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Meu nome é Helder Anibal Hermini. Fiz graduação em Física pela Universidade Estadual Paulis-
ta Júlio de Mesquita Filho (1994), mestrado na área de Engenharia de Controle e Automação na
Faculdade de Engenharia Mecânica da Universidade Estadual de Campinas (1996), doutorado
na área de Engenharia de Controle e Automação na Faculdade de Engenharia Mecânica da
Universidade Estadual de Campinas (2000) e Pós Doutorado na área de Engenharia de Controle
e Automação na Faculdade de Engenharia Mecânica da Universidade Estadual de Campinas em
Engenharia Mecânica pela Universidade Estadual de Campinas (2001). Atuo como Professor
Pesquisador na Faculdade de Tecnologia ´Arthur de Azevedo´ - Mogi Mirim (FATEC Mogi Mirim)
e professor nas áreas de Engenharia Elétrica, Mecânica e Computação no Centro Universitário
das Faculdades Associadas de Ensino UNIFAE. Tenho experiência em desenvolvimento de pes-
quisa nas áreas de Engenharia Elétrica, Mecânica e Mecatrônica, com ênfase em Engenharia
Mecatrônica, atuando principalmente nos seguintes temas: mecatrônica, eletrônicas, robótica,
automação, teoria do controle e Inteligência Artificial, tendo atuado como professor e orienta-
dor na pós-graduação na Faculdade de Engenharia Mecânica da UNICAMP.
E mail: hdabhr@gmail.com
Helder Anibal Hermini
CONVERSÃO DE ENERGIA
Batatais
Claretiano
2017
© Ação Educacional Claretiana, 2016 – Batatais (SP)
Trabalho realizado pelo Claretiano – Centro Universitário
Cursos: Graduação
Disciplina: Conversão de Energia
Versão: fev./2017
(Original do Autor)
Preparação Revisão
Aline de Fátima Guedes Eduardo Henrique Marinheiro
Camila Maria Nardi Matos Filipi Andrade de Deus Silveira
Carolina de Andrade Baviera Rafael Antonio Morotti
Cátia Aparecida Ribeiro Rodrigo Ferreira Daverni
Dandara Louise Vieira Matavelli Talita Cristina Bartolomeu
Elaine Aparecida de Lima Moraes Vanessa Vergani Machado
Josiane Marchiori Martins
Projeto gráfico, diagramação e capa
Lidiane Maria Magalini
Bruno do Carmo Bulgarelli
Luciana A. Mani Adami
Joice Cristina Micai
Luciana dos Santos Sançana de Melo
Lúcia Maria de Sousa Ferrão
Patrícia Alves Veronez Montera
Luis Antônio Guimarães Toloi
Raquel Baptista Meneses Frata
Raphael Fantacini de Oliveira
Simone Rodrigues de Oliveira
Tamires Botta Murakami
Videoaula
Marilene Baviera
Renan de Omote Cardoso
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Conteúdo
A disciplina objetiva apresentar as diferentes variáveis que têm influência na conversão de energia. São revisados os
conceitos-chave de magnetismo e de eletromagnetismo a fim de compreender como ocorre a conversão eletromecâni-
ca de energia. Por fim, são estudados os transformadores, classificados como monofásicos e como trifásicos e as máqui-
nas de corrente contínua.
Bibliografia Básica
CHAPMAN, S. J. Fundamentos de Maquinas Elétricas. 5. ed. Porto Alegre: Editora MacGraw-Hill, 2013.
FITZGERALDI, A. E., KINGSLEY Jr., C & UMANS. Máquinas Elétricas. 7. ed. São Paulo: Editora BOOKMAN,2006.
KOSOW, I. Máquinas Elétricas e Transformadores. 4. ed. Rio de Janeiro: Editora Globo, 1998.
Bibliografia Complementar
TORO, V. D. Fundamentos de Máquinas Elétricas. 1. ed. Rio de Janeiro: Editora Livros Técnicos e Científicos, 1999.
McPHERSON, G.; LARAMORE, R. D. An Introduction to Electrical Machines and Transformers. 2. ed. New York: Editora John Wiley &
Sons, 1990.
SEN, P.C. Principles of Electric Machines and Power Electronics, 2. Ed. New York-USA: Editora John Wiley& Sons, 1997.
CATHEY, J.J. Electricmachines.1.Ed. New York-USA: Editora Mc-Graw-Hill, 2000.
1. INTRODUÇÃO
Prezado aluno, seja bem-vindo! Iniciaremos o estudo de Conversão de Energia, por meio do
qual você obterá as informações necessárias para o embasamento teórico da sua futura profissão e
para as atividades decorrentes. Você pode estar se perguntando: para que estudar Conversão de
Energia? Qual sua aplicação na prática?
Para iniciarmos esta jornada, uma das maiores justificativas de se querer aprender os funda-
mentos da conversão de energia, é que esta área da ciência fornece a base da geração e transmis-
são de energia elétrica, que é a principal forma de utilização de energia em termos mundiais.
O estudo dos sistemas de conversão de energia tem como por principal desígnio o estudo das
máquinas elétricas e dos transformadores.
As máquinas são engenhos dedicados a transformar alguma forma de energia em trabalho
mecânico, ou ainda, transformar trabalho mecânico em outra forma de energia.
Em especial, em máquinas elétricas podem ocorrer duas situações. A primeira situação é a de
utilizarmos uma máquina elétrica de forma que quando movida, gera energia elétrica e a segunda
forma é que quando se alimenta com energia elétrica, ela se move. A primeira situação está relacio-
nada com a aplicação da máquina elétrica como um gerador elétrico e a segunda situação está rela-
cionada com a aplicação da máquina elétrica como motor elétrico. Veremos posteriormente que
uma máquina elétrica pode operar como gerador ou como um motor.
A base do funcionamento das máquinas elétricas é o eletromagnetismo. Suas leis são funda-
mentais no dimensionamento de projetos de engenharia destes produtos tecnológicos que revolu-
cionaram a humanidade.
Na Unidade 2, você irá estudar as principais leis do eletromagnetismo que são aplicadas no
projeto de geradores e motores elétricos. Inicialmente será descrita a contribuição de Hans Christi-
an Orsted, que descobriu que quando fluía uma corrente elétrica em um fio condutor, havia a cria-
ção de um campo magnético na região do espaço em que o fio estava imerso. Depois, irá conhecer a
contribuição de Michael Faraday, que descobriu que era possível se induzir uma corrente elétrica
em um fio condutor se houvesse a variável de um fluxo magnético na região onde o condutor esti-
vesse imerso. Estas ideias em concatenação com a de outros grandes cientistas como James Clerk
Maxwell, que organizou na forma de um enunciado as quatro leis do Eletromagnetismo, revolucio-
naram tecnologicamente a humanidade.
Como citado anteriormente, os geradores elétricos têm que ser movimentados pela ação de
um conjugado externo. Para tal, nas usinas de geração de energia elétrica são utilizados moinhos de
vento, turbinas impulsionadas pela água represada ou vapor gerado pela queima de combustíveis
fósseis ou nucleares em máquinas térmicas que movem motores a vapor. Estas formas de geração
de energia elétrica serão estudadas na Unidade 1, na qual iremos analisar os aspectos gerais dos
principais tipos de conversão de outras formas de energia em energia elétrica.
Ainda discorrendo sobre o processo de geração e transmissão de energia elétrica, é de suma
importância a utilização dos transformadores, pois, seria impossível a transmissão de energia elétri-
ca a longas distancias se não houvesse a amplificação da tensão elétrica alternada, que é feita por
transformadores elevadores de tensão nas usinas geradoras de energia elétrica. Além disso, para ser
utilizada esta forma de energia, há a necessidade da redução da tensão que é feita por transforma-
dores abaixadores de tensão. Existem vários outros tipos de transformadores e a aplicação destes
2. GLOSSÁRIO DE CONCEITOS
O Glossário de Conceitos permite uma consulta rápida e precisa das definições conceituais,
possibilitando um bom domínio dos termos técnico-científicos utilizados na área de conhecimento
dos temas tratados.
1) Amostragem: procedimento de medição instantânea de valores de um sinal analógico
em intervalos regulares. O intervalo entre as amostras é determinado por um pulso de
sincronismo e a sua frequência é chamada de taxa de amostragem.
2) Bobina: conjunto de espiras ligadas a uma corrente elétrica, que geram um campo
eletromagnético.
3) Caldeira: recipiente cuja função é, entre muitas, produzir vapor através do
aquecimento da água.
18) Fator de potência: o fator de potência (FP) de um sistema elétrico qualquer, que está
operando em corrente alternada (CA), é definido pela razão da potência real ou
potência ativa pela potência total ou potência aparente.
19) Força eletromotriz: é a propriedade de que dispõe um dispositivo qualquer a qual
tende a ocasionar produção de corrente elétrica num circuito. É uma grandeza escalar
e não deve ser confundida com uma diferença de potencial elétrico (DDP), apesar de
ambas terem a mesma unidade de medida. No Sistema Internacional de Unidades a
unidade de medida da força eletromotriz é o Volt. A DDP entre dois pontos é o
trabalho por unidade de carga que a força eletrostática realiza sobre uma carga que é
transportada de um ponto até o outro; a DDP entre dois pontos é independente do
caminho ou trajeto que une um ponto ao outro. A força eletromotriz é o trabalho por
unidade de carga que uma força não eletrostática realiza quando uma carga é
transportada de um ponto a outro por um particular trajeto; isto é, a força
eletromotriz, contrariamente da DDP, depende do caminho.
20) Força magnetomotriz: a força magnetomotriz provê um meio matemático para definir
um campo magnético em eletromagnetismo clássico. É análogo ao potencial elétrico o
qual define o campo elétrico na eletrostática.
21) Histerese: palavra derivada do grego e que significa atraso. Histerese é, portanto, a
tendência de um sistema de conservar suas propriedades na ausência de um estímulo
que as gerou, ou ainda, é a capacidade de preservar uma deformação efetuada por um
estímulo. Substâncias ferromagnéticas se imantam facilmente quando na presença de
um campo magnético. Quando se retira a fonte que deu a influência a este campo, a
substância não se desmagnetiza completamente, tão menos de forma instantânea. A
esse fenômeno se denomina histerese magnética.
22) Indutor: dispositivo elétrico passivo que armazena energia na forma de campo
magnético, normalmente combinando o efeito de vários loops da corrente elétrica.
23) Impedância elétrica: oposição que um circuito elétrico faz à passagem de corrente
quando é submetido a uma tensão.
24) Linha de transmissão: sistema usado para transmitir energia eletromagnética. Esta
transmissão não é irradiada, e sim, guiada de uma fonte geradora para uma carga
consumidora, podendo ser uma guia de onda, um cabo coaxial ou fios paralelos ou
torcidos.
25) Magnetita: mineral magnético formado pelos óxidos de ferro II e III ( FeO . Fe2O3 ), cuja
fórmula química é Fe3O4. É um material quebradiço, fortemente magnético, de cor
preta, de brilho metálico. A magnetita é a pedra-imã mais magnética de todos os
minerais da Terra.
26) Magnetização: O termo magnetização refere-se ao fenômeno de resposta da matéria
frente a campos magnéticos excitantes, na maioria dos casos frente a campos
excitantes externos. Quando se imerge um pedaço de matéria qualquer em uma região
onde há um campo magnético preexistente, a estrutura deste material responde ao
campo no qual fora imerso mediante a produção de um campo magnético próprio,
cuja intensidade e orientação dependem não apenas do campo externo excitante,
como também das propriedades do material que compõe o objeto em questão. Diz-se,
então, que o material encontra-se magnetizado.
27) Polaridade: em física e engenharias é um atributo com dois possíveis valores, como
por exemplo: Polos Norte e Sul, Positivo e Negativo.
28) Reatância indutiva: é oposição à corrente CA devida à indutância de um circuito
elétrico, circuito eletrônico ou bobina. É medida em ohms (Ω), designada pelo símbolo
29) Rotor: o rotor é o componente que gira (rota) em uma máquina elétrica, seja esta um
motor ou um gerador elétrico. O rotor é formado por um eixo que suporta um
conjunto de bobinas enroladas sobre um núcleo magnético que pode girar dentro de
um campo magnético criado tanto por um imã ou pela passagem por outro conjunto
de bobinas, enroladas sobre umas peças polares, que permanecem estáticas e que
constituem o que se denomina estator de uma corrente contínua ou alternada,
dependendo do tipo de máquina do qual se trate.
30) Tensão elétrica: é a diferença de potencial elétrico entre dois pontos ou a diferença
em energia potencial elétrica, por unidade de carga elétrica, entre dois pontos. Sua
unidade de medida é o volt, homenagem ao físico italiano Alessandro Volta. A
diferença de potencial é igual ao trabalho que deve ser feito, por unidade de carga
contra um campo elétrico para se movimentar uma carga qualquer. Uma diferença de
potencial pode representar tanto uma fonte de energia (força eletromotriz), quanto
pode representar energia "perdida" ou armazenada (queda de tensão).
31) Turbina: equipamento mecânico que transforma energia de algum fluido como água,
vento, gás, etc., que se move através dela, convertendo ou a energia cinética ou a
energia potencial com diferença para cada fluido.
Eletromagnetismo
M Ge-
otores radores
CC
Figura 1 Esquema de Conceitos-chave de Conversão de Energia.
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CHAPMAN, S. J. Fundamentos de Maquinas elétricas. 5. ed. Porto Alegre: Editora MacGraw-Hill, 2013.
FITZGERALDI, A. E.; KINGSLEY Jr., C. U. Máquinas elétricas. 7. ed. São Paulo: Editora Bookman, 2006.
KOSOW, I. Máquinas elétricas e transformadores. 4. ed. Rio de Janeiro: Editora Globo, 1998.
5. E-REFERÊNCIAS
ANEEL. Atlas de energia elétrica do Brasil. Disponível em: <http://www2.aneel.gov.br/arquivos/PDF/atlas3ed.pdf>. Acesso em: 16 jan.
2017.
WIKIPEDIA. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Wikip%C3%A9dia:P%C3%A1gina_principal>. Acesso em: 16 jan. 2017.
Objetivos
• Identificar o conceito de energia, suas propriedades e formas de manifestação na natureza.
• Entender quais as principais formas de conversão de energia em diferentes tipos de usinas de energia elétrica.
• Compreender o panorama das principais vantagens e desvantagens dos sistemas de geração de energia elétrica.
Conteúdos
• Aspectos gerais sobre energia.
• Sistemas de conversão de energia.
• Estruturas de geração e transmissão de energia.
1. INTRODUÇÃO
Nesta unidade, inicialmente estudaremos os conceitos básicos sobre Energia, descrevendo su-
as características e formas de manifestação na natureza.
Posteriormente, estudaremos as principais formas de conversão de energia elétrica a partir de
outras formas de energia, abordando as estruturas dos principais sistemas de geração e transmissão
de energia elétrica, analisado de forma comparativa os custos e benefícios das tecnologias envolvi-
das nestes processos.
Onde:
• EP grav – Energia Potencial Gravitacional.
• m – massa da gota de chuva.
No entanto, se a altitude da gota d’agua vai diminuindo, a energia potencial também vai dimi-
nuindo. Mediante esta informação, podemos nos perguntar: o que estaria acontecendo com esta
energia, já que nenhum tipo de energia pode ser destruído?
O que ocorre é que esta energia é convertida em outras formas de energia.
A gota d´agua inicia seu movimento com uma velocidade inicial nula, ou seja, v = 0. No proces-
so da queda livre, sua velocidade vai aumentando devido a ação da aceleração da gravidade e con-
forme sua velocidade vai aumentando, também vai aumentando por decorrência a sua energia ciné-
tica de acordo com a expressão.
m ⋅ v2
ECinética =
2
Onde:
• ECinética – Energia Cinética.
• m – massa da gota de chuva.
• v – velocidade da gota de chuva.
Devido ao atrito viscoso com o ar, uma parte da energia potencial será convertida em calor,
aumentando a temperatura da gota d’agua.
Para tanto, o mecanismo descrito para a ocorrência da chuva é análogo ao ocorrido nas hidre-
létricas. Devido ao represamento, a água possui energia potencial gravitacional. Essa energia poten-
cial gravitacional, por sua vez, converte-se em energia cinética, que é transferida às turbinas, permi-
tindo assim, a movimentação do gerador. Finalmente, a partir da movimentação do gerador, a ener-
gia cinética é transformada em energia elétrica.
Desde os primórdios da humanidade, o homem teve o interesse em procurar dominar os ele-
mentos da natureza, tais como: a água, o ar, a terra e o fogo. Aplicando esses elementos, foram in-
ventados moinhos de vento e rodas d’agua para debulhar e triturar grãos e bombear água. Com a
prospecção de minérios e a descoberta do ferro e de outros metais, deu-se origem a arte da meta-
lurgia.
Ante o domínio dessas novas técnicas e a genialidade de grandes inventores como Heron de
Alexandria (10 d.C. – 80 d.C.), associando o fogo e a água, passou-se a gerar energia através da pres-
são do vapor, criando-se, assim, a primeira máquina a vapor, que se caracteriza pela conversão de
energia térmica em energia mecânica. Tal conceito foi reformulado por muitos inventores no decor-
rer da história, mas foi o engenheiro Inglês James Watt quem finalmente o aperfeiçoou, gerando
não só a revolução industrial, como também a revolução dos transportes terrestres, a partir do em-
prego da máquina a vapor em trens e em transportes aquaviários.
O avanço nos estudos das “máquinas térmicas” gerou o surgimento da Termodinâmica e o de-
senvolvimento de aplicações tecnológicas que impulsionaram a indústria e os transportes. Neste
desígnio, se destacaram nomes como Benjamin Thompson, James Prescott Joule, James Watt, Nico-
las Sadi Carnot e William Thomson.
O principal fator que alavancou o desenvolvimento da Termodinâmica foi a necessidade de se
compreender a relação existente entre calor e trabalho, que são duas diferentes formas de energia.
James Watt enunciou a relação entre trabalho mecânico e calor, determinando a relação ma-
temática entre eles: o equivalente mecânico do calor. Isso permitiu que ele apresentasse a primeira
lei da termodinâmica. Essa lei estabelecia que as várias formas de energia, dentre elas a mecânica, a
elétrica e a térmica, podem ser transformadas uma na outra. Ele também trabalhou experimental-
mente com a ideia de calor dissipado por resistência elétrica.
O físico francês Nicolas Sadi Carnot, ao estudar os ciclos termodinâmicos, detalhou como
ocorrem as etapas de transformação reversíveis em um ciclo de um gás. Além disso, afirmou que a
eficiência térmica de uma máquina a vapor dependia da diferença entre as temperaturas das fontes
quente e fria.
Nos dias atuais, as máquinas a vapor se fazem presentes em muitos sistemas de geração de
energia elétrica. Podemos citar, como exemplo, as usinas termoelétricas nucleares, nas quais o
combustível nuclear é usado para gerar o vapor d’água, que por sua vez, move as turbinas. Além das
termoelétricas nucleares, ocorre que também é gerado o vapor pela queima de óleo diesel, gás na-
tural, bagaço de cana, dentre outros tipos de biomassa e gás liquefeito de petróleo.
Novos conceitos e invenções foram criados posteriormente a partir da aplicação do legado das
leis e conceitos da Termodinâmica. Dentre eles destacam-se o trabalho desenvolvido pelo engenhei-
ro alemão Nikolaus Otto, que desenvolveu o motor de combustão interna de ignição por centelha,
também denominado motor de ciclo Otto e o motor Diesel, inventado por Rudolf Diesel, no qual a
combustão se faz pelo aumento da temperatura provocado pela compressão do ar no motor.
O motor Diesel pode ser considerado um dos sistemas mecânicos mais importantes da história
da humanidade, pois utiliza como combustível óleo de origem vegetal ou animal. Vale ressaltar que
o nome “diesel”, dado ao produto oleoso obtido logo na primeira fase de refino do petróleo bruto,
foi uma homenagem a Rudolf Diesel. Tal combustível também é utilizado nesse tipo de motor.
Devido a sua simplicidade e excelente funcionamento, o motor Diesel revolucionou os setores
da indústria e dos transportes, substituindo dispendiosos sistemas mecânicos a vapor que até então
movimentavam as locomotivas e os transportes marítimos por unidades geradoras diesel-elétrica.
A evolução científica e tecnológica do homem permitiu o acesso a novas formas de energia,
permitindo transporte, armazenamento e transformação. Pesquisas na área da ondulatória possibi-
litaram a aplicação das ondas de rádio e televisão, raios X, raios γ, microondas, revolucionando as
comunicações, a medicina, entre outras áreas da sociedade.
Todas as ondas, mecânicas ou eletromagnéticas, transportam consigo Energia. Conforme uma
onda se propaga em um meio, ela vai convertendo parte da energia que transporta para o meio e
por decorrência há a perda de intensidade. Quando toda a energia que a onda transporta for dissi-
pada em outra forma de energia, não há mais a propagação da onda. Em outras palavras, uma onda
é um meio transmissor de energia.
Uma onda pode ter muitas utilidades, como a transmissão de informações utilizando um feixe
de raio laser que pode se propagar no espaço sideral, com quase ausência de matéria.
descrição histórica, com a qual pudemos observar que a evolução da ciência, em especial o estudo
da energia, está fortemente atrelado às necessidades do homem no decorrer da História.
Com os vídeos propostos no Tópico 3.1., você irá complementar seus estudos a respeito dos
conceitos iniciais sobre energia e suas formas de manifestação na natureza. Antes de prosseguir
para o próximo assunto, assista aos vídeos indicados, procurando assimilar o conteúdo estudado.
No Brasil, nos últimos anos, tem havido grandes estímulos a investimentos na produção de
energia a partir da cana. Como pode ser visto na Figura 1, nas usinas de açúcar e álcool, o bagaço de
cana é queimado em caldeiras e a energia térmica resultante é utilizada na produção do vapor. Este
vapor produzido aciona as turbinas usadas no trabalho mecânico, que é requerido nas unidades de
produção, e as turbinas para geração de energia elétrica.
Além disso, o vapor que seria liberado na atmosfera após a realização desses processos pode
ser encaminhado para o atendimento das necessidades térmicas do processo de produção. Assim,
do ponto de vista comercial, este processo está maduro e é o mais difundido atualmente.
O Brasil conta, de modo inclusivo, com vários produtores nacionais da maior parte dos equi-
pamentos necessários.
A biomassa é uma das fontes para produção futura de energia com maior potencial de cresci-
mento e o Brasil conta, de modo inclusivo, com vários produtores nacionais que detém a maior par-
te dos equipamentos necessários.
Tanto no mercado internacional quanto no mercado brasileiro, a biomassa é considerada uma
das principais alternativas para a diversificação da matriz energética e a consequente redução da
dependência dos combustíveis fósseis. Dela é possível obter energia elétrica e biocombustíveis, co-
mo o etanol e o biodiesel, que também podem gerar energia elétrica em usinas termoelétricas.
Neste tópico, vimos o que é biomassa e sua utilização como fonte geradora de energia. A se-
guir, veremos outras fontes geradoras de energia.
Com os vídeos propostos no Tópico 3.2., você irá complementar seus estudos a respeito da
geração de energia elétrica a partir de biomassa. Antes de prosseguir para o próximo assunto, assis-
ta aos vídeos indicados, procurando assimilar o conteúdo estudado.
causas que preocupam. O ácido sulfídrico presente no vapor pode causar sérios problemas de saúde
e até a morte por asfixia.
Um fato importante que deve ser destacado é que a água vinda do interior da Terra deve ser
adequadamente tratada, visto que esta contém uma quantidade considerável de minérios prejudici-
ais à saúde. Além disso, se uma grande quantidade de água for retirada da Terra, é bem provável
que ocorra uma instabilidade geológica na superfície.
Quanto ao custo, a produção de eletricidade a partir da energia geotérmica é extremamente
baixo. Tal fato faz da energia geotérmica a grande líder em energia ombro a ombro, com os mais
rentáveis da energia hídrica, eólica e até mesmo carvão, petróleo, gás e energia nuclear.
Outra importante aplicação da energia geotérmica é como uma eficiente fonte de calor em
pequenas aplicações de utilização final, como por exemplo, estufas. Entretanto, os consumidores
devem estar localizados perto da fonte de calor.
Neste tópico, vimos o que é Energia Geotérmica, sua obtenção e sua utilização como fonte ge-
radora de energia. Além disso, vimos que se trata de uma fonte de energia de baixo custo. No pró-
ximo tópico, estudaremos outra importante fonte de energia: a energia solar.
Com os vídeos propostos no Tópico 3.3., você irá complementar seus estudos a respeito da
geração de energia elétrica a partir de energia geotérmica. Antes de prosseguir para o próximo as-
sunto, assista aos vídeos indicados, procurando assimilar o conteúdo estudado.
em grande parte é irradiada através de ondas eletromagnéticas que se propagam no espaço, viajan-
do uma distância de aproximadamente cento e cinquenta milhões de quilômetros.
Esta radiação solar, composta por “pacotes de energia”, denominados fótons, bombardeiam a
superfície terrestre, fornecendo anualmente 1,5 . 1018KWh de energia. A radiação solar, também
denominada insolação, possui na região superior da atmosfera da Terra em torno de 9% de radiação
ultravioleta, 40% de radiação na região do visível e 50% é de radiação infravermelha. Uma parte da
radiação ultravioleta é absorvida pelos gases de nitrogênio, oxigênio e ozônio que estão presentes
na atmosfera. Na atmosfera inferior, parte da radiação infravermelha é absorvida pelo vapor d´água
e pelo CO2. Da radiação total que consegue passar da atmosfera, 19% são absorvidos pelas nuvens e
por outros gases, e 31% são refletidos de volta para o espaço. Os 50% restantes atingem a superfície
e são quase completamente absorvidos. O fenômeno de reflexão da radiação solar é cognominado
albedo. Parte da radiação refletida é absorvida por CO2 e H2O e irradiada de volta para a Terra ge-
rando o chamado efeito estufa. Esse efeito é importante, pois ele mantém a temperatura relativa-
mente alta da Terra, sem a qual não seria possível existir vida e o seu agravamento é resultado da
queima de combustíveis fósseis. A radiação que atinge o topo da atmosfera, chamada de insolação,
tem intensidade de 1360 W/m2 e esse número é denominado constante solar, que varia minima-
mente com o tempo.
Esta energia recebida poderia ser aproveitada? Como seria possível sua utilização? Hoje, devi-
do ao avanço científico e tecnológico, a Energia Solar é convertida em calor nos aquecedores sola-
res. Porém, a maior aplicação dessas ondas eletromagnéticas ocorre nas células fotovoltaicas onde
há a conversão da energia transmitida pelas ondas eletromagnéticas em energia elétrica.
No ano de 1839, o cientista Edmond Becquerel verificou, pela primeira vez, a conversão de
energia solar em energia elétrica. Ele constatou uma diferença de potencial nos extremos de uma
estrutura feita a partir de um material semicondutor, ao expô-la à luz solar.
Em 1876 foi montado o primeiro aparato fotovoltaico, resultado de estudos das estruturas no
estado sólido.
Somente a partir de 1956 iniciou-se a produção industrial, graças ao desenvolvimento da mi-
croeletrônica.
Mas até então, a utilização da energia solar fotovoltaica não era utilizada em larga escala; um
dos fatores que impossibilitava a sua utilização era o alto custo das células fotovoltaicas. As primei-
ras células foram produzidas com o custo de US$ 600/W para o programa espacial.
Com o crescimento dos mercados e das várias empresas voltadas para a produção de células
fotovoltaicas, o preço tem reduzido ao longo dos anos, podendo ser encontrado hoje, para grandes
escalas, o custo médio de US$ 8,00/W.
Atualmente, considerando esta redução de preço, os sistemas fotovoltaicos vêm sendo utili-
zados em instalações remotas, devido suas características, tais como: modularidade, baixos custos
de manutenção e vida útil longa.
Nas células fotovoltaicas, a energia elétrica é obtida da conversão direta da luz por meio do
efeito fotovoltaico. O efeito fotovoltaico ocorre em materiais ditos semicondutores, que são carac-
terizados pela apresentação de bandas de energia onde elétrons são permitidos, chamadas bandas
de valência, e outras bandas que são vazias, chamadas bandas de condução. Essas células fotovol-
taicas trabalham no princípio de que os fótons incidentes, colidindo com os átomos dos materiais
semicondutores, fazem com que os elétrons sejam deslocados. Se estes elétrons puderem ser cap-
turados antes de retornarem a seus orbitais atômicos, podem ser aproveitados, livres, como corren-
te elétrica.
Dos vários materiais semicondutores encontrados na Terra, o mais utilizado é o silício, pois es-
ta espécie química possui quatro elétrons na camada de valência (Figura 3 (a)), que fazem ligação
com os elétrons do átomo vizinho, formando assim uma rede cristalina. A essa rede cristalina, são
adicionados elementos com cinco elétrons de ligação, como por exemplo, o Fósforo (Figura 3 (b)) e
elementos com três elétrons de ligação, como por exemplo Boro (Figura 3 (c)).
No caso dos elementos com cinco elétrons de valência, estes possuem um elétron que está li-
gado fracamente ao seu átomo de origem. Isto facilita, ao utilizar pouca energia térmica, que ele se
desligue do átomo.
Os elementos com três elétrons na camada de valência necessitam de um elétron para possi-
bilitar as ligações com os átomos de silício e, com pouca energia térmica, um elétron passa a ocupar
essa posição. Tal movimentação de elétrons gera uma diferença de potencial, na qual o acúmulo de
elétrons de um lado se torna negativo e do outro lado positivo devido à falta de elétrons e, também,
gera um campo elétrico que mantém os elétrons afastados.
A menor unidade de conversão de energia luminosa, proveniente do Sol, em energia elétrica é
denominada célula fotovoltaica. Praticamente todas as células fotovoltaicas são fabricadas a partir
do silício.
Quanto à eficiência de conversão de energia nas células fotovoltaicas, esta é da ordem de
16%. Existem células fotovoltaicas com eficiências de até 28%, fabricadas de arseneto de gálio, mas
o seu custo é alto, o que limita sua produção para o uso da indústria espacial.
Na Figura 4, vemos a maior usina de energia solar do mundo nos dias atuais, a California Valley
Solar Ranch, localizada no condado de San Luis Obispo, Califórnia, USA. Essa usina é capaz de gerar
mais de 500 megawatts e seu custo é avaliado em torno de US$ 2,5 bilhões.
Neste tópico, vimos o que é Energia Solar, sua obtenção e sua utilização como fonte geradora
de energia. Veremos, no próximo tópico, outra importante fonte de energia: a energia eólica.
Com os vídeos propostos no Tópico 3.4., você irá complementar seus estudos a respeito da
geração de energia elétrica a partir de energia fotovoltaica. Antes de prosseguir para o próximo as-
sunto, assista aos vídeos indicados, procurando assimilar o conteúdo estudado.
Desde a antiguidade, o vento vem sendo utilizado para a geração de energia mecânica. Atual-
mente, a energia eólica representa uma fonte de energia alternativa e renovável para a geração de
energia elétrica.
A conversão da energia cinética dos ventos em eletricidade é feita a partir de aerogeradores.
traível numa região depende das características de desempenho, altura de operação e espaçamento
horizontal dos sistemas de conversão de energia eólica instalados.
(a) (b)
Figura 6 Tipos de Aerogeradores. (a) Aerogerador de Eixo Vertical. (b) Aerogerador de eixo horizontal.
Com os vídeos propostos no Tópico 3.5., você irá complementar seus estudos a respeito da
geração de energia elétrica a partir de energia eólica. Antes de prosseguir para o próximo assunto,
assista aos vídeos indicados, procurando assimilar o conteúdo estudado.
No interior do Reator Nuclear, centenas de varetas contendo material radioativo são fissiona-
das, liberando muito calor. Este calor irá aquecer a água totalmente pura que fica dentro do reator.
Ela pode chegar a temperatura de 1500°C e a uma pressão de 157atm. Essa água quente irá seguir
por tubos, até o vaporizador, depois volta ao reator, completando o circuito primário.
Outra quantidade de água será fervida, no vaporizador, pelo calor dos tubos por onde passam
a água extremamente quente provinda do reator. O vapor gerado sairá por canos até as turbinas e o
gerador elétrico. O vapor d’água, então, irá girar as pás das turbinas a uma grande velocidade, pro-
duzindo, assim, corrente elétrica.
Assim que o vapor d’água executar sua função, ele seguirá para o condensador, tornando-se
água em estado líquido novamente, e em seguida retornará ao vaporizador. Este é o chamado cir-
cuito secundário.
Uma usina nuclear deve ser equipada com vários sistemas de segurança, que automaticamen-
te entram em ação em casos de emergência. O principal sistema de segurança é responsável por
neutralizar a fissão nuclear dentro do reator. São centenas de barras, feitas de materiais não fissio-
náveis que são injetados no meio reacionário. Tais materiais não fissionáveis, mesmo absorvendo
nêutrons livres, não se dividem, como por exemplo, o boro e o cádmio. O reator fica envolvido por
uma cápsula de aço. O edifício, por sua vez, é protegido com paredes de 70 cm, feitas de concreto e
uma estrutura de ferro e aço, e podem agüentar inclusive ataques terroristas.
Entre as principais vantagens da energia nuclear, podemos citar que o combustível utilizado é
barato e de pouca quantidade para a produção de energia térmica (geração de vapor) em compara-
ção com outras fontes de energia. Além disso, seu funcionamento é independente das condições
ambientais e climáticas, ou seja, não depende do sol (como as usinas solares) e nem da vazão de um
A primeira usina hidrelétrica do mundo foi construída em 30 de setembro de 1882, no rio Fox
em Appleton, Wisconsin, EUA, inspirada nos planos de Thomas Edison, que pretendia construir uma
usina hidrelétrica para gerar eletricidade para Nova York. A primeira usina hidrelétrica brasileira foi
construída em 1883, no município de Diamantina no estado de Minas Gerais, usando, para a gera-
ção de energia, as águas do Ribeirão do Inferno. Em 1930, o Brasil possuía algumas dezenas de usi-
nas hidrelétricas. Atualmente, o Brasil possui mais de cem usinas hidrelétricas de grande porte e
mais de setenta usinas de médio porte e centenas de pequeno porte.
A Figura 9 nos mostra a estrutura de uma usina hidrelétrica, que é composta basicamente por
um reservatório obtido a partir de uma barragem, um sistema de captação e adução de água (duto),
uma casa de força, onde é disposto todo o equipamento eletromecânico utilizado na conversão da
energia hidráulica em energia elétrica, que funcionam em conjunto integrado.
A barragem interrompe o curso normal do rio formando um lago artificial, no qual se armaze-
na a água. Este reservatório permite a formação do desnível necessário para a adequação da ener-
gia hidráulica e da captação da água em volume apropriado, além de permitir o estabelecimento do
controle da vazão de água que moverá as turbinas, mesmo havendo a variação pluviométrica em
períodos de chuva ou estiagem.
Na conversão da energia hidrelétrica é necessário analisar e dimensionar a vazão do rio, a
quantidade de água disponível nas diversas estações do ano e a topologia do relevo, sejam eles na-
turais, como as quedas d’água, ou criados artificialmente.
(a) (b)
Como pode ser visto na Figura 9, os dutos têm a função de transportar a água até a casa de
força onde estão as turbinas, formadas por uma série de pás ligadas a um eixo conectado ao gera-
dor. Durante o seu movimento giratório, a turbina converte a energia cinética do movimento da
água em energia elétrica (conversão mecanoelétrica) por meio do gerador elétrico que produzirá a
eletricidade. Após passar pela turbina, a água é restituída ao leito natural do rio pelo canal de fuga.
A energia elétrica é transmitida através de cabos ou barras condutoras, desde os terminais do
gerador até o transformador elevador. Neste, sua tensão é elevada para adequar sua condução, por
meio de linhas de transmissão, até os centros de consumo.
Nas unidades posteriores serão descritos a construção e o funcionamento tanto dos geradores
elétricos quanto dos transformadores.
O sistema de represamento de água de uma hidrelétrica tem que apresentar um vertedouro,
cuja função é a de permitir a saída da água sempre que o nível do reservatório ultrapassar o limite
de segurança especificado no projeto de engenharia, pois o excesso de água pode gerar enchentes
na região, além de aumentar a pressão nas paredes da barragem. Geralmente a utilização do verte-
douro ocorre no período das chuvas ou também quando há uma quantidade de água maior que a
prevista para a estocagem ou a geração de energia.
Podemos classificar uma usina hidrelétrica a partir das seguintes variáveis: altura da queda
d’água, vazão, capacidade ou potência instalada, tipo de turbina empregada, localização, tipo de
barragem e reservatório, sendo que todas essas variáveis são correlacionadas, pois a altura da que-
da d’água e a vazão dependem da topologia do local de construção e também definirão qual será a
capacidade instalada.
A partir da capacidade instalada são determinados no projeto de engenharia o tipo de turbina,
o dimensionamento da barragem e do reservatório.
Uma usina hidrelétrica é considerada de grande ou de médio porte ou uma Pequena Central
Hidrelétrica (PCH) a partir da potência instalada.
A Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL – adota três classificações:
• Centrais Geradoras Hidrelétricas – até 1 MW de potência instalada.
• Pequenas Centrais Hidrelétricas – entre 1,1 MW e 30 MW de potência instalada.
• Usina Hidrelétrica de Energia (UHE) – mais de 30 MW de potência instalada.
As dimensões da rede de transmissão que será necessária para levar a energia até o centro de
consumo, também, são determinadas pelo porte da usina. Geralmente, as usinas de grande porte
estão mais distantes dos grandes centros, exigindo a utilização de grandes linhas de transmissão em
tensões alta e extra alta de 230 quilovolts a 750 quilovolts que, muitas vezes, cruzam territórios con-
tinentais.
A principal vantagem da utilização das hidrelétricas está no fato da água ser uma fonte de
energia renovável, que produz eletricidade de forma limpa, não poluente e barata.
Como por principal desvantagem é que há a exigência de um alto investimento inicial na cons-
trução da barragem, além do tempo demandado para aconclusão e operacionalização da hidrelétri-
ca. Para se ter uma ideia, o tempo demandado na construção da Usina de Itaipu foi de sete anos e
na Usina de Três Gargantas, localizada na China, considerada atualmente a maior hidrelétrica do
mundo, demorou dezessete anos.
Com os vídeos propostos no Tópico 3.6., você irá complementar seus estudos a respeito da
geração de energia elétrica a partir de hidrelétricas. Antes de prosseguir para o próximo assunto,
assista aos vídeos indicados, procurando assimilar o conteúdo estudado.
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
A auto avaliação pode ser uma ferramenta importante para você testar o seu desempenho. Se
encontrar dificuldades em responder às questões a seguir, você deverá revisar os conteúdos estu-
dados para sanar as suas dúvidas.
1) Atualmente existe uma crescente preocupação com os aspectos ambientais e de sustentabilidade, no tocante à
inserção das fontes geradoras de energia elétrica. Leia atentamente o texto a seguir, que apresenta algumas
características de uma determinada fonte renovável de energia:
“O uso dessa fonte de energia vem sendo cada vez mais difundida. Inicia-se de forma mais abrangente
em países como Alemanha, Dinamarca e Holanda, onde a adoção de políticas específicas de desenvol-
vimento alavancou estes mercados. É uma fonte renovável e está entre as fontes alternativas mais ba-
ratas, levando-se em conta o custo dos equipamentos envolvidos e sua potência nominal. ”
Podemos afirmar que o texto descreve as características da aplicação da geração de energia através de:
b) Células e combustível.
c) Sistemas fotovoltaicos.
d) Sistemas eólicos.
e) Termoelétricas a gás.
2) No Brasil, a energia dos ventos, energia eólica, tem sido utilizada em pequena escala e de forma isolada.
Todavia, observa-se um rápido aumento no interesse por esse tipo de geração de energia. Podemos destacar
que a elaboração do Atlas do Potencial Eólico Brasileiro contribuiu, significativamente, para os primeiros passos
do estudo da geração eólica. As regiões que possuem as melhores condições para a implantação de usinas
eólicas são:
a) Nordeste e Centro-Oeste.
b) Nordeste e Sudeste.
c) Norte e Nordeste.
d) Norte e Centro-Oeste.
e) Sul e Sudeste.
3) A energia solar apresenta grandes vantagens no sentido ambiental e em seu nível de produtividade. Entretanto,
essa fonte de energia não é amplamente utilizada no Brasil e nem na maior parte dos países do mundo, em
função de algumas desvantagens, entre as quais destacamos:
b) As usinas de energia solar necessitam de grandes áreas, destruindo florestas e áreas agricultáveis.
4) O petróleo e o carvão mineral constituem duas importantes matrizes energética e elétrica mundiais.
Entretanto, a crise ambiental, na qual tem destaque para o aquecimento global, e a problemática do
abastecimento de petróleo contribuem para que os combustíveis renováveis ganhem evidência.
A respeito do texto apresentado, analise cada uma das afirmações:
I. Embora não sejam poluentes, os combustíveis fósseis precisam ter o seu consumo reduzido pelo fato de
não serem renováveis, evitando assim, que se esgotem num futuro próximo.
II. Sabemos que a água é uma fonte de energia limpa e renovável. Entretanto, seu uso gera polêmicas de-
vido aos impactos sociais e ecológicos causados com as construções das grandes usinas hidrelétricas,
que por sua vez, destroem ecossistemas e expulsam populações ribeirinhas.
III. A energia solar, mesmo abundante e não-poluente ainda é pouco usada, o que certamente se explica
muito mais pelas políticas energéticas e interesses de grupos, do que pelo elevado custo dos painéis de
captação de energia.
IV. O biodiesel, em termos de tecnologia alternativa de combustível, destaca-se no Brasil pelo fato de ser
menos poluente do que os hidrocarbonetos e também por criar empregos no campo. Mas nem por isso
está imune de gerar problemas ambientais, sobretudo, se vier a ser um investimento muito lucrativo,
pois inevitavelmente avançará e destruirá áreas ainda preservadas e de fronteiras, como já ocorre com a
soja.
Das afirmações apresentadas, estão corretas:
a) II, III e IV
b) I, II e III
c) I e IV
d) II e III
e) I, II e IV
5) Um município está localizado no interior de um pequeno vale e possui difícil acesso, pois está cercado por altas
montanhas. Além disso, cruza por esse município um rio, que é utilizado como fonte de água para consumo da
população, irrigação das lavouras de subsistência e pesca. A região possui pequena extensão territorial e a
incidência solar é alta durante o ano todo. Deseja-se instalar uma estação de geração de energia elétrica nesse
município. Entre as fontes de obtenção de energia apresentadas a seguir, qual é a mais indicada para ser
implantada nesse município, de modo a causar o menor impacto ambiental possível?
b) Fotovoltaica, pois é possível aproveitar a energia solar que chega à superfície do local.
c) Eólica, pois a geografia do local é própria para a captação desse tipo de energia.
e) Hidrelétrica, pois o rio que corta o município é suficiente para abastecer a usina construída.
6) “A energia geotérmica tem a sua origem no núcleo terrestre, onde as temperaturas atingem a 4000°C. Tal
energia é produzida, primeiramente, pela decomposição de materiais radioativos no interior do planeta. Nas
fontes geotérmicas, a água armazenada num reservatório subterrâneo, é aquecida pelas rochas ao seu redor e
é submetida a altas pressões, atingindo temperaturas de até 370°C, sem entrar em ebulição. Essa água, ao ser
liberada na superfície da Terra, sob pressão ambiente, vaporiza-se e resfria-se, formando fontes ou gêiseres. O
vapor dos poços geotérmicos é separado da água e é utilizado no funcionamento de turbinas para a obtenção
de eletricidade. A água quente pode ser utilizada de forma direta ou em usinas de dessalinização. ” (Adaptado
de Hinrichs; Kleinbach, 2003).
A partir do texto anterior, podemos afirmar, a respeito das usinas geotérmicas:
c) Utilizam a mesma fonte primária de energia que as usinas nucleares, sendo, portanto, semelhantes os
riscos decorrentes de ambas.
7) Analisando o esquema da Figura 12, é possível identificar que este trata de uma usina:
9) Nos processos de fissão nuclear, a energia térmica liberada pode ser utilizada na geração de vapor para
produzir energia mecânica que, por sua vez, será convertida em energia elétrica.
Observe o esquema básico de uma usina de energia nuclear, representado, a seguir:
III. A água, depois de passar pela turbina, é pré-aquecida no condensador e bombeada de volta ao reator.
Entre as afirmações apresentadas, está(ão) correta(s):
a) I
b) II
c) III
d) I e II
e) II e III
a) A energia química da biomassa é convertida em calor através da combustão. Esse calor é transformado
em trabalho sobre a turbina que ganha energia potencial gravitacional, induzindo corrente elétrica.
b) A energia química da biomassa é convertida em energia térmica através da combustão. Essa energia
térmica é transferida para a água que, ao evaporar, se expande, realizando trabalho sobre uma turbina,
que irá, através de indução eletromagnética, converter a energia cinética da turbina em energia elétrica.
c) A energia química da biomassa é convertida diretamente em energia cinética das turbinas que, após
movimentar um conjunto de ímãs, produz indução eletromagnética em um solenóide, proporcionando a
geração de energia elétrica.
d) A energia calorífica da biomassa é convertida em energia térmica, através da combustão. Essa energia é
utilizada para a realização de trabalho mecânico sobre as pás de uma turbina, que irá movimentar um
conjunto de ímãs, proporcionando a conversão em energia elétrica através da indução.
e) A energia térmica presente na biomassa é convertida em calor, através da combustão. Esse calor é
fornecido à água que, ao vaporizar-se, expande-se, realizando trabalho sobre um circuito elétrico,
convertendo toda a energia em corrente elétrica.
Gabarito
Confira, a seguir, as respostas corretas para as questões auto avaliativas propostas:
1) d.
2) d.
3) e.
4) a.
5) b.
6) e.
7) d.
8) a.
9) d.
10) b.
5. CONSIDERAÇÕES
Chegamos ao final da primeira unidade, na qual você teve a oportunidade de compreender o
conceito de energia, suas propriedades e formas de manifestação na natureza. Além disso, conhecer
e entender as tecnologias envolvidas nas principais formas de conversão de energia em diferentes
tipos de usinas de energia elétrica, verificando suas principais vantagens e desvantagens de utiliza-
ção.
Na próxima unidade, você aprenderá conceitos fundamentais de magnetismo e de eletromag-
netismo que permitirão a compreensão de como ocorre a conversão eletromecânica de energia.
6. E-REFERÊNCIAS
Lista de figuras
Figura 1 Princípio de funcionamento de usina de biomassa movida por vapor gerado a partir da queima de bagaço de cana.Disponível
em: < http://sustentabilizeja.blogspot.com.br>. Acesso em: 21 nov. 2016.
Figura 2 Princípio de funcionamento de Usina Geotérmica. Disponível em:
<http://rd9centralelectrica.webnode.pt/desenvolvimento/centrais-geotermicas/como-funciona-uma-central-geotermica-/>. Acesso
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Figura 3 Estruturas Cristalinas do Silício. Disponível em:<http://sites.ifi.unicamp.br/lfmoderna/conteudos/espectroscopia-atomica-e-
molecular-2/>. Acesso em: 22 nov. 2016.
Figura 4 California Valley Solar Ranch, San Luis Obispo, California, USA. Disponível em: <http://energy.gov/lpo/california-valley-solar-
ranch>. Acesso em: 22 nov. 2016.
Figura 5 Elementos constituintes de um aerogerador. Disponível em: <http://www.neosun.com.br/?page_id=988>. Acesso em: 22
nov. 2016.
Figura 7 Estrutura interna de uma usina nuclear. Disponível em: <http://brasilescola.uol.com.br/quimica/reator-nuclear.htm>. Acesso
em: 23 nov. 2016.
Figura 8 Usina hidrelétrica de Itaipu. Disponível em: <https://www.itaipu.gov.br>. Acesso em: 23 nov. 2016.
Figura 9 Estrutura de uma usina hidrelétrica. Disponível em: <https://www.usp.br/agen/?p=66896>. Acesso em: 24 nov. 2016.
Figura 10 (a) Sistema eletromecânico de conversão de energia hidráulica em energia elétrica composto por turbina e gerador usados
em uma hidrelétrica. Disponível em: <http://www.infoescola.com/energia/usina-hidreletrica/>. Acesso em: 24 nov. 2016. (b)
Instalação de um gerador elétrico da Usina de Itaipu. Disponível em: <ITAIPU BINACIONAL - https://www.itaipu.gov.br.>. Acesso em:
24 nov. 2016.
Figura 11 Integração eletro energética no Brasil. Disponível em: <www.ons.com.br/conheca_sistema/mapas_sin.aspx#>. Acesso em:
25 nov. 2016.
Sites pesquisados
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ELETROBRAS. Estudo de Impacto Ambiental da unidade 3 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto. Disponível em:
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ENADE. Engenharia Elétrica e energias. Estácio. Disponível em: <http://www.enade.estacio.br/pdf/simulados/segundo-
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HINRICHS. R. A.; KLEINBACH, M. Energia e meio ambiente. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2003. Disponível em:
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VECCHIA, R. O Meio Ambiente e as Energias Renováveis - Instrumentos de liderança visionária para a sociedade sustentável. 1. ed. São
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