que eu posso designar de mestres do
universo. Poderia existir um mestre do universo, no qual este mestre do universo poderia
configurar os padrões necessários para cada tipo de ser, seja um ser que possui a vida, seja
um ser que não possui a vida.

Se não existisse um mestre controlador do universo, o homem não seria único ser capaz de
pensar, no resultado desta colisão da poeira cósmica que criando o aquecimento deu a origem
às componentes do universo diríamos que todos os seres que surgiram destas partículas
solidas seriam todos racionais ou todos irracionais, por se tratar de resultado de um único
processo acontecido que deu origem a todas as coisas.

Portanto, é a partir da dedução desta ideia que chegamos a conclusão de que existe a
possibilidade de uma causa primordial, que neste caso tratamos como a primeira a dar origem
a todas as coisas, e que por detrás desta causa primordial existe uma causa divina, porque as
coisas não tem possibilidades de se configurar por si só, precisam de uma mediação.
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Conclusão

A compreensão do mundo está ligado ao facto de compreender de que é feito, antes que seja
descoberto, vivemos num mundo perdido, onde as asperezas do passado nos assombram para
reflectir sobre a sua origem. Pois o enigma do surgimento do cosmos recebeu tentativas de
ser desvendado na produção da primeira filosofia, ou se preferirmos a filosofia da infância.
Portanto, o debate naturalista sobre a origem do cosmos não foi consensual, visto que tantas
foram as divergências entre eles.

No entanto naquilo que constituiu a minha reflexão a poeira cósmica seria a primeira
substancia a dar origem as todas as coisas. É constituída por minúsculas partículas sólidas,
com diâmetros da ordem dos micrómetros, ela está presente nos pessários e dá origem aos
planetas. A contracção desses materiais fez com que se aquecesse, e foi esse aquecimento que
contribuiu para a radioactividade dessa poeira cósmica e dando assim a origem da terra e das
substâncias que nela compõe.
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Bibliografia

BORNHEIM, Gerd A. Os filósofos pré-socráticos. Editora Cultrix: São Paulo.1998

KENNY, Anthony. História concisa da filosofia ocidental. 1ª Edição. Actividades Editora.


Lisboa. 1999.

REALE, Giovanni. ANTISERI, Dario. História da filosofia : filosofia pagã antiga. São Paulo
: Paulus. 2003.

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