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UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI

Engenharia Civil

Caio Luiz Tavares Freire Jardim - 20162024014


Caroline Mendes Torres - 20171024008
Dáfile Alves Peixoto - 20161024017
Eduardo Geraldo de Oliveira Santos - 20161024024
Jamil Tanure Junior - 20152024005
Marcella Remígio Nogueira - 20161024040
Rosanne Rodrigues Santos Maciel Gonçalves - 20171024042
Telma Dias Costa - 20161024050
Thiago Pacheco Mello - 20171024048

PROJETO PRÁTICO DE FUNDAÇÕES DE UMA CERVEJARIA DE DOIS


PAVIMENTOS.

Teófilo Otoni-MG
2018
Caio Luiz Tavares Freire Jardim - 20162024014
Caroline Mendes Torres - 20171024008
Dáfile Alves Peixoto - 20161024017
Eduardo Geraldo de Oliveira Santos - 20161024024
Jamil Tanure Junior - 20152024005
Marcella Remígio Nogueira - 20161024040
Rosanne Rodrigues Santos Maciel Gonçalves - 20171024042
Telma Dias Costa - 20161024050
Thiago Pacheco Mello - 20171024048

PROJETO PRÁTICO DE FUNDAÇÕES DE UMA CERVEJARIA DE DOIS


PAVIMENTOS.

Trabalho referente à disciplina Fundações e Obras de


Terra, da Universidade Federal dos Vales do
Jequitinhonha e Mucuri – UFVJM e apresentado ao
Professor Alcino Costa Neto.

Teófilo Otoni - MG
2018
SUMÁRIO
1- INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 5
2 - INFORMAÇÕES GERAIS ................................................................................................ 5
2.1 Apresentação .................................................................................................................... 5
2.2 Normas Utilizadas ............................................................................................................ 5
3 - PERFIL GEOLÓGICO-GEOTÉCNICO ......................................................................... 6
4 - CAPACIDADE DE CARGA ............................................................................................ 10
4.1 Capacidade de carga para solos estratificados ................................................................ 12
5 - DIMENSIONAMENTO GEOMÉTRICO ...................................................................... 13
5.1 Sapatas isoladas .............................................................................................................. 14
5.2 Sapatas de divisa ............................................................................................................. 17
6 - DIMENSIONAMENTO ESTRUTURAL ....................................................................... 19
6.1 Sapatas isoladas e de divisa ............................................................................................ 20
6.2 Viga de equilíbrio ........................................................................................................... 24
7 - VERIFICAÇÕES .............................................................................................................. 27
7.1 Verificação da ruptura por compressão diagonal ........................................................... 27
7.2 Verificação quanto à ancoragem .................................................................................... 27
7.3 Verificação das Tensões de Aderência ........................................................................... 28
8 - RECALQUE ...................................................................................................................... 29
9 - QUANTITATIVO DE MATERIAIS .............................................................................. 33
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 36
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Parâmetros geotécnicos das camadas do perfil analisado.


Tabela 2 - Divisão dos pilares da planta baixa fornecida de acordo seu alinhamento.
Tabela 3 – Fatores de Forma.
Tabela 4 – Dimensões Geométricas e Tensão Admissível para sapatas isoladas.
Tabela 5 – Dimensões Geométricas e Tensão Admissível para sapatas isoladas.
Tabela 6 – Dimensionamento estrutural das sapatas para direção paralela ao lado A.
Tabela 7 – Dimensionamento estrutural das sapatas para direção paralela ao lado B.
Tabela 8 - Dimensionamento à Flexão.
Tabela 9 - Dimensões e armaduras longitudinais das vigas de equilíbrio.
Tabela 10 - Armaduras transversais das vigas de equilíbrio.
Tabela 11 - Fator α de correlação de 𝐸𝑠 com 𝑞𝑐 .
Tabela 12 - Tabela do coeficiente K de correlação entre 𝑞𝑐 e NSPT.
Tabela 13 – Recalque.
Tabela 14 – Quantidade de aço.
Tabela 15 – Quantitativo de concreto.
1- INTRODUÇÃO

Fundações são elementos estruturais cuja função é transmitir as cargas da estrutura para
o terreno onde ela se apoia. Assim, as fundações devem ter resistência adequada para suportar
as tensões causadas pelos esforços solicitantes.
Existem vários tipos de fundações e a escolha do tipo mais adequado é função das cargas
da edificação e da profundidade da camada resistente do solo. Com base na combinação destas
duas análises optar-se-á pelo tipo que tiver o menor custo e o menor prazo de execução,
analisando-se juntamente os mais variados elementos para o desenvolvimento como presença
de ruídos, vibrações, tipos de solos, profundidade, cargas, etc.
O presente memorial trata-se de um projeto prático de fundações de uma cervejaria de
dois pavimentos. Neste foi feito o dimensionamento das fundações apresentado na planta de
locação e dimensões dos pilares contendo tabelas de cargas atuantes em cada pilar bem como
os relatórios de sondagens SPT realizadas no terreno onde consistirá a implantação da
edificação. O concreto utilizado para cálculo foi o C25, e o aço CA-50.

2 - INFORMAÇÕES GERAIS

2.1 Apresentação

O presente memorial descritivo refere-se ao projeto de dimensionamento das fundações


de uma cervejaria com dois pavimentos.
Na sua elaboração foram considerados os Perfil Geológico-Geotécnico, Cálculo da
capacidade de carga, dimensionamento geométrico e estrutural das sapatas e das vigas de
equilíbrio quando necessárias, detalhamento dos projetos, levantamento dos quantitativos de
materiais e planilhas de cálculos.

2.2 Normas Utilizadas

A execução das fundações deverá atender as exigências das normas da ABNT e documentos
complementares, principalmente as seguintes:
NBR 6118 – Projeto de Estruturas de Concreto - Procedimento
NBR 6122 - Projeto e Execução de Fundações
NBR 6484 - Execução de sondagens de simples reconhecimento dos solos - Método de ensaio
NBR 6489 - Prova de carga direta sobre terreno de fundação - Procedimento
NBR 6502 - Rochas e solos – Terminologia.

5
3 - PERFIL GEOLÓGICO-GEOTÉCNICO

A partir dos dados, relatórios de sondagem e plantas fornecidos, um perfil geológico-


geotécnico foi elaborado. A Figura 1 apresenta o local do corte de perfil escolhido pelo grupo.
Tal escolha justifica-se pelo fato que a proximidade dos furos de sondagem realizados no
terreno torna coerente a hipótese de que as características das camadas do solo nos locais onde
os furos estão não se diferem significativamente das características do corte escolhido. Contudo,
têm-se noção que essa é uma hipótese e que, na prática, pode não se mostrar correta ou eficiente;
como os três furos de sondagem são os únicos fornecidos, foi essa a decisão tomada pelo grupo.
Um maior detalhamento a partir de mais furos de sondagem forneceria dados mais seguros ao
problema.

Figura 1 - Localização do corte e furos de sondagem no levantamento planialtimétrico. O corte


está representado pela reta preta

(Escala no projeto: 1/250)

Na Figura 2, apresenta-se o modelo do perfil no corte selecionado, construído a partir


dos relatórios de sondagem. O relatório de sondagem forneceu informações até o momento em
que o solo era impenetrável ao trépano; como isso ocorreu, em todos os furos de sondagem, na
camada referente ao silte arenoso compacto, por praticidade, foi considerado que toda a camada
abaixo desse nível é composta por silte arenoso muito compacto.

6
Figura 2 - Modelo do perfil do solo no corte selecionado.

A Tabela 1 apresenta parâmetros geotécnicos, calculados a partir da correlação dos


parâmetros com os dados fornecidos pelos relatórios de sondagem. Ivan Joppert (2007)
apresenta uma tabela com valores de peso específico saturado, peso específico natural, ângulo
de atrito e coesão efetiva que foram utilizados para os cálculos presentes nesse memorial. A
tabela completa se encontra no Anexo A. Para aqueles pilares que não se encontravam na linha
do furo de sondagem a média do NSPT foi tomada.

Tabela 1- Parâmetros geotécnicos das camadas do perfil analisado.

Coesão
Peso específico Peso específico Ângulo de atrito
Solo efetiva
saturado (kN/m³) natural (kN/m³) não-drenado (O)
(kN/m²)

Argila plástica
17 15 0 30
média

Argila siltosa rija 20 20 25 40

7
Silte arenoso
20 20 27 30
compacto

Silte arenoso
21 21 28 50
muito compacto

Fonte: Ivan Joppert (2007), adaptado.

Alguns pilares da planta baixa fornecida se descarregam em cortes paralelos à


localização dos furos no perfil, enquanto alguns pilares não o fazem. Para os pilares que não
estão localizados nos furos de sondagem foram realizadas médias para se chegar às espessuras
de cada perfil, bem como em parâmetros de cálculo como NSPT. O Anexo B apresenta o perfil
escolhido sobreposto à planta baixa fornecida. Constata-se que alguns pilares estão alinhados,
divididos em grupos conforme apresentado na Tabela 2.

Tabela 2 - Divisão dos pilares da planta baixa fornecida de acordo seu alinhamento

Grupo Pilares

A P01, P07, P13, P15

B P02, P08, P16

C P03. P09, P17

D P04, P10, P18

E P11, P19

F P5

G P6, P12, P14, P20

As Figuras 3 e 4 representam as medidas em cada grupo de pilares alinhados, que serão


utilizadas adiante durante o cálculo das sapatas.

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Figura 3 - Corte e medidas utilizadas para as sapatas dos grupos A, B, C e D, respectivamente.
Fora de escala. Valores em metro.

Figura 4 - Corte e medidas utilizadas para as sapatas dos grupos E, F e G, respectivamente. Fora
de escala. Valores em metro.

9
Pode-se atribuir, a partir dos relatórios de sondagem, que o solo analisado se trata de um
solo residual. Essa hipótese vem do fato que a granulometria das camadas e o índice de
resistência à penetração crescente com a profundidade são características que geralmente se
apresentam em solos residuais.

4 - CAPACIDADE DE CARGA

Segundo Maragon (2013), capacidade de carga de ruptura (ou limite) é a carga máxima
a partir da qual a fundação provoca a ruptura do terreno e se desloca sensivelmente (ruptura
geral), ou se desloca excessivamente (ruptura local), o que pode provocar a ruína da
superestrutura.
De acordo com a NBR 6122/1996, a capacidade de carga dos solos pode ser calculada
por vários métodos, destacando-se:
• Provas de carga sobre placas, cujos resultados devem ser interpretados levando-se em
consideração as relações de comportamento entre a placa e a fundação real;
• Métodos teóricos, como as formulações clássicas desenvolvidas por Terzaghi (1943),
Meyehof (1963), Vésic (1974), etc., que são baseadas principalmente nas propriedades de
resistência ao cisalhamento e compressibilidade dos solos;
• Métodos empíricos, nos quais a capacidade de carga é obtida a partir das descrições
das condições do terreno e em tabelas de tensões básicas;
• Métodos semi-empíricos, onde as propriedades dos materiais são estimadas por meio
de correlações e são usadas em teorias da Mecânica dos Solos.
No presente projeto foi utilizado a teoria de Terzaghi (1943) para a determinação da
capacidade de carga 𝜎𝑟 , sendo a mais difundida para o caso de fundações diretas ou rasas.
Segundo o relatório de sondagem analisado, os solos aplicados à resistir as cargas
impostas pelos pilares são de consistência pouco compressíveis, médios, rijos ou muito
compactos, solos estes que caracterizam ruptura generalizada, portanto os parâmetros de
cálculo, como ângulo de atrito e coesão, existentes na equação de Terzaghi não necessitam de
correção como nos casos de ruptura local (correções essas necessárias em solos moles ou fofos),
podendo então serem retirados da Tabela 1 citada acima.
A equação de Terzaghi utilizada para o presente trabalho é a seguinte:
1
𝜎𝑟 = 𝑐𝑁𝑐 𝑆𝑐 + 𝑞𝑁𝑞 𝑆𝑞 + ∗ 𝛾𝐵𝑁𝛾 𝑆𝛾
2

onde:
𝜎𝑟 - Capacidade de carga ou tensão de ruptura dos solos;
10
𝑐 - Coesão efetiva dos solos (valor retirado da Tabela 1);
𝛾 - Peso específico dos solos;
𝑞 – carga atuante;
𝑁𝑐 , 𝑁𝑞 e 𝑁γ - Fatores de carga;
𝑆𝑐 , 𝑆𝑞 e 𝑆γ - Fatores de forma.
A metodologia utilizada para calcular cada um destes parâmetros da equação de
Terzaghi está detalhada a seguir:
• Fatores de Forma
Os fatores de forma são particulares para cada forma geométrica admitida para as
sapatas. Como o trabalho tratou-se de pilares retangulares e quadrados, as formas adotadas para
as sapatas também foram retangulares ou quadradas. A Tabela 3 traz as equações particulares
para cada um dos casos a ser utilizado, sendo L a maior dimensão da sapata e B a menor
dimensão:
Tabela 3 – Fatores de Forma
Sapata Sc Sq Sγ
Retangular 1+(B/L)(Nq/Nc) 1+(B/L) tan 𝜑 1 – 0,4 (B/L)
Circular ou Quadrada 1+ (Nq/Nc) 1+ tan 𝜑 0,6
Fonte: De Beer, 1967apud Vesic 1975, adaptado.

• Fatores de Carga:
Os fatores de carga foram determinados a partir das equações sugeridas por Prandtl
(1920), representadas abaixo:
𝜑
𝑁𝑐 = 𝑐𝑜𝑡𝑔 𝜑 [𝑒 𝜋𝑡𝑔𝜑 𝑡𝑎𝑛2 (45º + ) − 1]
2
𝜑
𝑁𝑞 = 𝑒 𝜋𝑡𝑎𝑛𝜑 𝑡𝑎𝑛2 (45º + )
2
𝑁𝛾 = 2(𝑁𝑞 + 1)𝑡𝑎𝑛𝜑
• Ângulo de Atrito:
Embora a tabela de Ivan Joppert forneça o ângulo de atrito correspondente, nas planilhas
de cálculo o valor considerado foi obtido pela seguinte equação de Teixeira:

𝜑 = √20𝑁𝑆𝑃𝑇 + 15
Para solos puramente argilosos o valor adotado para o ângulo de atrito foi de
zero, e quando isso ocorre as três equações apresentadas acima não são válidas e os valores

11
utilizados para 𝑁𝑐 , 𝑁𝑞 e 𝑁𝛾 são respectivamente 5,14; 1,0 e 0,0, como apresentado pela tabela
de Fatores de Capacidade de Carga Vesic (1975).
• Carga Atuante
Para determinação do parâmetro 𝑞 foi-se necessária a adoção de uma cota de
assentamento para cada sapata. Tratando-se de sapatas rasas, a cota de assentamento não pode
exceder o valor de 3,0 m e nem o valor de 2B, outra restrição é que a mesma não pode estar
localizada a uma cota inferior a 1,0 m. Como nesta etapa do trabalho ainda não se tem o valor
de B para este ser um limitante na cota de assentamento e sabendo que o valor de B não pode
ser menor que 0,60 m, a cota de assentamento adotada para as sapatas foi de 1,2 m, tendo que
esta atende a condição de não exceder 3,0 m, não exceder 2B e ser superior a 1,0 m. Partindo
da adoção desta cota de assentamento, a carga atuante foi calculada pela multiplicação do solo
existente acima da cota de assentamento pelo seu respectivo peso específico, lembrando de
analisar a existência ou não de água em cada caso.
• Peso Específico
Em perfis onde a cota de assentamento excede o nível d’água, o peso específico
considerado foi o peso específico submerso; caso contrário utilizou-se o peso específico natural.

4.1 Capacidade de carga para solos estratificados

Tratando-se de solo estratificado, como o existente no perfil do solo em questão, deve-


se verificar a capacidade de carga dos solos em cada um dos solos em que age o bulbo de tensão.
O bulbo de tensões é calculado da seguinte forma:
- Sapatas quadradas:
𝐵𝑢𝑙𝑏𝑜 = 2𝐵
- Sapatas retangulares:
𝐵𝑢𝑙𝑏𝑜 = 3𝐵
Uma tensão no solo abaixo daquele em que foi determinado a cota de assentamento, foi
calculada pela mesma equação e parâmetros considerados acima a partir de uma sapata virtual
com dimensão 𝐵 = 𝐵 + 𝑧, onde z foi adotado como a distância da cota de assentamento da
sapata real ao solo seguinte.
Houve casos em que o bulbo chega a atingir 4 camadas de solos diferentes, porém neste
trabalho calculou-se a tensão admissível apenas para o solo abaixo do solo utilizado para
assentamento.
A capacidade de carga deste solo, como era de se esperar tratando-se de um solo residual
com boa capacidade, foi maior que a capacidade encontrada para os solos onde as sapatas foram

12
assentadas. Assim, os cálculos para dimensionamento geométrico e estrutural seguiram a partir
dos valores encontrados para a tensão do solo I.

5 - DIMENSIONAMENTO GEOMÉTRICO

O projeto de elementos estruturais de fundação deve ser dimensionado, ou seja, deve ter
dimensões tais que as tensões geradas sejam totalmente resistidas pelo concreto armado (NBR
6122/2010). O dimensionamento de sapatas consiste inicialmente na definição da área da base
necessária para transmitir ao solo as tensões que este possa suportar sem sofrer recalques
excessivos nem atingir a ruptura. Com base no projeto as forças aplicadas nos pilares são apenas
verticais, sem gerar momentos fletores, contudo estão relacionados com a Figura 5 apresentada
abaixo.
Figura 5 - Sapata sob carga centrada.

A tensão admissível, quando aplicada a pratica só pode ser conhecida uma fração das
resistências máximas ou de ruptura expostas pelos diversos materiais, pois é dividida pelo fator
de segurança (BAÊTA; SARTOR, 1999). Em termos práticos, o coeficiente de segurança foi
adotado igual a 3, pois não foi realizado a prova de carga. Assim:
𝜎
𝜎𝑎𝑑𝑚 = 𝐹.𝑆𝑟

A tensão admissível de um solo também pode ser escrita pela seguinte relação:
𝐹
𝜎𝑎𝑑𝑚 =
𝐴

Igualando ambas as relações para tensão admissível chegou-se na equação abaixo:


𝐹 1
= 𝑆𝑐𝑁𝑐 𝑆𝑐 + 𝑞𝑁𝑞 𝑆𝑞 + 𝛾𝐵𝑁𝛾 𝑆𝛾
(𝐴𝐵)3 2

Esta equação foi refinada de acordo com o tipo da sapata, já que os fatores de forma
variam de acordo com a geometria da mesma.
13
De acordo com o planejamento a fundação consiste, em sapatas rasas, sendo 16 isoladas
e 4 de divisa. Alguns parâmetros se diferem no cálculo entre ambas, estando ambos
apresentados a seguir.

5.1 Sapatas isoladas

Os fatores de forma e as dimensões dos pilares levaram às seguintes equações de terceiro


grau:
a) Sapata quadrada:
𝑆𝛾 𝑆𝛾 𝑆𝛾
3𝐹 = 𝐵³( 𝛾𝑁𝛾 ) + 𝐵²(𝑆𝑐 𝑐𝑁𝑐 + 𝑞𝑆𝑞 𝑁𝑞 − 𝑏 𝛾𝑁𝛾 + 𝑎 𝛾𝑁𝛾 ) + 𝐵(−𝑏𝑆𝑐 𝑐𝑁𝑐 − 𝑏𝑞𝑆𝑞 𝑁𝑞
2 2 2
+ 𝑎𝑆𝑐 𝑐𝑁𝑐 + 𝑎𝑞𝑆𝑞 𝑁𝑞 )

Sapata retangular:
𝛾𝑁𝛾 0,4 𝑏 𝑎 𝑁𝑞
3𝐹 = 𝐵³( − 𝛾𝑁𝛾 ) + 𝐵²(𝑐𝑁𝑐 + 𝑞𝑁𝑞 − 𝛾𝑁𝛾 + 𝛾𝑁𝛾 + 𝑐𝑁 + 𝑞𝑁𝑞 𝑡𝑎𝑛𝜑)
2 2 2 2 𝑁𝑐 𝑐
+ 𝐵(−𝑏𝑐𝑁𝑐 − 𝑏𝑞𝑁𝑞 + 𝑎𝑐𝑁𝑐 + 𝑎𝑞𝑁𝑞 )
Tendo como única incógnita no polinômio o valor de B, o mesmo pode ser encontrado
através de suas raízes reais. Com o auxílio da equação dos balanços iguais é determinado o
valor da maior dimensão da sapata (A).
De acordo com Alonso (2001), a partir da área da base mensurada procede-se à
determinação das suas dimensões em planta, levando-se em consideração:
• O centro de gravidade do pilar deve coincidir com o centro da sapata, sendo aplicada
apenas a cargas verticais;
• A geometria da sapata deve ser correlacionada com as dimensões do pilar, desta forma
para seções quadradas a sapata mais indicada será de base quadrada.
• A sapata não poderá ter dimensões menores que 0,6 m;
• A sapata apresenta o mesmo balanço nas duas direções, sendo os balanços iguais
𝐴−𝐵 =𝑎−𝑏
Então, analisando os requisitos de projeto levantados acima, o valor de B adotado
deveria ser maior que este B mínimo de 0,6 m. Com B adotado encontrou-se A.
Com as dimensões calculadas foi determinado a tensão admissível através desta mesma
𝐹
equação de tensão admissível 𝜎𝑎𝑑𝑚 = utilizada anteriormente, com os valores de A e B
𝐴

adotados.

14
Para o cálculo da altura ℎ das sapatas admitiu-se que as sapatas seriam dimensionadas
como rígidas. Para tanto, deve-se respeitar a seguinte igualdade
𝐴−𝑎
ℎ≥{ 3
𝐵−𝑏
3
Por fins econômicos foi considerada a geometria piramidal para as sapatas, respeitando
uma inclinação de 1/3 para que não se fizesse necessário a utilização de moldes.
Ainda para o cálculo de ℎ, respeitou-se a recomendação em adotar ℎ0 ≥ 15 𝑐𝑚 . A
geometria da sapata isolada vista pelo lado A pode ser entendida por intermédio da Figura 6.

Figura 6 – Vista do lado A da sapata

O cálculo da altura útil 𝑑 está relacionado com a classe de agressividade ambiental


necessária bem como com a bitola utilizada para a vencer os esforções de flexão. Segundo a
ABNT NBR 6118: 2014, para elementos em contato com o solo deve-se admitir uma Classe de
Agressividade Ambiental igual a II, adotando-se um cobrimento nominal de 30 mm. Então,
𝑑 = ℎ − 𝑑′
onde:
𝜑𝑙
𝑑′ = 𝑐 +
2
sendo:
𝑑 - Altura útil;
ℎ - Altura da sapata;
𝑐 – Cobrimento nominal;
𝜑𝑙 – Bitola da barra, adotada como 20,0 mm
De posse dos dados geométricos encontrados acima verificou-se a tensão na base de
cada sapata, conforme apresentado a seguir.

15
𝑓𝑑 + 𝑃𝑃
𝜎𝑎𝑡𝑢 =
𝑆

onde o peso próprio PP = VSAP. 𝛾𝐶𝐴 (𝛾𝐶𝐴 = 25𝑘𝑁/𝑚³)


E o volume da sapata com formato piramidal é:

ℎ′ 𝐴+𝑎 𝐵+𝑏
𝑉𝑆𝐴𝑃 = 𝑆. ℎ0 + . [𝐴𝑝 + 𝑠 + 4. ( . )]
6 2 2

A relação entre a tensão atuante calculada acima e a tensão admissível representa o erro
calculado. A variação aceitável do erro em relação à tensão admissível é:
𝑃𝑎𝑟𝑎 𝑐𝑖𝑚𝑎: 5% 𝑑𝑒 𝑒𝑟𝑟𝑜
{
𝑃𝑎𝑟𝑎 𝑏𝑎𝑖𝑥𝑜: 10% 𝑑𝑒 𝑒𝑟𝑟𝑜
Em casos onde o erro não estava dentro dos limites especificados acima, adotou-se
novos valores para as dimensões da sapata.
Uma célula com um valor de B ajustado foi adicionado na planilha para que se ajustasse
o B em situações onde o erro se mostrava fora do limite aceitável. Com base de um novo B, o
valor de A foi corrigido automaticamente também de acordo com os balanços iguais.
Em alguns casos a tensão atuante estava maior que a tensão admissível do solo, então o
erro ficava fora do intervalo aceitável em um valor maior que 5%. A decisão tomada para estes
casos, tendo em vista que o formato geométrico já era o econômico e a altura adotada era a
mínima exigida para sapatas rígidas, foi ajustar este valor de B calculado para um valor menor,
de forma a aumentar a tensão admissível e diminuir a tensão atuante, diminuindo o peso próprio
desta sapata.
A decisão foi tomada com base de que para o cálculo da tensão admissível considerado
um fator de segurança de 3, e que caso este fator não existisse, a dimensão adotada estaria de
acordo com erro. Portanto, mesmo com o valor de B ajustado para baixo, o grupo se manteve a
favor da segurança pelo coeficiente de segurança adotado igual a 3.
As dimensões geométricas, bem como a tensão admissível encontrada e alturas estão
relatadas na tabela abaixo.

Tabela 4 – Dimensões Geométricas e Tensão Admissível para sapatas isoladas


a b 𝝈𝒂𝒅𝒎 A B h h’ h0 d
SAPATA
[m] [m] [MPa] [m] [m] [m] [m] [m] [cm]
S1 0,2 0,2 0,112 1 1 0,29 0,14 0,15 0,254
S2 0,3 0,3 0,107 1,15 1,15 0,30 0,15 0,15 0,264
S3 0,2 0,2 0,108 1,1 1,1 0,3 0,15 0,15 0,265
S4 0,2 0,2 0,126 1,15 1,15 0,32 0,16 0,16 0,284
S5 0,3 0,2 0,357 0,7 0,6 0,22 0,07 0,15 0,184
S6 0,2 0,2 0,167 0,6 0,6 0,22 0,07 0,15 0,184
16
S7 0,2 0,2 0,109 1,1 1,1 0,3 0,15 0,15 0,264
S8 0,25 0,25 0,125 1,2 1,2 0,32 0,16 0,16 0,284
S9 0,2 0,2 0,142 1,35 1,35 0,39 0,20 0,19 0,354
S10 0,3 0,3 0,133 1,3 1,3 0,34 0,17 0,17 0,304
S11 0,4 0,2 0,326 0,8 0,6 0,22 0,07 0,15 0,184
S12 0,2 0,2 0,288 0,6 0,6 0,22 0,07 0,15 0,184
S13 0,4 0,2 0,108 1,3 1,1 0,3 0,15 0,15 0,264
S14 0,2 0,2 0,288 0,6 0,6 0,22 0,07 0,15 0,184
S15 0,2 0,2 0,104 1 1 0,29 0,14 0,15 0,254
S20 0,2 0,2 0,292 0,6 0,6 0,22 0,07 0,15 0,184

5.2 Sapatas de divisa

Posterior análise do projeto arquitetônico da Cervejaria, foram encontrados quatro


pilares de divisa, sendo eles P16, P17, P18 e P19. A sapata de divisa tem a característica que o
centro de gravidade do pilar não coincide com o centro de gravidade da sapata, portanto, a
sapata de divisa é excêntrica em relação ao pilar.
Os pilares situados na divisa do terreno geram uma excentricidade em relação ao centro
da sapata, o que faz surgir um momento fletor. Sendo assim, foi projetado uma viga de
equilíbrio, vinculada à sapata de outro pilar, interno à edificação, com a finalidade de absorver
este momento gerado. A viga também atua transferindo carga do pilar para o centro da sapata
de divisa (BASTOS, 2016). Na Figura 7, têm-se a representação em vista de uma sapata de
divisa com uma viga de equilíbrio.

Figura 7 - Viga de equilíbrio.

Fonte: UFSM - Projeto estrutural de sapata, (2007).

Alocou-se as quatro vigas de equilíbrio em linha reta de acordo com a sapata de apoio,
logo, o ângulo da viga com a sapata de divisa foi igual a zero, e o comprimento da viga foi o
comprimento do centro do pilar de apoio à divisa.
Como na sapata isolada, elaborou-se uma relação entre a equação da tensão admissível
e a equação de capacidade de carga, para determinar uma equação poligonal para sapatas de
17
divisa. Como os pilares da divisa possuíam apenas dimensões retangulares, o polinômio foi
ajustado apenas para este caso.
Diferente das sapatas isoladas, para sapatas de divisa o valor de A não é calculado por
meio dos balanços iguais, e sim por relações que variam de A = 1,7B a A = 2B. Adotou-se,
então A=1,7B para as sapatas de divisa aqui existentes.
Na manipulação do polinômio a partir da equação de Terzaghi, a relação A/B foi
chamada de 𝛽, e a relação B/A foi chamada de 𝛼. A equação utilizada foi a seguinte:

𝛽 𝑁𝛾 𝛾 𝛽 0,4𝛼 𝑁𝛾 𝛾
𝐵³ [ − ] + 𝐵²[ 𝐶𝑁𝑐 𝛽 + 𝐶 𝛼 + 𝑁𝑞 𝛽 + 𝑞 𝛼 𝑡𝑎𝑛𝜃 𝑁𝑞 𝛽 ] = 3𝐹
2 2

Após encontramos o valor da menor dimensão da sapata de divisa B, prosseguiu-se para


a dimensão de A. De posse de A e B foi possível encontrar a tensão admissível para estas
sapatas.
A partir das dimensões encontradas e da tensão admissível calculou-se 𝐴𝑚𝑖𝑛 , dado por
meio da equação:
𝐹𝑑 + ∆𝐹
𝐴𝑚𝑖𝑛 =
𝜎𝑎𝑑𝑚 ∗ 𝐵
• ∆𝐹 é a parcela de carga gerada pelo momento provocado pela excentricidade, sendo
função da carga a ser descarregada pelo pilar da divisa, da excentricidade gerada e da distância
do centro do pilar de apoio ao centro da sapata de divisa.
𝑒
∆𝐹 = 𝐹𝑑 ∗
𝐿
• Excentricidade:
𝐵 𝑏
𝑒= −
2 2
onde:
𝑒 - Excentricidade da sapata de divisa;
B - Menor dimensão da sapata;
b - Menor dimensão do pilar.
• L:
L é a distância do centro de gravidade da sapata de apoio ao centro geométrico da sapata de
divisa.
𝑏
𝐿 = 𝐿𝑐 − 𝑒 −
2
onde:

18
L - Distância do centro de gravidade da sapata de apoio ao centro geométrico da sapata de
divisa;
𝐿𝑐 - Distância do centro do pilar de apoio à divisa;
𝑒 - Excentricidade da sapata de divisa;
B - Menor dimensão do pilar.
Calculado 𝐴𝑚𝑖𝑛 , percebeu-se que o valor do mesmo era sempre maior ao valor
encontrado inicialmente em A. Tal fato era de se esperar, tendo em vista que o valor de A
inicialmente encontrado não leva em conta as cargas geradas pela sapata de divisa, então esse
𝐴𝑚𝑖𝑛 já supõe isso e indica um valor superior ao encontrado anteriormente.
De posse deste valor de A mínimo, uma célula com um 𝐴𝑎𝑗𝑢𝑠𝑡𝑎𝑑𝑜 foi inserido na planilha
para dimensionamento de sapatas de divisa, a fim de tornar possível o ajuste deste valor de A,
definindo assim, os valores de A e B desta sapata de divisa.
Para o cálculo das alturas foi utilizado o mesmo princípio explicado anteriormente para
as sapatas isoladas.
A tensão atuante para as sapatas de divisa foi calculada pela equação:
𝑓𝑑 + 𝑃𝑃 + ∆𝐹
𝜎𝑎𝑡𝑢 =
𝑆
onde para o cálculo do peso próprio foi adotada a mesma equação de volume apresentada para
as isoladas.
Assim como nas sapatas isoladas, foi necessária uma tomada de decisão em como agir
com as sapatas de divisa que apresentavam um erro superior a 5% para tensão atuante maior
que a tensão admissível. Diferente do que foi adotado acima, diminuindo o valor de B, para as
sapatas de divisa foi considerado um erro de até 10%. Novamente, a decisão foi tomada devido
a utilização de um fator de segurança de 3.
As dimensões geométricas, bem como a tensão admissível encontrada e alturas estão
relatadas na tabela abaixo.

Tabela 5 – Dimensões Geométricas e Tensão Admissível para sapatas isoladas


Sapata
𝛔adm A B H h’ h0 d e
Sapata de L [m]
[Mpa] [m] [m] [m] [m] [m] [cm] [m]
apoio
S16 S8 5,354 0,182 1,45 0,8 0,35 0,1 0,25 0,314 0,3
S17 S9 5,329 0,175 1,55 0,85 0,39 0,11 0,28 0,354 0,325
S18 S10 5,354 0,171 1,45 0,8 0,35 0,1 0,25 0,314 0,3
S19 S11 5,454 0,233 1,1 0,6 0,24 0,17 0,07 0,238 0,2

6 - DIMENSIONAMENTO ESTRUTURAL

19
6.1 Sapatas isoladas e de divisa

Após um dimensionamento geométrico da sapata que atenda a verificação de tensão na


base, deve-se iniciar o dimensionamento estrutural da mesma. Para o dimensionamento
estrutural foi indiferente ser uma sapata isolada ou uma sapata de divisa. Um cálculo que ocorre
apenas na sapata de divisa é o da viga de equilíbrio, estando o mesmo apresentado no próximo
tópico.
Existem diversos métodos para cálculo da taxa de armadura, como o método da
expressão simplificada, o método da taxa de armadura, o método da tabela e o método da biela
tirante. Nesse trabalho, utilizou-se o método da taxa de armadura para realização do
dimensionamento das peças de fundações, sendo elas isoladas ou de divisa e o método da tabela
para o cálculo das vigas de equilíbrio necessárias nas sapatas de divisa.
No método da taxa de armadura, primeiro deve-se encontrar os momentos atuantes na
direção da maior dimensão – lado A e na direção da menor direção – lado B, para o cálculo da
taxa de armadura utiliza-se as seguintes expressões:

𝐴𝑠1
𝐴𝑠 =
𝐴 − 2. 𝑐
sendo
𝑀𝑑
𝐴𝑠,1 =
0,8. 𝑑. 𝑓𝑦𝑑

Após o cálculo das taxas de armadura nas duas direções, verificou-se o valor da taxa de
armadura mínima necessária e compará-los, adotando o maior valor entre eles.
𝐴𝑠,𝑚𝑖𝑛 = 0,0015. ℎ. 𝑏
Tendo a área de aço necessária ao dimensionamento, elabora-se um quadro de
possiblidades como o apresentado abaixo a fim de se encontrar a melhor e mais econômica
armadura a ser utilizada nas sapatas.
O modelo do quadro de possibilidades utilizado está em anexo.
Ao montar o quadro de possibilidades escolheu-se o tamanho de bitola mais vantajoso
para uso. A bitola escolhida para a armadura das sapatas isoladas e das sapatas de divisa foi a
de 10 mm. Apesar de armaduras com bitola de menor diâmetro satisfazerem o
dimensionamento, essa foi escolhida por apresentar uma boa aderência ao concreto e por ser de
simples manuseio em canteiro.
As tabelas 6 e 7 abaixo apresentam os resultados deste dimensionamento estruturas para
todas as sapatas, trazendo a bitola escolhida, espaçamento, número de barras, dentre outras
20
informações. Vale ressaltar que foi realizado o quadro de possibilidades para as duas dimensões
das sapatas, devido à diferentes cargas atuando em cada direção.

21
Tabela 6 – Dimensionamento estrutural das sapatas para direção paralela ao lado A
Direção Paralela ao lado A
A Número
Momento Φ Espaçamento As,calculado Espaçamento As,padrão As,corrigido Compriment
Sapata As [cm²/m] barra de
[KNm] [mm] [cm] [cm²/m] adotado [cm] [cm²/m] [cm²] o [cm]
[cm²] Barras
S1 10.79 10.00 4.350 0.785 18.055 Φ 10 c/ 18.055 17.5 Φ 10 c/ 17.5 6 4.712 118
S2 14.24 10.00 4.500 0.785 17.453 Φ 10 c/ 17.453 15 Φ 10 c/ 15 8 6.283 133
S3 10.30 10.00 4.500 0.785 17.453 Φ 10 c/ 17.453 15 Φ 10 c/ 15 7 5.498 128
S4 19.29 10.00 4.800 0.785 16.362 Φ 10 c/ 16.362 15 Φ 10 c/ 15 8 6.283 133
S5 6.47 10.00 3.300 0.785 23.799 Φ 10 c/ 23.799 20 Φ 10 c/ 20 3 2.356 78
S6 2.69 10.00 3.300 0.785 23.799 Φ 10 c/ 23.799 20 Φ 10 c/ 20 3 2.356 78
S7 14.45 10.00 4.500 0.785 17.453 Φ 10 c/ 17.453 15 Φ 10 c/ 15 7 5.498 128
S8 20.66 10.00 4.800 0.785 16.362 Φ 10 c/ 16.362 15 Φ 10 c/ 15 8 6.283 138
S9 36.77 10.00 5.850 0.785 13.425 Φ 10 c/ 13.425 12.5 Φ 10 c/ 12.5 11 8.639 153
S10 26.76 10.00 5.100 0.785 15.399 Φ 10 c/ 15.399 15 Φ 10 c/ 15 9 7.069 148
S11 6.68 10.00 3.300 0.785 23.799 Φ 10 c/ 23.799 20 Φ 10 c/ 20 3 2.356 98
S12 4.61 10.00 3.300 0.785 23.799 Φ 10 c/ 23.799 20 Φ 10 c/ 20 3 2.356 78
S13 16.17 10.00 4.500 0.785 17.453 Φ 10 c/ 17.453 15 Φ 10 c/ 15 7 5.498 148
S14 4.61 10.00 3.300 0.785 23.799 Φ 10 c/ 23.799 20 Φ 10 c/ 20 3 2.356 78
S15 10.01 10.00 4.350 0.785 18.055 Φ 10 c/ 18.055 17.5 Φ 10 c/ 17.5 6 4.712 118
S16 27.36 10.00 5.250 0.785 14.959 Φ 10 c/ 14.959 12.5 Φ 10 c/ 12.5 6 4.712 163
S17 33.3 10.00 5.850 0.785 13.425 Φ 10 c/ 13.425 12.5 Φ 10 c/ 12.5 7 5.498 173
S18 25.78 10.00 5.250 0.785 14.959 Φ 10 c/ 14.959 12.5 Φ 10 c/ 12.5 6 4.712 163
S19 12.46 10.00 3.600 0.785 21.816 Φ 10 c/ 21.816 20 Φ 10 c/ 20 3 2.356 128
S20 4.67 10.00 3.300 0.785 23.799 Φ 10 c/ 23.799 20 Φ 10 c/ 20 3 2.356 78

22
Tabela 7 – Dimensionamento estrutural das sapatas para direção paralela ao lado B
Direção Paralela ao lado B
A Número
Momento Espaçamento As,calculado Espaçamento As,padrão As,corrigido Comprimento
Sapata Φ [mm] As [cm²/m] barra de
[KNm] [cm] [cm²/m] adotado [cm] [cm²/m] [cm²] [cm]
[cm²] Barras
S1 10.79 10.00 4.350 0.785 18.055 Φ 10 c/ 18.055 17.5 Φ 10 c/ 17.5 6 4.712 118
S2 14.24 10.00 4.500 0.785 17.453 Φ 10 c/ 17.453 15 Φ 10 c/ 15 8 6.283 133
S3 14.30 10.00 4.500 0.785 17.453 Φ 10 c/ 17.453 15 Φ 10 c/ 15 7 5.498 128
S4 19.29 10.00 4.800 0.785 16.362 Φ 10 c/ 16.362 15 Φ 10 c/ 15 8 6.283 133
S5 6.65 10.00 3.300 0.785 23.799 Φ 10 c/ 23.799 20 Φ 10 c/ 20 4 3.142 88
S6 2.69 10.00 3.300 0.785 23.799 Φ 10 c/ 23.799 20 Φ 10 c/ 20 3 2.356 78
S7 14.45 10.00 4.500 0.785 17.453 Φ 10 c/ 17.453 15 Φ 10 c/ 15 7 5.498 128
S8 20.66 10.00 4.800 0.785 16.362 Φ 10 c/ 16.362 15 Φ 10 c/ 15 8 6.283 138
S9 36.77 10.00 5.850 0.785 13.425 Φ 10 c/ 13.425 12.5 Φ 10 c/ 12.5 11 8.639 153
S10 26.76 10.00 5.100 0.785 15.399 Φ 10 c/ 15.399 15 Φ 10 c/ 15 9 7.069 148
S11 6.97 10.00 3.300 0.785 23.799 Φ 10 c/ 23.799 20 Φ 10 c/ 20 4 3.142 78
S12 4.61 10.00 3.300 0.785 23.799 Φ 10 c/ 23.799 20 Φ 10 c/ 20 3 2.356 78
S13 16.93 10.00 4.500 0.785 17.453 Φ 10 c/ 17.453 15 Φ 10 c/ 15 9 7.069 128
S14 4.61 10.00 3.300 0.785 23.799 Φ 10 c/ 23.799 20 Φ 10 c/ 20 3 2.356 78
S15 10.01 10.00 4.350 0.785 18.055 Φ 10 c/ 18.055 17.5 Φ 10 c/ 17.5 6 4.712 118
S16 15.78 10.00 5.250 0.785 14.959 Φ 10 c/ 14.959 12.5 Φ 10 c/ 12.5 12 9.425 98
S17 18.98 10.00 5.850 0.785 13.425 Φ 10 c/ 13.425 12.5 Φ 10 c/ 12.5 12 9.425 103
S18 14.87 10.00 5.250 0.785 14.959 Φ 10 c/ 14.959 12.5 Φ 10 c/ 12.5 12 9.425 98
S19 7.19 10.00 3.600 0.785 21.816 Φ 10 c/ 21.816 20 Φ 10 c/ 20 6 4.712 78
S20 4.67 10.00 3.300 0.785 23.799 Φ 10 c/ 23.799 20 Φ 10 c/ 20 3 2.356 78

23
6.2 Viga de equilíbrio

No dimensionamento de uma sapata de divisa deve-se adotar alguma solução para


combater a excentricidade do pilar. No projeto utilizou-se de viga de equilíbrio para combater
o momento gerado pelo não alinhamento do pilar na sapata de divisa, esta que é apoiada tanto
na sapata de divisa como na sapata isolada. Essa viga, portanto, tem função de transmitir a carga
do pilar para o centro de gravidade da sapata, além de resistir aos momentos gerados pela
excentricidade do pilar.
Para dimensionamento estrutural da viga de equilíbrio, primeiro foi feito a verificação
da compressão diagonal seguindo o passo-a-passo abaixo:

𝑉𝑑 ≤ 𝑉𝑅𝑑2

𝑓𝑐𝑘 𝑓𝑐𝑘
𝑉𝑅𝑑2 = 0,27. (1 − ). 𝑏𝑤. 𝑑.
250 𝛾𝑐
sendo:

𝑑 = ℎ − ( + 𝑐𝑜𝑏)
2
Igualando 𝑉𝑅𝑑2 a 𝑉𝑑 encontrou-se o valor de 𝑑𝑚𝑖𝑛 , e a partir de 𝑑𝑚𝑖𝑛 encontrou-
se ℎ.
Para o cálculo da taxa de armadura na viga de equilíbrio, utilizou-se o método
da tabela. O método deve ser calculado para as duas direções e também deve ser
comparado ao valor de mínimo de aço a ser considerado.
Inicialmente encontrou-se um valor de 𝐾𝑚𝑑 , sendo este valor limitado a 0,251
para que o dimensionamento se mantivesse no domínio desejável. Quando o valor de
𝐾𝑚𝑑 excedeu esse limite, a altura da vida de equilíbrio sofreu aumento. Seu valor é
obtido pela expressão:
𝑀𝑑
𝐾𝑚𝑑 =
𝑏. 𝑑 2 . 𝑓𝑐𝑑

A partir do valor de 𝐾𝑚𝑑 , o valor de 𝐾𝑧 é obtido através da seguinte tabela 8.

Tabela 8 - Dimensionamento à Flexão


Tabela de Dimensionamento à Flexão

24
fck >= 50Mpa
Kmd Kz Kx
0.013 0.992 0.02
0.027 0.984 0.04
0.04 0.976 0.06
0.053 0.968 0.08
0.065 0.96 0.1
0.078 0.952 0.12
0.09 0.944 0.14
0.102 0.936 0.16
0.114 0.928 0.18
0.125 0.92 0.2
0.136 0.912 0.22
0.148 0.904 0.24
0.158 0.896 0.26
0.169 0.888 0.28
0.18 0.88 0.3
0.19 0.872 0.32
0.2 0.864 0.34
0.205 0.86 0.35
0.214 0.852 0.37
0.224 0.844 0.39
0.233 0.836 0.41
0.242 0.828 0.43
0.251 0.82 0.45

Ao encontrar valor do 𝐾𝑧 calculou-se a armadura à flexão pela seguinte


equação:
𝑀𝑑
𝐴𝑠 =
𝐾𝑧. 𝑑. 𝑓𝑦𝑑
e a comparou com a armadura mínima dada por:
𝐴𝑚𝑖𝑛 = 0,0015. 𝑏𝑤. 𝑑
De posse da área necessária encontrou-se as bitolas, espaçamento e número de
barras para as armaduras longitudinais, dimensionadas à flexão, representados na
tabela 9 abaixo, bem como as dimensões das vigas.

Tabela 9 - Dimensões e armaduras longitudinais das vigas de equilíbrio


Dimensões Geométricas Armadura de Flexão
Volume da Viga Bitola Nº Compr.
bw [m] h [m] d [m]
[m³] [mm] Barras barra [m]
0.5 0.21 0.17 0.602 16 10 5.669
0.5 0.23 0.19 0.656 16 12 5.644
0.5 0.21 0.17 0.604 16 11 5.694
0.5 0.21 0.17 0.599 16 12 5.644

25
Dimensionada a armadura à flexão, dimensiona-se a armadura transversal
fazendo a comparação com a armadura transversal mínima e adotando o maior valor
entre eles.
0,70𝑓𝑐𝑡𝑚
𝑉𝑠𝑤 = 𝑉𝑑 − 0,60. . 𝑏𝑤. 𝑑
𝛾𝑐

𝑉𝑠𝑤
𝐴𝑠𝑤 =
0,9. 𝑑. 𝑓𝑦𝑤𝑑

𝐴𝑠𝑤
𝐴𝑠𝑤, min = = 𝜌𝑠𝑤. 𝑏𝑤
𝑠

O espaçamento mínimo entre estribos, na direção longitudinal da viga, deve ser


suficiente para passagem do vibrador, garantindo um bom adensamento. Já o
espaçamento máximo foi calculado seguindo a seguinte condição:
𝑉𝑑 ≤ 0,67. 𝑉𝑅𝑑2 , 𝑆𝑚á𝑥 = 0,60. 𝑑 ≤ 30𝑐𝑚
{
𝑉𝑑 > 0,67. 𝑉𝑅𝑑2 , 𝑆𝑚á𝑥 = 0,30. 𝑑 ≤ 20 𝑐𝑚
Para que não ocorra ruptura por cisalhamento nas seções entre os estribos, o
espaçamento máximo deve atender as seguintes condições:
𝑉𝑑 ≤ 0,20. 𝑉𝑅𝑑2 , 𝑆𝑒 𝑚á𝑥 = 𝑑 ≤ 80 𝑐𝑚
{
𝑉𝑑 > 0,20𝑉𝑅𝑑2, 𝑆𝑒 𝑚á𝑥 = 0,60. 𝑑 ≤ 35 𝑐𝑚
Então, respeitando os limites impostos, foi calculado a quantidade de estribos ao longo
da viga, o número de ramos, e espaçamento, tanto entre estribos, quanto entre ramos, e seus
valores estão apresentados na tabela 10.

Tabela 10 - Armaduras transversais das vigas de equilíbrio


Armadura transversal
Bitola Quant. S, entre Nº S, entre
[mm] Estribos estribos [cm] Ramos ramos [cm]
10 52 10.6 6 7.60
10 46 12.2 5 9.75
10 52 10.6 6 7.60
10 52 10.6 6 7.60

A partir do dimensionamento geométrico e estrutural apresentados acima, o


detalhamento de cada sapata e das vigas de equilíbrio, quando necessárias, então apresentadas
no Anexo D.

26
7 - VERIFICAÇÕES

7.1 Verificação da ruptura por compressão diagonal

A ruptura da diagonal comprimida determina o limite superior da capacidade resistente


da viga à força cisalhante. Para que seja possível determinar esse limite, faz-se o
dimensionamento da ruptura por compressão diagonal na ligação sapata-pilar, na região
correspondente ao perímetro do pilar. Onde a tensão solicitante 𝜏𝑆𝑑 deve ser menor ou igual à
resistência à compressão diagonal 𝜏𝑅𝑑2 da sapata.
𝜏𝑆𝑑 ≤ 𝜏𝑅𝑑2
A tensão solicitante foi calculada por meio da equação:
𝐹𝑆𝑑
𝜏𝑆𝑑 =
𝜇. 𝑑
sendo:
𝐹𝑆𝑑 - Reação vertical de cálculo aplicada ao solo pela sapata;
µ - Perímetro da seção do pilar;
d -Altura útil.
Já a tensão resistente foi definida por:
𝜏𝑅𝑑2 = 0,27. ∝𝑣 . 𝑓𝑐𝑑
𝑓𝑐𝑘 𝑓𝑐𝑘
sendo: ∝𝑣 = 1 − e 𝑓𝑐𝑑 = .
250 𝛾𝑐

Em todos as sapatas a condição imposta pela verificação da ruptura por compressão


diagonal foi atendida. Caso contrário seria necessário o redimensionamento ou a adoção de um
concreto mais resistente que o C25, utilizado nos cálculos.

7.2 Verificação quanto à ancoragem

O comprimento de ancoragem é o comprimento necessário para que a sapata tenha altura


suficiente para que as forças nas armaduras do pilar sejam transferidas ao concreto da fundação
(ALVA, 2007).
ℎ ≥ 𝑙𝑏 + 𝑐
Para o cálculo da resistência de aderência de cálculo da armadura é necessário estar de
posse das seguintes resistências:
2
𝑓𝑐𝑡𝑚 = 0,3. 𝑓𝑐𝑘 3

27
𝑓𝑐𝑡𝑘, 𝑖𝑛𝑓 = 0,7. 𝑓𝑐𝑡𝑚
𝑓𝑦𝑘
𝑓𝑦𝑑 =
𝛾𝑎

𝑓𝑐𝑡𝑘, 𝑖𝑛𝑓
𝑓𝑐𝑡𝑑 =
𝛾𝑐

𝑓𝑏𝑑 = 𝜂1 . 𝜂2 . 𝜂3 . 𝑓𝑐𝑡𝑑
sendo:
𝜂1 = 2,25 para ø < 32 mm;
𝜂2 = 1 para condição de boa aderência;
𝜂3 = 1 para barras nervuradas.
Assim o comprimento de ancoragem é calculado por:
𝜙 𝑓𝑦𝑑
𝑙𝑏 = .
4 𝑓𝑏𝑑

O valor de 𝜙 refere-se à bitola do pilar. Como este valor não foi informado em projeto,
o grupo definiu esta bitola, para fins de cálculo, como sendo 𝜙12,5 𝑚𝑚.
O comprimento de ancoragem necessário, que leva em conta a necessidade ou não de
gancho é:
𝐴𝑠, 𝑐𝑎𝑙𝑐
𝑙𝑏, 𝑛𝑒𝑐 = 𝛼1 . 𝑙𝑏.
𝐴𝑠, 𝑒𝑓𝑒
sendo 𝛼1 = 1 para barra sem gancho e 0,7 para barra com gancho
O comprimento de ancoragem mínimo é dado por:
0,3. 𝑙𝑏
𝑙𝑏, min ≥ { 10𝜙
100 𝑚𝑚
Em casos onde for encontrado um valor de h menor que o valor de 𝑙𝑏 + 𝑐, haverá dobra
na ancoragem.

7.3 Verificação das Tensões de Aderência

Um dos tipos possíveis de ruína nas sapatas é o deslizamento excessivo das armaduras
longitudinais, o que impede que tensões de tração necessárias ao equilíbrio sejam mobilizadas
integralmente. Por isso se torna necessário verificar as tensões de aderência nas sapatas. Nas
sapatas rígidas, pode-se calcular a tensão de aderência com base no método das bielas

28
(ALVA,2007). A ABNT NBR 6118:2014 apresenta o cálculo da verificação das tensões de
aderência.
Como o cálculo depende das dimensões dos pilares, das sapatas, da altura útil e das
bitolas escolhidas para cada dimensão da sapata, a verificação foi realizada para o lado A e para
o lado B.
A tensão atuante foi calculada pela seguinte equação:
𝑁𝑑 (𝐴 − 𝑎)
𝜏𝑏𝑑 = .
2. 𝑑. (𝑛. 𝜋. 𝜙) 𝐴
onde:
𝑁𝑑 - Força normal de cálculo do pilar.;
𝑑 - Altura útil;
𝑛 - Número de barras;
𝜙 - Bitola adotada.
Para um dimensionamento satisfatório, a tensão de aderência solicitante não poderia
ultrapassar a resistência de aderência de cálculo fbd:
𝑓𝑏𝑑 = 𝜂1 . 𝜂2 . 𝜂3 . 𝑓𝑐𝑡𝑑
onde:
𝜂1 = 2,25 para ø < 32 mm;
𝜂2 = 1 para condição de boa aderência;
𝜂3 = 1 para barras nervuradas.
O dimensionamento foi satisfatório para todas as sapatas para a verificação proposta.

8 – RECALQUE
Segundo CINTRA et al., (2011), é possível definir o recalque de uma sapata como sendo
o deslocamento vertical para baixo, da base da mesma em relação a uma referência fixa,
indeslocável, como o topo rochoso e sendo provenientes das deformações por diminuição de
volume e/ou mudança de forma do maciço de solo compreendido entre a base da sapata e o
indeslocável.
Devido a importância desse dado no projeto de fundações, o seu cálculo deve ser feito
de maneira a estimar o comportamento do solo em que será apoiada a estrutura e observado os
limites máximos aceitáveis para cada tipo de solo, evitando assim, problemas futuros
relacionados ao recalque das fundações.
O cálculo do recalque foi realizado individualmente para cada sapata isolada,
considerando a sondagem do solo a que ela seria apoiada bem como a carga do pilar atuante na
mesma.
29
Como o maciço de solo sobreposto ao indeslocável é constituído por diferentes camadas,
cada uma com seu módulo de deformabilidade, faz se necessário adotar um método
multicamadas para estimar mais precisamente o comportamento desse solo.
Com isso, adotou-se o método de sapata fictícia, que leva em consideração uma sapata
com dimensões ampliadas através da propagação 2:1, apoiada do topo da camada a ser estudada,
como ilustrado pela figura 8.

Figura 8 - Sapata fictícia na segunda camada.

Portando o relatório de sondagem bem como os valores das tensões as quais estarão
submetidas às sapatas, prosseguiu-se com o cálculo propriamente dito.
Inicialmente foi calculado módulo de deformabilidade do solo 𝐸𝑠 , para cada camada a
partir seguinte equação:
𝐸𝑠 = 𝛼𝐾𝑁𝑆𝑃𝑇
sendo o fator α e o coeficiente K dependentes do tipo de solo, e apresentados nas Tabelas 11 e
Tabela 12 seguintes.
Tabela 11: Fator α de correlação de 𝑬𝒔 com 𝒒𝒄

Solo α
Areia 3
Silte 5
Argila 7
Fonte: Teixeira e Godoy, 1996, adaptada.

Tabela 12: Tabela do coeficiente K de correlação entre 𝒒𝒄 e NSPT


Solo K (MPa)

30
Areia com pedregulhos 1,1
Areia 0,9
Areia Siltosa 0,7
Areia Argilosa 0,55
Silte Arenoso 0,45
Silte 0,35
Argila Arenosa 0,3
Silte Argiloso 0,25
Argila Siltosa 0,2
Fonte: Teixeira e Godoy, 1996, adaptada.

A presença do lençol freático pode ser ignorada porque seu efeito no módulo de
deformabilidade e refletido na obtenção de NSPT.
A partir do dimensionamento da sapata, foram levantados os seguintes dados:
• Cota de assentamento (h);
• Altura da camada de solo a contar da base da sapata (H);
• Largura (B) e comprimento (L) da sapata.
Tomando-se as relações ℎ⁄𝐵 , 𝐿⁄𝐵 e𝐻⁄𝐵, foi possível a obtenção dos valores 𝜇0 e 𝜇1
que são os fatores de influência do embutimento da sapata e da espessura da camada de solo,
respectivamente, a partir dos ábacos apresentados pela Figura 9.

Figura 9 - Fatores 𝝁𝟎 e 𝝁𝟏 para o cálculo de recalque imediato

31
Fonte: Janbu et al., 1956, apud Simons e Menzies, 1981

Com base nesses dados foi possível calcular o recalque da camada 1 de solo a partir da
seguinte equação:
𝜎𝐵
𝜌 = 𝜇1 𝜇0
𝐸𝑆
Para o cálculo das demais camadas, como já mencionado, foi utilizado o método da
sapata fictícia fazendo a propagação de tensões (1:2) até o topo da camada de interesse,
resultando em uma sapata com novos valores de h, H, B e L e consequentemente novas relações
e novos fatores de influência para determinada camada. Outro fator a ser considerado é a
diminuição na tensão propagada para as demais camadas, que é relacionada pela equação:

𝜎𝐵𝐿
∆𝜎 ≅
(𝐵 + 𝑧)(𝐿 + 𝑧)

onde o valor de z equivale a distância entre a cota de assentamento e a base da sapata fictícia.
Por fim, fazendo a somatória dos recalques de todas as camadas do solo, temos o valor
do recalque total.
Teixeira e Godoy, 1996 trazem que a limitação do recalque total é uma das maneiras de
limitar o recalque diferencial, responsável, em alguns casos, por danos arquitetônicos, danos a
funcionalidade e também danos estruturais.
Com isso, tem-se que para argilas, o recalque limite para sapatas isoladas é de 65 mm,
e assim, pode-se por fim, analisar se estes valores se encontravam dentro do aceitável afim de
que não houvessem nenhum dano posterior decorrente desse processo.
Os recalques encontrados para cada sapata estão apresentados na Tabela 13 abaixo.

Tabela 13 – Recalque
Recalque
SAPATA
[mm]
S1 2.2686
S2 2.7517
S3 2.041905
S4 2.65978
S5 1.07712
S6 0.84359
S7 2.12473
S8 2.044
S9 3.53901
S10 2.50318
S11 3.99838
S12 1.45481
S13 2.23095
32
S14 1.45481
S15 2.18402
S16 2.13647
S17 4.84629
S18 0.9718
S19 3.540797
S20 1.475

9 - QUANTITATIVO DE MATERIAIS
Uma etapa fundamental de qualquer empreendimento de construção, levando-se em
consideração o mercado competitivo atual, é a orçamentação. Os orçamentos para obras de
construção civil compreendem no levantamento dos serviços a serem executados, seus
quantitativos, os respectivos preços unitários e o preço global do investimento (COELHO,
2001). O levantamento das quantidades é, historicamente, efetuado a partir da análise do projeto
desenvolvido, das especificações técnicas e das plantas construtivas (DIAS, 2004).
Por ser, normalmente, um procedimento quase totalmente manual, a orçamentação de
obras pode ser vítima de diversos equívocos. Muitos deles ocorrem na etapa de levantamento
de quantitativos, fato esse que faz com que o erro se propague gradualmente em todo o
orçamento. Ou seja, um erro no levantamento de quantitativos pode ser perigosamente refletido
na avaliação do custo final de um empreendimento, afetando, assim, a tomada de decisão das
empresas. Portanto, considerando-se a importância do processo de levantamento de
quantitativos, é possível compreender a necessidade da melhoria do processo de orçamentação.
No presente trabalho levantou-se tanto a quantidade de armadura necessária e todas as
sapatas, bem como o volume de concreto.
Para o cálculo das armaduras, primeiramente multiplicou-se o número de barras pelo
seu respectivo comprimento para cada direção da sapata, obtendo assim o comprimento total
após o somatório de todas as sapatas. Depois de encontrado o comprimento total de barras
necessário, para se ter a quantidade de barras necessárias, dividiu-se o comprimento total
encontrado por doze metros que foi o tamanho de barra considerado, admitido de acordo com
a disponibilidade do material encontrado.
Uma folga de 30% foi considerada devido às perdas que ocorrem sobre a quantidade de
ferragem total. Com o custo unitário do aço, que depende exclusivamente do tamanho da bitola
adotado, multiplicou-se pela quantidade de barra necessária encontrando assim o custo total
para cada armadura, mostrado na tabela 14 abaixo.

Tabela 14 - Quantitativo de Aço

33
Resultado Final do Quantitativo de Aço

Custo Custo
Comprimento Quantidade
Quantidade unitário Total
Total [m] Total
[R$] [R$]
Φ 16mm 254.505 21.250 28 29.8 834.4
Φ 10mm 8158.7 680 884 26.8 23691.2

Para o cálculo do custo do concreto foi adotado um traço 1:3:2, sendo os valores
expressados em unidade de massa (kg).
Com o traço definido adotou-se a forma de medida. Nesse trabalho optou-se por lata
com volume de 18 litros.
O volume de traço é igual a multiplicação dos valores do traço por 18 litros, convertendo
o valor resultante de litros por metros cúbicos. Assim para saber a quantidade de batidas faz a
divisão do volume total das sapatas por volume do traço. É de suma importância arredondar o
valor da batida, devido as perdas e adensamento, quando a água evaporar.
A quantidade de material por traço é o valor total de batidas vezes volume do traço de
cada material. Somando as quantidades obtém-se quantidade total de cada material o que auxilia
no orçamento de materiais. Na tabela 15 abaixo é descrito o quantitativo de concreto necessário
para a confecção das sapatas.

Tabela 15 - Quantitativo de Concreto

Resultado Final do Quantitativo de Concreto

Volume Volume Volume Quantidade Quantidade Custo


Custo
Total de Traço dos Total dos Quantidade por total de unitario
Materiais Total
Concreto 1:3:2 materiais materiais de batidas material material material
[R$]
[m³] [m³] [m³] [m³] [m³] [R$]
1 Cimento 0.018 1.152 16.2 18662.4
6.905 3 Areia 0.054 0.108 64 3.456 6.912 2.7 9331.2
2 Brita 0.036 2.304 3.6 8294.4

Após definido os materiais necessários para a compra, fez-se a cotação de preços com
alguns fornecedores. Além de ligar para o fornecedor e entender o preço, levou-se também em
consideração formas de pagamento, prazo de entrega, análise de reclamações e qualidade de
seu material.
Neste relatório, frisou-se quais fornecedores ofereciam as melhores ofertas de preço e
prazo, levando em consideração a qualidade. Os melhores fornecedores, seguindo esses
34
critérios, obtendo a melhor cotação para os aços tanto com bitola de 10mm e 16mm foi a
empresa Paraná Ferragens e para os materiais (cimento, areia e brita) foi a empresa Pedreira
Mattar.

35
REFERÊNCIAS
ABNT, NBR 6118:2003 – Projeto de estruturas de concreto - Procedimento. Associação
Brasileira de Normas Técnicas, Brasil, 2003.
ABNT, NBR 6122:1996 – Projeto e execução de fundações - Procedimento. Associação
Brasileira de Normas Técnicas, Brasil, 1996.
ABNT, NBR 6122:2010 – Projeto e execução de fundações - Procedimento. Associação
Brasileira de Normas Técnicas, Brasil, 2010.
ALDER, M.A. Comparing time and accuracy of building information modeling to onscreen
takeoff for a quantity takeoff of a conceptual estimate. Master of Science Thesis – School of
Technology – Brigham Young University, 2006.
ALONSO, U. R. Previsão e controle das fundações. São Paulo: Edgar Blucher, 2001, 142 p.
BAÊTA, F.C, SARTOR, V. Resistencia dos materiais e dimensionamento de estruturas para
construções rurais. Revista de Engenharia, Viçosa, v.5, p.4, 1999.
CAVA, F. FUNDAÇÕES – “CAPACIDADE DE CARGA EM FUNDAÇÕES DIRETAS”,
2016. Disponível em: < https://alemdainercia.wordpress.com/2016/08/30/fundacoes-
capacidade-de-carga-em-fundacoes-diretas/>, acesso em: 08 janeiro 2018.
COELHO, R.S. Orçamento de obras prediais. São Luís, MA: Editora UEMA, 2001.
CINTRA, J. C. A., AOKI, N., ALBIEIRO, J. H. “Fundações Diretas: Projeto Geotécnico”. São
Paulo: Oficina de Textos, p. 61-98, 2011.
DIAS, P.R.V. Engenharia de Custos: metodologia de orçamentação para obras civis - 5ª ed.,
Curitiba, PR: Copiare, 2004.
JOPPERT, I. J., Fundações e Contenções de Edifícios: qualidade total na gestão do projeto e
execução, 1º edição, 2007.
MARANGON, M. CAPACIDADE DE CARGA DOS SOLOS, 2013. 20f. Notas de aulas,
Universidade Federal de Juiz de Fora,2013.
TEIXEIRA, A. H. “Projeto e execução de fundações”. 3º Seminário de Engenharia e Fundações
Especiais e Geotecnia, São Paulo, n.1, p.33-50,1996.

36
ANEXO A
Parâmetros Médios do Solo
Faixa de Módulo de Peso específico (g) Ângulo atrito Coesão efetiva
Tipo de Solo
o
SPT elasticidade (t/m²) Natural (t/m³) Saturado (t/m³) efetivo ( ) (tf/m²)
0-4 2000-5000 1,7 1,8 25° .
5-8 4000-8000 1,8 1,9 30° .
Areia pouco
9-18 5000-10000 1,9 2 32° .
siltosa/pouco argilosa
19-41 8000-15000 2 2,1 35° .
≥41 16000-20000 2 2,1 38° .
0-4 2000 1,7 1,8 25° 0
Areia média e 5-8 4000 1,8 1,9 28° 0,5
fina muito argilosa 9-18 5000 1,9 2 30° 0,75
19-41 10000 2 2,1 32° 1
0-2 200-500 1,5 1,7 20° 0,75
Argila porosa 3-5 500-1000 1,6 1,7 23° 1,5
vermelha e amarela 6-10 1000-2000 1,7 1,8 25° 3
≥10 2000-3000 1,8 1,9 25° 3a7
0-2 100 1,7 1,8 20° 0,75
3-5 100-250 1,8 1,9 23° 1,5
Argila siltosa pouco 6-10 250-500 1,9 1,9 24° 2
arenosa (terciário) 11-19 500-1000 1,9 1,9 24° 3
20-30 3000-10000 2 2 25° 4
≥30 10000-15000 2 2 25° 5
0-2 500 1,5 1,7 15° 1
3-5 500-1500 1,7 1,8 15° 2
Argila arenosa pouco
6-10 1500-2000 1,8 1,9 18° 3,5
siltosa
11-19 2000-3500 1,9 1,9 20° 5
≥20 3500-5000 2 2 25° 6,5
Turfa/argila orgânica 0-1 40-100 1,1 1,1 15° 0,5
(quaternário) 2-5 100-150 1,2 1,2 15° 1

5-8 8000 1,8 1,9 25° 1,5


Silte arenoso pouco
9-18 1000 1,9 2 26° 2
argiloso (residual)
19-41 15000 2 2 27° 3
≥41 20000 2,1 2,1 28° 5
Fonte: Ivan Joppert Jr., 2007, adaptado.
ANEXO B
• Perfil do solo e planta baixa sobrepostos
ANEXO C
Neste anexo encontram-se os exemplos das planilhas para as sapatas 1 (sapata isolada)
e para a sapata 16 (sapata de divisa).
Para verificação das demais sapatas deve-se verificar os arquivos denominados Planilha
para Dimensionamento de Sapata DE DIVISA e Planilha para Dimensionamento de
Sapata ISOLADA, ambas disponíveis no CD, entregue juntamente com este memorial.
ANEXO D
Neste anexo encontra-se doze pranchas referentes ao detalhamento das sapatas do
projeto, bem como das vigas de equilíbrio.
Para maiores detalhes pode-se analisar os resultados fornecidos nas planilhas realizadas
no Excel e do arquivo com os detalhamentos realizados no AutoCAD. Ambos os arquivos
encontram-se no CD entregue junto com o referido memorial descritivo.

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