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Química Inorgânica Fundamental

Preparação Nitrogênio e Oxigênio gasosos

Prof.ª Dr.ª Ana Maria Pires


Discentes:
Evandro Freitas
João Pedro S Fidelis

PRESIDENTE PRUDENTE - SP

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INTRODUÇÃO
O oxigênio (O) elementar constitui 21% em massa da atmosfera, é o terceiro
elemento mais abundante no Sol e o elemento mais abundante na superfície da
Lua (46% em m assa). Ele é o elemento mais abundante na crosta da Terra, com
46% e m massa. Ele responde por 86% da massa dos oceanos e 89% da água
(Shriver e Atkins, 2008).
É também o segundo elemento químico mais eletronegativo, perdendo apenas
para o flúor. Por isso, a maioria d os óxidos metálicos são iônicos e contém íons
O2-, ou seja, o estado de oxidação do O é (-2). (Lee, J.D., 1999)
Praticamente todos os elementos reagem com o oxigênio, à temperatura ou por
aquecimento (as únicas exceções são alguns poucos metais nobres e os gases
nobres). Mesmo sendo elevada a energia de ligação do O 2 (493 kJ mol-1), as
reações s geralmente são bastante exotérmicas e, uma vez iniciadas
prosseguem espontaneamente. (Lee, J.D., 1999).
O oxigênio é facilmente disponível como O 2 a partir da atmosfera, sendo obtido
em grande escala pela liquefação e destilação do ar líquido. (Shriver e Atkins,
2008). A maior parte do O2 é utilizada na fabricação de aço. O gás produzido
dessa maneira geralmente contém pequena s quantidades de gás nitrogênio (N2)
e de gases nobres, principalmente argônio (Lee, J.D., 1999).
O nitrogênio, embora constitua 78% da atmosfera terrestre, não é um elemento
abundante. É um gás incolor e inodoro, sendo encontrado na forma de
moléculas diatômicas N2 (Lee, J.D., 1999).
A molécula de N2 contém uma ligação tripla curta. Essa ligação é muito estável,
e consequentemente sua energia de dissociação é muito alta (945,4 kJ mol-1).
Portanto, o N2 é estável a temperatura ambiente. A temperaturas elevadas a
reatividade dessa molécula aumenta gradativamente, reagindo diretamente com
elementos dos grupos 2, 13 e 14, com H2 e com alguns metais de transição (Lee,
J.D., 1999).
Há uma troca contínua de nitrogênio entre a atmosfera, o solo, os oceanos e os
organismos vivos. Esse processo é denominado o ciclo do nitrogênio. No litoral
norte do Chile encontrava -se a maior fonte de nitratos até a 1º guerra mundial,
quando foram desenvolvidos processos sintéticos para a produção de nitratos a
partir do nitrogênio da atmosfera (Lee, J.D., 1999).
A produção mundial de N2 está crescendo rapidamente, principalmente ao fato
do Os 2 líquidos ser essencial nos modernos processos de obtenção do aço,
mas o N2 é produzido simultaneamente (Lee, J.D., 1999).
Neste trabalho serão preparados o nitrogênio e o oxigênio gasoso através da
produção do amálgama de zinco, uma solução de vanádio, uma solução de
cloreto de amônio com nitrito d e sódio e óxido de manganês. Para isso será
montado um sistema de coleta de gás, na bancada, usando um tubo de vidro
com tampa de borracha com furo.

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O nitrogênio gasoso será obtido a partir da reação do cloreto d e amônio (NH4Cl)
com nitrito de sódio (NaNO2), e servirá para deixar a atmosfera da solução de
vanadato de amônio (NH3VO4) e amálgama de zinco inerte, impedindo a
formação de gás oxigênio (O2).
Na produção de amálgama de zinco será acrescentado o ácido nítrico
(HNO3) para dissolver os óxidos d e zinco (ZnO) para que esses óxidos sejam
facilmente removidos. Quando for acrescentada a solução de NH3VO4, o
vanádio será oxidado a V2+ pelo agente redutor d e zinco, ficando muito reativo
para capturar O2 (Lee, J.D., 1999). Porém será produzido primeiramente o gás
nitrogênio, no qual irá inertizar a solução de NH3VO4.
O nitrogênio por si só é notavelmente não -reativo. Apenas uns poucos redutores
fortes conseguem transferir elétrons para a molécula de N 2 a temperatura
ambiente. A lentidão das reações do N2 parece resultar d e vários fatores. Um
deles é a força da ligação N-N e, consequentemente, a alta energia de ativação
para quebra-la. Outro fator é a separação relativamente grande entre o HOMO
e o LUMO no N2, o que torna a molécula resistente a um simples processo d e
oxirredução de transferência de elétron (Shriver e Atkins, 2008).
Um terceiro fator é a baixa
polarizabilidade d o N2, que não
favorece a formação dos estados de
transição altamente polares que
frequentemente estão envolvidos
nas reações de deslocamento
eletrofílico e nucleofílico (Shriver e
Atkins, 2008).
Depois de produzir o N2, o f rasco
contendo a mistura para a reação de
N2 será substituído por um f rasco
contendo dióxido de manganês
(MnO2), e o amálgama de zinco será
retirado da solução de NH3VO4.
Assim, será produzido o O2 através
da decomposição por aquecimento
do MnO2.
2NH3VO4(AQ)  V2O5(aq) + 2 Figura 1: Distribuição eletrônica do
NH3(aq) + H2O(l) nitrogênio.

O pentóxido de vanádio (V2O5) tem uma propriedade de ligar e liberar oxigênio


reversivelmente, quando aquecido. Isso devido a sua estrutura incomum, sendo
constituído por bipirâmides trigonais distorcidas de unidades VO2+ (vanadilas),
compartilhando arestas com outras unidades para formar cadeias duplas em
ziguezague (Lee, J.D., 1999). Essas vanadilas são ligações múltiplas, no qual

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pares isolados sã os doados para o átomo central de vanádio (Shriver e Atkins,
2008).

OBJETIVOS

Obtenção de gás nitrogênio, a fim de analisar sua propriedade inerte.


Obter o gás oxigênio por reações de decomposição e de oxirredução e testar
experimentalmente as suas propriedades oxidantes.

PARTE EXPERIMENTAL
 MATERIAIS E MÉTODO
- Erlenmeyer (250 mL)
- Bragueta
- Béquer (250 mL)
- Chapa aquecedora
- Tubo de ensaio
- Quitação
- Capela
- Garra
- Bico de Bunsen
- Rolha
- Balança analítica
- Pissita
- Agitador magnético

- Cloreto de mercúrio (HgCl2): Inalação: remover para local ventilado, lavar


boca, nariz e garganta. Procurar auxílio médico imediatamente. Contato com a
pele: lavar abundantemente com água corrente. Retirar as roupas
contaminadas. Contato com os olhos: lavar abundantemente com água por 15
minutos. Procurar um oftalmologista. Ingestão: beber bastante água, provocar
vomito, administrar carvão ativo e chamar imediatamente o médico.

Figura 2 – Diagrama de Hommel (HgCl2):

- Ácido nítrico concentrado (HNO3): Inalação: remover para local ventilado.


Procurar auxílio médico. Contato com a pele: lavar abundantemente com água.
Tirar imediatamente a s roupas contaminadas. Contato com os olhos: lavar
imediatamente com água corrente por 15 min. Procurar um oftalmologista

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imediato. Ingestão: fazer beber bastante água, evitar o vomito. Procurar auxílio
médico imediato. Não tentar neutralizar a substância tóxica.

Figura 3 – Diagrama de Hommel HNO3

- Zinco (Zn): Perigoso quando molhado. Efeitos adversos à saúde humana:


pode causar irritação do aparelho respiratório, na pele e nos olhos. Perigos
físicos e químicos: perigo quando umedecido ocorrendo reação exotérmica e
risco de ignição espontânea. Principais sintomas: dores musculares, febre,
dificuldade respiratória, ressecamento da pele.

Figura 4 – Diagrama de Hommel Zn.

- Hidróxido de sódio (NaOH): Inalação: remover para local ventilado. Contato


com a pele: lavar abundantemente com água. Limpar com algodão embebido
em polietileno glicol 400. Retirar imediatamente as roupas contaminadas.
Contato com os olhos: lavar com bastante água, por 15 min. Procurar um
oftalmologista.

Figura 5 – Diagrama de Hommel NaOH

- Vanadato de amônio (NH4VO3): Periculosidade: nocivo por inalação. Tóxico


por ingestão. Irritante para os olhos e vias respiratórias.

Figura 6 – Diagrama de Hommel NH4VO3

- Cloreto de amônio (NH4Cl): Inalação: remover para local ventilado. Contato


com a pele: lavar com bastante água corrente. T irar a roupa contaminada.
Contato com os olhos: lavar com bastante água, por 15 min. Consultar um
oftalmologista. Ingestão: tomar bastante água, procurar auxílio médico.

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Figura 7 – Diagrama de Hommel NH4Cl.

- Nitrito de sódio (NaNO2): Inalação: remover para local ventilado.


Eventualmente, respiração artificia l ou ventilação com aparelho. Contato com a
pele: lavar com bastante água corrente. Retirar a roupa contaminada. Contato
com os olhos: lavar com bastante água corrente, por 15 minutos. Consultar um
oftalmologista. Ingestão: beber muita água, provocar o vômito. Procurar auxílio
médico imediato.

Figura 8 – Diagrama de Hommel NaNO2.

- Ácido sulfúrico (H2SO4): irritante para o nariz e a garganta. Irritante para os


olhos. Se inalado, causará tosse, dificuldade respiratória ou perda da
consciência. Queimará a pele. Queimará os olhos. Prejudicial, se ingerido.

Figura 9 – Diagrama de Hommel H2SO4

- Água (H2O): não há riscos à saúde.

Figura 10 – Diagrama de Hommel H2O

PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

A - Preparo de solução redutora de vanádio (II)

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Amalgama de zinco: Pesou-se 0,2517g de cloreto de mercúrio. Adicionou -se
há um béquer de 250 mL. Dissolveu-se com 37,5 mL de água. Adicionou -se
0,25 mL de ácido nítrico concentrado. Posteriormente, adicionou-se 50g de
zinco. Com o auxílio de uma bragueta, agitou-se por alguns minutos.
Notou-se formação de amálgama de zinco após o aparecimento de uma
superfície prateada nos grãos de zinco.

Solução de Vanádio: Em um béquer de 250 mL adicionou-se 1g de hidróxido de


sódio e dissolveu-se com 25mL de água.
Posteriormente, adicionou-se 1,25g de vanadato de amônio. Agitou-se até
completa dissolução do composto. Adicionou-se 62,5 mL de ácido sulfúrico.
Dilui-se a solução final para 125 mL.

B - Produção de N2 gasoso

A um tubo de ensaio (frasco reacional) a adicionou-se 4g de cloreto de amônio


e 5 g de nitrito de sódio. Posteriormente, adicionou-se 30 mL de água. A um
kitassato (frasco de coleta),
adicionou-se 125 mL d a solução de vanádio e 50 g de amalgama de zinco.
Agitou-se vigorosamente com auxílio de um bastão de vidro (deste modo,
promoveu-se uma interação mais rápida entre os dois).
Montou-se o sistema (figura 11), verificou-se se as junções estavam bem
vedadas para evitar vazamentos. Verificou-se se a amalgama obstruía o frasco
coletor. A pós todas as verificações, a aqueceu-se lentamente a mistura.
Observou-se desprendimento do gás (houve borbulhamento no kitassato
coletor). Observou-se e anotou-se alterações no sistema coletor. Após cessar o
borbulhamento, fechou-se o sistema contendo solução de vanádio para evitar
entrada de ar.

Figura 11 – Esquema do sistema de geração e coleta de nitrogênio gasoso, a =


frasco reacional; b = frasco de segurança; c = frasco de coleta.
C - Produção de O2 gasoso.

Substituiu-se o tubo de ensaio do sistema representado na figura 11 por um


erlenmeyer com tampa de Borracha furada. Pesou-se na balança analítica 5g de
óxido de manganês e, posteriormente, adicionou-se ao erlenmeyer. No mesmo

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erlenmeyer adaptou-se um funil de separação. Ao frasco de coleta manteve-
se apenas a solução redutora de vanádio, portanto, retirou-se o zinco
amalgamado obtido anteriormente.
Conectou-se todo o sistema mantendo a entrada e a saída de gás do frasco de
coleta. Verificou-se se todas as conexões estavam adequadamente vedadas e
se o sistema estava de forma correta. Após o sistema devidamente montado,
adicionou-se 50 mL de água oxigenada 20 volumes. Abriu-se a torneira do funil
controlando o gotejamento do peroxido de hidrogênio bem lentamente.
Observou-se que o oxigênio produzido borbulhou-se lentamente no frasco
contendo solução de vanádio. Observou-se e anotou-se as alterações.

 FLUXOGRAMAS

A- Preparo de solução redutora de vanádio (II)

Figura 12 – Fluxograma preparação amálgama de zinco

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Figura 13 - Fluxograma preparação soluço ao de vanádio

B- Produção de N2 gasoso

Figura 14 – Fluxograma produção de N2 gasoso

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C- Produção de O2 gasoso

Figura 15 – Fluxograma produção de O2 gasoso

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A síntese do luminóforo foi realizada a partir da introdução de átomos de


manganês na estrutura polimérica do silicato de zinco. O dopante,
manganês, foi introduzido nas proporções indicadas na tabela abaixo:
Tabela 1 – Variação de condições para a obtenção das amostras de silicato de
zinco dopado ou não com Mn(II).
Amostra %Mn(II) Temperatura de Tempo de
calcinação calcinação (h)
1 0 900 4
2 0,5 700 4
3 0,5 900 4
4 1 700 4
5 1 900 4
6 2 700 2
7 2 700 4
8 2 900 2
9 2 900 4
10 5 900 4

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A tabela também mostra as condições de calcinação, tempo e temperatura sob
as quais as amostras foram submetidas após a homogeneização em almofariz.
Uma vez que é o manganês responsável pela luminescência so silicato, foi
avaliado para efeito de comparação, a influência da variação da quantidade de
manganês na síntese, especialmente a intensidade da luminescência observada
em cada amostra. Nas amostras onde a concentração de dopante é diferente de
zero, os átomos de zinco que ocupam os sítios tetraédricos são substituídos por
átomos de manganês.
A amostra designada para o grupo foi a nove, que corresponde a 2% do dopante.
Calculo da massa do dopante
2 ZnO + SiO4  Zn2SiO4(s)
Observando a estequiometria da reação calcula-se a massa necessária do
dopante que será subtraída da massa de oxido de zinco:
2 mol-------100%
X mol------- 2%
X= 0,04mol
1,96ZnO + 0,04 Mn2CO3 + SiO4  Zn1,96Mn0,04SiO4
Massa molar : 162,76 114,95 60,08 2222,63
Como desejávamos sintetizar apenas 0,5g do luminóforo, calculamos a massa
necessária para a síntese.
Exemplo do calculo:
Massa molar de ZnO---------Massa molar do luminóforo
X ----------- massa desejada na síntese
Tabela 2 - Massas pesadas
Composto ZnO Mn2CO3 SiO4
Massa 0,3586 0,01034 0,1351

Experimento 1 – Preparação da Solução Redutora de Vanádio:

O estado de oxidação máximo para os elementos do grupo do Vanádio é +5.


O íon vanádio é um redutor nos estados (+2) e (+3), é estável no e estado (+4)
e ligeiramente oxidante no estado (+5). O estado (+5) é de longe o mais estável.
O V (+5) é reduzido a V (2+) em meio ácido.
O metal V é resistente a corrosão devido a uma película superficial de óxido. A
temperatura ambiente não reage com o ar, água ou ácidos, exceto HF. V se
dissolve em ácidos oxidantes, tais como H2SO4 concentrado a quente. V tem o

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ponto de fusão mais elevado dentre os e elementos da primeira série de metais
de transição. Isso está a associado à participação máxima de elétrons da
camada “d” na ligação metálica.
Em reação com o oxigênio, forma o pentóxido 𝑉2𝑂5, que é caracterizado pela
coloração vermelho ou laranja, puro pode ser obtido acidificando-se uma solução
de metavanadato de amônio, 𝑁𝐻4𝑉𝑂3, ou simplesmente aquecendo esse
composto. Essas alterações do íon vanadato foram observadas no frasco coletor
do sistema representado na figura 11 e descritas nas reações abaixo:

𝑹𝒆𝒂cã𝒐 𝟏:
2 𝑁𝐻4𝑉𝑂3 (𝑎𝑞) + 𝐻2𝑆𝑂4(𝑎𝑞) → 𝑉2𝑂5(𝑎𝑞) + (𝑁𝐻4)2𝑆𝑂4(𝑎𝑞) + 𝐻2𝑂(𝑙)

𝑹𝒆𝒂cã𝒐 𝟐:
2𝑁𝐻4𝑉𝑂3(𝑎𝑞) ∆→ 𝑉2𝑂5(𝑎𝑞) + 2 𝑁𝐻3(𝑔) + 𝐻2𝑂(𝑙)

O melhor método de preparação do 𝑉2𝑂5 é baseado na decomposição térmica.


Ele é anfótero, mas preponderantemente ácido. Íons ortovanadato, 𝑉𝑂43−,
incolores são formados quando esse óxido é dissolvido em soluções
concentradas de 𝑁𝑎𝑂𝐻. Ao se adicionar gradualmente um ácido e abaixar o
pH, ele é protonado e se polimeriza, formando um grande número de
isopoliácidos diferentes em solução. Os oxo-íons se polimerizam formando
dímeros, trímeros e pentâmeros. E, quando a solução se torna ácida, ocorrerá
a precipitação do óxido hidratado, 𝑉2𝑂5(𝐻2𝑂) 𝑛. Caso a concentração do ácido
seja aumentada progressivamente, este se dissolve formando diversos íons
complexos, até finalmente, formar o íon amarelo pálido dioxovanádio (V), 𝑉𝑂2+.

𝑹𝒆𝒂çã𝒐 𝟑:
𝑉2𝑂5(𝑠) + 𝑁𝑎𝑂𝐻(𝑎𝑞) → 𝑣a𝑟𝑖𝑜𝑠 𝑣𝑎𝑛𝑎𝑑𝑎𝑡𝑜𝑠

𝑹𝒆𝒂cã𝒐 𝟒:
3 𝑉2𝑂5(𝑠) + 5 𝐻2(𝑎𝑞) → 2 𝑉𝑂2(𝑎𝑞) + 2 𝑉2𝑂3(𝑎𝑞) + 5 𝐻2𝑂(𝑙)

A estrutura de V2O5 é incomum, sendo constituídos por bipirâmides trigonais


distorcidas. Se uso como catalisador pode estar associada à sua propriedade
de ligar e liberar oxigênio reversivelmente, quando aquecido. Diante da
discussão, podem-se resumir tais dados na tabela 1.

Tabela 1 – Características íons vanadato

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Experimento 2 - Preparação do Amalgama de Zinco

Amálgama é o nome dado à liga metálica em que o componente mais importante


é o mercúrio. O Zinco é usado como um antioxidante; atua como agente de
limpeza durante a fusão. Combina-se com o oxigênio e impurezas, diminuindo
a possibilidade de formação de outros óxidos.
A reatividade dos metais do grupo do Zinco decresce na seguinte ordem:
𝑍𝑛 > 𝐶𝑑 > 𝐻𝑔. Essa tendência pode ser observada nos seus potenciais de
redução padrão. Zn e Cd são metais eletropositivos, mas Hg tem um potencial
positivo e, portanto, é relativamente nobre. A grande diferença entre as
propriedades do Cd e do Hg pode ser parcialmente explicada pelo fato do Hg ter
a maior energia de ionização dentre os metais e pela maior energia de
solvatação do íon 𝐶𝑑2+ [Lee, J.D., 1999].

𝑍𝑛2+ + 2𝑒− → 𝑍𝑛 𝐸0 = −0,76𝑉


𝐶𝑑2+ + 2𝑒− → 𝐶𝑑 𝐸0 = −0,40𝑉
𝐻𝑔2+ + 2𝑒− → 𝐻𝑔 𝐸0 = +0,85𝑉

Zn e Cd se dissolvem em ácidos não oxidantes diluídos liberando 𝐻2, mas Hg


não reage. Os três metais reagem com ácidos oxidantes, como 𝐻𝑁𝑂3 e 𝐻2𝑆𝑂4
concentrados, formando sais e liberando uma mistura de óxidos de nitrogênio e
de 𝑆𝑂2, respectivamente. Todos os três metais formam ligas com diversos outros
metais. Cu e Zn formam diversas ligas chamadas de bronzes, que podem conter
de 20% a 50% d e Zn. Ligas de Hg com outros metais denominadas amálgamas.
A amálgama de zinco e de sódio são usados no laboratório como fortes a gentes
redutores. [𝐻𝑔2] 𝐶𝑙2 é insolúvel em água.
O nitrato de [𝐻𝑔2](𝑁𝑂3)2∙2𝐻2𝑂 é solúvel em água e a solução contém o íon linear
[𝐻2𝑂 –𝐻𝑔 –𝐻𝑔 − 𝑂𝐻2]2+. Os potenciais de redução padrão são tão próximos que
os agentes oxidantes como 𝐻𝑁𝑂3 concentrado oxidam Hg a Hg2+ e não a Hg+1.

𝐻𝑔2+ → 𝐻𝑔 𝐸0 = +0,85𝑉

[𝐻𝑔2]2+ → 𝐻𝑔 𝐸0 = +0,79𝑉

De acordo com os potenciais de redução apresentados, a solução de amálgama


teve como função reduzir os íons vanadato dentro do frasco reacional, se
comportando como agente redutor. A solução que continha amálgama foi
constantemente agitada para que obtivesse mais rapidamente o produto
esperado.

Obtenção do Nitrogênio e do Oxigênio e suas Propriedades

Obtenção do Nitrogênio Livre de Oxigênio:

O gás nitrogênio obtido foi tratado borbulhando-se em uma solução de vanadato


juntamente com a amálgama de zinco, com o objetivo de eliminar resíduos de
oxigênio, mantendo a atmosfera inerte:

𝑹𝒆𝒂cã𝒐 5:
NaNO2(s) + NH4Cl(s) → NaCl(aq) + 𝑁2(𝑔) + 2H2O(l)

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Obtenção de Oxigênio:

Existem alguns métodos para a obtenção do Oxigênio, utilizamos no


experimento em questão a obtenção a partir do peróxido de hidrogênio, 𝐻2𝑂2,
ou água oxigenada (uma solução aquosa de peróxido de hidrogênio). Ele é um
poderoso oxidante e se decompõe facilmente, estando em um processo de
decomposição constante. A sua dissociação em água e oxigênio ocorre
espontaneamente e é muito demorada, tornando-se improdutiva se o intuito for
à produção de uma grande quantidade de oxigênio. Neste caso, usam-se
catalisadores, o qual na prática presente foi utilizado o dióxido de manganês,
𝑀𝑛𝑂2.

𝑹𝒆𝒂cã𝒐 6:

2𝐻2𝑂2(𝑎𝑞) + MnO2(s) → 2𝐻2𝑂(𝑙) + 𝑂2(𝑔)

O oxigênio gasoso é um comburente, pois é ele quem dá vida às chamas e


intensifica o processo de combustão. Uma vez que um combustível é toda
substância capaz de queimar e alimentar a combustão, ou seja, ela serve de
meio de propagação do fogo.

CONCLUSÕES

O processo de preparação da amalgama de zinco precisou ser repetido algumas


vezes para que se obtivesse uma superfície totalmente recoberta pelo mercúrio.
O procedimento de obtenção do nitrogênio na ausência de oxigênio é resultante
da ação redutora da amálgama e o borbulhamento do Nitrogênio gasoso no
frasco reacional, onde como esperado, não houveram mudanças na coloração
(violeta) da solução. Na segunda etapa, o oxigênio obtido pela dissociação da
água oxigenada, catalisado por dióxido de manganês, borbulhou na solução de
vanádio, não obteve-se o resultado esperado, que seria uma alteração na
coloração da solução, indicando o retorno ao seu estado de oxidação inicial, tal
fato pode ser explicado pelo pouco tempo em que a reação se processou, pois
para que fossem obtidos os resultados desejados, seriam necessários um gasto
maior de tempo e reagentes.

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REFERÊNCIAS

ATKINS, Peter; SHRIVER, Duward. Química inorgânica. Editora Bookman.


Ed.4. Porto Alegre, 2008.

LEE, J. D. Química inorgânica não tão concisa. Editora Edgar Blucher. E d. 5.


São Paulo, 1999.

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