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1. INTRODUÇÃO
Sintomas e sinais neurológicos encontram-se presentes na rotina dos médicos de todas e quaisquer
especialidades. Portanto, é importante que a realização do exame neurológico, bem como sua interpretação,
seja habitual na prática de todos os médicos. De modo algum, podem ser exclusividade do neurologista.
Poderíamos citar, a título de ilustração, situações freqüentes que corroboram a necessidade da
realização do exame neurológico por médico não neurologista: Ginecologia/Obstetrícia – eclâmpsia,
encefalopatia e polineuropatia por carência de B1 na hiperemese gravídica; Pneumologia – carência de B6
secundariamente ao tratamento da tuberculose (uso da isoniazida), síndromes paraneoplásicas e metástases
p/ sistema nervoso central em decorrência dos tumores de pulmão; Emergencistas e Intensivistas – “AVEs”,
distúrbios da consciência; Generalistas, Médicos de família – epilepsias, cefaléias; Paraefeitos de medicações
– redutores de colesterol levando a miopatia, amiodarona causando neuropatia periférica, omeprazol
acarretando estupor e coma, etc.
Por ser, o exame neurológico completo muito extenso, é válida, na prática médica, o seu emprego de
modo resumido. De forma freqüente é dividido em 13 partes: anamnese, inspeção, marcha, estática, tono,
pesquisa de sinais de irritação meníngea e radicular, força, sensibilidade, reflexos superficiais e profundos,
coordenação, verificação do sistema nervoso autônomo, avaliação de nervos periféricos e cranianos e palavra
e estado mental.
Apesar de sua grande importância, cabe destacar que o exame neurológico, constitui apenas uma
etapa do exame clínico. Consequentemente, a avaliação dos outros aparelhos e sistemas, além do sistema
nervoso, deve ser sempre feita.
O presente roteiro deve ser encarado como tal. Não é uma apostila e muito menos tem a pretensão de
substituir livros ou outras formas da transmissão do conhecimento.
2. ANAMNESE
3. INSPEÇÃO
Sempre que possível o cliente deve ser examinado despido.
ALTERAÇÕES DA PELE E DOS FÂNEROS: mancha café com leite, hemangioma, adenomas,
distrofia das unhas, aspecto dos cabelos, fascies.
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4. M A R C H A
Descrever os sistemas que compõem a marcha.
Solicitar ao paciente que deambule descalço de forma normal, na ponta dos pés, apoiando-se nos
calcanhares e pé-ante-pé.
Classificar a marcha como: normal, ceifante ou helicópode, paraparética (espástica, em
tesoura, flácida), escarvante, anserina (miopática), com lateropulsão, ebriosa, talonante,
atáxica – espástica, parkinsoniana, em pequenos passos e claudicante (irrigação medular,
irrigação muscular).
Quando não for característica ou quando houver dúvida é melhor descreve-la ao invés de
classifica-la.
5.ESTÁTICA
. Reconhecer o sintoma: tonteira. Subclassifica-lo (vertigem, ataxias, síncopes,etc)
Pesquisa do sinal de Romberg: simples e se necessário sensibilizado.
Período de latência (Vestibular x Propriocepção).
6.TONO
. De modo preciso e sucinto descrever o tono, sua neuroanatomia e sua neurofisiologia.
Paciente deitado. Tranqüiliza-lo. A temperatura da sala não deve ser baixa. Comparar um lado com o
outro. Diferir alteração central da periférica.
Promover, em seqüência:
Inspeção Palpação Manobra do rolamento Movimentação passiva
Verificar a presença de:
Clono de mão, patela e pé.
Classificar:
Hipotonia, Atonia, flacidez ponta anterior, plexo, raiz, nervo (segundo neurônio motor), choque
piramidal, alteração proprioceptiva (central, periférica).
Hipertonia elástica = espasticidade em canivete piramidal.
Hipertonia plástica = rigidez cano de chumbo, roda dentada extrapiramidal.
Presença de clono: esgotável x inesgotável
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8.FORÇA
. Descrever a neuroanatomia e a neurofisiologia da força, de modo sucinto:
lobo frontal– homúnculo motor; via córtico-espinhal piramidal, primeiro neurônio motor,
decussação das pirâmides. Somatotopia medular. a) ponta anterior da medula espinhal corpo do
segundo neurônio motor b) raíz, plexo, nervo axônio do segundo neurônio motor placa motora
e músculo. miótomo.
acetilcolina.
alteração central x periférica.
. Reconhecer o sintoma = fraqueza. Reconhecer fadiga, paresia, plegia e esgotamento.
. Estabelecer uma rotina: manobras anti -gravitacionais: MMSS e MMII examinar a força contra
a resistência, MS distal de distal para proximal, MI proximal para distal, sempre de forma comparativa
um lado com o outro.
MEMBROS SUPERIORES
MEMBROS INFERIORES
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8 . F O R Ç A ( c o n t in u a ç ã o )
. Classificar a fraqueza, segundo:
o local (MMSS/ MMII /proximal / distal) [monoparesia(plegia), diparesia(plegia),
paraparesia(plegia), hemiparesia(plegia)],
a ação (extensor / flexor / adução / abdução / outro) e
a intensidade ( Medical Research Council - MRC).
ESCALA DO MRC
TIPO GRADAÇÃO DEFICIÊNCIA
PLEGIA GRAU Ø Não há qualquer movimento ou sinal de contração muscular
PLEGIA GRAU 1 Há pequenina contração muscular, não há deslocamento do membro.
PARESIA GRAU 2 Há movimento, deslocamento, porém não vence à gravidade
PARESIA GRAU 3 Vence a gravidade mas não resiste em nada ao examinador
PARESIA GRAU 4 Resiste parcialmente ao examinador
NORMAL GRAU 5 Força normal
9.SENSIBILIDADE
. Descrever a neuroanatomia e a neurofisiologia da sensibilidade, de modo sucinto:
lobo parietal – somatotopia – homúnculo sensitivo; a) vias espinotalâmicos sensibilidade
superficial b) fascículos grácil e cuneiforme sensibilidade profunda. raíz, plexo, nervo –
dermátomos .
citar os principais mediadores da dor (importância clínica – procedimentos da anestesiologia,
tratamento da dor aguda/crônica)
alteração central x periférica. Nível Sensitivo. Segmentos em faixas x Distribuição por nervos.
. Conceituar sensibilidade superficial e profunda.
. Descrever as queixas sensitivas principais (hipo-anestesia, disestesia, parestesia)
. Estabelecer uma rotina: o paciente deve estar despido e de olhos fechados; examinar de
proximal para distal, sempre de forma comparativa, MMSS e MMII um lado com o outro; discriminar o
local (p.ex. 1/3 distal do MS direito, maléolo lateral esquerdo) e o tipo da sensibilidade alterada (p. ex.
vibratória), bem como quantifica-la (pequena, moderada, intensa hipoestesia; anestesia).
. Citar aspectos que diferenciem lesão periférica da central
SENSIBILIDADE SUPERFICIAL
DOR (superficial)
TEMPERATURA (térmica)
TATO (protopático e epicrítico vias diferentes)
SENSIBILIDADE PROFUNDA
NOÇÃO DA POSIÇÃO SEGMENTAR (batiestesia)
VIBRATÓRIA (palestesia)
PRESSÓRICA (barestesia)
SENSIBILIDADE ESPECIAL
ESTEREOGNOSIA
GRAFIESTESIA
EXTINÇÃO SENSITIVA
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10. REFLEXOS
. Conceituar o reflexo superficial e o profundo.
. Descrever, de modo sucinto, a neuroanatomia e a neurofisiologia dos reflexos superficiais e
profundos. Paciente deitado ou sentado. Tranqüiliza-lo. A temperatura da sala não deve ser baixa.
Comparar um lado com o outro. Pesquisar de proximal para distal, superficial e depois profundo.
. Descrever causas para alteração dos reflexos e saber quando a lesão é central ou periférica.
REFLEXOS SUPERFICIAIS
CUTÂNEOS ABDOMINAIS – discutir causas neurológicas e não neurológicas de
alteração do reflexo
Superiores (T6, T7-T8 ), Médios (T9-T10), Inferiores (T11-T12, L1)
CUTÂNEO-PLANTAR
normal hiperestesia plantar
patológicos:
Indiferente
Sinal de Brissaud (tensor da fascia latea)
Sinal de Babinski
Sucedâneos: Chaddock (maléolo), Schaefer (tendão de Aquiles), Gordon
(panturrilha), Oppenheim (crista da tíbia), Austregésilo-Esposel (coxa).
REFLEXOS PROFUNDOS
. Realizar manobras de sensibilização dos reflexos (provocar distração, método de
Jendrassik p/ o reflexo patelar e posição de joelhos p/ o reflexo aquileu)
MEMBROS SUPERIORES
REFLEXO RAÍZ NERVO
BICCIPITAL C5 / C6 Musculo-cutâneo
TRICCIPITAL C6 / C7 / C8 Radial
ESTILO ou BRAQUIRRADIAL C5 / C6 Radial
FLEXOR dos DEDOS C8 Ulnar
MEMBROS INFERIORES
REFLEXO RAÍZ NERVO
PATELAR L2 / L3 / L4 Femural
AQUILEU L5 / S1 / S2 Tibial
INTESIDADE DA RESPOSTA
ARREFLEXIA ............................. Ø+/4+
HIPORREFLEXIA ............................. 1+/4+
NORMAL ............................. 2+/4+
HIPERREFLEXIA “ VIVOS” ............. 3 + / 4+
“EXALTADOS”.... 4 + / 4 + (pode estar associado ao clono)
REFLEXOS IDIOMUSCULARES
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11. COORDENAÇÃO
. Descrever, de modo sucinto, a neuroanatomia e a neurofisiologia do cerebelo e da
propriocepção. Destacar a importância da integração dos movimentos entre músculos agonistas,
antagonistas e sinergistas.
. Realizar as manobras (exceto a de Holmes e da sinergia do tronco) primeiro de olhos abertos e
depois de olhos fechados.
. Determinar em todas as manobras quando a alteração é cerebelar e quando é
proprioceptiva.
ME MB RO S S UP E R IO RE S
DEDO-NARIZ (Sensibilizado: dedo-nariz-dedo)
MANOBRA DE HOLMES (manobra do rechaço ou do rebote) e DO COPO D’ÁGUA
DIADOCOCINESIA
ME MB RO S IN FE R IO RE S
CALCANHAR-JOELHO (sensibilização: correr pela crista da tíbia)
T E M P E R A T U R A , C O L O R A Ç Ã O D A P E L E , P I L O E R E Ç Ã O E SUDORESE;
PRESSÃO ARTERIAL, FREQÜÊNCIA E RITMO CARDÍACOS;
ESFINCTERES (EVACUAÇÃO E MICÇÃO);
EREÇÃO, SECREÇÃO, LUBRIFICAÇÃO, EJACULAÇÃO
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NERVO EXAME
I Olfatório Olhos fechados / cada narina / odores conhecidos (universo cultural) /
(sensorial) não usar irritativos (álcool, amônia, etc) que estimulem o trigêmio.
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Dislexia, Discalculia
Morte encefálica
P al a vr a
Disartria (centreal, periférica, palavra
escandida)
Disfonia
Dislalia
Tartamudez
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15. ADENDOS
16. BIBLIOGRAFIA